quarta-feira, 13 de novembro de 2013

Review: Kickback + Length of Time @ La Maroquinerie, Paris


Bem, como o concerto de Lyon tinha sido cancelado, fiquei maluco por ver Kickback e descobri que tocavam em Paris na altura que eu lá estava. Pensei que tocavam com Arkangel, o que seria optimo, por estarem os dois em Tour, mas descobri que afinal era com LOT, o que era melhor pois nunca tinha visto e sou alte fan desde sempre!

O concerto foi numa venue engraçada, La Maroquinerie, no 19º Arrondissement, ou seja, chungaria. Só chineses e árabes nas ruas, nunca diria que aquilo era Paris. Mas também, estava num hostel perto da Gare du Nord e digamos que aquilo não é o sitio mais simpatico de sempre e cabo-verdeanos a assaltar pessoas era o que não faltava.

Um amigo meu de Paris encontrou-se cmg lá perto e lá nos dirigimos para a porta. Mal cheguei percebi o mal dos concertos de Paris: é só labregos. Mas labregos do piorio, bebados, mesmo da pêra. Enquanto esperavamos para entrar estava um tipo alto um pouco alcoolizado a fazer um escarcel do caralho só pk sim, a meter-se com toda a gente até que diz: "LAISSE MOI ENTRER CARALHO". Tinha que ser o tuga o que faz barulho... que paciência! Deixa-me tar calado para ele nao perceber que sou Portugues e não me chatear.

Concerto começa com uma banda que não me lembro o nome mas nada de mais também. O tipico metalcore de hoje em dia igual a tudo o mais. Os gajos até tocavam bem mas preferi estar na conversa com o meu amigo.

Length Of Time começaram com uma boa intro. Musicas todas bem tocadas e o gajo tem um vozeirão de meter medo. Tocaram os clássicos, set bem construido. Só não curto mto a cena do gajo cantar e tocar baixo, o concerto foi morto á pala disso, nem dá vontade de saír do mesmo sitio. O guitarrista deles é o mesmo de Arkangel e o homem é deus a tocar. Claro que ainda houve tempo de haver mocada. O tal portugues estava mais os amigos, uns 6 ou 7, lá á frente do palco a monopolizarem aquela área. A certa altura o tal tuga decide agarrar no micro e abana-lo, o gajo de LOT nao curtiu e da-lhe um biqueiro... separam a cena e tal e o concerto continua, pedem-se desculpas no final e tal e passou. Segunda música vai a meio quando o vocals faz um granda headbang e o tuga de cerveja na mão estático a olhar pra ele decide agarrar no cabelo do vocals de LOT e puxa-lo bué vezes pra baixo quase até o gajo marrar de cornos no chão. O gajo liberta-se, tira o baixo e tenta saltar pra cima do tuga, no qual os amigos separam e a música lá continua... Mais uns pedidos de desculpa no final e a banda continua a tocar o set. Losing my Heaven, Thought of the Enslaved, fora os outros clássicos.
O meu amigo pergunta-me: "Não queres ir lá pra frente?" Claro que tinha vontade mas disse: "Pra que? Para esses burros ainda armarem confusao por não me conhecerem?" E dito isto começa granda mocada em frente ao palco porque um gajo ao moshar foi contra um deles. Praí 15 pessoas em cima uns dos outros á pera ou a tentar separar, LOT param de tocar e esperam que a confusão pare. Insultos praqui e prali, vai tudo lá pra fora e não sei o que se passou mais com essa gente pois não voltaram a entrar. LOT tocaram mais umas quantas e acabou o set. Foi um bom concerto e curti ver, finalmente, mas o ter um vocalista que toca baixo tira a piada toda. Não fiquei thrilled.

A seguir Kickback. A jogar em casa sabe mto melhor. A casa que estava a meio gás aí com 150 pessoas, ficou a abarrotar praí com 300 ou mais. O set parecido ao de cá mas com mais umas 2 ou 3 malhas antigas mas foldaram na Ruining The Show. Não percebi porque não a tocaram.
Concerto do demónio novamente, o baixista parecia tão doente mental quanto o Stephen. Os insultos normais para as pessoas, dizerem que não valem um caralho e que não sabem moshar e não passam de putas. Um tipo qualquer que ao fundo da sala so dizia: "STEPHEN VAI-TE FODER", e o Stephen diz: "vem cá dizer-me isso na cara oh puta. logo vi que so sabes falar." Uma certa altura desaparece o micro e um black que trabalhava lá no sitio entrega-lhe um ao que o Stephen diz: "Tinha que ser um preto a roubar-me o micro!" Riu-se e cumprimentou o gajo a dizer que estava a brincar. Tipico.
Foi a quarta vez que os vi mas foi a primeira que os vi a tocar a Heaven or Hell completa, com intro e tudo. Mas que abuso!

Deixo aqui um video de LOT e 3 de Kickback (1, 2, 3) que gravei, merda do tlm estava sem bateria e já foi uma sorte conseguir gravar isto. A de LOT nao está toda, e a Heaven or Hell de Kickback fiquei sem bateria a meio lol

De qualquer maneira foi um bom serão, concertos em Paris sao merdosos e 3 ou 4 tugas ali no meio ensinavam o que é moshar a esta racaille de merda que pareciam perdidos lá no meio.


Review por Leandro Afonso aka xPunhosxdaxFúriax.

quarta-feira, 30 de outubro de 2013

Review: Biohazard + Arhythmia + For The Glory + No Clue @ Rep. da Música, Lisboa


Ora bem, parece que hoje vou ser eu a relatar os acontecimentos do dia 26 de
Outubro em Alvalade na República da Música. Combinei um jantarzinho com algum pessoal no espírito do convívio pré-concerto, que para mim é sempre indispensável. Então saí do trabalho, fui a casa preparar a marmita para o nosso jantar/piquenique carocho e fui ter com o Bruno e o Tiago, que estavam a trabalhar no duro na nova zine que vem aí - Mind Control.

Depois da colega de casa do Bruno apresentar-nos uma tese inteira sobre a Casa dos Segredos 3579, decidimos bazar para a República da Música (com a restante massa cinzenta que nos sobrava) e encontrar o resto do pessoal. No meio de sandes de queijo, frango, cervejinhas, fotos com flashes fulminantes
e um extenso bate-papo, lá entrámos antes de For the Glory começar. Azar o meu já tinha tocado No Clue, mas ainda consegui ter uns vislumbres do que se passava lá dentro.

No Clue é um grupo de jovens com muita força e a pica toda do mundo, o que me apraz bastante. Pode não ser o tipo de som que me deixe toda lóca como a garota da semana, mas espero que continuem a surgir mais como eles e que continuem a crescer. Então depois lá vieram os habitué For The Glory dar mais uma excelente prestação, com novas músicas do seu latest album a fazer parte da rotação (Lisbon Blues, 110 - Por favor façam mais músicas rápidas a quebrar como a 110). O Congas estava um bocadinho mais para lá do que para cá, mas nada que os parasse, sempre com força, sempre com uma mensagem.

E assim chegam os desconhecidos da noite, Arhytmia, que vieram apresentar-nos o seu metal Godsmackiano à la Machine Head proveniente da Itália. Houve quem curtisse e houve quem fizesse danças contemporâneas (como a minha pessoa) enquanto os demais faziam o 2 step spaghetti.

Finda esta actuação veio a banda da noite, os lendários Biohazard de Brooklyn, Nova Iorque, capazes de trazer muita gente para fora de casa. Aos primeiros acordes, a sala foi ao rubro e o chão estremeceu. Passaram por clássicos como: "What Makes Us Tick, "5 Blocks to the subway", "Punishment", "Shades of grey", "Urban discipline", "Down for life", "Black and White and Red All Over", and some more.

Era por todo o lado pessoal a moshar, a dar-lhe no sing-along, muitos a recordar
a adolescência, a roubar microfones...sempre com um sorriso na cara. Até houve direito a uma cover de Bad Religion (ao olhar para a setlist desta tour presumo que seja a "We're Only Gonna Die") que deixou muito boa gente malhuca. Também não poderia faltar o single do seu último álbum, a "Vengeance Is Mine" e um enconre com a "Love denied" que alguns perderam infelizmente, pois já estava na hora do metro (atrasos da praxe). Após o festival de pancadaria, stage dives e invasão de palco, as pessoas seguem para casa, para o bairro, e FTG e Biohazard rumam a Espanha para mais uma boa dose de concertos. Como já dizia o Ice Cube, I got to say It was a good day.

P.S: As melhoras para o Calisto, o lesado da noite que saiu de lá mais cedo com um dói-dói na testa.

P.S.S: Machado, compraste mesmo a T-shirt laranja?

Review por Márcia Santos, a substituta do Lou Koller quando SOIA toca em Portugal.

domingo, 20 de outubro de 2013

Playlist da Semana #45

(Quase) Todas as semanas, a Playlist da Semana. Porque no partilhar é que está o ganho. Esta semana mais uma vez com um convidado, novamente o Bruno Baptista (Mind Control Fanzine out soon!!). Desta vez armou-se em preguiçoso e não escreveu grande coisa, disse que tinha coisas da escola...


Arms Race - Demo 2013 - Melhor surpresa do show de Rival Mob. Já tinha ouvido as duas malhas do bandcamp três ou quatro dias antes. Colei. A segunda malha então...amo. Ao vivo foi ainda melhor. Aquele vocalista feião todo skin tinha alta presença e deram um concerto do caraças, não obstante terem sido a banda de abertura. Ainda falava hoje com o Miguel, e das bandas todas, aquela que mais desiludiu (sem desiludir) foi mesmo Violent Reaction, que até é banda que acompanho desde início. Daqui a uns tempos terei tapes disto na Backwash para venda (só para aquele heads up ciganão). 

The Rival Mob - O show foi o maior abuso. O fim de semana também. Nem precisei de ir ouvir os discos de novo, bastou-me colar nos vídeos que surgiram nas internetes. Ver aqui e aqui. E viva o Sporting!

Cold World - Dedicated To Babies Who Came Feet First - Quantas vezes rodou este disco na ida e volta de Lisboa para Faro? Demasiadas. Aquelas (mil) partes roubadas a Metallica onde até a voz é igual? Ahaha. Claro que no regresso tivemos de meter um rádio a dar música ranhosa (Antena 3 com uma playlist feita pelo XEG...) a ver se acordávamos para a vida. Foi complicado, a dada altura perigoso, mas chegou tudo são e salvo. Ryanair, começa lá a voar de Lisboa depressa que a malta agradece.

Blind Justice - Mischief - Apesar do nome, não é propriamente rip off a Agnostic Front. Novo lançamento na Back 2 Back desta malta de New Jersey. É um bocado mais do mesmo do que se vai fazendo nos EUA, com mosh parts e partes rápidas intercaladas, às vezes a lembrar Rotting Out. A voz é fixe. Havia duas bandas com o mesmo nome, esta e uma de Indianapolis que cagou na disputa e passou a chamar-se Social Damage. A outra é mais fixe.

Agnostic Front - Victim In Pain - Os Agnostic Front vão surgir aí em Dezembro. Não tenho muita noção do que é que tocam hoje em dia, mas para banda "cota" que não lança nada há uns anos espero que façam como todas e vão vivendo dos êxitos do passado. Assim, espero que o set se foque nos clássicos e deixe de fora os dois últimos que não acrescentaram nada ao legado.

Take Offense - United States of Mind - O Pontes veio-me falar mal saíram os pre-orders que isto ia ser granda power, para mandarmos vir o LP a meias que isto ia pegar. Aproveitando o facto da Reaper se ter enganado a marcar os preços dos portes (oh que pena!) safámos isso bem barato. Musicalmente falando, deixou-me um bocado a desejar. A banda é boa, aquele hardcore com riffs do thrash metal, a lembrar Cruel Hand e Terror aqui e ali, mas o disco torna-se muito repetivivo e chato. Esperava mais e melhor. Na volta é por isso que a Reaper tem andado com códigos de desconto e não sei quê para o disco...saiu tiro ao lado.


Gramatik - Street Bangerz Vol.4 - Em repeat. Estudar a ouvir beats bem sólidos com braços do funk, pernas de jazz tronco de blues e cabeça de soul. Às vezes meto a discografia a correr e não me arrependo. Tem ali um EP do dubstep que faz um gajo levantar a sobrancelha, mas também não se pode comer todos os dias o mesmo. Zip Zop! O Clouds de Apollo Brown também dá um empurrãozinho ao estudo.

Guru - The Jazzmatazz Volume I e II - Para quem não sabe, era o tipo que destruía tudo com o DJ Premier em GangStarr. Aqui, já a solo decidiu mostrar as suas influências de uma forma mais crua e sacou de uma mão cheia de artistas de jazz como colaboração e lançou estes dois registos óptimos. Mais uma vez a cair bem como tudo para estudar. Brilhante!

Beastie Boys - Ill Comunication - Skatar e abanar a cabeça! Safoda se a vossa banda do hardcore preferida tem cover da Fight For Your Right, se quisesse ouvir isso ia aí a um bar qualquer ver uma banda do secundário de covers, este álbum é que bate!

Ancient Heads - Tudo - 9 sons. 1 ano de Hardcore. Canadá. Oiçam esta gravação na CIUT 89.5FM.

E ainda Altered Boys, Peace, Onyx, J Dilla, Profjam e algumas cenas de Jazz que o Tomás Quitério me manda para ver se eu aprendo qualquer coisita.

sexta-feira, 18 de outubro de 2013

Review: Your Demise + Betrayal + Coldburn @ Dynamo, Eindhoven


Se há uma coisa que a Holanda não tem (para além de comida de jeito e bom tempo) é muitos concertos de hardcore. Se os há, devo ter vindo numa má época. Acontece que o único concerto nas redondezas a ter evento desde o dia que cheguei, calhou exactamente um dia depois de o Tiago (o mê moço, não o Gil) ter chegado. Ou seja, melhor visita do mundo + companhia para ver Coldburn. Mega check!

Os bilhetes estavam comprados há quase um mês e ainda bem, porque esgotou. Esqueci-me de referir que apesar de o nosso entusiasmo se dever ao facto de irmos ver Coldburn, os cabeça de cartaz eram os Your Demise. Mas voltaremos a eles mais tarde.

Assim, no dia 9 de Outubro pusemo-nos a caminho de Eindhoven, uma viagem de hora e meia de comboio desde Roterdão. O tempo estava chocho, o que não é novidade, mas isso não nos impediu de aproveitar o tempo de espera até às 19h30 para conhecermos um bocadinho da cidade e comer umas patat. Apesar de a primeira impressão não ter sido muito boa, a cidade revelou-se bem engraçada, com um grande parque que incluia um watermolen bem ao género de postal. Para além disso, as pessoas eram simpáticas(!!) e o tempo ainda nos presenteou com uns raios de sol.


Chegada a hora, entrámos no Dynamo. Condições brutais, quem nos dera ter um espaço assim. Maquina de trocos, cacifos para deixar as mochilas durante o concertos, casas de banho limpinhas, um espaço muito design ahah. Parámos para ver o merch e ao saber que eramos portugueses, o tipo do merch de CB perguntou logo pelo Congas: “Do you know Ricardo? Everyone knows Ricardo” e convidou-nos para aparecer no final do show e falar com a banda. Um bacano!

A sala era muito fixe e parecia ter as melhores condições. Tudo micado, monitores com fartura, sistema de luzes de fazer inveja e palco baixinho como se gosta. O público parecia dressed to impress e bastante novinho, mas neste país é complicado deslindar – são todos super altos e imberbes – ou quando a têm é em grande quantidade e styled – o que torna as idades uma incógnita.

No entanto, pelos vistos, dá deus nozes a quem não tem dentes, e o som estava uma merda. O show de ColdBurn foi muito bom. Os gajos são brutais em palco, começaram com a Love Left Me com participação especial do amigo do merch e nem o buraco gigante no público fez com que abrandassem o ritmo. O som da voz estava sempre a falhar mas eles continuavam, acompanhados por uns tugas todos contentes. Passaram pela D.T.E e pela When The Sun Is Dreaming Quietly mas os holandeses só pareciam ligar nos momentos de breaks e com isso ganhei um nariz novo – ao menos foi logo no final da última música.

Betrayal foi uma surpresa, não conhecia. A representar L.A, o vocalista usava grillz e os restantes membros tinham todo o ar de truck drivers. Welcome to America! Houve sem dúvida uma maior adesão a este som mais “durão” que pedia singalongs nos refrões mais conhecidos e ao mesmo tempo pancadaria nos breaks constantes. Punk-hardcore tipicamente americano, sem trazer nada de novo mas apresentado sem falhas! Das 3 bandas da noite, esta tinha o vocalista mais experiente e seguro, o que garantiu um bom espectáculo.

Depois… último show de Your Demise. A banda mais esperada pela grande maioria da casa, esgotada com cerca de 200 pessoas. Retiramo-nos para o andar de cima de modo a apreciar a vista geral, já adivinhando de antemão o que a banda sem Noble tem para oferecer. Não sei o que dizer sobre o vocalista actual e acho que os restantes membros da banda, que se entreolhavam durante o show , contendo o riso, também não. Mas aposto que ele é fã de Limp Bizkit, e se não é disfarça bem – que moves!

O público, no entanto, estava ao rubro! E não posso deixar de elogiar o facto de terem posto a sala toda a cantar, puxando o público para stage dives, invasões de palco incluindo uma fotografia de grupo. Animação total, sem dúvida, só que… não é a minha cena, continuo sem conseguir compreender a “These Lights”. Das malhas antigas, apenas tocaram a “Burnt Tongues” do álbum “Ignorance Never Dies” e o gajo não tem pujança para aquilo. A malta que lhe roubou o microfone tinha mais projecção de voz que ele. Mas, de uma forma imparcial, aposto que foi um daqueles shows que os fãs da banda hão-de se lembrar sempre, cheio de animação e cantoria, mas mais numa onda de banda de pop-punk.

Pessoalmente, este Farewell Show de Your Demise já devia ter acontecido há muito muito tempo. I mean, ninguém os avisou que duram há “tempo djimais?”

Quando terminou, passámos na banquinha do merch, não nos esquecendo do convite feito no início da noite. A malta de Coldburn é altamente e entre conversas ainda se falou sobre idas a Portugal. Quiçá! Antes de sairmos para apanhar o comboio ainda deu para uma foto de grupo, que aqui vos deixo! 


Voltamos a Roterdão cansados e doridos, com a sensação que a viagem tinha valido a pena e dando um início aventureiro a uma excelente semana que se seguiu!

Review por Bárbara Sequeira.

segunda-feira, 7 de outubro de 2013

Review: Challenge + Shitmouth + Awake + Just Say No! + Sore Eyes @ Parqe, Caldas da Rainha


Como terminar uma semana em que se trabalharam todos os dias, alguns deles das 9 às 20? Saindo Domingo às 2 da tarde do Estoril para ir mega rápido a casa, parar no Aldi para comprar umas coisas para roer e seguir para as Caldas! Afinal, o cartaz tinha SÓ a melhor amostra do sangue novo da cena nacional.

Batiam as 15h10 certas quando toquei à campainha do Bruno. O Ricardo Luz já lá estava e ia ser o condutor de serviço. O puto Bruno tava todo febril, a baterem 20 e muitos graus, nós de calção e tshirt e ele dentro do carro com uma sweat e um casaco, com o capuz enfiado. #YOLO

Chegámos eram quatro e tal, havia um cortejo qualquer manhoso, só vimos o último carro alegórico, era uma cena qualquer da Pêra Rocha. Deve ter havido festa rija, mas a nossa cena era outra e o local era 150 metros mais acima. No Parqe já estavam umas quantas caras conhecidas. O show tinha atrasado um pedaço (o que até foi bom, deu para não perder nada) pelo que ainda se ficou um bocado à conversa cá fora.

A primeira banda foram os Sore Eyes. Partilham membros com as bandas que depois tocaram mais tarde. Powerviolence feito por (e para?) amantes do wrestling. Não é preciso cá banners nem faixas quando tens posters do Rey Mysterio em casa. Booyaka!

A seguir iam tocar os jovens da “Costa Oeste”, Just Say No. Leiria, SJM, Porto…Espanha, França, tudo. Dizer que estava excitado era dizer pouco. Alguma confusão ali na intro, mas a partir daí tive o sorriso na cara do princípio ao fim. Adoro. Hardcore como eu gosto. O Fábio tem pinta para vocalista, com direito a cambalhotas e tudo. A rapaziada das Caldas andou para lá toda craize, conseguiram partir uma parede. Literalmente. Ficou ali um buraco enorme na parede falsa lateral. Engraçado que só desta vez reparei que tal parede, assim tão frágil, lá existia, ainda para mais tendo sobrevivido ao caos do concerto de FTG. Tocaram as malhas da demo, cover de Youth of Today e Time X, e ainda a Get Lost de Stop & Think em que o Fábio me passa o microfone para a mão e me faz um corte no dedo. Tenho mãos sensíveis. Da próxima prometo que canto em vez de ficar com cara de parvo a rir-me sozinho.

Os Awake foram a terceira banda a tocar. Para os que se questionavam quanto à formação, de momento a banda tem o Pinela na bateria, o Luis Luz na guitarra, o Foca no baixo e o Luis Borges na voz. O Borges está com um registo vocal bem diferente do que tinha em One Last Struggle, e eu gosto. Tinha ouvido (mal) as músicas no bandcamp, mas a actuação ao vivo cativou-me bem mais a atenção. Malta que ouviu muito Time-X. Sempre a esgalhar. Pequenas introduções às músicas que serviram para apresentar a banda e os temas que ela trata, sem nunca se tornar moroso e chato. Óptimo, boa surpresa. Mantenham-se atentos, demo tape a sair em breve via Salad Days Records. Cover de Chain of Strenght eYouth of Today (slow down! tananana).

Destruction Eve foram os seguintes, sendo que estive cá fora a conversar. É aquela coisa de estares com pessoas que só vês com meses de intervalo. Falar na internet é giro, falar pessoalmente é melhor. Desculpem lá isso. Tocaram a Motorbreath de Metallica que é uma granda malha. 

Shitmouth são os Circle Jerks portugueses. Não houve muito público nesta tarde domingueira, mas conseguiram meter toda a gente à chapada. Tocaram as músicas todas e umas novas, cover de Misfits, de Black Flag e de Circle Jerks. Ouvi uns zumzuns sobre um disco a ser preparado. Acho bem. Granda banda.

Para fechar os Challenge. A prata da casa continua intocável. O Edgar estava com um discurso meio corrosivo que certamente teria algum alvo, falando do final dos concertos marcados pela Dirty Crown nas Caldas, ficando um esclarecimento “oficial” para mais tarde. Musicalmente foi aquilo que diversas vezes descrevi como sendo “Challenge nas Caldas”. Abriram com Floorpunch, a seguir a Legends Never Die, Make You Pay, Leave Me Alone, I Can’t Understand, etc. Os “clássicos”. Cover de SOIA a meio, como manda a lei. Fecharam com a This Is Real, num pile on gigante. Claro que não é preciso dizer que o exército caldense, vestido a rigor com a tshirt identificadora, esteve lá sempre a cantar e a moshar.

Props para o Bruno que se esqueceu da febre e andou todo maluco a tarde toda, ainda com direito a skate session antes do jantar…a esta hora deve estar todo cheio de tremuras, com frio e a suar que nem um porco. Pena não ter estado mais malta, mas isso não invalida o facto de ter sido grande tarde, ter estado com amigos, ter curtido bons concertos e visto novas bandas que prometem meter isto a mexer. Isso e saber que há mais duas ou três a sair do forno…um gajo tem um blog e nem tem acesso a estas informações exclusivas em primeira mão…tá mal!

Abraço para o Edgar, o Ivo, o Amador e a malta toda das Caldas que vai fazendo estas coisas acontecerem. Venha o próximo, seja ele quando for. Como diz o outro, mantenham o espírito vivo.

quarta-feira, 25 de setembro de 2013

Review: Pool Party 2013 (II) - For The Glory + No Turning Back + Killing Frost + SHAPE @ Hotel Alfoz, Alcochete

REEEEEEMIX. Não tão bom como a rave party 90's dance megamix do DJ Congotronix, o homem que bate o David Guetta aos pontos, mas levaram com a primeira, agora ficam com a segunda review ao concerto. O Luís da Silva veio desde Lousada (Penafiel - Porto - Norte) e fez umas centenas de km para vir a este show. Agarrou nuns amigos, encheu o carro e vieram por aí abaixo. Só (mais) um exemplo para mandar à cara dos que se queixam que os shows são longe porque não têm uma saída de metro ao lado. Pena de não ter ficado até ao fim. Apesar de não ser fanático da CP, gosto sempre de ver comboios a passar por mim a alta velocidade. Ainda mais aqueles de mercadorias que levam tudo à frente.


Bem, este concerto quase me levou a um esgotamento nervoso.
Chega o dia antes do concerto e chego à conclusão que tenho um carro com duas pessoas e meia (um em principio só iria para baixo). Trocando isto por miúdos, a viagem iria ficar estupidamente cara. Mas eis que por volta da 00:30 o Sr Barbosa Sushi Taxista me manda uma sms a dizer que tinhamos o carro cheio. Fiquei todo contente, como é óbvio, e a minha carteira também.

Por volta da 1 da tarde o Sr. Sushi apanha-me em Campanhã já com os outros dois passageiros a bordo e lá seguimos rumo a São João da Madeira para apanhar o Fabito aka xSK8ATÉAMORTEx e daí continuamos o nosso caminho até parármos numa estação de serviço para se comer alguma coisa e para outros roubarem electricidade. Eu não comi, não curto ser assaltado e as estações de serviço estão sempre a tentar.

Por volta das 17H (penso eu) chegámos à porta do hotel com estacionamento VIP mesmo em frente a porta. Encontrei logo o DJ Congotrix à porta com um sorriso rasgado a dizer que o ambiente só estava lindo e lá entrámos.  Uma cena linda nestes concertos fora de "casa" é encontrar pessoas lindas de quem gosto a cada 2 minutos, Chef do Bar Nuno Mota a controlar a cerveja (as melhoras para a máquina que não aguentou a pressão) e mais mil pessoas que estavam na piscina que era só um dos melhores sitios onde já estive, que sítio lindo. Confere que o ambiente foi das melhores cenas que já vi na vida, toda a gente com um sorriso na cara a divirtir-se a grande com o extra de haver um grupo de Peruanos Acrobatas que a organização mandou vir de propósito para animar a malta.

Mergulho aqui, conversa ali, sandes de seitan acolá (parabéns ao Chef, estava óptimo) e chega a hora dos concertos. Ainda estou cá fora quando começo a ouvir os primeiros acordes de Shape, que começaram logo com a cover de X-Acto, ou seja, toda a gente maluca.
O concerto foi bastante bom, alias, acho que eles não conseguem dar um mau, o Cabeças é para mim um dos melhores vocalistas da tuga. Nunca tinha visto um concerto de Shape cá em baixo, mas fiquei espantado com o pessoal amigo deles (e não só) a limparem a sala de ponta a ponta. Portanto não tenho muito a dizer, Shape = Bom!

A seguir entrou Killing Frost, depois do concerto infernal no Porto ia com as expectativas em alta, mas saiu-me plano furado! As pessoas que estavam a curtir o concerto eram as mesmas que estavam no concerto no Porto enquanto as restantes se limitavam a olhar. Não percebi o porquê. Se não
percebem a cena, se é por ser demasiado rápido ou por não ser igual às bandas que toda a gente gosta. Anyway, eu gostei e ri-me com as dicas que o André mandou. Há quem lhe chame azia, eu chamo realidade, mas não é fácil levar com verdades assim na cara sem espinhas, eu percebo, até a mim me demorou a digerir.

A seguir No Turning Back. Perguntei a várias pessoas se este tinha sido o melhor concerto deles cá e as respostas foram positivas, por isso tentem imaginar. Já não me lembro bem da tracklist, mas sei que logo no inicio tocaram Never Give Up e Same Sad Song e isso é mais do que motivo para eu ligar o comboio expresso com destino a Porto São Bento. O pit estava muito agressivo e nisso resultaram duas miúdas feridas (espero que já estejam melhor). Já todos sabemos que ali no meio podem sempre existir
danos colaterais, mas quando os há, é preciso ser homem o suficiente para se pedir desculpa e ajudar no que for preciso e não ter a atitude de puto e fugir para trás dos amigos. Acabaram o concerto com a Web of Lies, ou seja, com toda a gente à sapatada. Como se quer, portanto.

E por último subiram ao palco For The Glory que comemoravam uma década de banda, o que serviu de mote para esta festa. Com o pessoal ainda quente dos outros concertos o cenário não foi diferente, tudo a curtir do primeiro ao último momento. Stage Dives, circle pit, rotativos e pontapés, comboios expresso...Valia tudo, menos morder! Tocaram algumas músicas do novo álbum Lisbon Blues, que ao vivo resultam muito bem, curti principalmente a música com o Cabeças, está mesmo grande power. Pah, e foi isto, quando os concertos são bons não há muito para escrever.

Acabadas as festividades, ficámos um bocado no paleio até que chegou a hora de ir para casa do Tofu e o seu gato Beribu, onde iria tomar uma chuveirada e dormir! E assim foi. Banho, xixi e cama, como bom menino que sou (nem ouvi o tiroteio que houve na parte de trás do prédio). Fique a saber que "há uma linha que separa a Amadora do faroeste...é a rua do Leo". Obrigado Tofu pela dica.

O domingo foi reservado para almoçar num indiano vegetariano e dar uns giros em Lisboa. Cheguei a casa por volta das 23h e dormi que nem um menino, acordando no dia a seguir com um sorriso na cara e cheio de força para enfrentar o primeiro dia na universidade.

Obrigado Hardcore, por me dares estes momentos e me mostrares estas pessoas!

Luís Refer da Silva.

segunda-feira, 23 de setembro de 2013

Review: Pool Party 2013 - For The Glory + No Turning Back + Killing Frost + SHAPE + Grito Cru @ Hotel Alfoz, Alcochete

Dizer que esta tarde/noite foi mega boa é pouco. Infelizmente tive de ir embora ainda No Turning Back davam os acordes da segunda ou terceira malha, pelo que recorri ao sempre sincero e engraçado Ricardo Servo, o mais pesado de Alvalade, para nos presentear com o seu ponto de vista de toda a experiência. Foi tão bom que vamos ter duas reviews, uma do moço de Lisboa que acabei de introduzir e outra do Norte (carago!). Porque nem todos pensamos da mesma maneira, nem vemos as coisas de forma igual.



Sábado, 14 de Setembro de 2013, 15 horas! Entro no bote do MC Mais Agressivo da Pontinha, a.k.a Tinório! Destino… BP do Areeiro onde MC Tinório e o melhor rabo da zona ARA foram ter com Mister Músculo Noia, dama Bela e Mr. Clock, aguardamos mais um pouco pela chegada de Paiva, o Hipster Maravilha que resolveu não levar calções de banho para uma festa na piscina (mas tenho de dizer mais alguma coisa? Foi à água vestido que se fodeu!!). Beber um café, fumar um cigarro (ya, na bomba de gasolina! Zona ARA não brinca, cuidado!!)  e lá seguimos caminho. House pausado da disco, bóia cheia e música aos berros numa carrinha que é o maior antro de tesouros que já vi. Carrinha do Paiva sta bati!

Chegámos a Alcochete, voltas e voltas para dar com o hotel que o caminho que o GPS nos dizia tinha a estrada cortada. Lá chegámos por volta das 16.30/17 e tudo pronto, música do Space Jam ao longe, se tá a dar isto é porque vai bater e é uma festa pra duros!

Como boa festa da piscina de hardcore, damas era escasso. Bué homens nus. Óptimo, melhor não podia haver! 2 minutos e ficamos sem brinquedos. Levámos bóias e pranchas e levámos logo banhada, queriam brincar levássem os vossos brinquedos!

Dos melhores ambientes que tenho recordação em concerto de hardcore, tudo bué contente, mergulhos, concurso de bombas. Beber uma, beber outra, até que começa a ficar frio. É chato, mas lá nos aguentamos mais um pouco, não me lembro de festa tão grande com tão boa onda, sou honesto. Roda a dançar crunk.

Começam os gigs. Grito Cru é hiphop. Não é normal ver hiphop em concertos de hardcore embora os princípios sejam mais ou menos os mesmos, mas pronto, foi bacano. Fizeram um beat com a Wont Crawl On My Knees de FTG e teve bué piada, boa cena mesmo, quero ouvir mais dos manos e nunca mais me lembrei de ir à procura.

A seguir vinha Shape. Desde início que adoro a banda. Que feeling em palco, o Cabeças é dos gajos que mais curto ver ao vivo, não sei se será o ultimo ou dos últimos concertos do Peter, mas tenho pena, o bacano tem granda cena em palco, dá pinta como o caralho! Deram um cheirinho de coisas novas, curti! Senti a cena mesmo, can’t wait for more.

A seguir veio Killing Frost. Coitado do mano, nada contra a banda, mas o vocalista tava aziado com a vida e acho que isso prejudicou em muito na sua “performance”. Com todo o respeito ao bacano, mas começar um gig com a dica de que nunca mais vem a Lisboa porque não está habituado a tocar para um poço vazio é só má onda. Vem cá poucas vezes, é normal. Não se desculpa com a cena dos putos só quererem Breakdowns se não em Chalenge era a mesma merda e cada vez é menos. Eu sinto a cena old school e só pela atitude para mim perdeu os pontos todos. Já toquei para 7 ou 8 pessoas e dei o máximo na mesma, a mesma energia e vontade para 10 ou para 10000! Fica a dica! Se Hardcore já não lhe diz nada como fez questão de afirmar, deixe de tocar, se não faz sentido, estar a forçar é mau e dá rugas, todo o respeito a Kiling Frost, curto do som, mas pessoalmente não curto atitudes assim, não é arrogância em palco que faz ter mais gente a frente…

No Turning Back vem a seguir, montaram tudo rápido e let the games begin. Parecia um combate MMA, nunca vi tanta chapada num concerto, só se ouvia corpos a bater. Bueda bom! Abrir com Take Your Guilt e 5 segundos de concerto e já tava com o lábio aberto. Maravilha, foi muita bom! Montes de energia,  dives e porrada que fervia, o pit estava infernal mesmo. Senti bué quando o Diogo de SYC pede porrada com a frase “Sabem o que fazer ou tenho de ir eu aí abaixo?” Tuga Style!

FTG. Os senhores da noite. 10 anos de banda e lançamento do Lisboa Azul!
Ricardo e os irmãos da Glória dão início à festa. Intro seguida de um olá emotivo e pumba, 2004 style, Drown in Blood (ou metade pelo menos). Foi um festival de pregos mesmo à que sa foda, tudo a curtir na mesma,  mesmo eles próprios, o João a rir se e vai pa frente. "Tá feito, Tá feito". Muita bom, big up para o último pile on e definitivamente o “bonito” que foi faltar a energia a meio da Survival of the Fittest, continuar a bateria a tocar e toda a gente a cantar na mesma, foi daquelas falhas que tiveram muito bom resultado e fizeram um momento mega mítico no concerto!
Foi dos melhores dias que tive na minha vida, granda espírito e granda props para o Congas por ter arriscado nesta merda. Definitivamente ficará para a história, pelo menos eu não me vou esquecer. Marquem já a próxima Pool Party do ano que vem que isto rende!

Sabem como é que é… Falem Bem!

Big up para a falta de gasolina à porta de minha casa quando chegamos a Lisboa!

Review por Ricardo Servo

quinta-feira, 29 de agosto de 2013

Discos Trocados: Rich Kids On LSD/The Flex

Todas as semanas trocamos um disco entre nós e falamos um pouco sobre o disco que nos calhou - tanto pode ser um clássico como uma porcaria autêntica, mas é aí mesmo que está a piada.

Agora com convidados e em modo "amigo secreto", mas com a premissa de sempre. Desafiámos duas pessoas a trocarem um disco entre si, sem saberem quem são. Desta vez a tarefa coube ao Miguel Pimentel, recém emigrado para terras de sua majestade, e ao Boris, baterista dos The Skrotes e CEO da Destroy It Yourself.

Miguel

Ora bem o que temos nós aqui?

UM VERDADEIRO CLÁSSICO (1984) DE SANTA BARBARA, CALIFORNIA!

Isto é hardcore, isto é punk isto é metal é rock progressivo tudo misturado com uma boa dose de dietilamida do ácido lisérgico, mais conhecido como LSD! Sim esse alucinogénio tem uma forte influência no nos arranjos, na composição da música bem como nas letras desta banda! Mas se calhar é isso que a torna especial. Se pensam que é isto é música de três acordes então estão bem enganados! Cada faixa, cada riff, cada parte de bateria são pura perfeição e aquela voz de rato Jason Sears dá aquele toque!  Na minha opinião esta malta da costa Oeste dos Estados Unidos tem como grande influencia outra grande banda do panorama punk DISCHARGE, eu gosto disso e também faz-me lembrar muito o primeiro 7” de POISON IDEA!

"I Fucked Authority Right In The Ass, Now Authority's Gonna Fuck Me Right Back!" - Este excerto da faixa  "I'm Locked Up" dá para ver o tipo de registo punk que é este álbum? São sete faixas de pura diversão skate thrash rápido duro e agressivo, só é pena não ter mais musicas, pois seria excelente, mas sim este EP é MUITO BOM! Não se pode ter tudo não é? Agora se me dão licença vou aproveitar este solinho e vou “skatar” um poucos pelas ruas de Portsmouth. BUST!

Boris

Ja conhecia esta banda de nome e acho que tinha visto a capa de um disco. É mais ou menos este tipo de som que achava que ia soar, apesar de ser talvez um pouco menos rapido do que pensava.
Para quem quer ter uma ideia do tipo de som, é assim um hardcore mais "chunga" (chunga as in gravação mais old school, felizmente) em que cada musica tem parte rapidas, seguidas de um break para o pessoal mandar umas cambalhotas. Isto sempre com uma voz rasgada e zangada por cima. Não tenho aqui as letras para saber um pouco mais sobre o que falam, mas com nomes de musicas como "Braindead" e "Scum on the run", da para ter uma ideia.

Uma coisa que não gosto muito é musicas com para, arranca, para, arranca, e talvez por isso o disco não tenha batido muito, mas acho que pode ser uma boa surpresa para quem goste do genero e não conheça a banda. Não é um disco que vá entrar na minha colecção, mas tentem ouvir, e se curtirem, toca tudo a ir comprar discos ao Tiago da Backwash Records, que tem um molho de discos do género na distro.

segunda-feira, 19 de agosto de 2013

Playlist da Semana #44

(Quase) Todas as semanas, a Playlist da Semana. Porque no partilhar é que está o ganho. Esta semana mais uma vez com um convidado, desta vez o Fábio Marques (Just Say No/ Be Yourself Fanzine). É porque ele não tem bom gosto...


Youth Of Today - Break Down The Walls - Se há três anos atrás me perguntássem qual era a minha banda favorita eu não ia saber responder, mas depois vi Youth Of Today em 2011 e a minha resposta passou a ser óbvia. Foi o melhor concerto de sempre! Aquele momento mudou a minha vida! Quem tava lá, sabe do que tou a falar. Obrigado xJofy88falafelx! Tás a ver aquela mistura perfeita de rapidez, agressividade, fúria e energia com atitude mental positiva? Os Youth Of Today deram um nome a isso! YOUTH CREW! Se não sabes do que tou a falar, ouve este disco e vais perceber. Não há duvidas. Este foi um dos discos mais importantes na história do hardcore! Sem ele, muitas bandas fixes nunca tinham existido. Ainda assim não consigo ter um disco favorito. Gosto de todos! São todos perfeitos! Mas ya, esta semana foi a vez de moshar ao som do Break Down The Walls. Decorem a letra desta música e apareçam nos concertos de Just Say No.

Warzone - Lower East Side Crew - Este disco não é um, mas dois marcos na história do hardcore! Foi o primeiro disco de Warzone e o primeiro lançamento de sempre da Revelation Records. Se isto não são argumentos mais que suficientes para te convencer a ouvires este disco com a devida atenção, então algo está errado com o teu hardcore. Se eu tivesse que fazer um top 5 dos melhores 7"s de sempre do hardcore, este disco estaria lá de certeza! A voz do Raybeez, aqueles breaks a meio da padeirada, aqueles solos de guitarra, os gang vocals, as letras, a união...este disco tem tudo o que eu gosto no meu hardcore! É completo! É perfeito! Quase choro! Ya, vibro muito. E mesmo não sendo uma banda straight edge, as dicas do drug free estão lá. Querem melhor? Juventude, este disco foi feito para vocês. Alguma banda tuga que faça aí cover da 'we're the crew', porque Warzone não é só a 'as one'.  E se alguém tiver este 7" para vender, que me mande um email sff. fabiosxe@hotmail.com

Floorpunch - Discography - Uma vez o vocalista de Stick Together disse isto num concerto: "We are a straight edge band and i think that goes great with hardcore. That's how we like to live our lives. But we don't judge anyone. I have a lot of friends that do drugs, I have a lot of friends that drink beer, I have a lot of friends that collect records, I have a lot of friends that like Floorpunch and get drunk and it doesn't matter." Tão simples quanto isto. Floorpunch não é só para aqueles que são straight edge, Floorpunch é para todos aqueles que gostam de punk e de hardcore rápido, direto e sem papas na língua. Daquele que te faz serrar os dentes e varrer a fila da frente toda, mesmo que no teu caminho esteja um armário de dois metros. Faz assim, mete a 'gonna get yours' a tocar. Se naquela parte em que a crew grita 'JERSEY SHORE! GO! MOSH IT UP!' tu não sentires vontade de moshar, das duas uma: ou tu és mente fechada e tens um preconceito com o straight edge ou simplesmente Floorpunch não é uma banda para ti.

New Brigade - Practice Tape 2013 - Ora bem, tás a ver o melhor álbum de sempre dos Agnostic Front? Ya, o Victim in Pain. Pronto, agora mistura isso com youth crew e straight edge e aí tens a minha formula hardcore favorita! É tipo a Formula 1, mas do hardcore! Do melhor mesmo. Os New Brigade tocam esse formula na perfeição! Parece que nasceram para ser pilotos. As músicas desta tape não têm lá grande produção a nível de gravação, provavelmente gravaram as quatro músicas na sala de ensaio, como o nome indica. Mas isso torna-se irrelevante quando tu estás é excitado para ouvir músicas novas de uma das tuas bandas favoritas da atualidade. Se não conheces a banda ouve primeiro a demo, que até levou a taça para casa por ter sido a demo mais ouvida em 2012 nós escritórios da Be Yourself Fanzine.

Clean Break - Demo 2013 - Enquanto muitos se lamentávam pelo hardcore no Algarve estar a morrer, houve alguém que decidiu voltar a erguer a bandeira: FARO STRAIGHT EDGE STILL ON TOP! E para isso bastou deixar as lamentações de lado e fazer algo para mudar o rumo das coisas. Simples. 4 músicas daquele hardcore bom que os Pressure e os Critical Point tocavam. É mais disto que Portugal precisa, hardcore e atitude. Ouçam aqui e se gostarem comprem a tape. Obrigado xDavidx.



Our Side – Back To Reality – The tribe is back! Finalmente. Depois de duas tapes, o primeiro ep da banda, ano e meio depois de terem “assinado” pela Triple B. É Boston, you know the drill. Vai ser hype do HARDCORE YOUTH CREW LOCKIN OUT XXL RIVAL MOB BOSTON STAGE MOSH. Sim, vai ser isso que vais ver nos leilões de merch no eBay, é só deixar o avião levantar…

Ancient Heads – Both Demos – Boa banda de Toronto (mais uma!), que vai ter as duas demos prensadas em vinil através do Bo da Climbin’ Aboard. O programa de rádio Equalizing Distort da semana passada teve os gajos em estúdio, a falarem de mil e uma cenas, a tocarem as malhas no estúdio da CIUT e a debaterem se o Get It Way de SSD é ou não bom disco, entre outras coisas.

Coke Bust – Confined – Parece que os Coke Bust vão rebentar aqui pelas terras lusas este ano. Se era segredo já me chibei todo. Parece que gostaram da experiência com Sectarian Violence…aproveitem e falem com o Staffan (acho que agora está a tocar com eles) para ele trazer cópias da Law & Order e safarem isso a um preço aceitável. Melhor melhor era trazerem a maltinha de Violent Reaction na carripana.

Twitching Tongues – In Love There Is No Law - Não sei se é do hype, se é do facto de ser um revival de sonoridades da onda Type-O Negative e bandas assim (não é muito a minha área de estudo) mas é inegável que esta banda tem vindo a crescer a olhos vistos. Fica a dúvida se ao vivo o vocalista tem pedalada para estas cantorias que faz em estúdio, e se isto resulta em shows de hardcore (se bem que quem vai sabe ao que vai…), mas certamente o Nuno ou alguém que já os tenha visto saberá falar disto melhor que eu. 

Soul Vice - SV Demo 92 promos - Pegas em japoneses que idolatram não só a cultura norte-americana como a música feita por lá (desde Biohazard, a TUI, Crown of Thornz e mais uma salganhada de coisas) e tens este mix. Três vocalistas, um deles cópia japonesa do Ill Bill, todos mais cotas mas com boa visual reciclado do street wear/hardcore que me ficaram no ouvido. No bandcamp estão duas malhas a promover o trabalho que vai sair na Back To Back (acho que) no próximo ano.

segunda-feira, 5 de agosto de 2013

Playlist da Semana #43

(Quase) Todas as semanas, a Playlist da Semana. Porque no partilhar é que está o ganho. Esta semana mais uma vez com um convidado a falar-nos do que foi passeando pelos seus ouvidos. É o Boris, dos The Skrotes e da Destroy It Yourself. É um gajo fixe, e isso reflecte-se na playlist que nos enviou.


Slapshot - Back on the Map - Where there's smoke, there's fire, já diz o ditado. E certamente este primeiro disco de Slapshot comprova-o, a partir daqui os pedreiros de Boston partiram para uma carreira longa, com o carismático Choke ao leme do navio. Este disco é já um clássico, pegando em toda a vibe BHC com aquela infusão de punk e oi! inglês aqui e ali, bem típico da zona geográfica.

La Harissa - Espírito Favela - A sério, como não mencionar isto? O pouco que me lembrava é que eram um grupo de rap feito por emigrantes em França, uma cena com uma ligeira oleosidade, mas nada por aí além, audível até. Mas parece que de há uns anos para cá descobriram que a o que rende é fazer reggaeton, e dou-lhes granda valor por isso. Se via cartazes de shows deles no homecoming típico de Agosto pelo norte do país, tenho a certeza que com esta nova sonoridade o público aumentou exponencialmente. Sexy reggaeton, como poucos sabem fazer. Um must em qualquer auto-rádio neste Verão.

Step Forward - It Did Make A Difference - O Miguel falou-me nisto: "pa, sabias que houve uns Step Forward na Suécia?" - "Não..". Mas enquanto os bostonianos rouba(va)m forte e feio a Straight Ahead, estes tinham como mentores uma malta de DC, que se dava pelo nome de Minor Threat. Este disco compreende toda a discografia da banda, com um monte de malhas ao vivo para fechar com chave de ouro. Pensem em Minor Threat, mas suecos. E há alturas em que soa um bocado a Uniform Choice, mas suecos...nota-se ali um tempero diferente, mas ao mesmo tempo colado. Mas é bom. Boa descoberta! 

Government Flu/ Poison Planet - Split - Bom disco. Government Flu é muita bom, de há uns tempos para cá comecei a acompanhar a banda e este novo registo não desaponta. Sabe a pouco.

Ghostface Killah - Ironman - Cléssic! Dúvida? Nenhuma!

Werewolf - Demo 2013 - O que seria de uma playlist minha sem uma demo de uma qualquer banda nova? Rapaziada do Brasil, onde as bandas parecem nascer tipo jogadores da bola. Rapaziada que andou a ouvir No Warning e cenas mais recentes na linha de Cruel Hand ou Mongoloids, com aqueles solos e a vozinha cantada aqui e ali. Boa malha! Ansioso pelo material editorial que espero receber da rapaziada tuga que está do lado de lá do Atlântico no futuro próximo.


Night Birds - Born To Die In Suburbia - Felizmente o Jersey Shore não tem só guidos cor de laranja e mamas de silicone. Tem os Night Birds que acabaram de lançar este disco pela Grave Mistake, e tá lindo!
Punk rock com toques de surf, e uma vozinha de puto em cima a cantar letras geniais. Para quê ir ver 1 hora de Dead Kennedys sem o Jello quando podes ver os Night Birds a tocar 20 minutos?

Catholic Guilt - Catholic Guilt/Inu Split - Punk esquesitóide, com um toque dos 80's e um som um bocado (grande) roubado a Sickoids. O que não é nada mau visto que desde que recebi as masters das músicas que tenho ouvido todos os dias. O disco ainda não saiu mas daqui a um mês ja começa a girar debaixo da agulha.

ExTxA - No Faith - Era uma vez os Regulations, que antes de acalmarem, chamavam-se ExTxA, tocavam a mil à hora e andavam de skate pelas ruas de Umeå, na Suécia. Um dia lançaram este disco que é o melhor disco deles e pronto. O resto é conversa.

Secret Seven - Take It Back - O último e melhor disco deste moços de Singapura, terra de bandas rápidas. Para quem não conhece, imaginem bandas tipo ExTxA, Jellyroll Rockheads, etc.. Ou seja, músicas de 50 segundos sempre a aviar. Não sou fã de bandas com dois vocalistas mas em Secret Seven nem faz mossa. Granda malha.

Night Fever - New Blood - Mostraram-me esta banda há coisa de 3 anos, e desde então, este disco tem sido dos que mais tenho ouvido. É tipo Poison Idea com o Glenn Danzig na voz a falar sobre localismo, drogas e sobre bater mal da tola. Quem for ouvir pela primeira vez algo desta banda, que ouça este disco porque o 7" que veio depois ta fraquinho.

quinta-feira, 1 de agosto de 2013

Cinco Às Quintas: Clean Break

Se a cena não acorda há que a agarrar pelos colarinhos e abaná-la vigorosamente. Este poderia ser o mote por detrás do aparecimento de uma nova banda algarvia, obra do David (Broken Distance, Pressure, Pointing Finger) e do Armando. Se gostas de Betrayed vais gostar de Clean Break, a banda que está aí a rebentar com demo já online, e lançamentos físicos a caminho. Porque há quem ainda acredite no hardcore, as coisas continuam a aparecer. Basta querer! Seguem umas questões ao David Rosado sobre o novo projecto.


Fala-nos um pouco da história por trás desta tua nova banda e o que é que já têm no horizonte para ela.

A história da banda não tem assim muito sumo. Eu e o Armando, que tocou bateria no final de Pressure, combinámos um ensaio com a ideia de fazer uma cena nova. Já não me recordo mas acho que fizemos as malhas em 2 ou 3 ensaios rápidos. Arranjei maneira de captarmos a bateria na sala de ensaio na ARCM. Depois foi gravar as guitarras e o baixo em casa, escrever as letras e gravar novamente a voz na sala de ensaio. O Nuno deu-nos uma ajuda brutal tanto nas gravações como a misturar. Acho que o resultado final ficou bastante acima das minhas expectativas. Agora vamos lançar a demo em cassete e mais tarde talvez em vinil pela Salad Days Records. Vou também tentar arranjar uma formação sólida para começarmos a bombar ao vivo também. Mas acho que o melhor é continuar a fazer as coisas com calma, uma coisa de cada vez. O objectivo imediato é editar a demo e ensaiar. O resto logo se vê.

Esta tua nova cria é de alguma forma uma continuação de alguma das tuas anteriores bandas? Uma espécie de reinvenção de Broken Distance, Critical Point ou Pressure, para falar nas mais recentes, ou é algo com um intuito completamente novo e uma vibe completamente diferente?

A ideia é sempre tentar fazer algo mais fresh, tentar aprender com os erros do passado e criar algo de diferente. É óbvio que não vamos reinventar a roda nem estar na vanguarda do Hardcore. Nada disso. Acho que podemos dizer que Clean Break é um híbrido de Critical Point com Broken Distance. CP porque a maneira como fizemos as malhas foi semelhante, neste caso fui eu e o Armando e em CP fui eu e o Rafael, mas de resto foi tudo muito parecido. Fui eu que escrevi as letras e gravei as guitarras e o baixo. A cena de BD é mais por ser uma nova banda em que estou na voz. Tentei que não soasse tanto a BD e acho que o facto do tipo de som também ser um bocado diferente ajudou. Já agora uma curiosidade, a letra da 'Save Face' era de uma música de BD que nunca chegou a sair e que tentamos reciclar para Pressure, mas que acabou por não ser gravada também.

Que tipo de temas é que podemos ver abordados nas músicas de Clean Break?

Em BD na altura escrevi sobre cenas mais pessoais, essas letras se calhar eram menos directas como por exemplo em CP que era algo mais directo e onde procurei abordar temas como o Straight Edge e o Vegetarianismo. Acho que um dos temas que acabo sempre por escrever é sobre a cena Hardcore. Sobre ver que com o passar dos anos a cena consegue-se transformar tanto e ver o vai e vem de putos. A Cut And Run fala sobre isso. Questiono-me bastante se estes putos novos se preocupam com algo mais para além de T-shirts e música pesada. É como uma afirmação que passados mais de 15 anos ainda me identifico com a cena Hardcore. A Thick as Thieves fala de amizade, de como por vezes as coisas mudam mas ainda existe uma réstia de esperança que as coisas voltem as ser como eram antes. A Behind The Times é talvez a letra mais 'politica' que já escrevi até hoje. Mete-me nojo este governo de merda que nós temos. É como que um desabafo para tentar que as coisas mudem.

Ainda há espaço para bandas straight edge em Portugal?

Claro que sim, nem que seja eu sozinho a fazê-las hahaha!! Agora a sério, acho que a cena Straight Edge está a sofrer um pouco do mal da cena Hardcore em geral e que sofre também do mesmo mal que a nossa economia. Se calhar ando muito desligado das coisas, mas o que vejo é que os putos já não têm vontade de fazer bandas, de aprender a tocar um instrumento. Pode ser por falta de dinheiro para investir, mas não sei se será. Acho que a falta de vontade em criar é bem maior. Mas é óbvio que ainda há espaço para bandas Edge. Se não houver só temos é de o criar. Isto funciona sempre por ciclos, quem sabe não vai começar uma nova vaga de putos Edge com bandas, fanzines, distros, matinés, shows com 300 putos com bandas de hardcore, ska e punk rock como no ritz? Se não fizermos por isso então é que não acontece nada.

O Algarve é provavelmente a capital portuguesa do youth crew, com um sem fim de bandas que tocaram ao longo dos anos, muitas das quais em que inclusivamente foste membro integrante. Mas hoje muitas vezes fala-se no Algarve por razões menos boas. Concertos às moscas, pouca gente activa, poucos miúdos interessados. Como é que olhas para o que se passa aí em baixo neste momento? Achas que há malta para fazer aquela renovação necessária ao género aí em baixo? Parece que sempre que aparece algo é fruto da vontade de um pequeníssimo circulo de pessoas, quase sempre as mesmas.


O Algarve ou a cena em Faro não é diferente dos outros sítios no mundo. Há sempre fases boas e fases más. A cena Hardcore é feita pelos putos. Os putos do secundário são os que a bem ou a mal enchem os shows. Alguns duram anos, outros duram meses, mas a base está aí. Não é com o pessoal de 30 anos que tens uma cena Hardcore com os shows cheios ou muito pessoal activo. Se calhar com mais shows podia haver mais pessoal, mas mais shows implica que hajam mais bandas e isso é algo que não abunda nos dias de hoje. Vai um pouco de encontro ao que já falei, os putos hoje em dia não sentem vontade de aprender um instrumento ou de ter uma banda. É algo que dá trabalho e é preciso algum dinheiro. Se o dinheiro é coisa que já não abunda, o teres de te esforçar para aprender o instrumento pior ainda. É tudo mais descartável.

Mas tenho sempre esperança que as coisas vão mudar. Não é preciso teres uma cena com shows grandes para a cena ser boa. Quantidade não quer sempre dizer qualidade. Se depender de mim, vou continuar a fazer os possíveis para continuar a fazer aquilo que gosto, independentemente de estarem 20 ou 100. Não me serve de nada ficar sentado a queixar-me que antigamente é que era. O 'agora' daqui a 10 anos vai ser o antigamente de muitos putos que se calhar se vão queixar da mesma coisa. Há putos novos a fazer cenas, posso não gostar de tudo o que é feito, mas ao menos há coisas que continuam a acontecer e isso é bom.

Obrigado Tiago pela entrevista e pelo apoio. Acho que estão a fazer um excelente trabalho com o blog. Projectos destes nunca são demais. Gostava que o pessoal passasse pelo bandcamp e ouvisse as malhas e principalmente lesse as letras. Uma coisa que se foi perdendo com o digital foi grande parte do conteúdo. Sem o formato físico a tendência é dar apenas atenção à música e o Hardcore para mim é tão mais do que isso. Acho que é isto, PMA! 

terça-feira, 30 de julho de 2013

Discos Trocados: Chestpain/ Contravene

Todas as semanas trocamos um disco entre nós e falamos um pouco sobre o disco que nos calhou - tanto pode ser um clássico como uma porcaria autêntica, mas é aí mesmo que está a piada.

Agora em modo "amigo secreto", mas com a premissa de sempre. Desafiámos duas pessoas a trocarem um disco entre si, sem saberem quem são, e provavelmente até sem se conhecerem. Os convidados são ambos Brunos. Um é o Lisboa que é do Porto, que gere a Crooked Distro e a zine de skate Humble, o outro é o Palma, da No Borders Bookings e de uma data de bandas.

Bruno Palma
Chestpain - Self Titled (2010)
Nunca tinha ouvido falar desta banda, por isso antes de tudo fui pesquisar uma beca. Pelo lettering, capa do album e nome da banda vi logo que era rápido e angry, e não me enganei: powerviolence à maluco de Austin, TX. Não consegui perceber bem em que ano começaram, mas já têm uns lançamentos valentes por isso devem andar por aqui há uns 5 anitos.

Clássico 7'' de powerviolence. A abrir com uma malha mais groovie e lenta (pelo menos lento nos moldes destes individuos) só para depois disparar (quase) sem parar até ao final. O belo do feedback, os belos dos samples, musicas de 25 segundos.. Se é bom não se mexe, right? Em menos de 9 minutos está o serviço feito. O disco em si está bom, não é a cena mais inovadora de sempre, mas não é isso que é suposto também. Curti da ultima música, malha certa para acabar. A Nihilgasm também ficou na cabeça. Mesmo assim, acho que tinha gostado duas vezes mais do disco se tivesse a ler as letras no booklet do 7'' enquanto ele girava. Andei aí à coca na net, mas não encontrei nada..

Bruno Lisboa
Contravene - A Call To Action (2002)

Descobri este disco quando o meu puto Filipe Gaspar se passeava com uma shirt de Contravene e me falou desta banda. Nunca tinha ouvido o termo “peace punk” mas sem duvida que me foi mais apelativo que o habitual sex and violence. Adorei o forte sentido interventivo da banda e as letras ódio ao opressor e de ânimo ao oprimido, veganismo e liberação humana e animal, sou também fã o duplo vocal masculino/feminino e das intros suaves que de pressa se tornam num crust furioso. Sublinho os temas “Conviction”, “Traditions” e “In the name of convenience” (não é deste album mas é grande malha.)

domingo, 28 de julho de 2013

Playlist da Semana #42

(Quase) Todas as semanas, a Playlist da Semana. Porque no partilhar é que está o ganho. Esta semana ela é servida por dois convidados. Eles são o Gonçalo Marques, vocalista dos Holder e o o João Borges, vocalista dos Shitmouth, sendo que depois de terem escrito para os Discos Trocados lhe tomaram o gosto. E ainda bem!!


Guru's Jazzmatazz Vol. 2 "The New Reality" - Para quem tem aquela vibe "jazzy" de hip hop nos anos '90 - a melhor altura, sem chance - este disco é uma das poucas pérolas a descobrir e passar vezes sem conta. O Guru (RIP) teve mesmo o papel de guru no hip hop, se gostam de gangstarr dêem uma oportunidade a estes volumes que não vão ficar desiludidos. Suave que nem manteiga em torrada. 

Charles Bronson - Discocrappy - 96 faixas em 1h e pouco de cd. Não é obra, é charles bronson. Quando me comecei a aventurar mais pelo punk aos 14 anos isto apareceu-me à frente, sem querer, na internet e colei logo. Fast, Short & Angry como manda a lei. As malhas com os melhores nomes de sempre? Sem Dúvida. "One Life Crew goes on slimfast". 

Sleep - Jerusalem - A dica sempre foi a mesma: "Holy Moutain", mas eu preferi profanar essa montanha sagrada tal era a sua música aborrecida (desculpem trve kvlts do doom). Apareceu-me o "Jerusalem" à frente e não quis a outra coisa, nunca tive um disco que me carregásse durante tanto tempo às costas praticamente sempre na mesma linha de riffs e tempos sem me fazer fartar. Se querem o deserto, o desfiladeiro ou Marte em casa já sabem que disco meter. PS: roll that shit não é só com gangsta rap. 

Cold As Life - Born To Land Hard - Hardcore mais bravo que as silvas, um cão raivoso na voz, as guitarras mais assustadoras. Não oiço muito pessoal a falar disto por aí mas a verdade é que, para mim, acabou por ser das melhores coisas que os USA trouxe ao de cima. Aquela tarola dá vontade de arrancar os tijolos da parede e atirá-los aos carros pela janela. 

Kyuss - Blues For The Red Sky - Que banda, se há discos que não me cansam este é um deles. Um transe de riffs, umas viagens... Para quem quer o crú do deserto americano em pedais de fuzz não há que inventar. Tive pena de não apanhar no Incrível Almadense o concerto com a semi-banda.


Bad Religion - True North - Estes gajos nunca desiludem. Este álbum, é na minha opinião dos melhores álbuns de Bad Religion. 16 música brutais, “My Head is Full of Ghosts” é das melhores deste álbum, pena não a tocarem ao vivo. “Past is Dead” devia ser a 1ª, tem tudo para ser música de abertura. Lindo.

The Flatliners - Destroy To Create - Isto é uma das bandas que vai ao Resurrection que só conhecia meia dúzia de músicas mas que curto bué. Decidi sacar alguns álbuns deles e este é o que mais curto. Ska Punk sempre a dar-lhe que dá tanto para o Skanking como para o Circle Pit. Pena não tocarem muitas músicas deste álbum ao vivo e também é pena nos outros álbuns deles depois deste a parte “ska” ter desaparecido um bocado.

Leftover Crack - Fuck World Trade - Leftover Crack é só das melhores bandas de sempre, este álbum é uma prova disso. Esta banda tem de tudo: Ska, Punk, Hardcore, Crust, Neo-Crust, you name it. Basicamente todas as bandas que tenham o Stza são boas bandas.

Millencolin - Tiny Tunes - Esta banda é daquelas que vão ao Resurrection e que eu só conheço meia dúzia de músicas, quando fui a ouvir melhor, este álbum foi de certeza o que me chamou mais a atenção, grandes músicas de Punk e Ska, o que foi ainda mais surpreendente para mim visto que só conhecia Millencolin pós- Pennybridge Pioneers. “Mr.Clean” é daquelas que mais ficou no ouvido.

Not On Tour - Not This Time
- Isto é tão bom. Punk Hardcore Melódico de Israel, quando explico ao pessoal o tipo de som que é costumo dizer “imagina se Paramore fosse Punk Hardcore”, acho que se adequa perfeitamente. Aqui temos um álbum de 16 músicas, na média de 1 minutos/1 minuto e meio. Destaque para “Banks”, “Darling” e “All this Time”

quarta-feira, 24 de julho de 2013

Discos Trocados: Spazz & Charles Bronson/ Portraits Of Past

(Quase) Todas as semanas trocamos um disco entre nós e falamos um pouco sobre o disco que nos calhou - tanto pode ser um clássico como uma porcaria autêntica, mas é aí mesmo que está a piada.

Agora em modo "amigo secreto", mas com a premissa de sempre. Desafiámos duas pessoas a trocarem um disco entre si, sem saberem quem são. Os convidados desta semana são o João Medley (One Last Struggle/ Bang Yer Head Distro) e o Gonçalo Marques, vocalista de Holder.

João
Spazz/ Charles Bronson - Split (1995)

Não é preciso muito mais que 8 minutos (os Spazz só precisaram de 3 minutos) para distribuir chapada e fazer-nos recordar dela. Powerviolence como se quer e tocado pelas duas bandas que mais deram que falar nos idos anos 90. Blastbeats a torto e a direito? check! Samples de filmes? Check! Se queres música lenta, estás a ouvir o disco errado.

Se por um lado temos umas letras mais politicamente focadas (só aquela dica na Uniform "violence enforces the law/brutality boosts the ego" já põe um gajo a pensar), por outro temos humor a montes, títulos de malhas como "Charles Bronson Will Not Turn Into A Band" ou "I Lied When I Said I Liked Your Zine" parece que retratam problemas dentro da cena hardcore de Illinois da altura. Confesso que demorou um bocado até entrar no mood para ouvir este disco, mas valeu a espera.

Gonçalo
Portraits of Past - Self Titled (1996)

Acabei de chegar do café, já se faz tarde e a rotina é sempre a mesma: acabar a noite com um som calmo que me vá embalando até resolver ir dormir. Agora, sem saber bem para o que ia, meti a tocar o disco que me propuseram. Escorregou bem, screamo com toque a fresco, hardcore desconcentrado e em pânico. Comecei entusiasmado com o disco, introdução lenta a fazer lembrar uma perturbação à Swans até partir para os ritmos avacalhados do screamo. Não conhecia nada desta banda, procurei e vi que eram obra da Ebullition: a mesma label de outras duas das minhas bandas preferidas (e das poucas que conheço) dentro do género - Orchid e Yaphet Kotto.

Gostava de ter tido um disco que me fizesse puxar de referências. Fazer umas comparações, mandar umas piadas sobre os beefs do Rick Ta Life... De qualquer das maneiras acabei por conhecer uma banda nova e caíu bem ao final da noite. Ouçam mais screamo, mais emo dos noventas e vejam o bicho pegar.

quarta-feira, 17 de julho de 2013

Discos Trocados: The Effort/ AFI

(Quase) Todas as semanas trocamos um disco entre nós e falamos um pouco sobre o disco que nos calhou - tanto pode ser um clássico como uma porcaria autêntica, mas é aí mesmo que está a piada.

Agora em modo "amigo secreto", mas com a premissa de sempre. Desafiámos duas pessoas a trocarem um disco entre si, sem saberem quem são, e provavelmente até sem se conhecerem. Os convidados, ambos estreantes, são o Rui Janga (Blue Shoes Productions) e o João Borges, vocalista de Shitmouth.

João
The Effort - Iconoclasm (2008)

Confesso que não conhecia esta banda, mas logo na primeira audição gostei muito, bem naquela onda de Have Heart. É um estilo que curto bué, Hardcore mais melódico, mas admito que não conheço muitas bandas deste género, mais por preguiça do que outra coisa. My mistake.

Todas as músicas são brutais, no entanto, a "1985", "Born Again Presidency" e "My Declaration" são as minhas favoritas de entre as 12 músicas do álbum. Tem boas músicas rápidas, outras mais lentas, as letras são capazes de ser o melhor que esta banda tem, letras com alto
significado. Para fãs de Have Heart. Mais que aprovado.


Rui
AFI - Shut your mouth and open your eyes (1997)
Por acaso foi engraçado ter recebido este álbum porque não é mesmo o género de cenas que costumo ouvir. Fui pesquisar e o vocalista é o Davey Havok que já tinha visto num vídeo a fazer cover de Project X com Ceremony. Este álbum tem a particularidade de não deixar de ser punk hardcore mas nota-se bastante outras influências nos riffs ou mesmo nos sing alongs mas mesmo assim continua a ser bastante raw. Em certas faixas do álbum ate me de vontade de ir andar de skate (apesar de não o saber fazer). Uma das cenas a apontar e que depois de algum tempo começa a tornar se cansativo por causa daqueles gritos a adepto de futebol e a fórmula do álbum em si gasta-se.

Pa mas apesar de tudo até achei fixe o álbum. Provavelmente não vou pesquisar mais nada deles mas é uma cena porreira para se ouvir enquanto tu e os teus amigos comem doritos e jogam FIFA.

terça-feira, 16 de julho de 2013

Playlist da Semana #41

(Quase) Todas as semanas, a Playlist da Semana. Porque no partilhar é que está o ganho.
Esta semana com um convidado a falar-nos do que foi passeando pelos seus ouvidos, e ele é o Edgar de Barros, vocalista dos Challenge.


Beware - What We Were - Quatro malhas novas de Beware no que parece ser um cheirinho do próximo trabalho. Bandão! Estes são dos carregam a bandeira de bandas como Chain of Strenght ou Mouthpiece com pulso firme. A esta altura campeonato já nem é preciso dizer que é aqui que canta o antigo vocalista de Mother of Mercy, a banda já tem um estatuto próprio e as novas faixas vêm mostrar que não só não desapontam como são uma banda que cada vez mais se impõe no panorama youth crew e do hardcore em geral. 

Savage Youth - Demo 2013 - O Noia deu-me o toque para esta banda. "Hardcore na onda de Survival". E estava certo. Capa do pré-histórico bem reminiscente a The Rival Mob, os miúdos de Southampton tocam um youth crew capaz, com groove, que deve meter os putos da tshirt XXL e 5 panel a representar no stage mosh (chutem-lhes o cú!!). PS: Miguelito, ainda dizes que nessa zona de Portsmouth/Southampton é só azeite, afinal já tens aqui uma rapaziada para te identificares! 

Angel Du$t - Xtra Raw - Ia um bocado a medo ouvir este disco. Não obstante o facto de ser a nova banda de Baltimore formada pela rapaziada de TUI (sim, é o Justice a cantarolar), Turnstile e Mindset, o nome azeiteiro e a vibe completamente diferente deixaram-me assim meio espectante. Supostamente Trapped Under Ice parou para apostarem mais nesta banda. Não é que isto provavelmente se irá tornar numa parte importante da minha banda sonora de Verão? Já sei que muitos de vocês acham isto o maior cagalhão, mas não quero saber. Óculos de sol na cara, vidro aberto no carro e siga para a praia. 

Ill Advised - Ill Advised Army Demo - Claramente rapaziada que vibrou com os discos de Righteous Jams e RZL DZL e quis fazer uma banda a roubar/prestar homenagem a essas bandas, e a toda aquela vibe de meados dos anos 2000. Já devem saber que também sou fã, por isso claro que fui dar o check. Tem uma ou outra malha meio chatinhas, mas ouve-se bem. 

Sike - Demo 2013 - The ukrainian boys are back! Se dúvidas havia que a Europa de Leste se ocidentalizou após a queda do muro de Berlim, os Sike provam que com inglês mais ou menos quebrado, boa dieta composta por clássicos do youth crew norte-americano e da era dourada da Lockin' Out, regadas por umas Coca-Colas para saciar a sede, se fazem boas bandas do lado de lá da cortina de ferro. Mental da Ucrânia, no joke. A esta altura do campeonato, sei bem que já ouviu isto dezenas de vezes, não é Fábio?


Night Fever – New Blood - Então, basicamente caí de para-quedas neste disco destes Dinamarqueses e fiquei sem saber o que comentar de mau nesta banda. Basicamente é punk/hardcore com uma voz à Axl Rose lá dos Guns n Roses. Foi o que me tinham dito e quando ouvi a primeira música tive de ouvir tudo, e ando a ouvir tudo, todos os dias, mil vezes por dia! Descobri hoje que tão ativos e vou já dar-lhes na cabeça a ver tours próximas!

Angel Dust – Xtra Raw - Saquei este disco somente pela curiosidade de ouvir por ter o Justice de Trapped Under Ice na voz. Não me soou muito fixe ao início, e verdade seja dito, uma banda com uma gravação desta só é editada e tem o “sucesso” que já se começa a ver por ter quem tem na banda, porque o nome do EP tem tudo a ver com a qualidade. Tinha visto o videoclip da “Slam” e fiquei a achar o som meio diferente do habitual, e que a música era meio para o curta para o tipo de som que era, e quando abro o EP todo e vejo que a média das músicas é de 1 min/1:20 o que me agradou-me. Tem partes bem estranhas, mas que acaba por soar tudo bué bem passado umas audições e tenho ouvido bastante este EP, ver se começo a checkar uns vídeos ao vivo a ver como vai resultar. TUI vai parar, mas vou estar bem atento a Angel Dust e Turnstile, é bom saber que TUI para mas que continuam em bandas que me agradam  

Fizz – Fizztape II – Lealdade Acima de Tudo - Esta mixtape do Fizz saiu há pouco tempo, sempre curti dos beats dele, é ganda liricista, bom flow, temas que me agradam e é dos MC’s que passa a mensagem como gosto. 20 faixas, com bons convidados, ótima produção e que faz com que ouça e que quando acaba fica-se com partes na cabeça, e é sempre bom ouvir-se um disco e que fique uma mensagem em que se pensar no final

Unity – Blood Days - Bandas antigas com voz mais “melódica/cantada” com energia, é sempre algo que me agrada. A produção característica do ano que foi, e é sempre bacano ouvir e identificar logo montes de bandas que surgiram depois influenciadas por Unity. É pena é ver que infelizmente hoje em dia já não há bandas novas com som assim. Se soubésse cantar fazia, como não sei, fico a ouvir e mandar o playback, ahah. Mas sério, quem não conhece que vá dar o check, é mesmo das bandas que me conseguiu viciar deste início e que quando quero mandar um PMA pego logo!

86 Mentality – EP / Final Exit / On The Loose - Esta sim é uma banda que me enche as medidas por completo. Punk/Oi!/Hardcore/Broncaria, tudo tal como gosto! E como tou aí quase a começar um projeto novo sxe que esta é sem dúvida a banda de maior influência ando a ouvir tudo, e ver os vídeos deles a desejar conseguir fazer um som que me dê tanta pica tocar como me dá ouvir. Por falar em vídeos, quem não viu ainda o vídeo de reunião da banda? Uns 13 minutos de concerto, com stages dives, pogo, side walks, sem manias em lado nenhum, homens e mulheres, punks, skins, cores e em 2013 que mais parece os vídeos dos anos 80! Ahhhhhhh www.youtube.com/watch?v=MDCzNMM5LkY