terça-feira, 22 de dezembro de 2015

Review: BANE + Backtrack + SHAPE @ RCA


O mês de dezembro trouxe duas prendas antecipadas: concertos! Motivo para recuperar aquela combinação perfeita, pizza e hardcore. Pit stop no Mr. Pizza para encher o bandulho com viagem rápida até ao café dos bombeiros para ver um bocado do Sporting.

Pouco depois da hora marcada partimos para o RCA, tendo chegado já com o set de SHAPE a meio. Vi umas três músicas pelo que seria injusto dar grande feedback.
Reencontro com aqueles amigos que só vês nestas ocasiões, sempre aquela felicidade estampada no rosto. E o calção em dezembro? Só para os mais cruciais, claro!
Não apanhei os Backtrack no início deste ano com Madball pelo que a ordem de comparação ia para o longínquo ano de 2011, quando tocaram em Cacilhas, na altura apenas com a demo e o primeiro EP na bagagem, bem antes de serem uma banda “grande”. A expectativa ainda assim não era a maior do mundo, mas contava com mais que meia dúzia de gatos pingados a conhecer a banda - esperava bom show com a miudagem mais nova craze.

Se o Darker Half os fez dar o salto em termos de audiência, o Lost In Life acabou por ser mais do mesmo. Acaba por ser normal, numa banda que vai acumulando uns anos no curriculum, naquele processo mais ou menos normal na cena hardcore. Se inovas é porque “fritas”, se é mais do mesmo é porque é sempre igual…

A banda agora tem uma rodagem como poucas e isso é óbvio ao vivo, mas depois de quatro ou cinco malhas torna-se um bocado chato, especialmente quando o público está mais sossegado do que seria suposto. Se há festa o sentimento é outro. Ah, e para minha infelicidade não tocaram a Deal With The Devil, pelo que faço cara feia à escolha da setlist.

Ainda assim, tudo certo. O concerto foi fixe, mexido o suficiente para meter a Márcia no estaleiro e mais longo do que os 20 minutos a abrir para Madball que deixaram muitos aborrecidos na anterior passagem da banda por cá, mas tinha havido um stress qualquer e eles pareciam estar meio aziados (tal como os Bane, mas não sei se pela mesma razão).

O Vitalo tinha um tshirt de Turning Point que alguém tentou comprar-lhe no final do show, sendo que ele declinou, dizendo que tinha largado cento e muitos dólares para a comprar a um amigo. 2015 parece que foi ano de revival de TP, mas parece que estou atrasado para a festa. Se bem que o mais certo é mesmo ficar à porta, os meus hypes são outros.
Os Bane regressavam a Portugal para se despedir. Parece que é desta que vão acabar, depois de já o terem anunciado não sei quantas vezes. 20 anos de banda é dose! Se ainda pensei em casa cheia para esta despedida, rapidamente conclui o contrário. Se foi pela época natalícia, se pelo preço ou pelo show da semana seguinte, o que é certo é que o RCA estava a pouco mais de meio gás.
A maluquice do concerto de 2012 não se repetiu com a mesma intensidade, e nunca é bom teres um vocalista a dizer que queriam vir a Portugal novamente porque tinham dado um concerto que lhes ficou gravado na memória, e desta vez havia buraco no pit e os tais dives ficaram em casa. Felizmente a meio caminho as coisas mudaram, e houve lugar a um bom concerto de hardcore.

Confesso que não sou o maior seguidor da discografia da banda, mas tocaram aquelas malhas incontornáveis quase todas e deram um showzaço. Havia uma rapaziada alemã que os andava a acompanhar pela Europa nesta última tour, sendo que uma das garotas fez anos. Houve Happy Birthday To You, com balões e confettis. Boa festa de aniversário.

Dêem uma olhada nas fotos e videos, vão ter pena de não terem lá estado, for sure. Todos os que lá estiveram também certamente teriam apreciado que mais malta lá tivesse estado. Um boa despedida, ainda que continue a achar que a banda não vai ficar quieta assim tanto tempo...
Como remate final, vou voltar a bater no ceguinho: alguém se esqueceu de avisar que as grades não são impedimento de stage dives. Quem quer faz, por isso só posso deduzir que não se quis assim tanto. Ou então não se sabe. Este concerto fez-me pensar se o stage dive não seria uma arte perdida por estes lados. Sempre pensei em Bane como sendo, a par de Terror, uma máquina geradora de stage dives (sendo que o Aaron não os pede com tanta frequência como o Scott), pelo que esperava por mais tráfego aéreo do que se veio a verificar.

Felizmente a semana seguinte serviu para me provar exatamente o contrário....

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