quarta-feira, 26 de novembro de 2014

Review: Clean Break + Challenge + PUSH + Anger Feeds @ Parqe, Caldas da Rainha


Este fim de semana podia ter sido daqueles passados agarrado à tv com a mantinha nas pernas. A chuva lá fora bem o pedia, e o cansaço de uma semana difícil também. Mas obviamente não cedi à pressão e o fim de semana acabou por ser praticamente o oposto desse cenário.

Se faltei ao encontro de sexta-feira, o de domingo estava escrito a marcador na agenda. O Rui Janga ficou encarregue de me encher o carro, eu seria o motorista de serviço de bom grado. A meio da semana já estavamos quatro, por isso tava-se bem. Três horitas antes da partida, o Peter manda-me mensagem a perguntar se ia até lá acima e acabámos por encher o carro. A carteira (de todos) agradeceu.

A meio da viagem surge A QUESTÃO. "Porque é que gostas de Turnstile?" "Hmm...porque é que gostas de Sick of it All?" Responder a uma pergunta com outra pergunta é batota mas fica a questão no ar. All hype ou só uma parte? Uma coisa é certa, mau é Angel Du$t.

Chegámos às Caldas e a rua do Parqe tava fechada para obras, andámos ali um bocado a tentar arranjar estacionamento e celebramos o facto de existir trânsito a um domingo à tarde fruto da deslocação em massa da malta até ao centro comercial. Lá no safamos e chegamos à sala já eram umas quatro e vinte. Mas sem medo, ainda não tinha começado.

Encontrei a rapaziada de Clean Break e restante entourage já com aquela pinta de quem dava tudo por uma caminha, tempo de meter a conversa em dia. Ainda entrei para ver parte de Anger Feeds. Já tinha visto uma ou duas vezes creio. Sempre fixe a cover de Agent Orange no fim.

A seguir tocava Push. Segundo (?) concerto que vi deles, e depois da boa impressão no Campo Grande este concerto veio confirmar. É bem trabalhado e tocado, vê-se que é malta que quer levar as coisas a sério. É hardcore que às vezes é à Backtrack, outras vezes super rápido, outras com groove. Não é tanto uma questão de não ser carne nem peixe, creio que é mais na onda de querer ir beber a muito lado e acabarem por incorporar grande parte disso no som. O Noia é uma pilha de energia e dos vocalistas que mais gosto de ver, com ou sem fitness à mistura. É malta que já vem tendo bandas há alguns anos, pelo que isso acaba por se refletir na atuação. Cover de Ceremony com o mais pesado da Rinchoa, Rui Janga, pelo meio.

No intervalo encontro o Tofu, o Congas (fresquinho após dois dias sem dormir) e mais algum pessoal que veio de Lisboa. Aquele colocar da conversa em dia, Linebacker, For The Glory, hardcore, Pool Party, Panic, Turnstile, Angel Du$t, hypes, "hardcore ainda é fixe em 2014?", "Janga, quando é que tens uma banda?", etc.

Challenge esteve um meses sem tocar (e paralelamente as coisas estiveram mais sossegadas nas Caldas). Sem o Ricardo na bateria, mas com o primeiro baterista da banda, deram um set curto com malhas da demo e a cover de Floorpunch da praxe. Gosto muito e espero não ter aleijado ninguém.


Estava lá uma malta punk estrangeira que segundo o Edgar está por cá em Erasmus. Fiquei a falar com um deles no final que me levou umas zines e me falou da webzine dele. Mais tarde vi pelas internetes que estiveram por Lisboa na sexta em The Setup a tirar fotos e tudo. Hardcore weekend!

Regressados e a terminar a sua tour pela Europa, os Clean Break traziam na bagagem mais que hoodies de YOT e histórias do concerto com Slapshot. Já com dois discos no repertório tocaram um set sólido, com músicas da demo e do último 7" Face Value ("Aquela parece do Planet Mental!" - Tofu). O David com as suas beads krishna, sweatpants e hoodie parecia saído de 1988, o Ray aprovava de certeza. Durante o set ainda houve tempo para umas covers, cabendo ao André cantar a Withouth Words de Stop And Think e mais tarde ainda tocaram Cro-Mags! Don't Thread On Me e a Intro da We Gotta Now. Adoro, aquele sorriso parvo logo na cara. Fecharam com a Cut And Run que é a minha malha favorita.

Fui jantar com a rapaziada toda ao Vivaci não vi a última banda, mas deve ter sido fixe. No final ainda ficámos lá um bocado à conversa para depois regressarmos todos à capital. Mais uma vez, tarde super bem passada nas Caldas. Hardcore ainda é fixe em 2014.

segunda-feira, 22 de setembro de 2014

Review: European Hardcore Pool Party 2014


Depois de uma semana terrível no trabalho, com poucas horas de sono, stresses diversos e cansaço acumulado nada melhor que ir ter com amigos e arrancar na velhinha Renault Traffic para o que prometiam ser uns dias com muita música, dormir à gafanhoto, mergulhos e palhaçada.

Já tinha falado com o Filipe há umas semanas e estava portanto a par do interesse fora de portas que se estava a gerar com o festival, mas nada como acabei por verificar logo no primeiro dia. Mais malta estrangeira do que tugas? 20 nacionalidades diferentes como disse o Martijn no dia seguinte? Ai não!

Este ano o local do concerto mudou para o espaço do outro lado do pátio. Bem maior que no ano transacto, teve os seus prós e os seus contras. Se o ano passado estava à pinha e cá de fora só se viam vidros embaciados, este ano a sala era talvez três vezes maior, o que não ajudou a fazer boa figura para as bandas de abertura, quer no que diz respeito ao preenchimento do espaço quer ao nível do som, que nunca esteve super espectacular durante os dois dias. No entanto deu para que toda a gente lá coubesse, para para ninjas e os não ninjas, para os que ficam atrás a fazer videos no iPhone e para os que preferem pular do palco.

Linebacker - É complicado ser banda de abertura, e tocar para mais estrangeiros que tugas que provavelmente nunca tinha ouvido falar deles. Mas acredito que tenha dado para terem formado um boa opinião. Novo disco a caminho com tour a ser planeada também.

Bun Dem Out - Quem me conhece (ou quem vai lendo o que por aqui escrevo) já deve ter percebido os meus gostos musicais. Bun Dem Out não é banda que me encha as medidas musicalmente, mas deu para meter meia casa a libertar os demónios interiores (o Leo expulsou-os todos). Foi talvez das bandas mais prejudicadas pelo som meio fanhoso, o guitarrista ia mandando uns solos mas que nem se reparavam. O Hermano a dada altura chama-me à atenção de que se ouve melhor do lado direito do que do esquerdo, e foi lição que aprendi a partir de então.

Steal Your Crown - Se havia alguém a dormir na casa a partir daqui ficou tudo bem desperto. A sala abanou, e quer o público que os conhecia e estava lá à frente a cantar quer o exército estrangeiro que andava por lá com o crowd kill importado tiveram muito trabalhinho.

Knuckledust - A par de Nasty, os estreantes fortes do cartaz, e uma banda que não tenho por hábito ouvir mas onde a curiosidade era grande. Aproveitaram o embalo do concerto de Steal Your Crown e apanharam o público já bem quentinho, pelo que não desapontaram. Não sei dizer o que tocaram e não tocaram porque não acerca da discografia, mas houve para lá malta com fartura a cantarolar.

Depois de uma noite estranhamente bem dormida na bagageira da carrinha, havia que despertar, e nada melhor que ir até aos chuveiros da praia de Alcochete para me banhar. Óptimo ver os casais a passear os cãezinhos pela manhã e a depararem-se com malta jovem "algo" ressacada a ensaboar-se na rua.

Após um belo almoço cortesia da Márcia e do seu Campingaz, tempo de pegar uma piscina, por esta altura já bem composta. Ainda deu para ver o Chelsea em ecrã gigante e apanhar aquele bronze manhoso do céu nublado. Não se dá por ele, mas serviu para meter os bifes todos escaldados! Descobri ainda que não tenho futuro a saltar pra água, mas talvez tenha no wresling a saltar da corda, visto ter rebentado o sobrolho ao Pedro numa bomba ridiculamente calculada. Podia ter sido pior.

Já ao cair da noite, era altura de voltar aos concertos. Finalmente vi Clean Break. A sofrerem um pouco do mesmo do que aconteceu aos Linebacker na sexta-feira, coube-lhes a tarefa de abrirem a noite com o seu youth crew um bocado deslocado do resto do cartaz. Safoda. Eu gosto. E é sempre bom voltar a ver o Peter em cima do palco. Nova tour europeia em Novembro!

Não vi We Ride e Strenght Approach. Uma mistura de "não aprecio" com "está aqui tanta malta que raramente vejo, vou mas é socializar".

Não sou fã de beatdown, mas Nasty era um banda que mais curiosidade tinha em ver. As letras são boas, o hype é grande, o som é que não é a minha praia. Esperava caos na terra e os deuses lá em cima responderam às minhas preces. O clone do Ivan Drago era uma máquina na bateria e a banda ao vivo tem um presença brutal. Sem saltinhos coreografados, sem poses, sem merdas. Mesmo com o som meio fanhoso deu para perceber o porquê desta banda andar a meter meia Europa com o pito aos saltos. Rancan rancan rancancancan.

For The Glory e No Turning Back é tipo aquela receita que sabes que funciona sempre bem e que sabe sempre bem, e por isso fazes com regularidade. Óbvio que foram ambos uns concertos do caraças, com No Turning Back a fechar com chave de ouro. High fives and stage dives, business as usual, ou alguma dessas frases cliché. Ou então tipo a Coca-Cola, you can't beat the feeling. Porque dificilmente dá. Chuva lá fora, que entretanto resolve aparecer, a criar ali um clima meio tropical de chuva e calor, e metade do público sem tshirt a moshar e a saltar do palco, a cantar as letras agarrado ao microfone. Tudo maluco.

Como resumimos no final: maior e melhor. E para o ano só pode melhorar. 500 pessoas em Alcochete? Por aí. E faltou (muito) público nacional.

Na manhã seguinte acordámos para um espaço totalmente remodelado...concetração tunning no que há poucas horas era uma sala de concertos, com malta de toda a europa a conversar, a jogar badmington ou a mergulhar para a piscina. Imagino essa noite de desmontagens...

Há que salientar todo o esforço da malta que tornou isto possível. O Tiago, o Congas, o Filipe, o Martijn e toda a organização. Foi realmente memorável e creio que poderá ter sido aquele kickstart para tornar isto melhor e maior. Tenho a certeza que os muitos estrangeiros levaram as melhores recordações deste dois dias, e o passa palavra que daí virá vai ser super importante. Já vou contando os dias para a edição de 2015.

sexta-feira, 22 de agosto de 2014

Review: Turnstile + Angel Du$t @ The Underworld, Londres


Antecipação e entusiasmo para este show: astronómicos!

Pela hora da abertura de portas a equipa concentrou-se em Camden (o show ia ser no Underworld como costume). Dez tugas mais convidados, aquilo à porta do Underworld bem que parecia a porta da Casa de Lafões ou do Culto.

Wrap de Falafel, passeio pelo canal, a rapaziada sabe estar e sem ver bandas nenhumas já tinha valido a pena. Com este hang out todo o que vimos de bandas de abertura foi zero. O nosso mindstate era: Turnstile e os meus amigos, não preciso de mais nada. E mentiria se vos dissesse que fiz o trabalho de casa quanto a essas bandas, portanto não sei o que perdi.

Nas mesas de merch vi discos dos Lion Of Judah que tocaram no Montijo (em 2006?). Uns dias antes estava à beira-mar em Southsea a falar com o Pimentel e a comentar exactamente que não sabia o que tinha acontecido a estes bacanos. Em conversa com o Brendan junto às mesas de merch ele contou-me que um guitarrista de Lion Of Judah é agora guitarrista de Turnstile. Cool.

Pouco depois de entrarmos Angel Du$t começou a tocar. Grande pinta, algumas malhas de Angel Du$t são bem catchy e mesmo sem conhecer bem as músicas e as letras tornou-se contagiante. Assim que começaram a tocar começou a rave cá em baixo, mas ainda longe do que viria a ser. Estava tudo impecável e bem tocado mas faltava ali movimento em cima do palco, especialmente por contraste com o movimento em frente ao palco. Os elementos da banda pareciam bem cansados – ao segundo dia de tour?? Veio a explicação de seguida: tinham viajado durante a noite e não tinham dormido, respect, afinal até estavam bem vivos vendo nessa perspectiva.

Às tantas começam a soar os acordes da Nervous Breakdown e a galera ficou louca na hora, o Emanuel saltou logo disparado (ai não) e foi o clássico empilhar em frente ao palco. A cover abanou um bocado mais a sala e partir daí viu-se mais movimento sobretudo nas faixas mais populares. A Stepping Stone ainda não saíu da minha cabeça desde então.

Fui pôr a conversa em dia com um amigo não português e a certa altura toda a gente se começa a movimentar rapidamente, como se tivesse tocado o alarme de incêndio e estivessem todos em pânico, mas em vez da saída de emergência iam na direcção do palco. Já ecoava o intro do Step 2 Rhythm e isso fazia corações bater mais rápido. Cheguei lá à frente mesmo a tempo dos primeiros acordes da Keep It Moving, altura em que a sala já abanava toda. Primeira música e já o Sérgio tinha a testa vincada, não se perde tempo. Concerto de Hardcore como mandam as regras olímpicas.

A nossa equipa competia nas várias modalidades do Stage Diving e o Tiago levou para casa medalha de ouro no Freestyle Acrobático com o seu encarpado invertido. Ainda fui nomeado para o Gravity Law Award num voo suave em sincronia perfeita com as líricas “I’m coming down” mas não subi ao pódio porque estava lá um anjo da Torre da Marinha a zelar pelo meu bem-estar . O Emanuel é o nosso rei do stage dive e apesar de os ingleses não deixarem o míudo saltar ele deve ter ganho o Troféu Assiduidade de novo.


Melhor onda que isto só se tocassem agora um cover de Bad Brains. Oh wait… YOU DON’ WANT ME ANYMOOORE – até me deu um aperto no peito – SAIL ON SAIL ON!

Algures no set o Brendan mandou aquele props aos míudos portugueses, enfim aquele protagonismo a que já estamos habituados. Anunciou ainda que vai sair em breve um novo álbum de Turnstile, ninguém fixou quando nem o nome, eu acho que era algo como “Never Stop Healing” mas pode não ser nada a ver.

Este foi um daqueles!

No fim do show tudo com negras, lábios rebentados, testas vincadas, corpo dorido no dia seguinte, mazelas em costelas a revelar-se 2 dias depois. Mas tinha tudo um sorriso do tamanho do Mundo cheio de felicidade. Já em casa até se trocavam mensagens sobre estarmos tão felizes, estão a sentir o nível emocional? Melhor show do ano até agora e daqueles que sempre lembraremos. Aquele feeling de estares a curtir bué, todagente à tua volta a curtir bué, mas o melhor de tudo é no meio da macacada cruzares o olhar com o sorriso dos teus amigos, aquele sorriso cúmplice em que dizemos “GRANDA ONDA”.

Afinal, secalhar aquilo da amizade e união no Hardcore que aprendemos em putos não era completamente cliché. Afinal ,secalhar o Hardcore é grande onda mesmo. Em Lisboa ou em Londres, não trocava isto por nada.

Review por Fábio Godinho.

segunda-feira, 11 de agosto de 2014

Os Putos na Cozinha #2

Wowzers, tinha este documento no meu desktop há não sei quanto tempo para lançar numa newsletter que nunca aconteceu! Se chegou a hora de ele ver a luz do dia? Claro que chegou - boas receitas vegetarianas são como o vinho do Porto (ou Vanilla Coke, se forem straightedge), só melhoram com a idade! As receitas ficaram a cargo do habitué Luís, que domina essas andanças como ninguém. Bom apetite!


Hoje vamos fazer um menu rápido (bem, podia ser mais mas como não gostamos de comer mal este foi o mais rápido que arranjámos) que consiste de entrada, prato principal e sobremesa.

Pão de Alho


Ingredientes:

  • Alho
  • Azeite
  • Manteiga
  • Sal
  • Oregãos
  • Pão (fatiado ou baguetes são os melhores, mas qualquer um serve)

Não vou dizer quantidades porque sempre que o faço é a olho e nunca correu mal.

Mete-se o pão a torrar no forno ou torradeira enquanto se faz a “pasta” para se barrar. Numa tijela deitar o azeite e levar ao microndas até ficar quentinho (bastam uns segundos); adicionar o alho, sal e oregãos até que ferva (estejam atentos porque senão pode queimar) e adicionar a manteiga (bem, há manteigas vegans nas grandes superficies mas eu nunca as exprimentei, por isso podem optar em usar uma normal ou não usar nenhuma, que fica igualmente bom). Agora é só barrar no pão e está pronto a comer.

Bolonhesa 



Ingredientes (para uma pessoa que come muito ou duas que não comem tanto):

  • 250g seitan
  • 2 Mãos cheias de cogumelos frescos
  • 1 Cebola grande
  • 4 a 5 dentes de alho
  • 2 Tomates grandes
  • Azeite
  • Azeitonas
  • Polpa de tomate
  • Temperos (sal, louro, pimenta e orégãos)
  • Salsa

Numa frigideira colocar um pouco de azeite e quantidade igual em água (para não fritarem demasiado e a gordura não ficar saturada), deixar ferver e pôr a cebola cortada aos cubos (ou as meias luas) e o alho picado com a folha de louro (sem a parte central da folha).

Depois de os legumes terem amolecido, juntar tomate cortado em cubos sem as sementes e os cogumelos. Juntar o seitan (depois de escorrer a água) cortado em cubos, deixar cozinhar um pouco e juntar a polpa de tomate e um pouco de água (para não ficar muito concentrado) e azeitonas sem caroço.

Depois de juntar o molho, adicionar os temperos a gosto e tapar para apurar o sabor. A melhor maneira de comer é com esparguete, para ficar aquele clássico, ou então com arroz ou outro acompanhamento a gosto!

Crepes


Ingredientes:

  • Farinha
  • Água
  • Vinagre
  • Óleo
  • Sal
  • Chocolate vegan
  • Canela

Juntar a farinha, água (nem quente, nem fria), vinagre, sal e óleo. Eu tento sempre deixar a massa um pouco líquida para se espalhar bem na frigideira. Aquecer a frigideira só com um pouquinho de óleo (passar com um papel absorvente para tirar o excesso e para espalhar).

Deitar a massa na frigideira e espalhar. Com uma colher de café, descolar as pontas do crepe, para não ficar agarrado à frigideira. Virar e cozinhar do outro lado.

domingo, 3 de agosto de 2014

Coluna: PMA e 90kg de ferro (Leandro Afonso)

...e para acabar o fim-de-semana em beleza, nada como um guest post do Sr Leandro Afonso - am I right, or am I right? Então com este solzinho a bater de chapa o que a malta mais quer é andar a puxar pelo cabedal. Uns ficam gordos, outros mandam boa paleta e andam saudáveis que nem carapaus. Take care of yourselves, yo!


Nunca liguei muito a Bad Brains mas desde sempre no hardcore que o PMA (positive mental attitude) me fez sentido. Lembro-me bem de ir a concertos de Sannyasin e sair de lá bem disposto devido a todo o positivismo que envolvia a banda, mesmo quando os assuntos não eram os melhores. Uma coisa que o hardcore me ensinou e que ainda hoje mantenho afincadamente é que nós somos donos da nossa própria vida e nós escolhemos o que podemos fazer com ela e transformar toda a nossa energia em coisas positivas. Não é a sociedade que dita as regras nem os nossos pais nem o nosso patrão, somos nós! Claro que depois temos que arcar com a consequência dos nossos actos, mas é por isso que temos uma consciência e fazemos o que achamos ser o melhor para nós respeitando quem nos rodeia.

Talvez devido a ser straightedge que sempre mantive a máxima ”corpo são, mente sã”. Nada que umas boas horas no ginásio não resolvam, principalmente alguns problemas que o cérebro teima em não deixar em paz. Claro que é óptimo passarmos tempos infindáveis em frente ao computador ou à televisão e comer tudo o que nos apetece, mas todos nós sabemos os malefícios que isso pode provocar a longo prazo, desde problemas com o peso, coração, diabetes, estômago, ossos e em último caso o aparecimento de células cancerígenas que se desenvolvem mais depressa se tivermos um estilo de vida sedentário em que a alimentação não é o melhor exemplo. Claro que nem todos temos propensão para que isso aconteça, mas infelizmente não temos o nosso código genético à frente para sabermos que tipo de doenças poderemos vir a ter e como tal, mais vale prevenir. Porquê arriscar? A meu ver não compensa.

Existe uma quantidade infindável de ginásios por esse Portugal fora a bons preços, mas compreendo que com esta crise toda, qualquer dinheiro extra que saia do orçamento normal já seja uma dor de cabeça. No entanto, com a internet, já nada é uma desculpa. Há excelentes vídeos no YouTube sobre fitness e treinos em casa, com e sem pesos. Também há sites, tipo o bodyrock.tv, que tem boas rotinas diárias para nos mantermos em forma e ganharmos uma boa resistência e força! E claro, nada melhor que umas corridas de vez em quando para aumentar a resistência e fortalecer os ossos. Não vou falar de suplementação nem tipos de treino, porque isso já depende muito de pessoa para pessoa e aí teria que fazer um texto enorme e acho que não vale a pena, para já, o que interessa é que se comecem a mexer!

Sou apologista de se fazer desporto mesmo estando doente! Parece que nos curamos mais rapidamente, o que não é totalmente errado ou desprovido da realidade. Ao fazer um treino físico intenso estamos a estimular todo o nosso corpo e produzimos mais glóbulos vermelhos e brancos que nos vão ajudar a combater qualquer doença, além de ser libertada endorfina no cérebro, que nos faz sentir bem e melhora a memória e o bom humor e ainda melhora o sistema imunológico e alivia as dores. Só pontos positivos, hum? Claro que não estou a dizer para irem treinar no duro quando estiverem com 39 de febre, há que fazer as coisas com moderação e conforme a nossa disposição física para tal.

Não há nada melhor que o desporto para nos dar um reality check sobre nós mesmos. Ensina-nos a ser humildes e a respeitarmos o nosso corpo. Se temos dores é porque algo está mal e há que descobrir a origem do problema, se abusamos no treino vamos ficar mais tempo parados para recuperar do que a treinar, logo ensina-nos a ser humildes e a manter o nosso ego na linha. Faz-nos querer comer melhor, liberta-nos do stress do dia-a-dia e torna a nossa mente cada vez mais forte enquanto o nosso físico vai crescendo e começamos a ter cada vez mais PMA porque acreditamos mais em nós. 

Todas as pessoas que treinam sentem um aumento na auto-estima, auto-confiança e prazer de viver devido a todos os processos químicos no nosso corpo resultantes do treino que fazemos. Se levarmos o corpo até ao limite todas as situações difíceis que nos aparecem diariamente vão certamente parecer bem mais fáceis, nada custa mais do que bater os nossos recordes pessoais enquanto fazemos exercício físico naquele ponto em que ficamos com o corpo todo a tremer e a respirar tão ofegante que nem conseguimos pensar. Mas à medida que o corpo se desenvolve e a saúde melhora, também melhoram a força e saúde mental. Treinar é uma óptima maneira de atingir o equilíbrio entre corpo e mente.

“The Iron never lies to you. Friends may come and go. But two hundred pounds is always two hundred pounds.” – Henry Rollins

sábado, 2 de agosto de 2014

Review: Judge @ The Dome, Londres


Claro que eu não era para ir a Judge. Como disse na altura em que o concerto foi anunciado, por vinte béus (dos ingleses) era bom que me pusessem os Rival Mob a abrir senão certamente que não me apanhariam por lá. A culpa é do Mike; tanta conversa ao longo dos anos sobre Judge não ir voltar e depois acontece isto? Not my cup of tea, mas respeito aos que continuam a sentir o feeling do reunion show - principalmente quando os vocalistas já não vivem pelas letras que escreveram.

Adiante, saí do trabalho um pouco mais tarde do que o habitual, com o sapato de vela, calção e polo Fred Perry que tão característico deste Verão está a ser - e não estou a ser irónico. Mas espera? Então eu não ia ao concerto mas afinal fui ao concerto? Deve haver esquema, perguntam vocês; e perguntam muito bem! O King Rafa não só esteve em Londres (e batemos granda hang out no dia anterior, ai não - é porque aquele vietnamita vegan ao jantar enganou!), como tinha um espacinho a mais na guest list guardado para mim. Óbvio que não ia ser capaz de dizer que não, ver Judge de borla com o Rafa? Tu és louco. Ainda ontem estava eu em Faro a ver Pointing Finger no Pavilhão do 11 Esperanças.

Cheguei lá já depois de ter tocado uma banda (não me lembro do nome) e a tempo de ver as últimas duas músicas de Inherit. Quer dizer, "ver", porque não prestei grande atenção. Acho que foi fixe, é aquele metalcore, né? Acho que bate bué, mas não creio que me fossem apanhar a ouvir aquilo em casa. O público acho que estava vivo mas passei um bom bocado de tempo à conversa com a May por isso não posso adiantar mais detalhes, sorry!

Depois tocou Survival. Man, Survival. Só me lembrava disto, mas na descontra - ao menos agora vocês já sabem onde é que Jaguarz roubou e podem mandar aquela paleta extra em frente às garinas no pátio da escola depois das férias do Verão. A banda até que nem era má de todo (até à terceira música, depois soou tudo ao mesmo) mas não há paciência para esta miudagem que dança como se tivesse numa corrida de pulos dentro de sacas de batatas. Que bando de patetas. Ainda bem que Rival Mob foi o oposto desta palhaçada.

Judge. Bom, Judge foi mais do que eu esperava. Mal começou (com uma música do Star Wars - acho) deu logo aquela impressão de que eu devia ter apostado nos Vans e na t-shirt velha. Damn it. Nem foi tanto pela banda em si, porque o som estava uma merda daquelas, tipo concertos em Corroios. A guitarra estava mais estridente que um pacote de batatas fritas amplicado e às vezes nem se percebia bem algumas coisas.

No entanto, o pit estava bem quente e o pessoal (praí 500 pessoas?) estava em altas. Pancadaria de meia noite num chão não escorregadio e com espaço suficiente para dar uma sapa no mano da frente e uma cotovelada no de trás - pessoal veterano do pit vai saber do que estou a falar. Que violência. Tocaram as músicas clássicas todas e ainda tocaram a cover de Blitz. Tudo numa espectacular boa onda e com o Porcell todo cheio de energias e a tocar guitarra bem em cima do pessoal, porque o hardcore nunca morre, não é? Claro que é. Viva o hardcore. Mas a sério, #MOBJUSTICE.

segunda-feira, 30 de junho de 2014

Review: Nasty World + Linebacker + Os Lavadinhos + IATGOM + Gaea @ Parqe, Caldas da Rainha


Dia 28 de junho estava marcado na minha agenda há muitos meses. Se não fosse um gajo burro estaria em Londres a sentir a nova vaga do Boston Hardcore. The Boston Strangler, Waste Management e Peacebreakers com o bónus adicional de umas bandas boas inglesas a abrir. Claro que, tal como referi em cima, sou burro e não marquei voo pelo que fiquei com o bilhete para o show na mão e verti aquela lágrima por ter ficado em terra.

Mas como tinha de arranjar um substituto para alimentar o vício, concerto nas Caldas certamente serviria para aliviar a minha dor. Oportunidade de finalmente ver Linebacker, ver Os Lavadinhos (a nova banda sensação que vai arrasar este Verão) e ainda rever Nasty World e Gaea.

Para variar alguma confusão para encher o carro, mas graças a Deus (ao Diabo, e ao resto da pandilha) o Fausto viu o meu post e ainda safámos outro ocupante naqueles grupos do Facebook das boleias. Eu e o Bruno "Sem Abrigo" Baptista já tínhamos companhia.

Antes de sair, só pegar aquele cd original do Sam The Kid e do Chullage e meter a rodar no carro. Nem foi preciso ir ao booklet, um gajo ainda sabe as letras de cor. Coitado é do Fausto e da garota de Loures (a nossa nova amiga) que foram a gramar com aquilo nos cerca de quarenta minutos de viagem. Da próxima não me esqueço da Mayara, está prometido.

Pit stop na residência para deixar a moça e chillar logo ali ao lado no skatepark que o garoto estava em pulgas. Conhecer as personagens caldenses (mega props pro puto da bmx que tem 12 anos mas que "fode todas"), pegar um sumo no Pingo e aguardar que a malta de Lisboa chegasse que ainda era cedinho. Reencontro umas horitas depois, uma malta foi jantar a casa do Amador, outra às pizzas, eu ao Ali Baba. O David encontrou-me sozinho na fila e convidou-me para me juntar a ele a jantar. Aquela hospitalidade.

Bom, mas adiante que eu divago sempre mil.

Gaea foi bom. O pc não quis ajudar ali no início mas no big deal. Tal como o Miguel disse, são letras de hardcore mas com um beat de hip-hop por trás. Assuntos sérios falados sem cansar, boa adição ao cartaz.

A seguir tocaram os I Am A Ghost Of Mars. Era uma coisa meio stoner, meio psicadélica. Eu como gosto daquela música burra e mal tocada não sei se é bom ou não, mas os miúdos eram (bem) novos e tinham feeling.

A casa estava pouca cheia. Pena. A seguir tocaram Os Lavadinhos. A nova banda revelação caldense. Broncaria todo o dia. Pontapé na cona e murro na pinha. Não entro em pormenores, deixo isso para quando os virem em concerto. Mas acreditem que tem muito swag.

Linebacker é uma banda que até agora me tinha escapado. E Linebacker são uma banda que tocam aquele som que eu gosto, por isso não me arrependo um pingo de ter feito aqueles quilómetros todos principalmente para os ver. E é uma banda que conta com o Tofu a cantar! Com um guitarrista a menos, o Flávio chegou e sobrou. Aquela onda de Boston de meados dos anos 2000, Righteous Jams, etc e tal...ahhh, até me sai uma pinguinha. Cover de Dumptruck pelo meio e ainda aquela meia cover de Project Salty a fechar. Mais uma vez, pena a pouca malta (e o adiantar da hora), a malta esteve sossegada, mas não deixou de me abrir o apetite para futuras apresentações.

A fechar, Nasty World. A última vez que os vi foi numa loja de um centro comercial. Água a escorrer das paredes, malta a acotovelar-se para conseguir entrar ou sair de lá de dentro para além das dezenas cá fora a ver um vidro embaciado. Desta vez o nivel de maluquice foi bastante inferior, mas a banda tem um som próprio e algo diferente daquele que por cá se vai fazendo. O Amador está feito um animal de palco, com uns moves marados e sempre pra trás e pra frente.

Já era uma da matina e havia que voltar para Lisboa, já a dois. Eu e o Fausto lá partimos pela A8 fora numa viagem que passou a voar, com conversas bem interessantes e importantes para o bem da nossa saúde mental e vivência hardcoriana. Esta semana há concerto em Lisboa daqueles a não perder. Lançamento da nova zine da Juicy? Com StepBack!? Com Linebacker? E ainda The Skrotes? És tolo moço.

segunda-feira, 9 de junho de 2014

Review: Get Slapped Fest 2014 @ Associação Joaquim Xavier Pinheiro, Lisboa


Domingo à tarde. Sol. Hora de meter o calção e a t-shirt e seguir para o Campo Grande. Se em 2011 tinha sido bom, esta segunda edição prometia uma tarde igualmente bem passada. Sem Devil In Me não se esperava uma enchente tão grande de pre-teens como nessa altura, mas foi uma boa surpresa ver uma casa tão bem composta e com tanta rapaziada nova. Assim dá gosto. A Academia não tem propriamente o melhor som do mundo, mas com um PA como o de ontem deu para tornar o som que saía das colunas algo audível.

Os Awake abriram a tarde já com uma horinha de atraso. A ultimar a tour europeia que vão fazer com Just Say No no início de julho tocaram para uma casa ainda não muito composta, já com umas malhas novas na bagagem do ep que ao que tudo indica estará pronto a tempo de os acompanhar nessa viagem. Youth crew rápido com covers de Youth of Today (Slow Down) e Time-X (Straight Edge In Your Face!) numa clara alusão às principais referências musicais.

Terminado o set visitinha dos amigos da farda azul, felizmente sem grandes consequências porque bazaram e não voltaram a dar sinal de vida. A malta ali do prédio do lado não deve achar grande piada ao barulho e trepidação, mas queixarem-se à polícia às cinco da tarde de barulho é mesmo coisa de desocupado.

Já andava para ver Push! à uns tempos. Depois do que vi ontem tenho a certeza que os vou ver a preencher cartazes mais vezes. O som é um mix do que bate lá fora (Backtrack, Cruel Hand, por aí…) e com isso consegue chegar a mais público. Nota-se que há ali muito trabalho por trás, quer a nível técnico como estético. É malta com vontade de elevar o patamar em que estão a trabalhar. Sempre a puxar pelo público, com uns saltinhos coreografados de vez em quando e uma presença como há poucas. Mil caras novas no show, muitas delas lá à frente a cantar, dá sempre aquele gostinho extra especial.

Não sei se foi o primeiro show de SHAPE com o novo baixista e assim sendo o regresso da banda ao fim de algum tempo “mais sossegados” ou se simplesmente eu é que tenho andado a dormir e sem ir a concertos (aposto na opção dois), mas as espectativas foram correspondidas e a casa abanou. Das bandas com mais feeling que temos em Portugal e das que mais sorrisos na cara nos metem. E talvez mais importante ainda, daquelas que ainda nos dizem algo entre músicas e que nos metem a pensar nessas mesmas palavras. Há músicas que já são sinónimo de momentos Kodak, e a Vampires, a Life’s Hard e a Rotten Inside são perfeitos exemplos disso mesmo. Stage dives, pé-de-ladrão dives, confusão. E para que queres um microfone quando tens metade da sala a cantar a música toda? Os miúdos que estavam ao meu lado comentaram um para o outro no final do concerto algo como “nunca os tinha visto, foi um granda abuso”. Certamente terão causado boa impressão nos restantes novatos que lá andavam.

Para fechar, Reality Slap. No outro dia tinha-os visto no Cais do Sodré mas comparado com o concerto de ontem, este deu dez a zero. E o outro tinha sido bom. Pregos e problemas iniciais à parte, o concerto passou a voar. E voar foi uma atividade muito repetida durante aqueles minutos, com o tráfego aéreo bastante congestionado. Não há grande coisa a acrescentar, se não estavas lá é caso para dizer estudásses (mais cedo, ou depois, caso andes em exames).

Props para os queques e muffins do Pinela, para toda a malta envolvida na organização e a todos os que trocaram o Outjazz pelo Outcore.

Terminar o dia com duas pizzas gigantes à conversa com amigos foi a cereja no topo do bolo.

terça-feira, 29 de abril de 2014

Review: Outbreak Fest 2014 @ The Vox - Leeds, Reino Unido

No passado dia 13 de Abril o Ricardo Luz voou até ao Reino Unido para ir ao Outbreak Fest, um festival que tem crescido de ano para ano e começa já a ser um dos mais importantes pontos de passagem de bandas grandes norte-americanas mas também europeias. Cold World, Backtrack, Stick Together, No Turning Back e uma data de bandas ingleses preencheram um dia que lhe deve ter sabido a pouco. Fica aí o relato na primeira pessoa.  


Bem, foi desta que me decidi aventurar para ir ver Cold World. Havia duas hipóteses: ir ao Outbreak ou ir à Bélgica. Depois de umas contas rápidas cheguei à conclusão que em termos de gastos era igual ir a qualquer um deles, por isso acabei por optar pelo Outbreak.

Cheguei à sala do festival um pouco antes deste começar, já mentalizado para as 9 horas de concertos que se aproximavam. O festival pareceu-me em geral bem organizado, acho que as bandas começaram todas a tocar antes da hora que estava planeado, mas houve uma confusão com os bilhetes, sendo que foram enviados alguns bilhetes a duplicar para algumas pessoas e não foram enviados para outras, e no fim de contas estavam mais pessoas na sala do que era o máximo recomendavel e isso acabou por se notar ao longo do dia de concertos. Não dava para sair e voltar a entrar, o que se tornou desconfortável ao fim de algumas horas de estar em pé e não haver local para sentar.

Em relação às bandas que tocaram, das primeiras 5, grande parte tinha o mesmo tipo de som que Basement. Se não era igual era muito parecido. Eu até gosto, mas ao fim da primeira já tinha perdido um bocado a paciência.

Falando das restantes bandas, World Eater valeu pela reação do público (ainda havia espaço para “dançar”). Tinha visto 3 dias antes em Lisboa com uma casa vazia e notou-se a diferença.

Mind X Control gostei, e tal como o resto das bandas da “casa” tinha bastante pessoal a curtir, mesmo em bandas mais recentes como esta.

Eisberg tinha-me passado ao lado quando vieram a Lisboa. Acho que nem estava muita gente quando eles tocaram, mas deu para ver que o pessoal conhecia a banda e as músicas. Também achei piada ao facto de pelos visto a banda ter membros de vários paises.

Wolf Down é sem dúvida uma banda polémica. Pelo menos aqui em Portugal. Mas eu até gosto do som se bem que a banda tem um hype que não se consegue explicar. Talvez por ter uma vocalista ou talvez a cena do Vegan Edge que leva muita gente a ficar curiosa e acabar por ouvir os sons deles. O hype fez-se notar durante o concerto com bastante pessoal a curtir.

Wardogs era um reunion e talvez por isso tenha sido o concerto mais curto da noite. No máximo tocaram 5 ou 6 musicas e via-se que o pessoal queria ouvir mais.

Antes de Survival fui comer qualquer coisa e quando terminei a banda já tinha começado pelo que acabei por ver de longe. Era uma das bandas que mais queria ver, tinha ouvido o ep deles umas quantas vezes quando saiu e gostei. Mesmo ao longe pareceu um bom concerto, mas sinceramente quando sair o video tenho que o ir ver, para perceber o que realmente perdi. Para não cair no mesmo erro acabei por “acampar” o resto dos concertos ao pé do palco.

De seguida tocou Take Offense que também tinha visto na semana antes. Em Lisboa o concerto pareceu-me fraco mas cheguei à conclusão que isso se deveu em grande parte à falta de público, porque em Leeds o concerto foi muito melhor, com o pessoal a curtir e a cantar as letras com a banda.

Em Turning Back, e ao contrário de todas as bandas que tocaram antes, o pessoal quase não se mexeu. Não percebi se estavam cansados ou não (já lá iam 5 ou 6 horas de concertos), mas depois de ver alguns concertos deles em Lisboa estava à espera de mais. Acabei por chegar à conclusão que o Reino Unido não é o locar ideal para ver No Turning Back.

A seguir veio Stick Together e pelo que sei era o segundo concerto desta banda na europa, sendo que o primeiro tinha sido no dia antes. Sempre gostei da banda e a malta no Reino Unido pelos vistos também que estava tudo a curtir, mesmo apesar do cansaço evidente do vocalista, segundo o próprio devido às viagens e à falta de sono.

De seguida veio Backtrack, uma das bandas "em altas" no mundo do hardcore. Já tinha visto em Lisboa mas foi ainda antes de terem lançado o Darker Half, sendo que só depois desse álbum sair é que houve a “explosão” desta banda. Reparei que havia muitos miúdos mais novos que se chegaram à frente e foi a partir daqui que se viu que a sala estava de facto com pessoal a mais, porque não havia espaço para fazer nada na parte da frente. Apesar de tudo foi um concerto sólido, onde tocaram sobretudo músicas novas e do primeiro álbum.

Depois de várias horas de concertos lá começou Cold World, a razão principal porque estava ali. Foi sem dúvida o concerto onde mais sing along houve. Não houve muito mosh por falta de espaço... No meio ainda houve uma ou duas músicas de War Hungry, que pelos vistos tem sido habitual durante os concertos de Cold World ultimamente, ou pelo menos sempre que está presente o vocalista (que é o mesmo de Stick Together). O concerto em si não foi muito longo mas acabou por valer a pena a viagem, o tempo e dinheiro gasto para ali estar, acabando por reforçar o facto de Cold World ser a minha banda preferida.

Depois do concerto ainda deu para gastar as últimas notas de libras em merch das bandas que também era algo que não faltava.

Review por Ricardo Luz.

segunda-feira, 24 de fevereiro de 2014

Playlist da Semana #46

Todas as semanas (lol), a Playlist da Semana. Porque no partilhar é que está o ganho. Esta semana mais uma vez com o Bruno Baptista (Mind Control Fanzine já saiu, porra!!). Em equipa que ganha não se mexe. A não ser que seja pra meter o Slimani.


Linebacker - Demo 2014 - "Bandas à anos dois mil". Adoro. Os Linebacker são uma banda nova de Lisboa com o Tofu a cuspir veneno. A temática da banda gira à volta do futebol americano, assim à Ten Yard Fight, com metáforas da nossa vida e problemas quotidianos. A banda já tem a demo disponível em cd e k7 e já tem também o primeiro show marcado para o Hell Xis Fest. O Clay Matthews aprova.

Leather Daddy - Demo - Uma banda de miúdas a tocar hardcore sujo. Dá para não gostar? Fala sério. Ainda por cima de Boston...é só fazer a soma. Vai haver aí um lançamento da demo versão europeia, devo pegar pra distro. Para quem é punk demais para dizer que ouve hardcore dê uma escutadela.

Coke Bust - Degradation - Preciso urgentemente de ir a um concerto. Um que me encha as medidas. Espero que Coke Bust o faça porque não poderei ir ao show de No Turning Back, e depois de ambos só quando fizer anos (literalmente). Para quem não sabe os Coke Bust tocam hardcore ultra rápido com partes lentas aqui e ali para a mosh part. E são straight edge, se os rótulos são importantes para vocês. O Nick é o maior bacano, espero que dê para meter um bocado a conversa em dia, coisa que pouco deu no show de Sectarian Violence (e que aquela chuva de merda não marque presença também...).

Savageheads - Demo 2013 - Outra vez? Sim, outra vez. O Boris safou umas demos para a distro dele. Provavelmente pouca malta cá terá pegado nisso, o que é certo é que ele vendeu tudo. A última esta semana. Contou-me ele que já que só tinha uma, decidiu meter no Discogs. Duas horas depois estava comprada. Quem sabe, sabe. UK 82.

Feeding Chain - Public Execution Demo - Reino Unido. Neste momento a fonte inesgotável de novas bandas. E boas. Vamos  ver até quando a fonte dá aguínha boa, antes de começar a sair tudo minado. Banda nova com o Pat da Carry The Weight Records (e de Sectarian Violence, Ego Trip, etc, etc.). Se seguem as minhas playlist sabem do que gosto. "Mais do mesmo" dizem uns. Não quero saber.




Jack Move – Demo 2014 - A única cena recente que ouvi esta semana. Uma banda francesa que lembra Stop & Think. Depois de Raw Justice não poderia pedir melhor da Straight & Alert. E só de pensar que o próximo lançamento que vai sair das mãos deles vai ser Dogchains. E EU QUE PENSAVA QUE NÃO CURTIA FRANCESES! Oiçam a demo, só tem 4 sons e tá um ganda power!!

True Colors – Focus On The Light - Um dos meus álbuns preferidos do hardcore europeu. Concordando com o Pueter, este é o melhor lançamento deles, só que eu não considero o que se seguiu uma seca eheh. Poucos inovam dentro do youth crew, mas true colors é basicamente pegar-lhe em todos os pontos altos e meter dentro da misturadora. Awake saca de ganda cover da música que dá nome ao álbum ao vivo, então passei a semana a aquecer os ouvidos. Ao vivo sabe sempre melhor! Dá-le!

Kurious Jorge – A Constipated  Monkey - Mad underrated! 1994. Depois de ver mil vezes o Zoo York’s Mixtape e de me partir a rir sempre que via o gajo atrás do Busta Rhymes que não conseguia fechar a boca de tanto sorrir enquanto o Busta Rhymes lhe dava no freestyle, o Mouga acabou por me mostrar um som dele. Depois de trocar de vídeo algumas vezes (entre o videoclip deste novo Kurious e do Zoo York Mixtape) chegámos à conclusão de que eram a mesma pessoa. Das melhores coisas que já me mostraram. Não consegui parar de procurar informações sobre ele, e ao que parece o tipo era ganda lenda nos 90’s de Nova Iorque! Depois do álbum desapareceu. Acaba por aparecer em três músicas do MF Doom: em 99 no som “?” e em 2003 no álbum Vaudeville Villain (MF Doom como Viktor Vaughn), e no álbum Take Me To Your Leader (onde ambos optam por nomes diferentes: King Geedorah e Biolante). Esteve parado até 2009, quando lançou o álbum “II”, bem mais fraquinho. Em 2012 e está neste momento a gravar o terceiro! Nunca devia ter parado! SPELL IT WITH A J AND NOT WITH A G! Incrível.

De La Soul – Stakes Is High - Nem vale a pena falar muito. Bem como A Tribe Called Quest, The Pharcyde ou Pete Rock & CL Smooth, De La Soul faz-me entrar em modo automático. É uma espécie de soundtrack na vida real, acalma-me e ajuda na concentração. Por vezes esqueço-me que tenho phones nos ouvidos, e o instrumental sabe-me tão bem ou melhor que o silêncio.
Make beats not war!

Fugazi – Repeater - Qual 13 Songs. Aqui o Titi diz que não gosta de “choradeira”, e eu confesso não consigo ouvir mais que 2 músicas dos outros álbuns, mas este álbum é bom. Serve para meter a tocar no telemóvel (baixinho) enquanto se toma café na Padaria Portuguesa e vê as miúdas a passar com o Peter (hipsters). Não é nenhum Minor Threat, e continuo a preferir Embrace e as miúdas, mas é bom!

segunda-feira, 27 de janeiro de 2014

Review: Killing Frost + Shitmouth + Just Say No + Sore Eyes @ almaemformol, Porto

Killing Frost. Killing Frost no Porto. Possibilidade de passar um fim de semana bem relax na invicta, matar saudades de uma francesinha, estar com amigos, ver um concerto porreiro...não dava para ficar sentado no sofá com a mantinha nas pernas.


Saí do trabalho adiantado. Ainda tentei ficar a fazer tempo...mas numa sexta-feira só apetece é sair dali o mais rapidamente possível. Fui até Massamá pegar a Márcia, e pouco depois o Pedro e o Hermano. Pormenores de logística trocaram-nos um pouco as voltas, e depois de uma passagem por Lisboa que se revelou infrutífera lá seguimos os quatro em direcção ao Porto auto-estrada acima. Sem chuva foi na paz, um pouco de neoveiro ali a meio na zona do pinhal de Leiria, no worries. DJ Márcia na cabine a controlar o autorádio com grandes êxitos do R&B dos anos 90 e baladas dos anos 80. DJ e cantora. Tudo em um.

Chegámos ao Porto pela meia-noite, muita perna à mostra pela rua numa noite fria que se farta. Ali não se brinca, se é pra sair, é pra ir com a melhor vestimenta. Jantámos qualquer coisita em casa da Leonor, a nossa anfitriã. Um pulo até cá fora ao 77 para roer algo e logo encontramos o André. Começa a chover vamos para casa curtir um som e meter todos a conversa em dia.

Já sábado, dia de nuvens carregadas, pegámos a francesinha obrigatória na hora de almoço e demos um giro enquanto a chuva não apareceu. Entretanto eram horas de concerto e seguimos para o local.

"Lotação limitada a 80 pessoas". O Miguel Silva já me tinha falado na sala e como esse número não seria aconselhado pelo Serviço Nacional de Saúde. A sala era pequena. Mas pequena mesmo. Uma cave com um ar de squat, mas com um ambiente algo acolhedor. Não para dormir ou assim. Só para ir lá dar o check e ir para um lugar menos húmido e mais quente. Mas punk é punk.

Já o referi anteriormente, mas ir para "fora" faz com que se encontre aquela rapaziada que raramente vemos, por isso é obrigatório por a conversa em dia. Há sempre vítimas desse momento de confraternização, e neste caso foram os Sore Eyes. Sei que deve ter sido bom porque estava tudo a comentar a performance após o término do set. Não sei se tinham o poster do Rey Mysterio ou a tshirt do Batista, mas nas Caldas já me tinham convencido.

A seguir tocou Just Say No, que também já tinha visto nas Caldas. Último concerto com esta formação, fruto de querer tocar hardcore numa cidade algo avessa a esse rótulo. Que se lixe. A banda é boa, deram menos pregos que nas Caldas e tocam aquele som que eu gosto. Espero que nunca saia repress da demo e que aquela "tour press" vire raridade. Que a nova formação dê novo impulso à banda e que o próximo passo seja logo um sete polegadas. Na Lockin' Out. O Fanboy #1 da LOR tinha logo ejaculação precoce, ahah.

Porque estávamos no Porto, a noite pedia mais punk. E mais punk só Shitmouth, aquela banda dos garotos que têm bom gosto musical e que puxaram o travão de mão nos anos 80 e por lá ficaram. Já andava para lá tudo maluco de escadote na mão a mandar dives. Aqui em baixo faz-se "pé de ladrão", mas lá gostam de subir aquele degrauzinho...Granda banda. Já têm músicas novas do disco que está para sair.

Para fechar Killing Frost. Aquela chapada na face desferida em grande parte do público presente no concerto em Alcochete poderia ter servido para agitar algumas alminhas a irem até ao Porto. Não que estivesse à espera que tal peregrinação acontecesse, como é óbvio, mas pelo menos teria respondido às interrogações de muitos a propósito das palavras proferidas nessa data.

Mas quem estava fez a festa. E fez granda festa. Faltou foi mais malta, mas os cerca de 50 que lá deviam estar não só preencheram o espaço como o fizeram mexer. A rapaziada nova lá a brincar com o escadote, o pessoal a moshar e a cantar. Faltaram foi dives das escadas! A banda tocou umas músicas novas do lp que foi gravado (e acabado?) no dia seguinte. Covers de Agnostic Front e de Negative Approach. Discurso corrosivo como se quer, música rápida como manda a lei. Adoro.

A noite ainda era uma criança e depois de aprendermos que "fato de treino e mola" são no-go na noite portuense andámos a girar pela cidade até que voltámos a casa, ao quentinho, aos documentários sobre droga no Nat Geo e a uma playlist mais adequada.

Domingo foi o relax total. Grande hamburguer no Tropical (grande mesmo!) e passeio num jardim muita fixe que deve ser não pareceu muito turístico. Guia local conhece os melhores spots. O sentimento geral foi aquele do "porque é que o fim de semana não dura mais dias??". Começava a fazer-se tarde e havia 300km para fazer. Ficaram as memórias. E já agora, viajem mais, saiam um bocadinho daquele show do mês com as caras e bandas do costume. Fica a dica.

segunda-feira, 13 de janeiro de 2014

Review: Tuga Straight Edge Day @ Parqe, Caldas da Rainha

Estamos vivos! Rastejámos do buraco para apanhar um bocado de chuva e frio, graças ao Bruno que foi a um concerto e decidiu escrever uma review. Um tipo porreiro.

Estou de férias!

Acabado de chegar de Lisboa depois de despachar o que tinha de ser despachado da faculdade, fui ter ao Parqe um bocado antes da hora do concerto, pois supostamente a malta de Awake tinha chegado tão cedo que ainda não lá estava ninguém.

Assim que lá cheguei vi que já tinha chegado malta e meti a conversa em dia com a malta das Caldas que não via já à algum tempo. Enquanto isso, começaram a surgir caras provenientes de todos os lugares e mais alguns. Algumas novas, outras que já sabem o que é que a casa gasta e sabem que não se pode perder um concerto nas Caldas. Segundo o Tofu estavam lá entre 50 a 60 pessoas. Se é verdade que já houve concertos nas Caldas com mais pessoas, também é verdade que as que lá estavam serviram bem para fazer a festa.

GAEA - aka GAEArreiro difunde através do hip hop uma mensagem preocupada e activa sobre veganismo e straight edge. Antes de meter o instrumental seguinte no Windows Media Player (classic!) dava sempre uma palavrinha ao público, quer para introduzir a próxima faixa, quer para alertar sobre as temáticas acima referidas. Bom flow, não sei porquê o volume de um dos beats estava bem mais baixo que todos os outros. Para quem não sabe, o GAEA é responsável pela Brave Distro e tem pra venda toneladas de cenas. Mandei vir umas quantas zines uma vez e não me desiludiu nada. Procurem!!

xVENENOx – Depois de cuspir umas linhas, o GAEA sentou-se na bateria para cuspir Veneno. Com veneno para dar e vender, todas as cantigas em português, a banda deu um concerto bem foda. Cover da Inferno de X-Acto. Todas as outras originais e tocadas como deve ser, rápido e cru. O Luz de Awake safou o baixo neste concerto e não deixou que o concerto piorasse um bocadinho que fosse. No final do concerto ameçaram com a Firestorm de Earth Crisis mas acabou por não acontecer – e com isto meia dúzia de risos no público. Arrastão em Lisboa promete correr com nazis e traficantes de droga - música mais genial de 2013.

Clean Break – Concerto da noite! Sigo com prazer a banda desde que esta começou (não é como se houvesse muito para seguir) e infelizmente nunca a tinha a visto ao vivo (não que tivessem havido muitas oportunidades para ver..). Anyway, se a banda toca pouco dá mais que razões para esperar para vê-los. Foda-se, começam-me o concerto com a Intro/Invasion de RJ? Epá.. Não há condições. As músicas da demo são boas que doem, mas sou suspeito para falar pois é exactamente o tipo de som que eu prefiro. Dois covers. Straight Edge de Minor Threat só para que a malta não se esquecesse da temática do concerto e Without Words de Stop and Think - o meu momento preferido da noite. Melhor cover, melhor banda. Entre músicas houve espaço para dicas que não podiam calhar melhor, como dizem os Better Than a Thousand:

Tomorrow's dream may never come and sure it's good to have some.
But instead of all this dreaming well why not just live today.


O passado foi de cona, o futuro ninguém adivinha. Não gostam tornem melhor ou saltem fora! 10/10

Awake – A banda de Hardcore com mais cabeça de Portugal actualmente, algo que claramente se reflecte nas músicas. A banda tem malta que realmente admiro, dos poucos que ainda se esforçam por se compreenderem e por compreenderem o que os rodeia. Dos poucos com quem sei que posso ter uma conversa decente. Dos poucos que sabem que a palavra HARDCORE está INDISSOCIAVELMENTE ligada à palavra PUNK. A minha faixa preferida continua a ser a nova, a das bicicletas bike punx go! Sempre a abrir. Só ganhava se falasse de skates, mas oh! ninguém é perfeito. Tocaram todas as músicas da demo e três covers: Slow Down de YOT (título curioso tendo em conta que antes disso tinham tocado a faixa mais a abrir de todo o reportório), a Best Times de Chain Of Strenght e a Focus on the Light de TRUE COLORS! (obrigado!). A malta pediu encore e presentearam-nos com a repetição dos covers de TC (com a formação toda trocada) e de COS. Pinela, devias começar um projecto como vocalista.

Foi isto. Estou farto de escrever. Um obrigado à Dirty Crown, cada vez melhor, ao Nando por me ter feito rir com a sua farta cabeleira loira, à quantidade de merch que estava disponível para compra – demos, zines, t-shirts, tóliclantes com mensagens importantes.

Para ter sido perfeito só faltava Just Say No ter tocado também, mas ao ter estado com o Fábio percebi a cena - ter um clube de fangirls ocupa mais tempo do eu alguma vez imaginaria!! Ahaha. E faltou também o Titi, o falso tropa. Ando eu a escrever-te reviews quando podias ter vindo e ter feito a tua. Não ficaria tão bom, mas que se lixe.

Review por Bruno Baptista.