quarta-feira, 28 de fevereiro de 2018

Review: Turnstile - Time & Space (2018)

 
Serão os Turnstile a banda mais hypada da atualidade? Muito provavelmente sim. Não falo (só) da publicidade que o David faz no Nós Contra Eles (social influencers são assim), mas em termos gerais, e de há uns anos para cá, são possivelmente A banda da moda. Como em tudo na vida ou gostas, ou não gostas, ou até crias aquele ódiozinho de estimação. E sendo uma banda que cai no rótulo de "hype band", mais facilmente se extremam posições.
 
Quando a banda apareceu como side project do Brendan de Turnstile agarrei a onda e os dois primeiros ep's foram aqui bem recebidos, até que sai o Non Stop Feeling e vê-se já a banda a seguir um caminho diferente, sendo que acabou por ser esse mesmo disco a catapultá-los para outro nível de notoriedade e audiência.

Em 2016 saiu novo ep pela Pop Wig já com essa sonoridade bem vincada, e a verdade é que não prestei muita atenção. Levou aquela audição da praxe e foi para a prateleira digital.

Ora o ano passado surgiu a notícia que tinham assinado pela Roadrunner e que havia novo disco na calha. Com uma máquina de marketing diferente começaram a surgir singles, singles com vídeo e armou-se aquela expectativa de que estaria aí uma coisa especial. Especial mas naquele caminho mais experimental que o Non Stop Feeling anunciou e o Move Thru Me confirmou.

Bom, com essa ideia pré concebida de que deveria estar "uma fritaria" (algo que sei que faço várias vezes), dei uma chance ao disco. O David fartou-se de falar no disco e ele estava só a aparecer nas sugestões do Youtube, pelo que teve de ser...

São notórias as diferentes influências em todo o disco, com malhas a cheirar a Bad Brains, outras a rockalhada dos anos 90 e até a algo mais post-punk, sempre com aquela identidade que a banda nos veio a habituar como pano de fundo. A verdade é que conseguiram condensar toda esta diversidade num disco de 26 minutos dividido por 13 faixas.

Continua a ser um disco de hardcore, mas um que foge dos clichés e do mesmo som que é feito há trinta anos. Hey, e vocês sabem qual é o "meu" hardcore...
 
A verdade é que gostei bastante e sou obrigado a meter isto numa short list para os melhores discos do ano. A verdade é que já o ouvi várias vezes de início ao fim e começo a pensar se não será o melhor disco que já fizeram. Se vai ser um disco que irá passar o maior teste de todos, o do tempo, é uma questão que fica no ar, mas acredito que o possa ser, quer pela coragem quer pela originalidade.

sexta-feira, 23 de fevereiro de 2018

Nós Contra Eles no Spotify #26


Esta é uma semana onde não encontrei assim tantas novidades, sendo que teria de repetir algumas bandas das últimas semanas. Por isso, decidi recuar um pouco mais no calendário e ir buscar malhas de bandas que editaram o disco respectivo no ano passado, mas antes de ter começado a playlist. Vamos a isso.

Combust - Combust - O Alexis da Straight & Alert anda sempre em busca de bandas novas e uma das que encontrou foram estes Combust de NYC. Se não vos dissesse que eram de NYC acho que adivinhavam na mesma e provavelmente diziam-me que isto era uma demo perdida gravada pelo Don Fury no final de 80/inicio dos 90. Tem todos os ingredientes para dar certo, groove, sujidade qb, capa com um desenho xungoso e aquele vibe Breakdown tão apreciado por muitos de nós. Espero que a banda não acabe daqui a uns meses. Podem fazer o pre-order aqui.

Satanic Surfers - The Usurper - Os Satanic Surfers foram uma das primeiras bandas Punk Rock da Suécia que ouvi. Já não me recordo bem, mas tenho ideia de ter ouvido primeiro que No Fun At All e Millencolin (o trio Odemira do Punk Rock da Suécia?!). Mas uma coisa que sempre me fez bué confusão era o vocalista ser o baterista. A banda que durou até 2007 se não me engano e que voltou em 2014 anunciou há uns tempos que vai editar um disco novo em 2018 (13/04). Soa a Satanic Surfers da fase mais posterior da banda. Eu por acaso sou mais fã das cenas iniciais e do trio de LPs (Hero Of Our Time, 666 Motor Inn e Going Nowhere Fast), acho que foi a fase em que a banda estava no ponto. As cenas mais recentes fazem-me lembrar um pouco Rise Against. Não é que seja mau, mas devia-me fazer lembrar mais Satanic Surfers.

Discrepancy - Thoughts Are Things - Uma coisa é certa, a Youngblood Records sempre se manteve fiel às suas raízes. E uma coisa que a editora sempre foi boa foi em "descobrir" boas bandas de Youth Crew. Muitas vezes bandas antes de editar um LP a sério por uma editora maior, primeiro lançaram um EP pela Youngblood (Carry On ou Striking Distance por exemplo). Estes Discrepancy são de Orange County e como seria de esperar soam um pouco a Insted. A voz às vezes podia estar um pouco melhor, especialmente nas partes melódicas, mas vejo aqui potencial para melhorar.

The Last Gang - Nobody's Prostitute - De todas as bandas novas da Fat Wreck com uma miúda na voz esta é talvez aquela que mais me parece colada a Distillers. Não que isso seja mau, mas das músicas que ouvi esta parece ser a banda menos "original" de todas. Ou pondo as coisas de outra maneira, parece-me ser a banda que não tem uma característica diferente que a torna diferente das outras. Se calhar tenho que ouvir com mais atenção. O disco novo já saiu. Podem ouvir no Spotify se estiverem para aí virados.

Odd Man Out - Judged / Won't Be Silenced - Diz que os Odd Man Out são do estado de Washington, DC e são uma banda Straight Edge que vai fazer uma tour europeia este verão e que até são capazes de passar pelo sul de Portugal. Mais informações acerca disso em breve. De resto, vale a pena ouvir este veneno cuspido com raiva. Boraaaa!!

American Nightmare - American Death - Acho que vai ser fácil adivinhar que este vai ser um dos meus discos do Top 5 deste ano. Não soa a AN antigo, pois não, estamos em 2018, não em 2002. Sim, o Wes já não berra que nem um desalmado, mas no disco de Give Up The Ghost também não e não deixa de ser um grande disco. O meu único senão em relação a este novo lançamento é que tem só 9 malhas. Acaba por saber a pouco. Mas ainda bem. Até para a semana!

Esta playlist será atualizada às Sextas-feiras, por isso façam Follow no Spotify e fiquem a par das novidades. Os updates na playlist serão acompanhados por um post no blog para vos aguçar o apetite e saberem ao que vão.

sexta-feira, 16 de fevereiro de 2018

Nós Contra Eles no Spotify #25




Semana #25, vamos a isso...

Turnstile - I Don't Wanna Be Blind - Esta é já se não me engano a 4 música nova de Turnstile que eles divulgam do disco novo que sai de hoje a uma semana (23/02). É talvez a menos orelhuda das 4 músicas e a que foge um pouco mais, ou então não. O que é certo é que não é das que entra à primeira. Mas à medida que fui ouvindo mais vezes durante a passada semana, mais fui curtindo. Novos pormenores fui descobrindo e isso para mim é muito bom quando acontece. Tenho a certeza que este vai ser dos meus discos preferidos de 2018.

The Wonder Years - Sister Cities - Os TWY vão editar o disco novo pela Hopeless Records dia 06/04, mas já disponibilizaram o primeiro single. Quantas mais vezes ouço esta música, mais me faz lembrar Alkaline Trio. Tem todas aquelas características de ALK3 clássico, lick de guitarra no inicio, parte de baixo bateria e voz no verso com aquele ritmo do tanana tanana tanana... Quem conhece bem ALK3 vai perceber. E isso é mau? Negativo, a música é boa e entra no ouvido rapidamente. E nesta onda às vezes é o que se quer. Ao vivo a banda é muito boa. Fiquei com pica para ouvir este novo disco.


Blacklisted - Dry Shaving - Parece que no verão passado, duas músicas que ficaram de fora do último disco de Blacklisted por serem demasiado diferentes do resto do disco foram editadas num flexi pela Six Feet Under. Ouvindo esta Dry Shaving sou capaz de perceber porquê. No entanto ainda bem que a colocaram cá fora. Blacklisted merece sempre ser ouvido.

Rapture - Talk Is Cheap - Os Rapture são de Leeds e para os mais distraídos (como é o meu caso) editaram um 7" bastante interessante no ano passado. A cena do UK parece ser neste momento das mais sólidas não só na Europa como a nível mundial quando se fala de Hardcore. Youth Crew hardcore, mas sem ser cliché chato, com uma miúda a cantar que dá ao disco aquele toque extra que faz logo a banda ser mais interessante. Fans de Straight Ahead, Insted e Uniform Choice, ou seja pessoal com mais de 35 vão achar muita piada a isto.

Rolo Tomassi - Aftermath - Tive a oportunidade de conhecer a banda aquando da passagem por cá a fazer o suporte dos While She Sleeps no inicio de 2018 e confesso que fiquei fã. Se eles não fossem todos tão simpáticos e easy going se calhar não prestava tanta atenção à banda, mas a verdade é que acho que ganharam um fã. Os trabalhos iniciais da banda eram muito mais mathcore ou lá como se chama, com riffs nervosos e mudanças de tempo bruscas. Basicamente era uma fritaria. A julgar por este single, estão a entrar por um caminho mais melódico. Pessoalmente gosto. Espero que vocês também.


Game - Game - Querem mais um bom exemplo de como a cena no UK neste momento é das melhores no mundo? Ouçam primeiro Game, depois se vos disser que é a boss da Quality Control a Ola a cantar vocês acreditam?! Eu só me apercebi quando fui investigar mais sobre a banda. Hardcore sujo e cheio de veneno, letras em inglês e em polaco. E com este veneno todo ficamos por aqui. Até pra semana!

Esta playlist será atualizada às Sextas-feiras, por isso façam Follow no Spotify e fiquem a par das novidades. Os updates na playlist serão acompanhados por um post no blog para vos aguçar o apetite e saberem ao que vão.

sexta-feira, 9 de fevereiro de 2018

Nós Contra Eles no Spotify #24



A semana #24 tem um bocadinho menos de Hardcore que o normal, mas estamos preparados para receber os vossos e-mails de protesto, os vossos tweets enraivecidos e coise... Siga! 

Dead To Me - Fear Is The New Bliss - Os Dead To Me são uma das novas bandas de Punk Rock que mais gosto, mas a brincar a brincar já têm mais de 10 anos. E desde o primeiro disco que cada disco novo teve mudanças de line-up o que não ajudou à estabilidade da banda. Parece que o vocalista/baixista "Chicken" sempre teve alguns "substance abuse issues" o que pode explicar alguma coisa. O que é certo é que a banda está de volta para o quarto longa duração e este é o primeiro single. Não é a melhor música deles, mas tem aquele ritmo de bateria mais "dançante" no refrão que lhe é característico. Esta vem com vídeo e tudo. Enjoy! P.S. - Depois de ver o vídeo e ler a letra ainda gosto mais da música. Vêm aí um bom disco!
 

We Were Sharks - Hotel Beds - Nem sei bem por onde começar. Quando me deparei com esta música pela primeira vez durante a semana passada não conhecia nada acerca da banda (não é como se agora soubesse grande coisa) e fiquei surpreendido com uma boa malha Pop Punk. Tudo certo, esta pode ir para a playlist, o Tiago vai adorar, pensei eu. Depois fui pesquisar um pouco e descobri que a banda é da Victory Records. Sim estamos em 2018 e a Victory Records não só ainda existe como edita bandas de Pop Punk. Vi também que a banda tem um vídeo desta música nova e obviamente como bom profissional fui ver para completar a minha pesquisa. Não é que o vídeo seja mau, que não é. Cumpre os objectivos a que se propôs. O que me fez mais confusão é que os membros da banda estão claramente velhos demais para tocar este tipo de som. Não estou a querer soar close minded, mas parecem os irmãos mais velhos dos Neck Deep ou algo do género. Após o choque inicial pensei para comigo, deixa de ser parvo que isto bem que podias ser tu se aquela banda de Punk Rock tivesse ido para a frente ou se Clean Break algum dia gravasse um vídeo. E pronto é isso. O disco sai dia 23.02 e é certo que irei ouvir. Aqui fica mais um vídeo.


Linda Martini - Boca de Sal - Hoje em dia, e o Rafael Madeira que me perdoe, acho que sou capaz de conseguir dizer que até gosto de Linda Martini. Pelo menos as cenas que tenho ouvido têm-me despertado o mínimo interesse. Nunca irá ser a minha banda preferida, mas acho que lhe consigo atribuir o devido valor. Esta música nova parecem duas coladas e também tem vídeo. Aqui vai ele...


Tiny Moving Parts - Applause - Tinha ideia que esta banda era um pouco diferente, mas provavelmente estou a confundir com outra banda. Estes tocam um Pop Punk com guitarras um pouco mais trabalhadas. Já ouvi o disco novo um par de vezes e curti. 

Razorbumps - Make You Bleed - Este disco já saiu há algum tempo pela Pop Wig, a editora dos Turnstile, Angel Du$t, Firewalker, etc e é aquele Post Punk bem freaky. Tem a sua piada.  

Sannyasin - Firewalker - Para mim os Sannyasin são a melhor banda de Hardcore portuguesa de sempre a par de X-Acto. Finalmente com a discografia disponível no Spotify. De ouvir no repeat vezes sem conta. Até prá semana! 

Esta playlist será atualizada às Sextas-feiras, por isso façam Follow no Spotify e fiquem a par das novidades. Os updates na playlist serão acompanhados por um post no blog para vos aguçar o apetite e saberem ao que vão.

sexta-feira, 2 de fevereiro de 2018

Nós Contra Eles no Spotify #23




A primeira actualização de Fevereiro já chegou em modo Montanha Russa, uma malha a rasgar, uma malha fofinha... uma malha a rasgar... já sabem como é né?

Primal Rite - Antivenom - A Revelation de vez em quando ainda põe cá fora uns discos. Este é o primeiro de 2018. Primal Rite são de S. Francisco, USA e tocam aquele hardcore sujo, meio crossover, sendo mais Hardcore que muitas que tentam fazer a mistura. O disco já saiu e acho que até merece algumas rodagens mais atentas. Não vai ser nenhum clássico, mas também não envergonha ninguém.

Camp Cope - How To Socialise & Make Friends - Estas miúdas australianas tocam um lo fi rock/emo super fofinho e quem não gosta de músicas fofinhas de vez em quando? A maneira como a vocalista coloca a voz faz-me lembrar um pouco o gajo de Modern Baseball que parece que está a falar ou a contar uma história. Sei perfeitamente que isto pode não ser para todos, mas estamos em 2018 e o pessoal do core já não precisa de ouvir só exclusivamente HC. Ou então não... haha! 

Suicidal Tendencies - Nothing To Lose - Quem teve oportunidade de ir a Corroios no ano passado com certeza se lembra da sauna e caos que foi. É incrível a pujança e a energia que mantêm durante um set tão longo e depois de destilar tanto suor. E o Dave Lombardo na bateria.... (estou a fazer o movimento de vénia ok?!). E parece que 2018 vai ser um ano busy para a banda que vai editar um EP e um novo LP. Esta não vai ser um clássico, mas vai-se papar bem no meio do set.

Big Cheese - T.C.P. - Não meus amigos e amigas, esta malha não foi gravada no final dos anos 80 em NYC. Uma das melhores bandas mais recentes do UK. Espero bem que esta banda e toda a cena do UK se mantenha forte nos próximos anos, é essencial para a cena Europeia (Brexit?!) e mundial! Bandas boas como esta não aparecem todos os dias.

Teenage Wrist - Dweeb - Uma das mais recentes bandas da Epitaph para fazerem companhia aos Pianos Become The Teeth. Acho que quem me falou disto primeiro foi o Rafael Madeira (Rei do Emo na América Latina) e não é que isto é mesmo bom!! Aquele post hardcore meloso a fazer lembrar By A Thread, Balance & Composure e algumas bandas da Run For Cover. O disco vai sair em Março e vai já para a lista. Boa descoberta!

D.C. Disorder - Put To The Test - OK, já sei, esta vem com um ano de atraso... mas ao menos chegou. Nalgumas coisas do core estou um bocado como aquelas aldeias isoladas no meio do nada. As coisas demoram a chegar. Este é um bom exemplo disso. Até prá semana.

Esta playlist será atualizada às Sextas-feiras, por isso façam Follow no Spotify e fiquem a par das novidades. Os updates na playlist serão acompanhados por um post no blog para vos aguçar o apetite e saberem ao que vão.