segunda-feira, 30 de junho de 2014

Review: Nasty World + Linebacker + Os Lavadinhos + IATGOM + Gaea @ Parqe, Caldas da Rainha


Dia 28 de junho estava marcado na minha agenda há muitos meses. Se não fosse um gajo burro estaria em Londres a sentir a nova vaga do Boston Hardcore. The Boston Strangler, Waste Management e Peacebreakers com o bónus adicional de umas bandas boas inglesas a abrir. Claro que, tal como referi em cima, sou burro e não marquei voo pelo que fiquei com o bilhete para o show na mão e verti aquela lágrima por ter ficado em terra.

Mas como tinha de arranjar um substituto para alimentar o vício, concerto nas Caldas certamente serviria para aliviar a minha dor. Oportunidade de finalmente ver Linebacker, ver Os Lavadinhos (a nova banda sensação que vai arrasar este Verão) e ainda rever Nasty World e Gaea.

Para variar alguma confusão para encher o carro, mas graças a Deus (ao Diabo, e ao resto da pandilha) o Fausto viu o meu post e ainda safámos outro ocupante naqueles grupos do Facebook das boleias. Eu e o Bruno "Sem Abrigo" Baptista já tínhamos companhia.

Antes de sair, só pegar aquele cd original do Sam The Kid e do Chullage e meter a rodar no carro. Nem foi preciso ir ao booklet, um gajo ainda sabe as letras de cor. Coitado é do Fausto e da garota de Loures (a nossa nova amiga) que foram a gramar com aquilo nos cerca de quarenta minutos de viagem. Da próxima não me esqueço da Mayara, está prometido.

Pit stop na residência para deixar a moça e chillar logo ali ao lado no skatepark que o garoto estava em pulgas. Conhecer as personagens caldenses (mega props pro puto da bmx que tem 12 anos mas que "fode todas"), pegar um sumo no Pingo e aguardar que a malta de Lisboa chegasse que ainda era cedinho. Reencontro umas horitas depois, uma malta foi jantar a casa do Amador, outra às pizzas, eu ao Ali Baba. O David encontrou-me sozinho na fila e convidou-me para me juntar a ele a jantar. Aquela hospitalidade.

Bom, mas adiante que eu divago sempre mil.

Gaea foi bom. O pc não quis ajudar ali no início mas no big deal. Tal como o Miguel disse, são letras de hardcore mas com um beat de hip-hop por trás. Assuntos sérios falados sem cansar, boa adição ao cartaz.

A seguir tocaram os I Am A Ghost Of Mars. Era uma coisa meio stoner, meio psicadélica. Eu como gosto daquela música burra e mal tocada não sei se é bom ou não, mas os miúdos eram (bem) novos e tinham feeling.

A casa estava pouca cheia. Pena. A seguir tocaram Os Lavadinhos. A nova banda revelação caldense. Broncaria todo o dia. Pontapé na cona e murro na pinha. Não entro em pormenores, deixo isso para quando os virem em concerto. Mas acreditem que tem muito swag.

Linebacker é uma banda que até agora me tinha escapado. E Linebacker são uma banda que tocam aquele som que eu gosto, por isso não me arrependo um pingo de ter feito aqueles quilómetros todos principalmente para os ver. E é uma banda que conta com o Tofu a cantar! Com um guitarrista a menos, o Flávio chegou e sobrou. Aquela onda de Boston de meados dos anos 2000, Righteous Jams, etc e tal...ahhh, até me sai uma pinguinha. Cover de Dumptruck pelo meio e ainda aquela meia cover de Project Salty a fechar. Mais uma vez, pena a pouca malta (e o adiantar da hora), a malta esteve sossegada, mas não deixou de me abrir o apetite para futuras apresentações.

A fechar, Nasty World. A última vez que os vi foi numa loja de um centro comercial. Água a escorrer das paredes, malta a acotovelar-se para conseguir entrar ou sair de lá de dentro para além das dezenas cá fora a ver um vidro embaciado. Desta vez o nivel de maluquice foi bastante inferior, mas a banda tem um som próprio e algo diferente daquele que por cá se vai fazendo. O Amador está feito um animal de palco, com uns moves marados e sempre pra trás e pra frente.

Já era uma da matina e havia que voltar para Lisboa, já a dois. Eu e o Fausto lá partimos pela A8 fora numa viagem que passou a voar, com conversas bem interessantes e importantes para o bem da nossa saúde mental e vivência hardcoriana. Esta semana há concerto em Lisboa daqueles a não perder. Lançamento da nova zine da Juicy? Com StepBack!? Com Linebacker? E ainda The Skrotes? És tolo moço.

segunda-feira, 9 de junho de 2014

Review: Get Slapped Fest 2014 @ Associação Joaquim Xavier Pinheiro, Lisboa


Domingo à tarde. Sol. Hora de meter o calção e a t-shirt e seguir para o Campo Grande. Se em 2011 tinha sido bom, esta segunda edição prometia uma tarde igualmente bem passada. Sem Devil In Me não se esperava uma enchente tão grande de pre-teens como nessa altura, mas foi uma boa surpresa ver uma casa tão bem composta e com tanta rapaziada nova. Assim dá gosto. A Academia não tem propriamente o melhor som do mundo, mas com um PA como o de ontem deu para tornar o som que saía das colunas algo audível.

Os Awake abriram a tarde já com uma horinha de atraso. A ultimar a tour europeia que vão fazer com Just Say No no início de julho tocaram para uma casa ainda não muito composta, já com umas malhas novas na bagagem do ep que ao que tudo indica estará pronto a tempo de os acompanhar nessa viagem. Youth crew rápido com covers de Youth of Today (Slow Down) e Time-X (Straight Edge In Your Face!) numa clara alusão às principais referências musicais.

Terminado o set visitinha dos amigos da farda azul, felizmente sem grandes consequências porque bazaram e não voltaram a dar sinal de vida. A malta ali do prédio do lado não deve achar grande piada ao barulho e trepidação, mas queixarem-se à polícia às cinco da tarde de barulho é mesmo coisa de desocupado.

Já andava para ver Push! à uns tempos. Depois do que vi ontem tenho a certeza que os vou ver a preencher cartazes mais vezes. O som é um mix do que bate lá fora (Backtrack, Cruel Hand, por aí…) e com isso consegue chegar a mais público. Nota-se que há ali muito trabalho por trás, quer a nível técnico como estético. É malta com vontade de elevar o patamar em que estão a trabalhar. Sempre a puxar pelo público, com uns saltinhos coreografados de vez em quando e uma presença como há poucas. Mil caras novas no show, muitas delas lá à frente a cantar, dá sempre aquele gostinho extra especial.

Não sei se foi o primeiro show de SHAPE com o novo baixista e assim sendo o regresso da banda ao fim de algum tempo “mais sossegados” ou se simplesmente eu é que tenho andado a dormir e sem ir a concertos (aposto na opção dois), mas as espectativas foram correspondidas e a casa abanou. Das bandas com mais feeling que temos em Portugal e das que mais sorrisos na cara nos metem. E talvez mais importante ainda, daquelas que ainda nos dizem algo entre músicas e que nos metem a pensar nessas mesmas palavras. Há músicas que já são sinónimo de momentos Kodak, e a Vampires, a Life’s Hard e a Rotten Inside são perfeitos exemplos disso mesmo. Stage dives, pé-de-ladrão dives, confusão. E para que queres um microfone quando tens metade da sala a cantar a música toda? Os miúdos que estavam ao meu lado comentaram um para o outro no final do concerto algo como “nunca os tinha visto, foi um granda abuso”. Certamente terão causado boa impressão nos restantes novatos que lá andavam.

Para fechar, Reality Slap. No outro dia tinha-os visto no Cais do Sodré mas comparado com o concerto de ontem, este deu dez a zero. E o outro tinha sido bom. Pregos e problemas iniciais à parte, o concerto passou a voar. E voar foi uma atividade muito repetida durante aqueles minutos, com o tráfego aéreo bastante congestionado. Não há grande coisa a acrescentar, se não estavas lá é caso para dizer estudásses (mais cedo, ou depois, caso andes em exames).

Props para os queques e muffins do Pinela, para toda a malta envolvida na organização e a todos os que trocaram o Outjazz pelo Outcore.

Terminar o dia com duas pizzas gigantes à conversa com amigos foi a cereja no topo do bolo.