sexta-feira, 28 de outubro de 2016

Review: Chiller Than Most #4

CTM #4. Colecção de André Santos.

Chiller Than Most #4 e a reclamação do trono.

A morte da Hashtag Hardcore Fanzine com o último número versão de bolso (talk about going out in style!) deixou vago o título de melhor fanzine europeia da atualidade. Digo europeia porque os portes para envios transatlânticos tornam impeditivo o acesso a todo um mundo de fanzines editadas principalmente nos Estados Unidos.

Mas não é novidade nenhuma que as coisas no velho continente vão mexendo, quase sempre com qualidade em vez de quantidade, e a Chiller Than Most Fanzine tem, a cada número, não só melhorado o conteúdo como cimentado o seu lugar como uma das mais fanzines mais consistentes.

E o novíssimo número 4 (que na verdade é o quinto, existindo um número 3.5 dedicado aos GIVE) vem, a meu ver, dar o passo definitivo para a tornar “A referência” não só por se manter fiel ao estilo old school, como à pesquisa e foco dado a um tema e uma época que marcaram uma geração do hardcore nova iorquino, com o óbvio impacto em gerações futuras e em cenas por todo o mundo.
Falo das múltiplas páginas dedicadas ao programa Crucial Chaos da WNYU, com entrevista à DJ Spermicide, apresentadora/entrevistadora de serviço, bem como as questões rápidas a membros de grande parte das bandas que lá marcaram presença sobre a sua experiência e importância do programa radiofónico.

Isto é ouro para qualquer apaixonado pela cena nova iorquina do final dos anos 80 e de todas as bandas que definiram o rótulo “NYHC”, e vem aguçar o apetite por saber mais, num vazio que espero que livros como o do Harley e do Tony Rettman ou os documentários que tardam em ser concluídos venham preencher.

Porque a zine não se esgota aqui ainda há possibilidade de conhecer melhor os Might, Combatant, os húngaros Touch e os meus favoritos The Flex, com análise de background a todas as tapes Flexual Healing. Para além das entrevistas há ainda uma dissecação aos BOLD.

O estilo é o clássico corta e cola, sem ajudas de Photoshops e afim. Tesoura, cola batom e imaginação. Montagens com pinta e muito conteúdo espalhado por 36 páginas.

Ainda há espaço para as fanzines de todos os géneros e feitios na cena atual. O hardcore não se esgota no Bandcamp e no Youtube. The more you know…

Para os interessados tenho cópias para vender.

(Mind Control #2 nas ruas em 201X! LOL)

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