sexta-feira, 29 de setembro de 2017

Nós Contra Eles no Spotify #5

A ideia é simples - uma playlist no Spotify com cenas novas que vão aparecendo nesta plataforma de streaming. Sim, porque estamos em 2017 e o Nós Contra Eles é bué à frente.




Esta é a semana #5 do NCE no Spotify. Se na semana passada as novidades foram essencialmente de bandas de Hardcore para todos os gostos, as chances de haver muito core esta semana eram baixas. Mas não desesperem, muito provavelmente a malha de FTG vale por 6. Como dizia o João na gravação da primeira demo de Pointing Finger... "Buga lá?!"... Buga!  

The Lillingtons - Zodiac - Os Lillingtons são a banda que um dos vocalistas dos Teenage Bottlerocket tinha antes de 2000. Não se pode dizer que seja muito diferente de TB, mas isso neste caso não é uma coisa má. Ramonescore ou Punk Rock ou Pop Punk. Chamem-lhe o que quiserem, mas adoro este tipo de som, mesmo perfeito para o sing along. Parece-me que esta banda tem letras um pouco mais sérias em comparação com TB. O disco novo chama-se "Stella Sapiente" e vai ser editado pela Fat Wreck Chords dia 13/10.  

The Movielife - Ski Mask - Alguém se lembra dos Movielife?! tinham aquele disco com a capa vermelha na Revelation que saiu em 2000. Tocavam aquele emo, mais pop que choroso. Lembro-me que o Diogo de PF tinha este CD e também me lembro de ficar com ele uns bons meses em casa. A banda acabou em 2003, mas como tem sido habitual ultimamente, a banda voltou em 2014 ao activo e esta música faz parte do novo disco chamado "Cities in Search of a Heart" que saiu a 22/09 pela Rise Records. Algo que me diz que este vai ser um dos disco preferidos do Filipe Severo. 

Frank Iero And The Patience - I'm A Mess - O nome deste rapaz não me parecia nada estranho e após uma rápida pesquisa no Google descobri que é nada mais nada menos o guitarrista dos My Chemical Romance, o que no meu caso não me diz absolutamente nada pois essa banda passou-me completamente ao lado. No entanto esta música é bem fixe. Mais Punk que MCR esta música é de um EP novo que foi editado recentemente chamado Keep the Coffins Coming e esteve em tour com o Dave Hause (The Loved Ones/Paint It Black) 

For The Glory - This Is All We Got - 14 anos é uma marca de respeito para qualquer banda, mas mais ainda para uma banda de Hardcore, sendo o clássico que bandas neste estilo não durem mais que um par de anos. Os FTG estão cheios de saúde e recomendam-se. Disco novo na Rastilho Records chamado Now And Forever que já podem ouvir no Spotify ou comprar mesmo à antiga. Esta malha é curtinha e vai directo ao assunto. This Is All We Got! 

Morrissey - Spent The Day In Bed - É possível que a culpa dos The Smiths/Morrissey serem tão "famosos" no Hardcore é do Porcell de Youth of Today. Quer se adore ou odeie, eu sou dos que adora e um disco novo do Moz é sempre uma boa notícia. Este é o primeiro single e quanto mais ouço mais gosto desta música. Aceito que não seja para todos, mas também estou-me um bocado nas tintas se não gostam do Moz. E ele também...  

The Black Dahlia Murder - Matriarch - E para finalizar esta semana em altas nada como um Death Metal... assim para desenjoar depois do Moz. Confesso que só há um par de anos comecei a ouvir coisas mais extremas, muito por culpa da Loud e do Spotify. Death Metal, Black Metal, Grind... tem marchado tudo. O novo disco chama-se "Nightbringers" e saí a 06/10. Desta tenho a certeza que o Pedro XXX vai curtir.

Esta playlist será atualizada às Sextas-feiras (se tudo correr bem), por isso façam Follow e fiquem a par das novidades. Os updates na playlist serão acompanhados por um post no blog para vos aguçar o apetite e saberem ao que vão. 

quinta-feira, 28 de setembro de 2017

Cinco Às Quintas: Combate Brutal

Combate Brutal é o nome da mais recente editora Oi! de Lisboa. Sem tempo a perder foram já apresentados os seus dois primeiros lançamentos, um single dos Asas Da Vingança e um EP dos Falcata.


Quem está por trás da Combate Brutal e qual o conceito da editora?

Somos dois gajos já com alguma experiência a nível editorial - o Rattus tendo em paralelo a Zerowork Records, e o Sandro a Bigorna Records. A editora é direcionada para o Oi! e para o formato em vinil. Tentamos preocupar-nos com todos os pormenores e detalhes também a nível gráfico, algo que o Sandro traz da Bigorna, mas com a objectividade da Zero.

Qual a motivação para começar uma editora em 2017 numa altura em que se vendem cada vez menos discos e os serviços streaming são cada vez mais populares?

Tão só e apenas a carolice, o amor que temos por esta subcultura e pelo underground. Já pensámos ambos várias vezes em cagar nisto tudo, até porque cada vez mais o tempo é escasso, mas a verdade é que acabamos cada vez mais enterrados.

Que lançamentos têm já programados? Com quem, como e quando? 

Acabaram de sair os dois primeiros, os novos 7" de Asas Da Vingança e de Falcata. Ambos com duas capas de cor diferente. Cada uma limitada a 100, num total de 200 por edição em vinil preto. Temos mais dois lançamentos em vista, mas por agora não vamos adiantar mais nada.

A julgar pela press info destes dois primeiros lançamentos a ideia será presses pequenas e um artwork cuidado certo? E o formato, apenas 7" ou também 12"?


Sim, como já referi é uma das imagens que queremos ter. O artwork tem para nós grande importância e queremos que os discos sejam verdadeiras peças de colecção. Vamos dar primazia aos 7", mas também já está um 12" em equação.
 
Planos para o futuro?

Continuar a fazer o que gostamos, da maneira que gostamos, contribuindo da nossa maneira para esta forma de estar na vida. A base da editora é a amizade dos dois, portanto enquanto houver paciência e umas cervejas para ajudar a montar os discos, cá estaremos para meter na rua mais uns kilos de vinil.

Aqui fica a press info dos dois lançamentos para os arquivistas e colecionadores:


Combate01 - Asas Da Vingança - Não Queremos Saber / Sangue Lusitano 7"
20x Test Press
100x Capa preta
100x Capa bordeaux

Combate02 - Falcata - Forged In Blood EP 7"
20x Test Press
100x Capa preta
100x Capa bordeaux

As encomendas podem ser feitas através da página do Facebook.

Não se deixem dormir que 200 cópias voam num instante.

segunda-feira, 25 de setembro de 2017

Review: For The Glory - Now And Forever Release Show @ Musicbox, Lisboa

Na sexta-feira passada o hardcore voltou ao Musicbox a propósito do lançamento do novo álbum dos For The Glory, o quinto da banda, e eu estive lá a levar com algum pessoal no lombo e a cair em cima de outros. Como preview ao disco e ao concerto publicámos uma pequena entrevista ao Congas que se não viram da primeira vez podem dissecar clicando aqui. Mas voltando para o tema desta post, bora lá voltar atrás no tempo uns dias...
 

O evento no Facebook dizia 21h e foi a contar com algum atraso que comecei a dirigir-me ao Musicbox, sendo que de caminho vou dar uma vista de olhos final e vejo um post a dizer que as portas abriam as 22, e o show começava 30 minutos depois. Claro que chegado ao local, depois de cumprimentar três ou quatro pessoas que já por ali andavam (na volta enganados como eu), fiquei ali a ver passar os minutos . Entretanto as portas lá abriram e vi os Luz na fila - já tinha companhia para a noite.

A primeira banda a tocar foram os Fear The Lord. Não conhecia mas havia muito rapaz e rapariga nova que parecia que estava lá para os ver, já kitados com merchandise a condizer. Não conhecia e não fiquei propriamente impressionado. Há ali mais valia técnica em alguns pormenores, mas aquele beatdown cansado da pancadaria não é a minha praia. "Bora caralho, matem-se todos" foi dito em todas as músicas várias vezes, pelo que devia fazer parte da letra. Aqueles gimmicks com a guitarra a fazer de metralhadora também não ajudaram, mas pronto, tal como disse não é a minha cena. Acabaram com a Roots de Sepultura...


Já com o Musicbox muito mais composto atuaram os Besta. Tinha visto esta banda uma vez com Risk It na República da Música, mas lembro-me que o som estava tão mau/alto que tive de bazar que já me estavam a sangrar os tímpanos. Desta vez a experiência foi bem mais fixe. É metal rápido para abanar o capacete (definição de um gajo que não está muito acerca de possíveis comparações). Vocalista com granda presença e energia. Os primeiros 15 minutos foram fixes, mas depois já comecei a achar repetitivo e ia olhando para o relógio...

Fumarada no palco, música do Terminator e os For The Glory entram em cena. Para começar em beleza: Survival of The Fittest. Fizeram bem em desviar os monitores do centro do palco, que a partir daí começou a chuva de corpos. Num set onde se passou por todo o percurso da banda, desde as velhinhas Drown In Blood e Fall In Disgrace (a fechar), até várias malhas do novo disco, que afinal era o foco deste dia. Numa festa que também celebrava os 14 anos da banda fez todo o sentido estas viagens para trás e para a frente na linha temporal da banda, sendo que mesmo nas novas músicas deu para ver que algumas delas já "colaram", como a When The Time Comes, que tem aquele refrão mesmo a pedir cantoria e é das músicas que mais gostei do disco.


Shout out obrigatório para o alemão super bêbado que estava na fila da frente a provar que não importa a idade (e ele já tinha alguma) quando o nível de álcool está em red line. O homem tava tão crazy que se gregou no meio do pit. Depois como se nada fosse manteve-se junto ao palco com os seus óculos de sol e boomerang (!!) a levar com malta em cima. Espero que o resto da noite tenha corrido melhor (a partir dali era sempre a descer...). É verdade que os For The Glory já têm 14 anos de vida, mas esta é capaz de ter sido uma novidade nos concertos da banda. Para mim foi. Mas nem vómito impede a festa e depois de uma limpeza rápida do piso, tipo jogo de basquetebol, o concerto recomeçou.

Acrescentar só um PSA para os (felizmente poucos) amigos do crowdkill. Isto de se ver vídeos no Youtube e ir para o pit replicar deve funcionar em alguns concertos, mas há outros em que essa idiotice não é tolerada. Resumindo, se foste um dos que sentiram o "toque" e depois encostaram à box já sabes o porquê de teres levado o tal toquezinho de chamada de atenção.



Mas como há que dar importância ao que realmente a tem, parece que o hardcore ainda dá sinais de vida em Lisboa. Mesmo sem muitas caras que habitualmente vejo nos concertos o Musicbox estava cheio. Novos e velhos ajudaram a fazer a festa num dia especial para os For The Glory. E se lá estiveram certamente trouxeram o disco para casa, pelo que se ainda não tinham tido a chance de o ouvir digitalmente agora já não há desculpa. Disco sólido de uma ponta à outra, onde a sonoridade dos FTG está bem presente, com uns toquezinhos diferentes aqui e ali que acho que o pessoal vai curtir.

A banda vai estar a tocar por todo o país e se todos os concertos forem sequer metade do bom que este foi são de presença obrigatória. 2017. For The Glory. Hardcore in your fucking face!


Estas e outras fotografias disponíveis neste link, cortesia do top dog Luís Luz.

sexta-feira, 22 de setembro de 2017

Nós Contra Eles no Spotify #4

A ideia é simples - uma playlist no Spotify com cenas novas que vão aparecendo nesta plataforma de streaming. Sim, porque estamos em 2017 e o Nós Contra Eles é bué à frente.




Aqui estamos para a semana #4 do NCE no Spotify. Não sei se sou só eu que estou com essa impressão, mas não têm sido editados BUÉ discos bons em 2017?! Com tanta cena nova às vezes nem sei para onde me virar. Bem... vamos a isso...

Anti-Flag - Racists - De certeza que os mais puristas do CORE vão passar à frente esta música, mas tenho quase a certeza que esta é uma das letras mais HARDCORE de toda a playlist até agora. Ok, a música é la la la pop punk ou whatever, mas a letra é demasiado boa para ser ignorada. Sintam só este bridge quase no final da música. "You fly the flag of the Confederacy, You say to celebrate your history, The South was fighting to save slavery, To preserve and protect white supremacy". Nunca ouvi muito Anti-Flag, mas este disco vou ouvir todinho e vou devorar as letras, podem ter a certeza. O disco novo chama-se "American Fall" e saí no dia 3/11.

Liar's Tongue - Plea For Atonement - Os Liar's Tongue são uma banda de Salt Lake City, Utah nos USA e se SLC nos 90's era conhecida pelos "gangs" straight edge, esta banda também soa bem a 90's. Mas mais a crossover, não o crossover thrash à DRI, mais aquele crossover à Cro-Mags e Leeway. Por isso preparem-se para abanar o cabelo e ouvir isto em tronco nú. Pontos extra para quem tiver tattoos no peito à Harley (que tenho a certeza que acha que os Liar's Tongue são "a bunch of pussies"). O disco já saiu e pode ser escutado no Spotify, Bandcamp e Apple Music. Curiosamente não encontrei nada onde encomendar isto em formato físico. Também não pesquisei assim tanto, mas se não aparece logo no Google.... welcome to 2017. 

Freedom - Never Had A Choice - Para quem não sabe os Freedom são de Detroit. Segundo consta por aí, Detroit não será dos sítios mais agradáveis para se viver nos USA. Como era NY nos 70's/80's segundo as autobiografias do Harley e do JJ. Talvez por isso é que, se não soubesse que a banda era de Detroit, diria que eram de NY e a malha era dos 80's quanto muito inicio dos 90's. Tão a sentir early Agnostic Front e as primeiras cenas de Madball?! Se curtem isso vão gostar disto. O disco já saiu na Triple B e também está disponível no Spotify.

Counterparts - Swim Beneath My Skin - Segundo o Gaiola, os canadianos Counterparts são "a banda que mais faz lembrar Shai Hulud". Da primeira vez que ouvi, não pensei logo nisso, mas é daquelas situações quem que depois de te dizerem algo pensas... "ah yaaa pois é..." Então, os Counterparts tocam aquele Hardcore assim com guitarras melódicas e partes mid tempo cheias de coros tipo Comeback Kid e... Shai Hulud (talvez com menos guitarras trabalhadas, pelo menos nesta malha). O disco novo saí dia 22/09 pela Pure Noise. 

Backtrack - Bad To My World - Os Backtrack têm duas músicas novas que fazem parte do mais recente lançamento, um flexi (uma folha quase de papel que dá para meter a tocar no gira-discos) com duas malhas e uma fanzine limitada, mesmo a tempo para a tour que estão a fazer em Setembro nos states. Esta malha é boa, eu pelo menos gosto, começa com aquela bateria cavalgante, depois entra o baixo cheio de groove. Depois entra o breakdown e moshpart. Foi gravado pelo Dean Baltulonis (No Warning, Madball). Acaba por saber a pouco, assim tipo aqueles gelados gourmet que a bola cabe na boca de uma só vez. Já podem fazer o pre-order do novo LP com o mesmo nome desta malha na Bridge 9.

Stick To Your Guns - Married To The Noise - Devo confessar que nunca prestei grande atenção a esta banda. Não deve ser segredo nenhum para ninguém que os STYG tocam aquele Hardcore melódico, mesmo à late 00's. Ou seja, refrão com voz melódica, até alguns woooo's, parte breakdown, tudo bonitinho e bem produzido. Não será a cena que mais vou ouvir, mas também não vou passar para a frente quando aparece na playlist. O disco novo saí a 13/10 e há mil e um bundles para todos os gostos.

Curada pelo David Rosado, esta playlist será atualizada às Sextas-feiras (se tudo correr bem), por isso façam Follow e fiquem a par das novidades. Os updates na playlist serão acompanhados por um post no blog para vos aguçar o apetite e saberem ao que vão.

terça-feira, 19 de setembro de 2017

Entrevista: Ricardo Dias (For The Glory)

Ao fim de 14 anos de banda, os For The Glory regressam às edições com "Now And Forever", o quinto álbum da banda. Dia 22 de setembro é a data de lançamento oficial deste CD Digipack editado pela Rastilho Records com o pontapé de saída a ser dado em Lisboa, no Musicbox. Depois disso há datas por todo o país para vos dar a conhecer este registo, já disponível na íntegra para escuta no bandcamp da editora. Eu e o David enviámos algumas questões rápidas ao Ricardo Dias aka Congas aka o verdadeiro Maradona do Bairro da Mealhada sobre este novo disco e sobre a longevidade dos For The Glory. Em baixo as respostas.


Fala-nos um pouco deste novo disco que marca os regresso dos For The Glory às edições, quatro anos depois do Lisbon Blues. Nesse disco encontrávamos uma forte marca do momento pelo qual o país passava, num contexto de crise em que se queria ver a malta alerta e ativa relativamente aos problemas que nos afetavam, e em que a música servia como veículo dessa mensagem de luta e perseverança. Já com outro contexto político-social (ainda que muitas das coisas não tenham mudado assim tanto...) surge este Now And Forever. Qual é a principal mensagem que querem transmitir com este disco?

Tudo o que disseste é o espelho perfeito do contexto em que o Lisbon Blues foi idealizado e também realizado. Felizmente houve algumas melhorias no sentido de que o fantasma da crise desapareceu, apesar de continuar a haver desemprego a monte, de cada vez mais as pessoas se afundarem na escuridão da sua mente e deixarem os fantasmas da depressão tomarem conta da sua vida. Infelizmente continuamos a viver tempos de crispação social e tempos conturbados onde o preconceito, xenofobia e medo da diferença revela um país que afinal tem um lado mais preconceituoso adormecido.

O Now And Forever tem um sabor diferente, por assim dizer. Tem um feeling mais de olhar de retrospectiva, de pensar o passado, viver o futuro e dando o statement de "para sempre". A verdade é que passaram 14 anos desde o primeiro concerto, a verdade é que cresci com esta banda, e esta banda esteve comigo em todas as grandes decisões e transições da minha vida. Como que se ela fosse a banda sonora da minha vida, portanto posso legitimamente dizer que se esta banda não acabou durante estes anos, já é para sempre.

Nos últimos anos têm havido algumas mudanças na formação de FTG. Como é que isso afectou a escrita do novo disco? Há diferenças na dinâmica da banda?

É um facto que temos tido algumas mudanças na formação de FTG. A dinâmica de banda continua a ser a mesma, porque as pessoas que foram entrando são pessoas que já conheciam a banda há muito tempo ou  são pessoas com as quais já partilhávamos algo e que sua adaptação foi fácil. A última entrada foi do Afonso para o lugar que o Sérgio deixou, e a sua entrada foi depois deste disco estar gravado, pelo que não se nota nada na forma de escrever. A base de escrever riffs foi a mesma, tirando o facto de todos as músicas terem sido escritas apenas com uma guitarra. No entanto na altura de fazer malhas, todos nós contribuímos com ideias, seja nos riffs ou nas estruturas dos temas.

Quais são as maiores fontes de força e motivação para manterem a banda ativa e para ainda tocarem hardcore passados todos estes anos?

A vontade de dizer algo, a vontade de partilhar a música que há dentro de nós, partilhar ideias, conhecer pessoas, viajar e tudo isso. Todas essas coisas fazem-nos acreditar que ainda faz sentido.
Enquanto houver quem acredita nesta banda e no que fazemos, então faz sentido continuar a existir. Obviamente que daqui a uns anos talvez o nosso corpo já não aguente o choque da energia dos concertos, mas até lá vamos continuando a fazer o que nos diverte.

Eu consumo muita música diferente, e não vou negar que também já tive, e tenho, vontade de experimentar fazer algo diferente, mas como disse acima esta é uma banda que me acompanha há 14 anos, que me levou a locais onde nunca pensei ir, que me fez sentir coisas que nunca tinha sentido, portanto é com ela que neste momento tenciono ficar por mais um par de anos e atingir alguns objectivos que ainda não atingimos.

Falaste em objetivos ainda por atingir com FTG. Há algo que possas partilhar sobre o que ainda figura na tua bucket list?

Há coisas que ainda gostava de fazer. Adorava fazer esses festivais maiores da europa. Gostava imenso de conseguir fazer tour na Ásia e no Brasil. Nos USA não é uma coisa que me cative por aí além, mas esses dois continentes era bom demais!


Nos últimos anos temos vindo a assistir a uma mudança de paradigma no que diz respeito aos concertos de For The Glory, quer em Portugal quer lá fora. Se cá cada vez mais são nome habitual em festivais de metal, também lá fora as tours de vários dias foram trocadas por datas únicas ou fins de semana com dois/três concertos. Sei que não é novidade para ti falares desta relação cada vez mais próxima com a cena do metal, mas recorda-nos um pouco como é que esta aproximação aconteceu e como é que comparas estes dois géneros musicais e cenas distintas, mas com vários pontos em que se tocam.

Respondendo à troca de datas soltas pela Europa em detrimento das tours, foi uma situação à qual fomos "forçados" pelas melhores razões. Há 2 anos e meio fui Pai pela primeira vez e a minha presença era necessária em casa. Já tenho um trabalho que me obriga a passar alguns dias fora e fazer estrada a um nível nacional, e a ideia de me ausentar de casa durante 3 semanas ao início assustava-me imenso.

Agora já vamos conseguir marcar uma ou outra tour, tentar fazer à mesma esses weekend trips e tentar fazer o máximo que nos for possível. FTG não é um trabalho e não sentimos que somos obrigados a fazer só porque sim, só fazemos as coisas quando realmente as queremos. Isso é algo que não irá mudar.

Em relação a sermos presença em festivais de metal, acho super fixe. Na realidade não vejo grandes diferenças de algumas bandas de metal para a nossa, na forma de trabalhar, na forma diy com que gerem a banda, na forma como abordam questões sociais, etc. De há uns anos para cá temos feito algumas datas com uma banda de amigos que são os Switchtense. Eles tocam um thrash metal rápido, incisivo com umas letras boas e com grande onda. Quando nos conhecemos foi tipo aquela empatia mega cool. Percebemos que não havia grandes diferenças na forma de estar de ambas as bandas e simplesmente houve o click. Depois acho que o facto de me dar bem com muita gente acaba por gerar esses convites e acaba por levar a uma maior aceitação nos festa de metal. Acabamos muitas vezes os concertos com pessoal a dizer "não gosto de hardcore, mas vocês ao vivo são diferentes". Isso é bom de se ouvir, é bom perceber que há uma abertura maior ao nosso tipo de banda.

Infelizmente, não posso dizer o mesmo ao contrário. O pessoal do core continua a ser um bocado preconceituoso em relação a algumas bandas de metal. Tanto me vês num concerto de hardcore como num de metal, de punk rock ou whatever. Se gostar da música, das bandas e das pessoas, tenho todo o prazer em marcar presença. Não tenho vergonha de o mostrar. No HC vive-se sempre a apregoar a aceitação da diferença, mas não conseguimos aceitar as diferenças entre metal e hardcore...parece-me redutor e parvo.

Foi difícil sair da zona de conforto dos concertos "pequenos" mas em que todos se conheciam (e vos conheciam) e começar a tocar para malta que, provavelmente, não fazia ideia de quem eram e dos anos que já tinham nas pernas?

Encaramos todos os concertos com a mesma disposição. Vamos lá passar um bom bocado. Há muitos anos que nos deixámos de levar tão a sério. Continuamos a fazer o melhor que sabemos, continuamos a tocar o melhor que conseguimos e a tentar ser "profissionais", mas sempre na descontra. Adoro tocar para 500 ou 600 da mesma forma que adoro tocar para 50. São formas de encarar a coisa diferentes e em que temos de dar sempre o máximo.

Cada vez que vamos ao estrangeiro é um começar de novo constante. Não somos banda local, somos a banda de fora e tocamos sempre para pessoas diferentes, porque todos os anos há renovação das pessoas que vão a concertos. Todos os anos apanhamos sempre pessoas novas a dizer que é a primeira vez que nos vêm. Isso é estimulante!

E quanto a tocar lá fora? Acredito que voos low cost sejam uma ajuda importante para a internacionalização da banda.

O aparecimento de empresas low cost facilita a ida lá fora quando tens o teu gear lá. Se tiveres de levar guitarras e mais merch, etc, acaba por não ser assim tão benéfico. Claro que se tiveres alguma banda amiga que te empresta quase tudo, então é uma boa solução. Temos feito algumas incursões lá fora e vamos de low cost ou de companhias regulares dependendo da situação e com quem tocamos.

Este novo registo conta já com três vídeos online a promoverem precisamente três das onze faixas. Como e porque é que surgiu esta maior aposta no audiovisual para comunicar a vossa música?

Sempre quisemos fazer vídeos para os outros discos, mas o que acontecia é que ou passava o timing ou não estávamos com paciência para os gravar. Sempre fomos meio desligados com essa coisa dos vídeos.

Agora tivemos aquela pressão do Vynn de Steal Your Crown, que nos melgou para gravarmos uns videos e que queria gravar um ou dois vídeos com a banda. Entretanto quando tocámos no Casainhos Fest ele acabou por retirar mais umas imagens e apareceu com um vídeo novo, hahah. Portanto foi mesmo preciso ter um gajo como o Vynn a chatear e não pensarmos muito para fazer isso acontecer.
Agradecemos imenso ao Vynn porque conseguiu fazer três vídeos que gostamos imenso!

Portugal e especialmente a cena hardcore sempre foi um mercado bastante curto para a venda de discos e isto obviamente tem o seu impacto nas formas de subsistência de uma banda. Qual a tua opinião sobre o Spotify e todas essas novas plataformas de streaming na sua relação com as bandas quer no que diz respeito à divulgação quer também à parte financeira.

Tudo o que são plataformas digitais estão a cargo da nossa editora. Não trabalhamos o digital. A nossa venda de discos costuma correr bem, claro que não são números astronómicos mas estamos bem com isso. Obviamente que era importante conseguir vender discos, essa é a única forma de bandas como a nossa subsistirem.

Também para as editoras conseguirem editar as bandas é preciso haver vendas de discos. Editoras como a Rastilho, Hell Xis, a Infected, a Raging Planet, a Mosher Records etc, são editoras feitas por pessoas que são fãs de música, que gostam de apoiar e lançar novas bandas, mas para essas editoras conseguirem meter os discos cá fora, eles têm de ser comprados. Não peço para comprarem discos por piedade, mas se gostam das bandas é de valor o vosso apoio ao comprar o cd.


Em 14 anos muita coisa muda. Tentando não cair muito na pergunta cliché, há algo que gostasses de desenterrar do passado para aplicar ao presente? E algum arrependimento?

Não me arrependendo de muitas coisas, há algumas coisas que rectificava no plano pessoal. Enquanto banda, acho que temos o caminho que estava destinado. Temos a consciência tranquila do que fazemos e onde queremos estar, o que queremos fazer. Gostava de regravar o Down In Blood e lançar o Survival Of The Fittest em LP, hahaha.

Com este novo disco na bagagem deduzo que o plano a curto prazo seja tocar sempre que possível. Há algo já planeado? Shows lá fora, aquele vinil para os colecionadores, tours?

Temos várias datas marcadas, vamos andar por Lisboa (22 set), Caldas da Rainha (29 set), Porto (30 set), Pinhal Novo (6 Out), Faro (7 out), Figueira da Foz (27 out), Viana do Castelo (28 out).

Temos também uma tour europeia agendada com cerca de 13 datas e já estamos a fechar datas para 2018. No que toca a concertos, somos uma banda que até toca com alguma frequência e não nos podemos queixar.

Últimas palavras.

Primeiro de tudo gostava de vos agradecer por nos darem espaço de partilhar um pouco sobre a banda, e deixar o convite a todas as pessoas que estejam interessadas em passar no Musicbox na sexta feira dia 22 setembro de 2017 para release show de Now And Forever. Era fixe ver toda a malta que tem acompanhado a banda ao longo dos anos por lá. Um abraço enorme.

sexta-feira, 15 de setembro de 2017

Nós Contra Eles no Spotify #3

A ideia é simples - uma playlist no Spotify com cenas novas que vão aparecendo nesta plataforma de streaming. Sim, porque estamos em 2017 e o Nós Contra Eles é bué à frente.




Semana número 3 e a playlist continua a aumentar. Esta semana com um bocadinho mais de Hardcore. Acho que ainda não tinha dito aqui que as músicas com mais de um mês vão sendo eliminadas de semana a semana, para a playlist se manter sempre fresh! Vamos a isto...

No Warning - Like A Rebel - Uma das regras criadas por mim e pelo Tiago foi que não se deviam repetir bandas na playlist, pelo menos não sem algum espaçamento. Mas, creio que ambos concordamos que, se há banda que mereça uma excepção, são os No Warning. Segunda malha divulgada do novo disco e esta já soa mais a NW, especialmente a voz. Aquela maneira como o Ben sobrepõe os versos é mesmo à NW. Não sei se gosto mais desta se da outra, mas sei que a julgar por estas duas músicas, e se o resto do disco for nesta onda, vai ser MUITO bom. Agora sintam NW!

Iron Chic - My Best Friend (Is a Nihilist) - Curti bué o "Not Like This" (2010) quando saiu, mas o disco a seguir na Bridge Nine não me bateu tanto. Mas o mais importante aqui é que os Iron Chic estão de volta e deram um passo gigante ao assinar pela Side One Dummy (Gaslight Anthem, Title Fight). Quem ainda não conhece os Iron Chic são a banda perfeita para um show na Disgraça à pinha com o PA todo lixado, mas com a sala toda a cantar as músicas todas em sing along. Se curtes Hot Water Music de certeza que vais curtir Iron Chic. O disco novo chama-se "You Can't Stay Here" e sai dia 13/10.

Comeback Kid - Moment In Time - Quer se goste ou se odeie, há que admitir que Comeback Kid são uma das principais bandas dos 00s. Confesso que o meu acompanhamento da banda tem sido intermitente, mais tipo álbum sim, álbum não. O último disco que ouvi mais, e que é talvez o meu preferido, foi o "Symptom + Cures". O seguinte passou-me um bocado ao lado. Mas regra geral sabemos que um disco novo de CBK à partida vai ser bom e diferente do anterior. A julgar por esta malha, mais na onda do "Symptoms + Cures" com uma parte rápida mesmo à CBK, mas com um início e final mais diferente com o gajo de Northcote a cantar. O disco já saiu, chama-se "Outsider" e saiu pela Nuclear Blast. Ainda não tive tempo de ouvir, mas prometo tratar disso em breve.

Burn - Climb Out - É engraçado que o primeiro LP de Burn só saiu agora em 2017 pela Deathwish, intitulado "Do Or Die". Os Burn são uma banda de NY que foi formada no final dos anos 80, lançou um EP na Revelation, depois acabou em 92, voltaram ao activo em 2001 tendo lançado alguns EPs e tocado aqui e alí. O disco já saiu e estou bastante curioso para o ouvir. Burn tocam assim aquele Hardcore quase post, tipo 108 e Quicksand com guitarras a tocar riffs nervosos. Gosto!

Forced Order - False Power - Confesso que nunca ouvi muito Forced Order, mas têm um disco novo chamado "One Last Prayer" acabadinho de sair na Triple B Records. Quem não os conhece, estes rapazes do sul da Califórnia tocam aquele Hardcore musculado e cheio de testosterona, com pedal duplo e mosh parts e coisas. Fiquei curioso para ouvir o disco e dar uma chance a esta banda. Vá elucidem-me acerca disto que estou um bocado fora....

Sports - Making It Right - E esta é a malha da semana para o Ludgero... vá pensavam que ia escrever só isso?! Talvez... mas vou só dizer que que os Sports são uma banda fofinha de Philly e que vão lançar um split com Plush que não conheço. Malha perfeita para vos deixar assim mais fofinhos para o resto da semana depois da brutidade de Forced Order.

Curada pelo David Rosado, esta playlist será atualizada às Sextas-feiras (se tudo correr bem), por isso façam Follow e fiquem a par das novidades. Os updates na playlist serão acompanhados por um post no blog para vos aguçar o apetite e saberem ao que vão.

sexta-feira, 8 de setembro de 2017

Nós Contra Eles no Spotify #2

A ideia é simples - uma playlist no Spotify com cenas novas que vão aparecendo nesta plataforma de streaming. Sim, porque estamos em 2017 e o Nós Contra Eles é bué à frente.



Sejam bem vindos à segunda semana do Nós Contra Eles no Spotify. Obrigado a todos os que leram, partilharam, fizeram follow na playlist, ouviram ou ignoraram. Sendo que a ideia desta coluna tem por base uma playlist no Spotify, a probabilidade de entrarem malhas daquelas bandas obscuras que só gravam uma demo e depois kaput (que o Tiago tanto adora) é muito baixa. Umas semanas vai haver mais Hardcore, noutras mais Punk Rock, Emo… whatever… aqui vamos nós!

Paradise LostSymbolic Virtue - E desta é que não estavam à espera… Para quem não conhece os Paradise Lost são uma banda de Gothic Metal fundada em 1988. De há uns anos para cá, especialmente depois de ter a conta premium do Spotify tenho ouvido muito mais coisas diferentes e esta banda é uma delas. Não sou conhecedor profundo de nada, mas ouvi bastantes vezes o último disco deles de 2015 chamado “The Plague Within”. Esta música é do disco novo que é o 14º disco da carreira da banda. Ainda não ouvi o disco, mas gostei desta malha. Tem aquele riff de guitarra arrastado que combina bem com o andamento e com o mood da banda. Até tem um pianinho lá no meio. É assim tipo joker para destoar do resto da playlist.

No Use For A NameTurning Japanese - O Tony Sly era um grande escritor de canções. Dos melhores de sempre no Punk Rock, disso não tenho dúvidas. Fiquei mesmo realmente triste quando soube da notícia da sua morte em 2012. A Fat Wreck Chords editou no passado mês de Agosto uma compilação com covers gravadas pelos No Use For A Name ao longo dos anos. Vale sempre a pena recordar e nunca esquecer Tony Sly.

Hot Water MusicComplicated - Gosto mesmo MUITO de HWM. O “Exister” foi o disco que mais ouvi em 2012, por isso um disco do Chuck e companhia é sempre bem vindo. Esta música é já a terceira música disponibilizada do novo disco que se chama “Light It Up” e a sua data de lançamento é 15/09. Esta é uma malha do Chuck, com a sua voz rouca de quem bebe um shot de pregos e lixa todas as manhãs , bem na onda das músicas do ultimo disco. Não é preciso ser bruxo para adivinhar que este vai ser dos discos que mais vou ouvir nos próximos tempos.

WoolwormJudgement Day - E aqui está o achado da semana. Aparentemente os Woolworm são uma banda de pessoal do core de Vancouver. É assim aquele indie rock bem soft e fofinho, com guitarras com pouca distorção e aquele andamento assim mid-tempo de embalar com a musica a crescer até ao fim. Certamente não é para todos, mas aposto que desta o Ludgero vai gostar.

Shattered FaithHeartache (Too Much) - OK, afinal há mais um achado esta semana. Os Shattered Faith foram formados em 1978 na California do sul e lançam agora um disco duplo chamado “Volume III”. É interessante saber que a banda foi formada pelo gajo de U.S. Bombs, mas que pelo que descobri já não está na banda. É Punk Rock à California tipo Adolescents. Tem a sua piada.

MotörheadRockaway Beach - Duas cover na mesma semana?! Espero não estar a abusar. Motorhead a tocar Ramones, como não gostar?! Ainda para mais é uma das minhas músicas preferidas de Ramones. Só peca se calhar por estar demasiado parecido ao original, mas é o Lemmy na mesma. O disco com vários covers gravados pela banda ao longo dos anos já se encontra disponível. Não é um “must have”, mas dá para meter a tocar de vez em quando.

Curada pelo David Rosado, esta playlist será atualizada às Sextas-feiras (se tudo correr bem), por isso façam Follow e fiquem a par das novidades. Os updates na playlist serão acompanhados por um post no blog para vos aguçar o apetite e saberem ao que vão.

segunda-feira, 4 de setembro de 2017

Discos Trocados: The Menzingers/ Congress

Todas as semanas trocamos um disco entre nós e falamos um pouco sobre o disco que nos calhou - tanto pode ser um clássico como uma porcaria autêntica, mas é aí mesmo que está a piada.

Esta semana o convidado é o David Rosado, lenda do hardcore farense, CEO do império Salad Days, parte de Clean Break, Broken Distance, e por aí fora. Desde a última colaboração com o NCE criou o Salad Days Podcast que já conta com doze episódios, e rapidamente trouxe à tona conteúdos cruciais para todos os gostos em conversas descontraídas com as mais variadas personas da nossa cena.

Quanto aos discos...ui, esta semana há bipolaridade! O David mandou-me o último disco dos The Menzingers e eu aumentei um bocadinho a intensidade com o Angry With The Sun dos Congress. Em baixo o que cada um achou.

Tiago Gil
The Menzingers - After The Party (2017)

Não vou dizer que não estava à espera de algo nesta onda. Para quem, como eu, segue o podcast do David e prestou especial atenção à conversa com o Flávio reparou que esta onda pop punk tem andado a rodar muito no spotify de ambos, pelo que a escolha musical era algo espectável.

Mas por espectável não quer dizer que conhecesse muito bem quem estes Menzingers são. Rock/Indie/Pop Punk bem tocado sem vozinhas maradas terá o seu apelo, mas faltam aqui uns ingredientes para isto me apelar. Para começar o disco é lento. Ainda há uma ou duas em que aumentam um bocado o ritmo mas depois há outras calmas demais. Aposto que fazem sets acústicos do disco. Troco isto pelo pop punk da pastilha a tocar no rádio a caminho da praia, enquanto levo com o sol na tromba e grito os refrões burros. Isto é mais banda sonora para ler livros no sofá a ouvir a chuva a bater na janela com um copo de vinho a acompanhar - não é o meu plano habitual de fim de semana!

Fui dar uma olhada nas letras para ver qual a razão de tanta melancolia, e os rapazes estão mesmo tristes com o facto da vida festa e palhaçada de jovem adulto estar a acabar e as responsabilidades estarem ao virar da esquina. Engraçado como em 2017 isto são problemas de malta nos 30's, quando ainda há uma geração era algo que se passava com dez anos a menos...Mas hey, songwriting muito acima da média. Props para eles por isso.

Cada um exterioriza como quer. Eu ainda estou com outro mindset, mas vai na volta chego lá mais depressa do que acho e este disco vai ser a minha banda sonora. Esperem uns anos e venham-me perguntar se há novidades.

David Rosado
Congress - Angry With The Sun (1998)
Quando falei com o Tiago sobre participar no blog já devia estar à espera do que havia de sair dali. Se calhar o erro foi meu em ter sugerido o disco primeiro. Nunca irei saber… Mas o que é certo é que Congress passou-me totalmente ao lado.

Quando no final dos 90s comecei a ouvir Hardcore, vindo do Punk Rock da Epitaph/Fat Wreck, o que mais me atraiu foi o chamado “Youth Crew”, embora também tenha ouvido imenso Indecision e Renewal. Mas, talvez pelo facto de Congress ser da H8000, fez com que tivesse ainda menos vontade de ouvir. É certo que hoje em dia ouço muito mais cenas diferentes e é com esse ouvido mais treinado que escutei atentamente o disco que me calhou. À primeira, se não soubesse o que era (nunca na vida ia adivinhar se me perguntassem), era óbvio demais que este disco foi feito nos 90s. Aquele som de tarola, seco e agudo não engana ninguém. Riffs metaleiros q.b. com partes a abrir e o inevitável chugga chugga tão característico dos 90s. 

Tendo em conta estarmos em 2017 não estou a ver muitos putos novos virarem-se para aqui, mas também quando comecei a ouvir Hardcore também devorei as gravações mais xungas de Youth of Today e Bold. Não sendo um disco que irei ouvir muitas mais vezes, foi bastante mais agradável do que estava à espera. Já agora, este é o melhor disco de Congress, ou da H8000?

sexta-feira, 1 de setembro de 2017

Nós Contra Eles no Spotify #1

A ideia é simples - uma playlist no Spotify com cenas novas que vão aparecendo nesta plataforma de streaming. Sim, porque estamos em 2017 e o Nós Contra Eles é bué à frente.




No Warning – In The City - Sim, estamos em 2017 e os No Warning partilharam com o mundo não só uma música nova, como o anúncio que vão editar um disco novo no dia 13 de Outubro. Treze anos depois do último disco, Suffer, Survive, o tal que soava a Linkin Park. Felizmente (ou não), esta malha não soa a LP. Mas também não soa muito a NW clássico, à Ill Blood. Tem Groove é certo, mas falta-lhe um bocado do veneno característico da juventude, I guess. Mas... quanto mais vezes a ouço mais gosto dela... Nunca mais é Outubro…

Propagandhi – Failed Imagineer - Ainda falta mais ou menos um mês para que o novo disco dos Propagandhi venha cá para fora (29/09) e esta é a segunda malha divulgada. Mais melódica, talvez mais clássico Propagandhi. Quem não acha tanta piada à veia metaleira mais recente é capaz de gostar desta. Eu gosto! Só não achei grande piada ao inicio à KISS, mas o que vem a seguir faz rapidamente esquecer isso.
 

Quicksand – Illuminant - Já se deram ao trabalho de contar as cenas recentes que o Walter tem feito?! Ora bem, para além de tours/datas com Gorilla Biscuits e Youth of Today, editou um disco de Vanishing Life (2016), outro com Dead Heavens (2017) e agora a bomba de um disco novo de Quicksand, 22 anos (!!!) depois. Já estou a salivar para um disco novo de Rival Schools para 2018 (if only...). Até lá, sei que este vai rodar muitas vezes quando sair (10/11 pela Epitaph). Ah e foi produzido pelo Will Yip - o principal produtor indie/emo dos últimos anos (Title Fight, Tigers Jaw, Menzingers…quase tudo o que saiu na Run For Cover). 

Turnover – What Got In The Way - Esta é a faixa que o pessoal mais do core vai passar para a frente. Mas é fofinha, é boa para ouvirem com a vossa miúda (ou miúdo) num momento chill out fofinho. Os Turnover têm tido um hype merecido e este disco está bem fixe. É aquele indie/dreampop/emo com guitarras limpas e zero distorção (mesmo como o Ludgero gosta), e claro que foi produzido pelo Will Yip.

GBH – Momentum- Devo confessar que nunca fui grande fã de GBH. Não por não gostar, mais por nunca ter ouvido grande coisa da banda, ou ter tido muita curiosidade para descobrir na altura. Mas sei reconhecer que é uma banda clássica e quando uma banda clássica lança algo novo é sempre bom ouvir (quanto mais não seja para falar mal). O último disco de originais de GBH foi editado em 2010, sendo que este novo tem o mesmo nome desta canção e vai sair dia 11/11 pela Hellcat. A julgar por esta malha, acho que vou curtir. 

Citizen – In The Middle Of It All - Quero começar por dizer que gosto bastante de Citizen. Curto bué o Youth e senti igualmente o Everybody Is Going To Heaven de 2015. Notou-se uma evolução na banda o que é sempre fixe, e maior evolução parece haver para este novo disco chamado Jet que vem cá para fora dia 6/10. Agora não tenho a certeza mas tenho quase a certeza (what?!) que foi também produzido pelo Will Yip. O inicio desta malha é estranho, faz-me lembrar Queen. Mas a música é boa. Nota-se que o Mat está a cantar de outra maneira e a tentar outras cenas. Não deixam de ser putos nos 20s a fazer música que me agrada bastante. 

Curada pelo David Rosado, esta playlist será atualizada às Sextas-feiras (se tudo correr bem), por isso façam Follow e fiquem a par das novidades. Os updates na playlist serão acompanhados por um post no blog para vos aguçar o apetite e saberem ao que vão.