quinta-feira, 19 de março de 2015

Review: Danny Trejo + The Skrotes + Selfish + IAGM @ Parqe, Caldas da Rainha




Finalmente uma noite de shows nas Caldas em que podia ir ver tudo descansado. Tendo em conta que ia ter o último show de Skrotes, estava com vontade de ver como tudo ia correr. Além disso era o terceiro concerto que a Laranjeira estava a marcar, e queria ver se tudo corria bem!
Primeiro fui comer granda hamburguer veg para ganhar energias, depois lá segui com a Pipsy para o Parqe. Chegámos pelas 21h20, já estava algum pessoal à porta, mas literalmente só meia dúzia das Caldas. Óbvio que é sempre fixe chegar mais cedo, ver pessoal que não é habitual ver-se diariamente e meter conversa em dia. Era para começar tudo pelas 21h45, começou uns 5 min depois, por isso tá-se bem e é de louvar a pontualidade.

A primeira banda começou, mas não me vou alongar muito, parece que tava lá pessoal a curtir. A seguir veio I Am A Ghost Of Mars, só bateria e guitarra. Curto do som deles apesar de às vezes soar um pouco confuso para alguns, penso que por eles misturarem muitos estilos, mas eu curti, once again. Alguns problemas na guitarra, que podia estar mais alta, mas curto ver a energia deles e como tocam tudo, vê-se gosto em fazê-lo.
Dia 19 de Abril Selfish tocam nas Caldas no Dirty Crown Fest, e é daquelas bandas que já tinha ouvido falar bué bem, curtia do som deles em estúdio, mas que ainda não tinha ouvido ao vivo e estava curioso. Apesar de uma ou duas quedas do micro e os 20 seg de stress na guitarra, deram grande show. Acho que já faltava uma banda de punk como o que eles tocam em Portugal, e eles fazem-no bem. O baixista toca bué!

A seguir o motivo que realmente me fez ir ao show. Pela terceira e última vez nas Caldas, The Skrotes. É daquelas bandas que gosto tanto do som, como de qualquer um dos da banda. É uma pena acabarem, mas cada um sabe de si. Deram um show mesmo muito bom, com poucas paragens, a incentivarem ao circle pit, com voos do balcão do bar, sing along, sorrisos e muitas dores no corpo no final do concerto, mas que valeram em muito a pena.
Para acabar a noite, e mais de meia hora depois de Skrotes, vêm os Italianos Danny Trejo. Os Danny Trejo tocaram sem o vocalista que estava doente, tendo então o baixista a cargo da voz, com um dos guitarristas no baixo. E o vocalista esteve certinho e com uma presença brutal! Ainda conseguiram meter grande parte da sala a mexer praticamente todo o show, foi bom!
Pena só algumas pausas grandes entre bandas, mas acabou à 1h, ou seja, às horas que estava previsto. Pena também que dos 52 pagantes (é Caldas, um show com 52 pagantes é bué bom!) não creio que tenham estado muitos mais da própria cidade. Bom cartaz, bom preço, foi mais uma boa noite para o CRHC, para a Laranjeira e em breve há mais.

Review por Edgar de Barros (Challenge/Dirty Crown Bookings, CRHC HOF).

quinta-feira, 5 de março de 2015

Cinco Às Quintas: Harm Done

Às quinta-feiras, contem com uma pequena entrevista com cinco questões a uma banda. Ou a alguém fixe o suficiente para aparecer aqui.

Esta semana, e ao fim de mil anos, nova entrevista, desta feita com os franceses Harm Done. Fiquem com as respostas do vocalista, o Alexis.



Conta-nos como é que os Harm Done começaram. Sei que alguns de vocês já tocavam juntos em Raw Justice. Porquê começar uma cena nova?

Na verdade tudo começou por brincadeira. Durante a primeira tour de Raw Justice no verão de 2013 fomos dormir/chillar para casa de um gajo depois de um show na Belgica. Ele mostrou-nos alguns discos e falou-nos de uma banda de Powerviolence chamada Sex Prisoner que nenhum de nós na altura conhecia e ficamos logo excitados da maneira como aquilo soava fixe. Então umas semanas depois da tour acabar eu e mais uns amigos, incluindo o baixista de Raw Justice, estávamos a ouvir novamente aquele disco de Sex Prisoner e olhamos uns para os outros e dissemos “bora fazer uma banda nesta onda”. Ligamos a dois amigos e passado uma hora tínhamos o line up pronto para começar a ensaiar. Sim, eu e o baixista tocávamos em Raw Justice (digo tocávamos porque a banda vai acabar. Vamos tocar o último show em Junho). Acho que naquela altura os dois guitarristas de RJ foram morar para Paris que fica a 4 horas de distância da nossa cidade. Nós raramente ensaiávamos por isso tínhamos a vontade de começar uma banda nova que pudesse ensaiar todas as semanas e também ao mesmo tempo queríamos tocar algo mais pesado, mais metálico.

Fico triste com essas noticias sobre RJ. Isso quer dizer que agora os Harm Done são a tua banda principal? O que é que editaram até agora e como tem sido o feedback que têm recebido?

Ya, é triste em relação aos RJ mas todos temos outras bandas e a distancia também não ajuda. Os Harm Done agora vão ser a minha banda principal. Até agora editamos um EP ao qual tivemos uma resposta super positiva, o pessoal de toda a França, Europa e até América parece que gostam. As 500 copias do EP estão quase esgotadas e já estamos a pensar fazer uma repress. Neste momento estamos a trabalhar no primeiro LP que deve estar pronto antes do final do ano. Já temos dois terços das malhas. Por fim devemos gravar uma promo tape para a nossa tour com 3 malhas que depois vão estar no LP mais duas covers.


É bom ver que se mantêm ocupados. Fala-me das letras de Harm done. Sentes que há uma diferença entre escrever letras para HD do que para RJ?

Sim, desde o inicio em que estava ao mesmo tempo em Harm Done e RJ senti que era diferente. Para começar as malhas de Harm Done são mais curtas, por isso tenho que resumir o conteúdo em poucos versos. As letras de RJ eram na minha opinião mais “clássicas”. Falavam de problemas sócias, Straight Edge (mesmo sendo eu o único membro sxe na banda) e cenas assim. As letras em Harm Done são mais pessoais, mais introspectivas. A maioria das malhas fala sobre desilusões amorosas e corações partidos. Na realidade somos uma banda que está sempre a falar de amor! Acho que senti que podia falar dessas coisas mais facilmente que em RJ porque a música é mais violenta. Pode parecer estranho mas é o que senti. Temos uma malha sobre anti-especicismo e mais uma vez sou o único Vegan na banda, mas o resto do pessoal não se importa que fale sobre isso. O resto fala como lido com a vida no geral, todas as questões que faço a mim próprio todos os dias em busca de respostas. Mesmo que as letras falem sobre a minha vida tento sempre escreve-las de modo a que toda a gente se consiga identificar com eles quando as estão a ler.

Como descreves a tua cena local? Podes falar-nos um pouco mais sobre ela? A ideia que eu tenho é que a cena em França sempre foi um pouco diferente do resto dos sítios, o pessoal sempre me curtir mais as bandas mais pesadas e mais tough guy e também sempre me pareceu que a cena screamo/alternativa ou como lhe queiras chamar era muito grande aí.

Para começar o Youth Crew nunca foi, é ou irá ser um hype em França. O que é uma pena. Tens razão, a maioria dos “frenchies” parece estar preso ao mau metal/hardcore dos anos 90 (sendo a influência numero 1 os All Out War e um grande número de bandas beatdown merdosas. Há algumas bandas novas fixes aqui e ali como por exemplo em Paris. Sobre a cena emo/screamo/indie parece que temos uma cena boa desde os anos 90, mas nunca liguei muito assim por isso não posso falar sobre ela. Mas sim, para confirmar aquilo que te disse, notei uma grande diferença entre os shows de RJ e Harm Done. Parece que as pessoas gostam muito mais de Harm Done por ser mais pesado e ter aqueles breakdown ignorantes. Invejo a cena no UK, eles têm as melhores bandas e os melhores shows na Europa neste momento.


OK, para acabar conta-nos quais os planos que têm para os Harm Done e onde é que podemos encontrar os vossos discos. Esse tipo de coisas.

Vamos fazer uma Tour Europeia de 2 semanas em Maio e iremos tocar em França, Belgica, Alemanha e Suécia. Depois lá para o verão devemos entrar em estúdio para gravar o nosso primeiro LP com o gajo que gravou o último EP de Raw Justice. Já estamos a pensar na próxima tour Europeia e gostávamos e ir à Alemanha do leste e à Polónia, Espanha, Portugal, Itália também seria muito fixe. O próximo passo será uma na América em 2016 que é algo que sempre gostava de ter feito com RJ mas nunca chegou a acontecer. Queremos tocar o maior número de shows que conseguirmos. A maneira mais fácil de adquirir os lançamentos de Harm done é através da loja da Straight & Alert (straightandalert.com). Também podem comprar o nosso primeiro EP na loja da Revelation Records nos USA, bem como noutras distros fixes espalhadas pela Europa.

*Bonus playlist*
Blacklisted - When People Grow, People Go
Xibalba - Hasta La Muerte
True Colors - Rush Of Hope
Shrapnel - Frenzied State
Mindset - Leave No Doubt 

Entrevista feita por David Rosado, aka Crucial Dave.

terça-feira, 3 de março de 2015

Review: Madball + Strife + Rise of the Northstar @ Rep. da Música, Lisboa


Para os mais desatentos, no passado dia 26 de Feveiro a Rebellion Tour passou por Lisboa, nomeadamente em Alvalade.

E para aquecer esta gelada quinta-feira, a HellXis trouxe-nos um rol de excelentes bandas: os nossos PUSH e Reality Slap, Backtrack, Rise of the Northstar, Strife and last but not least, os Madball.

A sala escolhida para as hostilidades foi a República da Música, nossa conhecida do costume.

Tratando-se de um dia de semana, só pude ir para o concerto após o meu turno de trabalho e para o meu espanto, já ia Backtrack a meio quando lá cheguei. Tendo chegado ao local de concertos cerca de 30/45 minutos após a hora de início, esperava ter chegado pelo menos a meio de Reality Slap para poder distribuir uma chapadinha ou outra mas infelizmente já não deu, o que me fez concluir que para além de ter começado a horas – o que já começa a ser costume (yay) - as bandas de abertura tiveram de dar um concerto relâmpago.

Acabei por ir ter com pessoal e entrei durante o intervalo onde, para meu espanto novamente, a casa estava à pinha. Quase tão cheia como os metros em Pequim, só que com uma concentração de fumo gigante por metro² (sempre me questionei o porquê de não abrirem o espaço lá em cima para os fumadores, já que já se fez o mesmo anteriormente).

Mas questões existenciais à parte, sim, havia muito mais gente do que um concerto de hardcore “normal”. A sala estava ocupada por inteiro, pessoas da velha guarda, da nova guarda, do norte, do sul, do centro, de fora. Tudo e todos foram dar à República da Música numa quinta-feira à noite, o que é realmente de louvar a meu ver.

É com muita pena minha perdi as três primeiras bandas, mas com ainda mais pena minha, tive de assistir ao concerto inteiro de Rise of the Northstar. Sei que têm uma base de fãs sólida, mas esta é uma banda que eu pura e simplesmente não consigo engolir. Acho que a frase que define esta banda é “Paleta over Substance”. Esta banda de cinco elementos com uma imagem inspirada no mundo oriental consegue, na minha opinião de noob, interpretar bem o seu repertório, dar um show sólido e ainda assim serem terríveis, repetitivos e super entediantes. But that’s just me (or is it?).

Depois de cerca de 20 minutos de tortura auditiva, veio a banda que para mim ganhou a taça da noite, os Strife. Não sou muito conhecedora do trabalho desta banda straight edge da Califórnia, mas deram um concerto cheio de poder e sem manias que acolheu bem o público e os mesmos foram bem recebidos de volta. Já os tinha visto cá em Lisboa uma vez há relativamente pouco tempo e não esperava outra coisa deles. A ver se da próxima vez já os tenho melhor entrosados no ouvido para curtir o show deles a sério!

Por último, depois de uma espera algo longa (em que pelo menos deu para ouvir alguns clássicos de hip-hop), chegaram os reis de Nova Iorque, os Madball. Liderados pelo Freddy Cricien aka Freddy Madball, começaram o seu concerto com os clássicos do costume que fizeram cabeças rolar (incluindo eu que fui arremessada para a estratosfera sem aviso prévio). Assim que começaram a entrar as músicas do seu mais recente trabalho “Hardcore Lives”, deu para entender que este está realmente vivo mas as novas músicas não conseguiram ressuscitar o público que estava mais para lá do que para cá. Nesta altura um Freddy meio desmotivado achou então por bem promover o seu mais recente disco já que quase ninguém conhecia as novas músicas. Mas volta e meia via-se que ganhava um novo alento quando o nosso público fazia a ladaínha do costume de cantarolar os riffs. Para terminar, tocou-se a Pride juntamente com o Poli de Devil In Me, assim very fast e a noite ficou por aí, sem haver direito a encore.

Depois pisguei-me dali para fora muito rápido que o dia seguinte era de trabalho/faculdade e a Rebellion Tour seguiu o seu caminho. Mais uma noite de hardcore, não durmam na parada.


Review por Márcia Santos (L$, vocalista de Same Old Chords)

Caso haja rapaziada que tenha visto os shows todos e queira escrever umas palavras, hit me up!!