quinta-feira, 29 de novembro de 2012

Coisas Com História: Tied Down Records (Tiago Inês AKA Tofu)


Corria o ano de 2004 quando descobri por acaso no fórum da Bridge 9 uma banda chamada Tarpit. Tinham uma demo apenas: músicas a abrir, letras furiosas e mosh parts mesmo do tipo que dá vontade dum gajo partir tudo o que estiver à volta. Como na altura ligava mais a comprar tapes do que agora, confesso, tentei em todo o lado arranjar a bendita cassete, embora sem sucesso. Até que um dia apanhei o vocalista no AIM por acaso e o gajo me disse que estava esgotado, tinham feito muito poucas e que não iam fazer mais. Bummer!

"E agora? Não há a demo?" Faz-se uma editora! O primeiro lançamento já estava mais que decidido, obviamente. Entre planeamentos e idealizações da coisa, o tema calhou em conversa com o André num concerto no HardClub. Enquanto ele montava a banca do merch, falei-lhe do assunto. Eis senão quando me conta que ia lançar em breve a demo duma banda nova que “ia rebentar”. Nem foi preciso mais dizer nada, partners in crime, siga a marinha! Primeiro passo, o nome! Nem sequer tinha pensado nisso ainda, o André sugeriu Tied Down e ficou. Também não era nada do outro mundo, por isso até se podia chamar Discos Vitória e ter um perdigueiro como símbolo. Em seguida, o primeiro release, que já estava acordado – a demo de Tarpit.

Todo este projecto foi um pouco surreal, no mínimo. Antes de mais, falei com o vocalista da banda, contei-lhe o nosso plano e os gajos disseram que era na boa, nem pediram dinheiro nem nada, embora eu tivesse prometido pagar qualquer coisa, conforme corressem as vendas. Em seguida, arranjar a capa e o layout. Pedi-lhe se nos arranjava nem que fosse uma fotocópia e… “não tenho nada, nem sei onde arranjar isso”. Bonito serviço. Valeu-nos alguém na Alemanha estar a vender uma no eBay e o André ter conseguido por sorte apanhar o leilão onde tinha uma imagem da capa (que era a cena mais sem jeito de sempre, diga-se de passagem); quanto às letras, não me lembro se fizemos com insert ou não, se tinha originalmente ou não. Se houver por aí alguém que tenha ainda uma, diga de sua justiça.

Entretanto, para meu desconhecimento inicial, já havia mais um projecto na calha – a demo de Get Lost. Para quem não sabe, os Get Lost foram a banda pré-Broken Distance. Tocavam um hardcore tipicamente Boston style, uma espécie de Stop&Think com letras tipo American Nightmare. Os poucos concertos que vi deles foram brutais e, como muitas outras bandas boas, acabaram demasiado cedo. Não sei se o fim prematuro da banda se deveu inteiramente ao facto de haver uns GetXLost em França e ter dado algum estrilho porque eles queriam ir lá fora, mas é a ideia com que fiquei. Para mais esclarecimentos falem com o David.


Ora portanto, mal tínhamos arrancado com a ideia e já tínhamos 3 lançamentos na calha: Tarpit, Get Lost e No Forgiveness. Isto começava a tornar-se mais sério do que alguma vez tinha pensado… Com a parte dos artworks tratada e os masters áudio nas mãos, faltava a peça essencial: as cassetes. Depois de muito buscar, lá encontrámos uma fábrica que nos arranjava o que pretendíamos e com um custo que permitisse um preço de venda final acessível. Finalmente, tendo as cassetes em nossa posse, estávamos prontos para arrancar para a produção.

Escusado será dizer que foi o mais DIY e ao mesmo tempo “três pancadas” possível: papel colorido para as capas comprado na Staples, fotocópias feitas ao preço da chuva na papelaria da escola, gravar 50 demos durante numa tarde/noite no quarto uma a uma, com uma aparelhagem emprestada providenciada no próprio dia… tudo porque no dia a seguir tinha de entregar metade ao Adolfo (Standpoint/Step Out/Hard To Deal) para ele levar para o Porto e dar ao pessoal de No Forgiveness.

Depois das capas impressas, o primeiro stress – o layout não tinha as as dimensões certas e a capa ficava mais pequena que a dimensão da caixa. “Que se foda, é DIY.”


Minto, houve um lançamento mais três pancadas ainda, se bem que não tivesse o nosso cunho: a demo de Lockdown. Foi uma edição de autor/IOYN, 30 CDs copiados num gravador a 4x em casa do André durante a noite depois do concerto-fantasma de Black Friday ’29 no Porto. Isto porque no dia seguinte seria o primeiro concerto de Lockdown, em Campolide junto com os benditos alemães. Capas impressas num centro de cópias em Entrecampos uma hora antes do concerto começar e embalar as demos mais o Ricardo “Banana” no carro do João Moreira a caminho do concerto? Can’t beat the feeling…

Tapes gravadas e distribuídas, começa a promoção/vendas e o interesse foi tal que esgotámos tudo num ápice. Fiquei bué contente quando o David me falou a dizer que tinha ficado satisfeito com o resultado final que “tinha sido um dos melhores lançamentos feitos em Portugal”. Tendo em conta a forma como tudo foi tratado e os percalços que ocorreram, deu-me um gozo especial ter este feedback. Afinal de contas, foi meio às três pancadas, mas as pessoas gostaram e a ideia era fazer isto só para curtir.


O pouco lucro que fizemos das vendas iniciais deu para pagar a primeira t-shirt de No Forgiveness, edição especial para o primeiro concerto que iria marcar também o lançamento da demo. Não fizemos muitas, 15 ou 20 salvo erro, mas no final desse concerto já tinham sido todas vendidas. Depois de termos vendido tudo, o projecto acabou por estagnar. Em Setembro de 2006, os No Forgiveness deram o último concerto – por sinal o primeiro e único no Algarve – os Broken Distance já estavam em fase embrionária e fora dos nossos planos e a editora acabou.

Aquilo que nos propusemos foi simplesmente lançar umas demos, fazer umas tshirts e divertir-nos com o processo entre ir a concertos. Nunca planeámos ter lucro algum nem nos aproveitar de ninguém. Olhando para trás acho que o objectivo foi atingido.


quarta-feira, 28 de novembro de 2012

Discos Trocados: Wide Awake/Chronic Sick

Todas as semanas trocamos um disco entre nós e falamos um pouco sobre o disco que nos calhou - tanto pode ser um clássico como uma porcaria autêntica, mas é aí mesmo que está a piada.

André
Chronic Sick - Cutest Band In Hardcore (1982)

Sabia que esta banda existia, mas nunca lhe tinha prestado a devida atenção. Vicissitudes da vida, right?  O que tenho a dizer é que tá aqui uma sonzaço à maneira - mais punk rock que hardcore, mas ainda assim bem catchy e digno de replay. Acho que existem grandas histórias à volta de eles serem uns grandas crazes mas infelizmente não tenho nada para vos contar e não me apetece ir para o Google pesquisar. Sorry guys!

Numa nota aparte, acho que os Career Suicide tocavam uma cover deles (Bloodtype X), mas também não tenho a certeza, uma vez que essa malha não está neste disco. Se calhar é de outro disco. Tenho QUASE a certeza que era Chronic Sick que eles tocavam, e sabe deus como sou fã de Career Suicide. Se curtem punk rock melódico (lol) dos anos 80 botem ouvido nisto. Não me importava de ter uma banda assim.

Tiago
Wide Awake - CT. Hardcore (1988)

Adoro este disco. Adoro. Este disco abre com umas das minhas faixas favoritas de sempre, a Last Straw. Granda baixo, bom riff, granda groove no início para depois entrar parte rápida, boa letra e refrão bem catchy. Foda-se, aquela intro mesmo de andar a pisar cabeças mata-me. Que bandão! E o resto do disco segue esta linha, sem nunca desapontar. Do resto da discografia era só juntar aqui a Wide Awake e estavam reunidas as minhas malhas favoritas de Wide Awake. Man, lançamentos da Schism, you can't go wrong!

Fazia na boa uma banda assim. Na volta ainda faço. Óh Machado, tu curtes isto né? Tão deixa de ser inventor e mete esses membros superiores altamente desenvolvidos a trabalhar.

O Darby Responde #7 - Bandas do género

Agradecemos a todos - do fundo do nosso coração - a quantidade de cartas, mensagens, emails e telegramas que nos têm sido enviados. Infelizmente não temos tempo para vos responder a todos pessoalmente, de modo que decidimos falar com o nosso buddy Darby, que se disponibilizou de imediato para responder a todas as vossas dúvidas! Semanalmente, a melhor carta - escolhida e respondida pelo Darby - ganha destaque nesta rubrica.


Comé malta? Tudo numa boa? Comecei a ir a concertos à pouco tempo e o vosso blog tem-me ajudado a descobrir e conhecer bandas novas, muito obrigado por isso! Eu conheço algumas bandas como Madball, Agnostic Front, Hatebreed, Terror e Sick of it All mas gostava de começar a perceber mais da história do hardcore e conhecer outras bandas deste género. O que é que me podem recomendar? 

Antes de ir, queria só dizer que gosto imenso da rubrica do vocalista de For The Glory (acho que é o vocalista) - que histórias brutais. Por acaso ainda não tive hipótese de os ver ao vivo, mas estou à espera que voltem cá ao norte para o fazer. Continuem fortes! Abraço.

Filipe Ambrósio Cunha - Marco de Canaveses

Olá Filipe! Obrigado pela tua carta - pelo andar da carruagem vamos mudar o nome da secção para Cartas do Norte, uma vez que parece que a maioria vem daí de cima! Mas na boa, claro. Hardcore é hardcore, seja norte, sul ou centro. Bandas desse género... bom, a maioria das bandas que aí tens tocam aquilo que é mais vulgarmente conhecido como New York Hardcore (Madball, Agnostic Front e Sick of it All) - se curtes essa onda procura discos de bandas como os H2O, os 25 ta Life, os Crown of Thornz ou mesmo os District 9 ou os Vision of Disorder. Nova Iorque tem algumas das melhores que surgiram no hardcore dos anos 90 de modo que se fores de banda em banda decerto que vais encontrar outras que vais curtir. Se te interessar algo mais antigo, procura os Cro-Mags e os Leeway - também de Nova Iorque - que acho que vão ser do teu agrado. 

Quanto a Hatebreed, não há assim nada como eles - principalmente desde que começaram a misturar aquelas produções XPTO com riffs metaleiros. Se não conheceres, arranja o primeiro LP deles, que é um dos discos de hardcore mais pesados que eu conheço. Os Terror também são meio únicos, mas tenta No Warning, que são da mesma altura e - na minha opinião - ligeiramente diferentes, para melhor. Para além deles, confere também os No Turning Back da Holanda, que é granda som. A melhor forma de ires descobrindo é mesmo comprando os discos e ires lendo nos agradecimentos do booklet a quem é que as bandas agradecem - quase todos começámos por aí!

Abraços e obrigado pelas palavras em relação à coluna do Congotronix, aposto que ele vai curtir de saber. 

Darby

Review: Turbonegro no Electric Ballroom (Londres)


Portanto, 22 de Novembro foi a data para o meu primeiro concerto em Inglaterra. Nem foi algo que estivesse à espera mas, assim que soube que existia a hipótese de ver Turbonegro não consegui dizer que não. Não arranjei companhia e a única pessoa que sempre mostrou vontade em ir estava no Montijo (Filipe), eu entretanto fiquei com alguma pica por ter achado um ticket a um preço justo e lá fui sem medos. Turbonegro conta actualmente com um novo vocalista inglês de Londres, ao que parece este era o primeiro concerto dele com eles em Londres e o que esperar? Casa cheia, pois claro!

Fui um dos primeiros a entrar (vantagens de ir "solo") pois tempo para já é o que tenho com fartura e fui logo sondar a mesa do merch à procura de goodies, sondei preços e acabei por evitar £20 numa t-shirt pois era o que basicamente havia, isso ou um chapéu à Popeye.

Pus me então a ver a sala por si e adorei: confirmo que o Electric Ballroom é lindo e tem uma história brutal como espaço de concertos, deu para ver posters assinados das respectivas bandas por lá passaram por lá nos late 70s como os The Cramps e um pequeno apanhado da história do antigo dono da coisa. Passando para a banda suporte - não tenho nada a dizer, basicamente era um DJ a passar música durante 30 minutos, deu para ir ao wc, lavar a cara e ir andando para a frente do palco sem problemas e sem stresses. Chegada a altura do concerto: música epica como introdução, tipo como os Metallica fazem com a OST d'O Bom, o Mau e o Vilão - sinónimo de entrada em grande.

Um grande foco no novo registo (Sexual Harassment) que me saturou um bocado, mas percebo o porquê disso. O Happy Tom (baixista AKA boss daquilo tudo) falava sempre do Tony Sylvester - nome do chavalo que veio substituir o Hank Von Helvete, como o salvador do Death Punk, presumo que com isso ele estivesse a falar de Turbonegro e que se não fosse ele a coisa tinha acabado em 2010 quando o outro vocalista decidiu ser actor/cantor e sei lá mais o quê.

Presença e feeling da banda imaculadas, todos que estavam no recinto viram o que eu vi, isto é: uma banda a divertir-se em cima do palco e a curtir à brava o simples facto de estarem a tocar música uns com os outros. Um ambiente acompanhado pelos clássicos fizeram me esquecer por completo a ausência do Hank, para ser sincero fui com um pé atrás pois já tinha visto dois concertos com a formação "antiga" e tornava-me um pouco suspeito, isso aliado ao facto de só gostar praticamente do single “You give me worms” do Sexual Harassment mas assumo... gostei do novo vocalista, tanto como feeling, presença e mesmo em termos de voz a cena funciona.

A sala tinha um dos melhores sons ao vivo que assisti naquele tipo de recinto: percebia-se tudo. As guitarras estavam a soar melhor que nos discos (para quem me conhece sabe que sou geek nestas coisas), aliás estavam tudo a soar melhor que nos discos! Eu por mim digo: venham mais concertos que eu vou estar lá batido, e eles notoriamente voltaram para ficar.

Cerca de duas horas e dois encores depois, saí de lá ainda nem meia noite era, mas chovia de uma forma ridícula. Tive tempo de tirar os plugs dos ouvidos e meter os phones, ligar o iPod e bombar umas malhas no shuffle, caminhar cinco minutos até à estação do bus e esperar cinco minutos (literalmente!) por ele, seguindo-se uma viagem de trinta e cinco minutos até Hammersmith, onde fiquei à porta de casa. Melhor? Guess not!

Review por Daniel Novais

terça-feira, 27 de novembro de 2012

Review: Anthrax + Motörhead na Brixton Academy (Londres)


Eu aqui há tempos tinha-me prometido a mim mesmo que tinha de ver os Motörhead antes do Lemmy se finar (o que - apesar dele ser imortal - não deve demorar muito a acontecer), de modo que da próxima vez que eles cá viessem tocar eu não iria perder a hipótese. Quando soube deste concerto, há uns bons seis meses ou mais atrás, não perdi tempo a comprar dois bilhetes. Um para mim e outro para o meu buddy checo que partilhava da minha opinião em relação ao vê-los ao vivo. Seria a primeira vez para ambos.

Chegámos lá cedo, porque eu tinha ido tatuar (one love Sandro) e despachado bem antes daquilo que tinha previsto (o miúdo tem skills). Fomos paparicar ao Subway e depois seguimos para a sala, ainda apanhando uns bons vinte minutos de fila - que por esta altura circundava metade do quarteirão. Já tinha visto pior, não estava impressionado. A sala estava pouco composta quando entrámos, mas nós sabíamos que o concerto estava sold out, por isso era uma questão de tempo até ficar ao barrote. Só se via t-shirts de Anthrax ou Motörhead - e não estou a exagerar. Esse pessoal é craze.

A primeira banda, Diaries of a Hero, já estava a tocar quando entrámos e... será que fico por aqui? Não. Fui mandar uma mijinha, que estava apertadinho e voltei para o sítio onde estávamos. A banda má. Aquele metalcore com partes melódicas? Muito groove, muito peso e depois uma cantoria nada a ver. Pá, boa onda para eles estarem ali a abrir para Motörhead, mas dêem-me descanso que eu não fiz mal a ninguém para aturar isto - foi da maneira que pus as notícias da app da BBC em dia. Depois no fim apareceu uma senhora simpática a dar flyers deles. Devia ser a mãe. Boa onda de qualquer forma. Guardei no bolso para deitar fora depois, para não ser má onda mandar para o chão.

Anthrax começou a tocar algum tempo depois, na hora marcada. Eu curto bué a Brixton Academy. Junto com a Islington Academy deve ser uma das minhas salas preferidas nesta terra. Confesso que Anthrax nunca me puxou muito e estou longe de ser qualquer coisa que se assemelhe a um fã da banda. O concerto foi ridículo, mas acho que parte disto vem do facto de eu não poder com o Scott Ian nem pintado de vermelho e branco com um emblema do United tatuado nos cornos. Nunca curti dele, sempre o achei um tanso. Pronto, acho que é isso. Fizeram um tributo ao Dimebag e ao DIO, mas eu passei o tempo a escrever mal sobre eles no Facebook e a bater bons chats no Whatsapp. Não tava a dar para mim. Citando-me: Porque é que eles não ficaram a dormir no dia em que Deus distribuiu a parolice? Fraquinho e, principalmente, not my thing.

Por fim tocaram os Motörhead e, ya, foi lindo. A cena é: eu nunca tinha visto, por isso não tenho ponto de comparação, mas pareceu fixe. Algumas músicas do ínicio, outras mais recentes. Tudo boa onda, parede de som, voz de bagaço, baixo com afinação de guitarra... o habitual. A parte mais fixe foi eles os três fazerem mais barulho que os Anthrax. Ai não. Até saíam raios das colunas, tu és tolo. A parte fixe do concerto e aquela que me vou lembrar para sempre vai ter de ser a Overkill, que foi das melhores experiências da minha vida. Põe intenso nisso! Intenso mesmo. E só por isso já os via de novo. 

O Baú do Congas: Synead + Taurina + For The Glory no Alvor


Boa noite a todos os leitores deste blog. Consta que já são bastantes e de spots tão remotos. Aqui estou eu para mais um Baú, e o cartaz que me colocaram para dedicar umas palavras é muita bom! Como disse no outro post, o Algarve sempre teve um bom movimento, mas de há uns tempos para cá eu noto que em algumas cidades (nomeadamente Faro) o impacto de For The Glory tem vindo a decrescer, por inúmeras razões. Devo dizer que fiquei mega agradecido ao facto de estar tanta gente em Portimão para ver o concerto do passado sábado dia 17, mesmo depois da zona ter sido varrida por um monumental tornado. A noite foi especial.

E é aqui que entra o especial de tocar na zona de Portimão. Por incrível que pareça, todos os concertos que demos na zona de Portimão sempre foram bem passados da cabeça. Desde os Rockfests (Pedra Mourinha) até aos do Marginália, Portimão foi sempre uma terra que nos soube acolher de uma maneira especial. Este concerto foi organizado no Bar Parque de Campismo do Alvor. Para minha surpresa (e de todos) estava completamente cheio! As bandas que iam tocar eram os Synead e os Taurina. Engraçado porque malta de Synead e de Taurina deram origem aos Shape (hollaaaa!).

Synead tocavam aquele metalcore a puxar aos Poison The Well, tinham um vocalista pesado (em peso e em voz), a banda era muito boa. Tinham muita qualidade e sempre foram gajos divertidos, o baterista deles é o de Shape. Os Taurina tinham aquele vibe punk hardcore cantado em Português. Ainda cheguei a cantar um tema com eles numa gravação. Foi a primeira vez que cantei em português e adorei. Tudo neste concerto parecia ser DIY ao máximo. O palco eram mesas seguidas de grades de cerveja a segurarem madeiras, o espaço era reduzidissimo em palco. Toda a gente estava mascarada e a meio do set entrava um "militar" no palco para indicar que a happy hour da cerveja estava a bombar a 50 cêntimos! SURREAL...

Tão surreal que numa das musicas, ele invade o palco com altas manobras tácticas ao nivel de um Navy Seal e rouba-me o micro e diz o seguinte:

- "Malta como é que se chamam? Tu como é que te chamas na bateria? Tu na guitarra?"

Todos demos nomes falsos, até que chega ao Sérgio e ele diz assim:
- "E tu como te chamas?"
"Sérgio", responde ele.
O tropa profere as seguintes palavras:
- "Como o César está a tocar muita bem, e estes gajos estão a tocar muita bem, o bar agora está ABERTO NA PROXIMA MÚSICA!"

Demasiado bom e surreal para estar acontecer e nós no palco sem poder ir beber uma cuca. Nesta fase de For The Glory o line up da banda ia variando um pouco e não querendo estar a meter os pés pelas mãos, eu acho que nesta data, tocou o Sérgio, o Rui, o Miguel, o Ricardo 20IB e eu, mas posso estar enganado! Se alguém quiser fotos destes tempos é só pedir, porque felizmente ainda tenho várias pastas com fotos de muitos concertos desde 2003 até agora.

Depois do concertos ficámos por lá mais uma beca, e penso que foi nesta noite que conheces a maior personagem de sempre do algarve em termos de concertos, que costumava ir a concertos ali naquela zona. O BIFE MALUQUE! Ficámos montes de tempo na conversa com ele, para ele nos explicar o porquê de tal alcunha. Ele só dizia "o meu nome é bla bla bla bla, mas toda a gente aqui me conhece como o Bife Maluque". Demasiado bom!

Os concertos de Portimão sempre foram bomba, e no rescaldo do que se passou este fim de semana, soube-me mesmo bem escrever estas linhas! Mega abraço para os Synead e a crew de PTM, e claro para os Taurina que agora são os Shape. Bons tempos.

Aaaaaaah Bife Maluque!!!

domingo, 25 de novembro de 2012

Playlist da Semana #21

Todas as semanas, a Playlist da Semana. Porque no partilhar é que está o ganho.


Warzone - Don't Forget The Struggle, Don't Forget The Streets - Esta foi a banda sonora enquanto enxovalhei o Bruno das Caldas no FIFA 11 em casa dele. Sempre que se fala aí à boca cheia de união e familía e não sei quê lembro-me sempre de Warzone (e do Rick Ta Life, ahah), mas melhor seria se metade dessa malta ouvisse mais isto e menos merda. Ainda há de chegar aí uma banda a fazer cover da It's Your Choice. Tem de chegar! Por acaso é engraçado, que a única banda portuguesa que (assim sem pensar muito) faz covers de Warzone é a banda que terá menos a ver com eles musicalmente, a malta do metalcore dos 90's de Inyanga. É porque não estou lá a cantar "We must be united, as one!".

Bloodkrow Butcher - Demo 2012 - Ando há uma semana a ler a mega reportagem sobre a cena de Uppsala na Law & Order #4. Só pegar na zine no metro tem disto. Bom, mas certamente pegar nela foi dos melhores 8€ que já dei!! Fala-se por lá um pouco de tudo, da cena crust do final dos 80's, do hardcore pc de Umea até a bandas mais actuais lá do sítio. Claro que se fala em Discharge e Anti-Cimex. Os Bloodkrow Butcher não são suecos. Nem escandinavos. Nem europeus. Malta de Boston (desta vez não está a turma do costume ao barulho...acho) a tocar aquele punk sujo à escandinávia. Sei que há malta que é reticente em ir pegar em bandas que roubam a cenas que não tem nada a ver com aquelas em que estão inseridas, mas têm aqui boa chance para terem uma prova do quão podem estar enganados. Tudo a correr a fabricar mäsk e beber até cair para o lado!

Violent Future - Live at Studio 3 - Sabes aquele feeling de quando conheces uma banda pela sua demo e dizes "meu, isto é bué bom, esta merda vai dar que falar!!" e acertas? Aí há uns meses valentes falei nisto ao Miguel e foi isso que ele me disse. Safámos aí a tape e andámos todos satisfeitos à espera de notícias. Passaram-se uns meses valentes e vim a encontrar meio por acaso a mesma demo editada em vinil pela Painkiller, bem como o anúncio de um novo 7". Um par de dias depois o Fábio vem-me mostrar as novidades aí dum blog de mp3 e estava lá isto. Som mais polido e melhor qualidade que na demo? Check. Não que aquela produção bem crua não fosse a cereja no topo do bolo, mas aqui fica para os que se queixam que o hardcore à antiga tem um som manhoso. Parvos, digo eu.


Hatebreed - Hatebreed - Guilty pleasure, é assim que lhe chamam? Eu sempre curti bué de Hatebreed. A cena é que já curtia antes de sair aquele disco mais matreco - que mesmo assim é bem bacano. Não sei, acho que qualquer merda que eles façam eu vou curtir, sabem? Este disco novo (que já tem dois anos) é bacano mas já pôe umas cantorias que não são bem a minha cena. De resto é sempre a rasgar. "Hardcore musculado", como dizem as pessoas que não percebem um caralho do assunto e não arranjam definição melhor.

Roll Deep a representar com o Logan Sama - Fala sério, já há aí pessoal para começar uma cena destas? Até já pensei no nome da crew... hmmm... hmmm... BRÜTUS. Tá feito. Preciso de 4 MCs que consigam "cuspir" rápido. Quem tá in? Mandem a dica. Roll Deep, yup... de east London, muito boa onda. Se o Dizzee Rascal já fez parte desta crew? Sim. Represent mesmo. Fica a dica.

Obituary - Dead - LOL, é porque este não é um dos melhores nomes de discos ao vivo! Morro. Vou ver Obituary pela primeira vez para a semana. Sei que não vai ser ASSIM, mas acredito que seja monstruoso à sua maneira. Sou buéda fã de Obituary. Man, eles tem uma cover da Circle of the Tyrants gravada. É preciso mais? Hmm, o quê?! Não sabes o que é a Circle of the Tyrants?! Meu amigo, ainda tens muito caminho a percorrer - há mais na vida que X-Acto, ténis da Nike e two step. É tudo o que tenho a dizer.

The Vaccines - Come Of Age - Já tinha aí o disco para ouvir há algum tempo mas só há pouco tempo tive hipótese de lhe pôr os ouvidos em cima. Eu e música nova temos aquela cena, né? Mas na boa. Lá cheguei e tenho a dizer que, embora não tão catchy como o primeiro, é um produto musicalmente superior. Estou bem contente com ele e já o rodei umas vezes. Os singles são bem bons!! Vaccines a não desapontar. 2-0 para eles. Pena eu agora não ir ver concertos de bandas que já tenha visto mais de duas vezes para poupar dinheiro para A viagem. Apoiem-me.

Brutal Truth - Extreme Conditions Demand Extreme Responses - Meio grind, meio death... sabes bem. Semana de merda (vá, não de merda... cheia; cheia é o termo correcto) pede blast beat e growl fodido. Um gajo tem que deixar a raiva nalgum lado. É preciso palavras para este disco? Hmmm, como é que será ser defesa e apanhar um bolaço do Ronaldo na cara praí a 5 metros? Deve ser tipo ouvir este disco. Sem dúvidas. E agora vou sair de casa que tenho guest list para ir ver Converge e nem sequer gosto da banda, LOL!

sábado, 24 de novembro de 2012

Review: A Thousand Words + Lifedeceiver + Northern Blue + OLS @ IST, Lisboa


É preciso dizer que o Bruno é dos miúdos mais activos na cena? Creio que não. Um gajo está-se sempre a queixar que em Lisboa há poucos locais decentes e/ou acessíveis para fazer concertos, o que não deixa de ter uma ponta (grande) de verdade, mas depois há sempre aquele pessoal que põe os pés ao caminho e trata de tentar arranjar locais para concertos decentes, nem que seja a título experimental. O Bruno têm-lo feito. Aquele local "mítico" na Alameda (fizeram-se praí três shows, mas bastou toda a experiência do último para marcar lugar na história, ahah), o bar da AE da FLUL e agora o bar da AE do Técnico. Por acaso é bem jogado pelas associações de estudantes cederem os espaços para shows, só têm a ganhar, desde que não dêem para ganânciosas ou pra parvas. Bom, props para o Bruno e para os manos Luz, que acho que também andaram nas negociações (se não andaram azar, são boas pessoas na mesma).

Lá fui cedinho para a Alameda, naquela de levar as tralhas da Backwash e ajudar nas arrumações. Na entrada do edifício encontro o Bruno Palma e o Bruno Boavida, o Cabeças e mais malta de Lifedeceiver, troca-se aquela conversa de quem já não se vê há uns tempos, ri-se um bocado de certas personagens e situações da cena e fala-se da vida.

Vou lá abaixo ver o espaço, e está bué malta a jantar e a ver o Real a jogar com o Shitty. Malta da universidade entenda-se. Sim, o tal bar é um dos refeitórios do IST. É preciso dizer que o show se atrasou? Claro que não. Ficar um bocado na galhofa (e ao quentinho) com a malta até voltar cá a cima para ver as vistas, sendo que fiquei na conversa com o Cordeiro que entretanto apareceu. Volto, estão as bandas a trincar qualquer cena e lá se começa a arrumar a sala depois dos passa-moles que lá estavam a jantar terminarem. Os gajos estavam era a ver a bola, mas foda-se, foi tempo perdido no que certamente viria a ser uma maratona de World of Warcraft a noite dentro. Ya, a minha descrição preconceituosa sobre estudantes do Técnico é a de marrões agarrados aos jogos online. Algo me diz que não falho assim tanto...

Vá, bora lá ao que interessa que eu divago bué. Arrumar as mesas e as cadeiras e tudo, montar o estaminé (o palco já estava todo tratado que isso foi-se adiantando anteriormente) e siga a marinha! Começa a entrar pessoal, sendo que o Bruno falou que estiveram mais de 100 pessoas. A uma quarta feira à noite, é de louvar! One Last Struggle começaram a tocar passado uns minutos e notou-se uma evolução em relação ao primeiro concerto que vi deles. Cover de New Winds a fechar, mas a malta esteve sossegada, encostada à parede a abanar a cabeça. É darem-lhe mais, de pequenino é que se torce o pepino. Nunca percebi esse ditado...

A seguir tocaram Northern Blue. Não é muito a minha praia, não sei se por ser bem tocado ou simplesmente porque não é o meu tipo de som, mas acho que o pessoal curtiu. Estava (e estou) todo fodido das costas pelo que fiquei sentado atrás da banca, a trocar dois dedos de conversa com o Edgar, que estava a contar os minutos para partir em tour com a malta de A Thousand Words. A sério, já não bastava eu ter a posição mais merdosa a sentar, passar 4 horas de pé ou num banco manhoso tipo aqueles de bar, só com um pé, é mesmo para me estragar a cervical.

Fiquei cá atrás a ver Lifedeceiver, primeira vez que os vi com o Vitor a cantar (foda-se, primeira vez que estive com o Vítor depois de o "conhecer"!!, andávamos mesmo desencontrados...), e a banda está com power. Sei que é um som fodido de entrar para a malta do Hardcore, mas é fixe ver que estão ali milhentas influências no som que eles praticam. Começam a gravar o novo álbum este fim de semana.

Por fim os A Thousand Words despediram-se de Lisboa com um concerto em grande, que começou tarde para caralho é certo, mas que meteu a malta quase à uma da matina aos pinotes de um lado para o outro. Haja energia para dar isto e mais aí aos estrangeiros. Não vale a pena dizer que esta banda tem tudo para atingir outro patamar na cena hardcore. Sim, falo de editoras estrangeiras a pegar neles...pode ser que leiam isto no translator.

Opa, no final aproveitei para pegar uma Wake Up And Live #5 que a Joana tinha à venda. "Summer 2005" com entrevista a Champion e Justice, reviews aos shows de Justice, Mental e TFS? Ai não. Ainda haviam mais duas cópias, corram! A seguir houve tempo para ofertar ao Edgar t-shirt mítica (azeitola) daquelas da Rastilho circa 2005 com dois punhos a dizer "hard core", ahahah. Mesmo do espalhar magia na Europa e arranjar noiva. Ele ficou de cortar as mangas e dar uma de Augustus das Caldas da Rainha! (ATTN: ATW - Se isto acontecer tirem fotos!)

Óbvio que a malta ficou lá um bocado na conversa, aquele convívio necessário e saúdavel que tem de imperar. Mas já se fazia tarde, 1 e tal da manhã e no dia seguinte havia vinhaça para servir a ingleses e brasileiros! É porque não fazem a viagem de avião mais calminhos...Ainda trouxe uma sacada de discos cortesia do Boris, foi tipo Natal mais cedo, ainda fiquei cá a cuscar nisso até às tantas.

Resta-me desejar boa sorte ao pessoal dos A Thousand Words, ao Edgar e ao Valter, que a tour corra pelo melhor. Já lhes tinha dito mas fica para a posterioridade. Em relação ao show só dizer que foi bem bom, e que acho que é um local a explorar. Haja vontade dos gajos em manter aquilo como local de concertos.

quinta-feira, 22 de novembro de 2012

Review: Madball no Dingwalls (Londres)


Pois, foi uma sexta-feira pesada que só acabou pelas oito da noite no escritório. Tinha combinado entrar com o João, encontrar-me lá com o Fábio e o Flip e ainda encontrar a Kate. Portugal em peso? Old news. Graças a uma perninha amiga, o nome estava na porta, por isso chegar e entrar foi super calmo. Já sabia que ia perder a maioria das bandas de abertura e estava relativamente excitado com isso. Depois de um dia inteiro a tirar merda do balde em frente ao ecrã, a última coisa que quero são bandas de abertura. Desculpem bandas de abertura, já não tenho idade para vocês.

Portanto mal cheguei encontrei logo o Fábio e o Flip, uma vez que tinha acabado Prowler e eles estavam a vir tomar ar (fresco, claro, que o frio já tá a bater por aqui... brrrr!). Encontrei a Kate pouco depois e João logo a seguir. A sala era pequena, e eu estava a gosta do que via. Vou confessar que, apesar de ver na boa e curtir (mais que Sick Of It All pelo menos), já não é aquela banda que ache obrigatória. Sempre o mesmo set e a mesma rotina. Mas na descontra, há lá quem curta.

Agora a cena é: porem Madball nesta sala a tocar um set composto praí por 60% de músicas antigas (talvez mais) só pode resultar numa coisa. E que coisa é essa? Aquele feeling do vídeo do New York Hardcore do Rick ta Life, sabem? Granda clássico. Pá, a sala era igual, com um mosh pit bem bacano à frente do palco (pelo joelho, se tanto) e depois o resto da malta num piso mais elevado. A maioria do pessoal parecia mais old school, o que foi fixe, ainda que fossem meio padeiros todos eles. Muito pulo, muita craziness, mas pouco mosh bonito de se ver. Na boa, é Madball afinal de contas. O que eu sei é que, apesar do som pior que mau, este é capaz de ter sido dos melhores concertos de Madball que já vi. Seja pelo set, pelo andamento da sala ou pelo público pedreiro. Foi sempre a esgalhar e sempre com granda andamento. A questão que se coloca é a seguinte: quem é que vai pôr os Rival Mob a tocar ali? É que eu fico na boa atrás a ver Madball, mas com Rival Mob, alguém vai ficar sem um olho. É porque não levo um garfo na mão e me ponho a fazer windmills. Ai não.

O Darby Responde #6 - Usar tampões nos concertos

Agradecemos a todos - do fundo do nosso coração - a quantidade de cartas, mensagens, emails e telegramas que nos têm sido enviados. Infelizmente não temos tempo para vos responder a todos pessoalmente, de modo que decidimos falar com o nosso buddy Darby, que se disponibilizou de imediato para responder a todas as vossas dúvidas! Semanalmente, a melhor carta - escolhida e respondida pelo Darby - ganha destaque nesta rubrica.


Boas malta da pesada, está tudo? Estou-vos aqui a escrever de Vila Real e tenho uma perguntinha pequena para vos fazer. É o seguinte: eu tenho um amigo, o Joca, com quem costumo ir a concertos. Já fomos a N concertos ao Porto e a Viana do Castelo, alguns até a Lisboa ou Vigo. Desta última vez que fomos ao Porto ver um concerto, levei uns tampões para os ouvidos que me deram numa rave a que fui (mas eu gosto mais de guitarras, aquele ambiente não é para mim) e decidi usá-los naquela, porque não? Mal não ia fazer. O Joca começou-se a rir e passou a noite a gozar comigo, a dizer que parecia uma menina e que não tinha andamento para um concerto de homem, etc. Achei a cena dele um bocado burra, mas depois fiquei na dúvida, uma vez que não vi quase ninguém a usar protecção. O que é que vocês acham?

Um abraço nortenho.

Ricardo Nunes - Vila Real

Olá Ricardo! Por aqui está tudo bem, obrigado por perguntares. Epá, em relação à tua mensagem só te posso dizer uma coisa: esse teu amigo Joca precisa é que lhe lavem o cérebro com sabão azul para ver se deixa de ser parvo e ignorante. Independentemente de seres o único miúdo na sala com tampões ou não, NUNCA deixes de os usar, principalmente se - como eu - fores a muitos concertos. A tua audição é mais importante que a paleta e entre surdez precoce e tinnitus acho que vais preferir andar com as esponjas nos ouvidos, até porque filtra o som muito melhor e não papas com a distorção.

Eu digo-te honestamente que uso SEMPRE os tampões e estou-me bem nas tintas para a paleta que manda. Até te digo que se não houver tampões (ou me esquecer deles), pego em papel (guardanapo ou papel higiénico), molho um bocadinho com saliva e moldo uns improvisados. Felizmente isso não acontece muitas vezes, já que ainda uso os mesmos que o Hermano me deu há muitos anos atrás. Grande prop para ele e para a mãe dele por esta safa. Se te voltarem a dizer alguma coisa por causa de usares tampões, responde só que quando tiveres cinquenta anos queres conseguir apreciar música da mesma forma que agora. A tua saúde vem antes da opinião dos outros, não te esqueças disso.

Darby

Discos Trocados: JUD JUD/Death Side

Todas as semanas trocamos um disco entre nós e falamos um pouco sobre o disco que nos calhou - tanto pode ser um clássico como uma porcaria autêntica, mas é aí mesmo que está a piada.

Tiago
Jud Jud - The Demos (1997)

Estava aqui a pensar numa maneira de falar no disco sem destapar muito o pano, por forma a não estragar a surpresa. É complicado, mas vou tentar. Já tinha ouvido falar nesta banda, mas nunca a tinha escutado. O nome remetia-me para algo tipo joke band com versões alteradas dos clássicos, mas não, acreditem que é uma cena muito mais à frente. Aliás...questiono-me se isto é genial. Genial ou parvo. Provavelmente as duas. A sério, quem é que se lembraria de fazer isto? A desculpa da droga não serve! Ah, e melhor, foi editado em vinil e fizeram mais de uma press...

Por acaso tem a sua piada, pois é aquela coisa que não raras vezes damos por nós a fazer, com maior ou menor consciência. Agora passar disso para gravar a cena, e editá-la? A sério, há malucos para tudo. Bom, mas porque não quero estragar, espero que tenham alguma curiosidade e vão ao YouTube checkar a banda. Valeu André, boa risota.

André
Death Side - Bet On The Possibility (1991)

Hoje tive um dia terrivelmente terrível. Tanto que nem deu para escrever isto a tempo de sair a tempo. Ao menos o City já foi cos porcos para fora da Champions League, LOL! Pá, o Tiago bateu-se bem com esta - granda estoiro de sabor. O meu conhecimento de hardcore japonês é um bocado limitado (mais preguiça que outra coisa), de modo que ainda estou à espera do especial que o Tiago vai escrever aqui para o blog. Era isso? Se calhar estou a inventar! Isto é hardcore rapidão sem meias medidas nem preocupações. Não consigo fazer assim nenhuma comparação, quando o hardcore é japonês vocês já sabem que a banda soa a... hardcore japonês. Não sei como é que eles fazem, mas conseguem-no sempre. Que cabrões.

segunda-feira, 19 de novembro de 2012

Review: Basement + Daylight + Brutality Will Prevail @ Underworld, Londres


Ora bem, tinha a viagem planeada já há algum tempo mas só na véspera de partir é que soube que ia ao show (a guestlist que tinha pedido a um amigo com uma connect na sala tava safa) visto que o concerto esgotou em poucas horas mal os bilhetes foram postos online (tipo one direction).

Sendo assim depois de uma manhã a passear com o Daniel e o Fábio e uns dois litros de Vanilla Coke no bucho chegámos a Camden onde já se juntava algum povo à porta da venue mas nós não ligámos e fomos à All Ages checkar uns discos e o Daniel foi comprar o bilhete para a chatice dos Converge (sorry ofender Rafa). De volta ao Underworld já se juntava mais gente mas nada de especial (eu queria entrar cedo para comprar discos e cenas que pessoal me tinha pedido e estava com medo de aquilo ser caótico junto às mesas de merch), resolvemos então fazer tempo e ir aos estábulos mostrar a CyberDog ao recém chegado a Londres, visto o freak show da loja eles aproveitaram para comprar uns dildos enquanto eu esperei cá fora.

Mais uma vez de volta ao Underworld e deparamo-nos com uma FILA ENORME que já dava a volta ao prédio (a minha ideia de compras estava claramente arruinada). Resolvemos então tentar ser os primeiros a entrar dando a dica da guest; bem dito, bem feito, eu e o Fábio entrámos, comprámos as cenas e no tempo de vir cá fora e voltar a descer já os 12" tinham voado e o restante merch seguiu o mesmo caminho em não mais que meia hora.

Cagámos em The November Group (soube mais tarde que era a banda nova do pessoal de Basement e fiquei com pena de não ter visto) e Breaking Point e quando voltámos estava a começar Brutality Will Prevail, que pelos vistos agora tocam em tudo quanto é concerto em Londres, pouco ou nada gostei da banda, uma salganhada de partes rápidas/breakdowns gigantes/cenas ambientais...nhé.

Já nem me lembrava que iria haver uma banda surpresa, recordo que na altura que eles avisaram isso ter-me lembrado que devia ser More Than Life ou Daylight. Foram os segundos, e ainda bem. Comparando com BWP o caso mudou de figura, gosto bué da primeira cena deles e nem tanto do último 7" mas o concerto foi bue bom, tocaram pouco tempo e o set foi um mix de tudo o que lançaram incluindo uma música nova que gostei muito. Gosto muito da banda e espero voltar a ver em breve um dia destes.

Nesta altura já a sala estava à pinha (o público tinha montes de miúdos novos, se fosse em Portugal dizia que era bom, ali não sei o que dizer), uma troca bem rápida de palco e começa Basement, arrancam com as duas primeiras do disco e jasus, tudo a cantar mesmo da balada do Bon Jovi (eu incluído, a vibrar), o set foi intercalando entre os dois lp's com uma música da demo e outra do 7" pelo meio.

Eu desde que vi Killing the Girl que sou fã de emo dos anos 90 (ou chamem lá o que quiserem) e Basement dá para ver que são uns putos com a escola toda que acabaram a banda sem terem feito um mau lançamento, não copiando demasiado à descarada, tão lá tanto os Texas Is The Reason, os Mineral e os Sunny Day Real Estate como Nirvana, Stone Temple Pilots ou mesmo Blur.
Acho que foi dos concertos mais intensos que vi, achei os gajos mesmo honestos, sem merdinhas e um concerto mesmo simples e perfeito para acabar com a banda.

Tenho pena que a banda acabe, foi das bandas recentes que mais ouvi nos últimos tempos e adoro os dois discos, mas compreendo e curti a atitude de acabar a banda numa altura em que podia crescer ainda mais, mas preferiram manter diy e ir fazendo as cenas mais à maneira deles.

Valeu o fim de semana, a companhia, os concertos e a fonte mágica de Vanilla Coke.

Review por Filipe Severo aka Flip

domingo, 18 de novembro de 2012

Playlist da Semana #20

Todas as semanas, a Playlist da Semana. Porque no partilhar é que está o ganho.


Motörhead - Overkill - Na altura em que isto for lançado já vou ter visto Motörhead pela primeira (e provavelmente última, se tivermos em conta o preço dos bilhetes e a idade do Lemmy) vez. Excitado? Claro. Miúdas que não gostam de Motörhead e AC/DC? Hmm, difícil de confiar o suficiente para levar ao altar. Nada de errado em gostar de miúdas com um valente par de bolas invisíveis, am I right or am I right? Quanto ao disco, ya, tem a Damage Case. Caso encerrado. Next...

Hamartia - Demo - Nunca consegui descolar desta demo. Saquei no mIRC na altura em que saiu e continuo a curtir tanto como curtia na altura - quando só havia old school ou new school. LOL! Belos tempos. Portanto isto é newschool (metalcore, entenda-se) bem bom. Estes gajos deviam ser músicos e tal porque isto bate muitos pontos acima daquele metalcore cansado habitual (mesmo para a altura). Agora a cena é: para ouvirem esta banda tem de ser a demo, porque eles depois regravaram as malhas para a Goodlife e esquece lá isso, ficou granda lixo. Se tiverem interessados botem dica que eu disponibilizo. Se não curtirem: money back guarantee.

Invasion Alert a curtir um After Hours com o Logan Sama - Chinês? Eu traduzo: Há aí malta que curta hip hop? Mas hip hop a sério, não é cá choradinhos e fofinhos e beatzinhos da festa com um copo de cerveja e um sorriso na cara; estou a falar de beats sujos, flow rápido, armas e violência gratuita. Pronto, se curtem essa onda, fica aqui a dica: NÃO SE DEIXEM DORMIR. Ando colado nestes miúdos de Birmingham há algum tempo e pá, é ganda som. Dizer o quê? Só se for que isto não é hip hop, é grime. Porque é que eu haveria de não querer viver na terra que inventou o drum n bass, o dub step ou o grime? You mad bruv.

X-Acto/Inkisição - Split - Bué engraçado, acho que este é o meu disco preferido de X-Acto. Quer dizer, vai variando... já foi o split com Ignite, já foi o New Child, agora é este. Daqui a uns anos pergunto-me de novo. Desculpem-me os mais puristas do punk nacional mas eu nem as malhas de Inkisição tenho no iTunes, só mesmo as de X-Acto. Back in the day curtia bué os dois lados, mas nos dias que correm já não me diz muito. Será que sou fake? LOL! Tásse bem, há espaço para todos. Adoro X-Acto. Letras bué inspiradoras E em português. Atitude...

No Retreat - Pray For Peace - Eu e o beatdown (como subgénero do hardcore) temos uma relação interessante, que começa com o disco de Bulldoze e acaba com o disco de Bulldoze. You get me? Curto algumas cenas tipo Shattered Realm, mas isso é mais ripanço a Slayer que beatdown. Aquelas bandas que é só rancancancancan o tempo todo e nem uma partezinha rapida conseguem ter é que não dá mesmo. Ainda para mais acaba por ser tudo banhado a Suffocation - há paciência? Não. Agora, estes manos, apesar de terem letras péssimas, são o equivalente a uma parede de som. "...se os Crowbar  viessem da cena hardcore"? Não exageremos, mas é BEM pesado e soube-me pela vida em mais uma semana que foi puxada. Prato do dia (ou da semana) portanto. "Beatdown" não é hardcore, não se deixem enganar.


Magic Circle - Scream Evil b/w Lighting Her Fire Single 7" - Malta de Rival Mob, Mind Eraser e mais umas cenas de Boston. Basicamente aquela pandilha dos cotas que fazem bandas novas todas as semanas. Desta vez foram experimentar (ou deveria dizer roubar à força toda) uma cena à Black Sabbath, até com uma vozinha à Ozzy. É coladíssimo, mas deixou-me igualmente colado. Duas faixas que sabem a pouco. Se é para roubar, rouba-se ao que é bom né? Que venha  LP.

Brutality Will Prevail - Scatter The Ashes - Acho que isto a banda hype da cena hardcore inglesa, o Ema e o André que confiram isso que já os devem ter apanhado a abrir uns quantos shows (isto se não os trocaram por uma pausa para comer). Nunca liguei à banda, acho que era uma cena bué arrastada e pesada, assim para o chato, e este disco prometia ser algo diferente. O video/single de apresentação era uma cena à TUI, com eles a pausarem os casacos da tropa e os gorros à americana e tudo, mas ainda assim a faixa era interessante e deixou-me intrigado com o que viria neste disco. Algum pessoal amigo andava todo maluco na expectativa, sempre à coca a ver se havia algum leak. Ele lá aconteceu e o disco apesar de ser engraçado não me deixou uma impressão por aí além. Continua a ter umas faixas pesadonas e lentas e outras com mais andamento. É capaz de pegar, mas não me encheu as medidas.

Absolution - Discography 1988-1989 - Ok, quase que dava para meter apenas este disco na Playlist da Semana, porque foi sem dúvida o que mais monopolizou a minha audição. O click deu-se depois de ler aí uma zine que o André me ofereceu, a The Ghent Decontrol #4 que é totalmente dedicada ao NYHC. É preciso dizer que os meus olhinhos brilharam quando a vi e quando a li? Claro que não. Banda da segunda metade dos anos 80, com uns riffs mais . Anteriores a Burn, e melhores? Por aí. Reza a lenda que era a melhor banda de Nova Iorque da altura, mas que vicissitudes da vida ditaram o seu fim prematuro (e a menor exposição que outras bandas acabaram por ter). Até podia contar aqui o que li, mas é da maneira que sempre vos faço ir pesquisar um bocado. Ou não. Não interessa, estão mais que convidados a ouvir Absolution.

Trapped Under Ice - Big Kiss Goodnight - O disco que os Trapped Under Ice lançaram o ano passado foi uma pedrada do caraças. Dos discos mais sólidos dos últimos tempos e acho que até os menos apreciadores da banda têm de admitir que o disco está bem bom. Claro, tens coisas "engraçadas", tipo a faixa True Love, em que o Justice abre o coração ao mundo a falar do amor que perdeu. Mas hey, ao menos não o faz com aqueles choradinhos da moda...O disco fecha em grande com a Still Cold (tipo um Stay Cold parte 2...) e nova versão da Reality Unfolds.

quinta-feira, 15 de novembro de 2012

Coisas Com História: SHAPE Tape 2011

Que hardcore é mais que música já nós sabemos, mas também é sabido que há todo um mundo de merchandise, discos, cassetes, o que seja, ligado à cena hardcore. Desde a malta que curte comprar discos ou a malta que curte andar com roupa a publicitar as suas bandas favoritas, existem sempre coisas que têm para nós um valor maior que o material. Essas são as Coisas Com História.

 (e essa cara...)

Ui, primeiro lançamento da BACKWASH. Tentei não fazer as coisas muito em cima do joelho, tudo bem pensado e analisado, mas claro que o tesão de mijo foi superior. Não saiu mal, mas um gajo gosta sempre de ser perfeccionista e fica sempre a repensar no que podia ter feito diferente. SHAPE estavam em grande na altura e como não tinham editado as malhas em lado nenhum falei com o Cabeças e o Peter e eles acharam que seria uma ideia fixe. Infelizmente pouco depois do lançamento a banda parou uma beca com os concertos. Eu até percebi, andavam mesmo num ritmo desenfreado, e antes que a fartura desse maus resultados foi melhor assim. Aliás, pelo show na República da Música aí há um mês e tal, a espera fez bem e ninguém se esqueceu deles. Não se esqueçam é de me comprarem uma cassete! A Apple vai lançar um iWalkman. Estou a prever...

Procurei informar-me com o Ema e o PZ, ambos tinham tido experiência com edições em cassete, bem como com o Vítor da Shut Up And Play, que andava numa vaga sucessiva de lançamentos nesse formato. Big up para o Vítor que foi quem foi safando as viagens à fábrica (que fica perto do Porto) e assim me evitou gastos maiores em portes de envio. A sério, neste lançamento tive ajuda de bué malta, a quem estou mesmo grato. Eles sabem que são.

Bom, mas voltando ao assunto. Para começar, o lançamento ficou marcado pelos múltiplos atrasos, quer na demora normal na entrega das faixas para eu enviar para a fábrica, quer no envio do artwork para os gajos da Edisco. A sério, o artwork estava todo feito, só faltava a parte de lado e de trás da cassete, ou seja, nada de especial, certo? Errado! Os gajos mandam-me pdf's com as medidas e montes de indicações, tanto o Fábio Verduras como o Kords pegam na cena (ya, os meus skills de photoshop situam-se no nível -1) e continuo a receber as imagens de volta, que estão mal, que ultrapassam os limites, que isto e aquilo. Na boa três semanas com esta merda a andar para trás e para a frente, e eu a querer ter isto a tempo do show com Bane, o que cedo se tornou óbvio que seria impossível. Depois os gajos da fábrica dizem que me safavam lá a impressão dos inserts, num esquema que vi logo que seria manhoso. 20€ por 75 inserts, mais IVA, foi mesmo do "desculpa aí mas vou bater a outra freguesia". Lá se safou a tape, tudo orientado na fábrica, o Congas traz-me a caixa com as cassetes e lá fico eu a olhar para os meus bébés à porta de um show em Cacilhas que agora não me lembro bem qual foi.

As quinze tapes numeradas foram numeradas em cima do muro por mim e pelo João Cordeiro, e enquanto o fazíamos só pensávamos na má ideia que foi fazer isso tudo mesmo em cima do rio, sujeitos a mandar cassetes para a água ao menor deslize.

Os inserts para as tapes não numeradas ficaram meio curtos (há um espaço de sobra praí de 1mm), que quando reparei resultou num acesso de fúria que só me apeteceu mandar uma chapada aos gajo que me andou a enzucrinar a mona com a merda dos limites para no fim fazer merda. Enfim, há que manter a cena positiva.

Agora falta a parte importante, que é vender as tapes. As numeradas já foram à muito tempo, mas ainda me sobram quase 20 cópias, de uma edição total de 75 (15 numeradas + 45 normais). Safem um gajo e ajudem-me a lançar mais cenas. Prometo que as próximas serão ainda mais do it yourself e ainda mais lindas. As ideias estão cá, faltam é bandas e projectos novos para agarrar. O segundo lançamento será uma tape ao vivo de Challenge, tempo estimado para o lançamento é que não há. Eu vou dando notícias.

quarta-feira, 14 de novembro de 2012

O Baú do Congas: Bilbao Underground Hardcore Bash Festival III



2005 foi um ano bom! Aliás este ano demos concertos um pouco por toda a Europa. Eu acho que esta foi a primeira vez que tocámos em Bilbao. Saímos de Lisboa em direcção a Bilbao com uma carrinha de 9 lugares e com eles todos ocupados. O plano era simples, ir Bilbao tocar uma data e voltar. Partida tudo porreiro, todos excitados. Depois de umas quantas horas para cima, chegámos a Bilbao já de noite, estava um frio e uma chuva de rachar. Como na altura não havia GPS ou pelo menos nenhum de nós tinha essa coisa, andámos a fazer mil telefonemas para encontrar os organizadores do festival, pois iriamos pernoitar uma noite antes para no dia a seguir estarmos logo na cidade e na área.
O primeiro dia do festival não vimos nada, pois chegámos de noite. Quando chegámos à área onde supostamente iamos dormir, encontrámos duas pessoas, uma delas o organizador do festival que nos indicou que a dormida era ali próximo. De facto estranhei logo a zona onde supostamente íamos dormir, pois aquilo eram só fábricas e tudo meio fabril, um pouco abandonado e com aspecto de quem entrar num daqueles spots e parar dormir vai ficar ultracongelado como um croquete no Lidl. Bem dito, bem feito! A merda de sítio que nos meteram a dormir era um género de fábrica, sem colchões, sem nada. A minha almofada era uma saca de cimento! Fiquei passado da cabeça, sem dúvida que já apanhámos muita cena má, mas isto era o cúmulo das cenas más.
Acabou por ficarem cerca de 7 pessoas a dormir na carrinha sentadas, enquanto duas ficaram na salinha. Foi possivelmente das maiores faltas de consideração que já tiveram por mim em todos estes anos de estrada. Consegue ser quase pior como o outro na Bélgica que na tour de What Went Wrong meteu os Pointing Finger a comer panquecas dentro de casa e os What Went Wrong na rua a comer arroz de uma panela na berma da estrada. True fact!
Anyway, no dia a seguir tivemos tempo para visitar um pouco da cidade, vimos o Guggenheim Museum, comemos no Subway lá ao lado, com refills até dizer chega haha! A sala era linda, uma igreja antiga convertida em sala de concertos - tinha um palco perfeito com um som melhor ainda! O concerto foi altamente, For The Glory a tocar em Espanha rendia bué, ainda rende, eu pelo menos gosto de voltar sempre ao norte de Espanha. Lembro-me que uma das bandas não tinha bateria e era uma máquina a fazer a cena, meu deus aquilo era um chinfreira, Jesus. Depois dessa banda tocaram os ANYKEY, que eram pessoal mesmo à maneira, tinham uma miúda na banda a cantar.
Quem chegou um pouco atrasado foram os Congress e os Everybody Gets Hurt, mas a tempo de socializar e ficarmos ali na conversa uma grande parte do dia e da noite, porque é altamente olharmos para uma banda como Congress e o guitarrista vir dizer que quer trocar uma tee com a tua banda porque gosta muito dela. A verdade é que passados estes anos todos, sempre que vejo o FF ficamos sempre tão contentes por nos vermos. Aliás Congress tornou-se uma das bandas que tocámos depois mais vezes e acabámos por criar um bom laço.
Os Everybody Gets Hurt eram IDS no seu melhor, chegaram, curtiram, partiram tudo mesmo em grande. O baixista deles era uma máquina a sério, que rei, sempre passado... podem ver isso nos DVDs do Guerrilla Warfare! Que inferno. Curioso também, é que uns anos mais tarde tocámos com Sworn Enemy na Suiça e Holanda e o guitarrista deles, que era de Everybody Gets Hurt, lembrava-se da malta!
O booker desta tour de Everybody Gets Hurt/Congress era o Tom, da editora Reality Records, para mim um dos gajos mais dedicados à cena hardcore na Europa, continua com a sua editora sempre na boa onda do DIY e a fazer muito pela cena hardcore, lança discos, tem distro, tem loja online. Marcou-nos concertos em Gent, tratou de mim quando tive doente e ainda agora quando estivémos em tour e deixei os meus ténis na casa dele, enviou por correio para Portugal. Este gajo é o maior!
Em Espanha havia umas miúdas que eram umas gandas chatas, que estavam sempre a tentar engatar gajos de bandas. Intragáveis, sem o mínimo de bom senso... mas não vou entrar em grandes detalhes, porque apesar de eles não lerem português, não é ético haha! Posso só dizer que... bleeergh!
No cartaz não aparece, mas houve uma banda que também tocou no dia anterior creio, que foram os Enemy Ground. Enemy Ground eram uma banda de beatdown hardcore de Brabant com pessoal muita bacano da crew de No Turning Back. Eu e o Andy já os conhecíamos por causa das nossas aventuras pelas Europas, mas é sempre bom chillar com malta como eles! Os Enemy Ground são o que se chama uma banda duríssima, eles não tocam muito, mas quando tocam é o inferno na terra. Se tiverem tempo, aproveitem e googlem por eles!
No fim do fest, viemos directos para Lisboa, conduzir a noite toda e sabendo que tinhamos sido tratados mal e ficámos com a sensação que nunca mais iríamos voltar a Bilbao. Isso de facto é verdade, apesar de muita coisa ter corrido para aqui e para ali e muita conversa, nunca mais voltámos a tocar no centro da cidade de Bilbao. Eu não guardo ressentimentos, nem rancores a ninguém, quero estar em paz com o mundo, por isso o que passou já lá vai. Forgive and forget!
PS: Alguém me diga se não foi nesta viagem que o Poli entrou em contra-mão numa auto estrada ou numa ilha de acesso à auto estrada, com bué neve e que não o deixámos conduzir mais, o que gerou uma ganda birra... foi nesta viagem não foi? Se sim... ÉPICO!

Discos Trocados: Ringworm/Vatican Commandos

Todas as semanas trocamos um disco entre nós e falamos um pouco sobre o disco que nos calhou - tanto pode ser um clássico como uma porcaria autêntica, mas é aí mesmo que está a piada.

Tiago
Ringworm - Demo (1991)

Por acaso tenho aqui a discografia mas não me recordo de ter escutado a demo com grande atenção. Sei que o André adora esta banda, por isso estava fora de questão falar mal desta demo, ahah. Mas ya, Ringworm é granda malha, e não o vou negar, nem dá (e não há aqui peer pressure a actuar). A sério, gostei. Por acaso gostei bem desta demo e é provável que vá continuar aqui nos "discos recentes". Não é aquela banda que toque muito cá por casa, mas o The Promise é bem fixe e o Birth Is Pain também. A Blind To Faith é um malhão, foda-se!

Lembro-me de um tópico bem recente no fórum sobre as melhores bandas de Cleveland. Eu não meti o bedelho porque não sou grande entendido, mas para mim Ringworm > Integrity, não tenho muita pachorra para o Dwid e companhia.

André
Vatican Commandos - Hit Squad For God EP (1983)

É, esta era a banda do Moby. Eu não suporto Moby desde uma música qualquer que o gajo fez há buéda anos atrás. Acho que era "where does my heart..." ou uma merda do género. Fraco, muito fraco. Videoclip com desenhos animados? Check. Não tá a dar mano. Portanto acho que ele tocava baixo aqui se a memória não me falha e... ya, ele tocava baixo aqui se a memória não me falha. Esta é uma daquelas bandas que se ouve bem, mas se calhar eu não sou purista o suficiente para os achar grande cena. Da mesma altura há praí mil bandas melhores que eles e que, eventualmente, encontraram o seu lugar no meu iTunes AKA colecção de música pessoal. Adorava ter mais a dizer sobre isto, mas acho que fico pelo: "Se querem ouvir uma cena melhor do mesmo ano, oiçam Antidote."

segunda-feira, 12 de novembro de 2012

Dica da Semana #2

Por certo sabes que há malta que ainda lança umas edições aqui pelo burgo. Então e sabias que há malta que ainda compra discos? E cassetes? E que há malta que se dá ao trabalho de mandar vir coisas do estrangeiro para poderes orientá-las a um preço mais apetecível? Na Dica da Semana uma data de editoras dão-te a dica sobre um dos produtos que têm à venda, a ver se chegam ao teu "eu" consumista. Pensa na revista do Lidl, mas sem a entrevista ao Nicolau Breyner depois da operação plástica e as laranjas importadas a 1,19€/kg.


Ok, o que é que temos aqui? O vocal de Gorilla Biscuits meio a solo (com outros manos de GB) a tocar umas malhas de punk rock feliz e sorridente com tracinhos de hardcore? Sim! E, ainda que acredite que seja brutal para quem curta este tipo de som, a mim passa-me um bocado ao lado. Um bocado grande. Se calhar tenho de ouvir menos Infest. Oh well...O CD está em bom estado e o booklet também. Se foi tocado duas vezes é muito.

André - alojadoandre@gmail.com // A Loja do André


Digam lá que aquele show de SHAPE com For The Glory não soube a mel? Ai não, até houve cover de Inside Out. Eles estão de volta à estrada já no início de Dezembro, com datas um pouco por todo o lado e com novo lançamento, uma colectânea tipo best of (so far). Este lançamento tem uma história engraçada. A ver se um dia destes a conto...Ah, e baixei o preço às tapes (2,5€), por isso ajudem um gajo a recuperar o que largou no lançamento, ainda tenho quase 20 cópias disso.

Tiago - backwashrecs@gmail.com // Backwash Record


Skate punk de Oxnard, terra dos senhores Rich Kids On LSD, e das miticas compilações de Nardcore,
Pure Hate é o melhor disco dos Dogends, banda rapida e com sentido de humor e com a "cover mais estúpida de sempre". 3,5 euros por 9 malhas e uma lyric sheet que tem que se ver ao espelho...yep!

Boris - destroyityourself@gmail.com // Destroy It Yourself


Na verdade conheci os Punch através do segundo LP, que na altura me fez pensar, em bom jeito brazileiro "eita carai, qui barulheira do fundão dos infernu". Mas houve ali alguma coisa que me ficou, talvez a miúda a cuspir os brônquios ao microfone, e por isso fui em busca de mais coisas da banda. Este primeiro LP é na verdade bem mais acessível para quem vem do background do hardcore rápido old school, e é para mim bem melhor também, por isso decidi tê-lo na Juicy. Não se enganem, a bigorna está lá, e tem umas partes senis do powerviolence que nem sei para onde me virar, mas depois tem aquelas partes catchy de 2-step que me fazem vibrar muito. Ah, e se estão com dúvidas, olha ai o vídeo deles a tocar em Londres no mês passado. Que forte.

E para os coleccionadores ou os mais contidos nas poupanças, também temos outros 2 discos deles em 7": o Eyeless (one love Hermano!) e o Nothing Lasts.

Ema - info@juicyrecs.com // Juicy Records

domingo, 11 de novembro de 2012

Playlist da Semana #19

Todas as semanas, a Playlist da Semana. Porque no partilhar é que está o ganho.


Violent Reaction - Demo - Bandas inglesas recentes E boas? Ya, acho que já falei numas quantas. Em Violent Reaction creio que não. O vocalista andava com os No Tolerance e os Give em tour, e eu só soube depois, meio por acaso. Os 7"s bem que lá estavam no meio, mas não associei. Chungaria e sujidade? Deve ser esta a definição. Das melhores bandas que surgiram no último ano. 

Tank - Filth Hounds of Hades - Conheci esta banda de forma bem pouco ortodoxa...uma míuda linda que aparece num vídeo de Volture (80's heavy metal worship com o Ryan Waste de Municipal Waste) com uma tatuagem de uns lobinhos no braço, sendo que nos comentários falava lá que os ditos lobinhos eram da capa de um disco de Tank. Ora eu não tenho grande escola do metal, sou aquele apreciador mas não um conhecedor (nem perto) e estava completamente fora do quão boa é esta banda. A sério, vibe à Motorhead com voz mais aguda num disco que me satisfaz de uma ponta à outra. O Honor and Blood também tem boas malhas, o resto não me atrevi a sacar depois de ver algumas reviews. Se curtem NWOBHM este disco é certamente um clássico. 

Mental - And You Know This... - Um gajo agora que trabalha necessita (ainda mais) de um bom despertar, pelo que o iPod passou a ser novamente um fiel amigo das minhas viagens de metro de uma ponta à outra da linha vermelha. Se era preciso reavivar a memória daqueles que não conhecem o meu fascínio por Mental (e a minha dor em nunca os ter visto) aqui fica esse reavivar. Difícil dizer qual o meu disco favorito, pelo que é sempre fixe só dar o play no artista "Mental" que sei que estão lá todos, ahah. Ainda há de surgir aí uma tópico de apreciação a estes malucos de Boston. Se não curtes Mental não curtes hardcore. 

Backtrack - Darker Half - Outra cena do meu iPod é que para além de ser antigo pa caralho e só ter 1GB não o actualizo vai para três ou quatro meses. Assim tem lá basicamente um best of do que andei a ouvir na altura e do que foram os meus discos favoritos de 2011. Backtrack não precisa de grandes apresentações, e o LP lançou um gajos para uma vida de tours contanstes e reconhecimento como uma das bandas grandes do hardcore actual. O disco é bem sólido e gosto das malhas todas. O Reggie pareceu-me um fixe e também toca em CREEM, pelo que se é preciso ir buscar pontos da cena por não ser só de bandas grandes eu assino-lhe o livro de ponto. Tenho saudades das conversas do "picar o ponto" e dos scene points, ahaha. Ridiculo? Claro! Engraçado? Uma beca. 

Judas Priest - Painkiller - Foda-se, que puta de disco. Ainda há um par de semanas falei dele, mas estou a ficar agarrado a isto. Mas agarrado tipo Tyrone Biggums. Foda-se, o Dave Chappelle era um génio, pena ter fritado a pipoca. "A sério? Falar do Chapelle e de Judas Priest no mesmo parágrafo?" Ya, mistura gourmet. É tipo vinho tinto reserva e queijo amanteigado.


Metallica - Black Album - É, lá estava eu a falar com o Nuno sobre música num bar perdido em Kortrijk quando os Metallica vieram à discussão. Eu gosto bué, claro. Quem não? Os quatro primeiros não dão hipótese, mas costumo traçar a linha depois do Black Album, sendo que o resto me diz muito pouco ou nada (e não, eu não consigo ouvir e pensar que "ah, é outra banda - não podes comparar"). Pois é, a conversa foi parar ao Black Album e umas semanas depois acabei cá enfiado - a ouvi-lo principalmente de manhã. A produção é second to none (adoro esta expressão) e as músicas - apesar de algumas ressacarem um bocado - não são nada más. Não é nenhum dos primeiros quatro discos, mas pronto. Não me queixo. Quando era puto também não curtia Bacalhau com Natas, só mais tarde é que lhe ganhei o gosto.

Cypress Hill - IV - Acho que comprei este CD na altura que saiu. Será? Possível. Curto bué Cypress Hill, menos aquelas cenas mais matrecas que eles depois começaram a fazer. Pá, este disco é um abuso. Bem escuro, bem pesado e bem hardcore (em termos de beats, calma). Já não o ouvia há algum tempo e foi uma viagem fixe. Depois, por preguiça, também ouvi o disco ao vivo. É ok, nada de especial. Muita ganza para aqui e ganza para ali, deixem lá um straightedge curtir hip hop em paz.

Train Of Thought - Bliss - Pessoal de Bulldoze e que depois foi para Agents Of Man, né? Estou em crer. A melhor cena é que isto é BEM pesado, mas depois tem umas partes cantadas, LOL! É lindo, e não estou a dizer isto a gozar. Claro que duvido que o mano conseguisse sacar a vozinha ao vivo, mas hey, who gives a shit? Estas bandas pesadas de Nova Iorque dos anos 90 deixam pouco a enganar. É sempre tiro e queda.

Stout - Self Titled - Oi?! Repetentes? Parece que sim. Já há umas semanas que não os largo. Não os consigo largar. Não pode haver banda mais fodida que esta, e já nem falo do negão gigante vocalista. Quando uma banda mete uma risada maléfica antes de uma parte parada completamente diabólica, sabes que dificilmente dá para igualar. Palavra nisso. Don't make do this to you!

Mobb Deep - Infamous - Eu comecei a ouvir este disco quando ainda era o King Estafeta (R), ah... esses tempos. As ruas nunca mais foram as mesmas. Anyway, palavras para quê? Malta que sabe do que fala tem isto no top, os outros ainda estão à espera de descobrir o que é viver. Na boa, há tempo para tudo. Agora a cena é: uma das melhores experiências da minha vida (mais ou menos) foi andar perdido em Nova Iorque com eles a bombar nos meus headphones. Yup. E com o Big L no Harlem. Granda onda!

quinta-feira, 8 de novembro de 2012

News Flash: outubro 2012

Mini apanhado das novidades da cena nacional, uma cena quase tão rápida como o tempo que o Jeffrén aguenta em campo sem se lesionar. Provavelmente faltarão coisas, mas não temos estagiários para por a trabalhar 24 horas por dia.


Okei, deixa lá ver se a memória não me prega muitas partidas mas seguem aí umas coisas novas. Começando de trás para a frente, os PxHxT já têm aí uma malha nova para escuta, preview do novo disco que está para sair em breve. Concerto de apresentação com SHAPE e os horríveis Deez Nuts dia 23.

Os miúdos One Last Struggle já disponibilizaram duas músicas que deverão aparecer na sua demo, que há de ver a luz do dia não sei quando, mas certamente um dia. Se curtes Verse e letras com sentimento e sobre temas importantes, vai lá dar uma escutada.

Os For The Glory já têm disponíveis o Picture Disc do Some Kids Have No Face e o split com os World Eater. Demorou mas foi! Ah, e já têm um bigcartel todo chique para atingirem os estrangeiros todos. Sweater em breve? Com o frio a começar a apertar? Ai não!

Oh, tão aí a aparecer os novos Step Forward em Portugal. Pelo menos é assim que me foram apresentados, vamos lá ver. Por falar em Step Forward, ainda não foi este mês que saiu a entrevista a StepBack!, mas está mais que prometida e será o mais breve possível. (e fica aqui o pedido de desculpas público ao Nuno...).

Os A Thousand Words estão a ultimar as malas para partirem rumo à sua primeira tour europeia (com esta nova formação e sonoridade), sendo que julgo que já têm praticamente todas as datas asseguradas. Boa sorte e que espalhem magia pela Europa, tipo Sporting com o Peseiro (mas com um final mais feliz). O Edgar também vai como roadie? Ui, que equipa de quebra corações que vai partir estrada afora...

Leram a entrevista aos Circle Jerks do Porto? Não? Foda-se, anda aqui um gajo a escrever coisas lindas e vocês a dormir? Estou fodido. Yo, acordem aí para os Shitmouth sff. Miúdos que não tem idade para beber na maioria dos estados dos EUA. Mas como isto é a tuga, é logo sopa de cavalo cansado para um acordar feliz.

Mais o quê...SHAPE vão lançar uma cena nova, acho que tipo compilação de tudo e mais umas coisas novas (nem sei bem se é isto, mas é parecido). O novo ep de Revengeance está aí quase a partir, cortesia da Ruins Record. Vinil? Oh, for sure.

E bandas hardcore novas? Tá quieto né. Deixem lá o tumblr e essas merdas e façam lá umas bandas. E façam umas zines caralho, que um gajo quer ler umas coisas também. Ler e escrever é fixe e não é a mandar sms que se chega ao Nobel da Literatura. E também podem começar por ouvir cenas de jeito, já era um primeiro passo bem importante. Mais acção, menos "vamos lançar este disco em memória do Zé Miguel que se espetou contra uma árvore a andar de mota". Yeah, I said it.

Se se lembrarem de mais alguma cena podem sempre comentar ou ir ao Facebook dizer que somos uns cafagestes. Sem vergonha.


Compram discos e assim? Sim? Força nisso. Não? Eu sei que a economia é fodida, mas é melhor que tabaco.

A BACKWASH teve umas cenas, voou quase tudo. Sobra uma cópia do 7" com a demo de Friend or Foe. Bueda merdas a chegar da Carry The Weight que já estão na tuga mas que ainda não vieram para o armazém. Novo disco de Survival encomendado. Mais merdas no futuro.

A Juicy prepara uma mega encomenda que está presa por um pequeno detalhe. Dica: banda favorita do Rafael Madeira depois de Youth of Today. Ou antes, já não sei bem.

A Destroy It Yourself recebeu mil cenas, como é costume. A malta quase nunca está acerca mas o Boris meteu aí pelo Facebook uma lista com o que tem disponível. Check it (confiram aí se dá para ver).




Este mês começou logo com uma data de concertos cancelados, por motivos diversos. É foda, mas é uma cena que acontece. Segundo a minha (mais ou menos) intensa pesquisa este mês vai ser bem sossegado, 5 shows? Opa, corrijam-me se estiver enganado! Não se preocupem, Dezembro vai ser mais agitado, pelo que não há desculpa para não pouparem uns trocos.

Última data de For The Glory em 2012 será em Portimão, no Marginália, dia 17 de Novembro com SHAPE, The New Blood e Solace. Algarve ainda está no mapa? Aqui está um bom teste.

No mesmo dia no PortoRevengeance, Lifedeceiver, Misantropia, One Last Struggle, Cruel Mind e Shitmouth. Cartaz recheado eh? Parece um festival de Verão. Só não apanhas preços exorbitantes e bimbalhada festivaleira.

E para a zona de Lisboa não ficar a chuchar no dedo, há show na Margem Sul com Last Hope, Steal Your Crown e Aliança Vella, no Ponto de Encontro. MSHC. Ai não.

Bom, já disse que os ATWo em tour né? Pronto, para começar data em Lisboa com Lifedeceiver, Northern Blue e One Last Struggle, dia 21 de Novembro. Ya, SHAPE já não toca. Bar da AE do Técnico? Novos spots, power! A partir daí vão andar a passear pela Europa. Espanha, França, tudo!

SHAPE tocam sim dois dias depois, com PxHxT e os australianos do estilo máximo e conteúdo mínimo. Dia 23 no Ritz, 15 barras.