segunda-feira, 27 de janeiro de 2014

Review: Killing Frost + Shitmouth + Just Say No + Sore Eyes @ almaemformol, Porto

Killing Frost. Killing Frost no Porto. Possibilidade de passar um fim de semana bem relax na invicta, matar saudades de uma francesinha, estar com amigos, ver um concerto porreiro...não dava para ficar sentado no sofá com a mantinha nas pernas.


Saí do trabalho adiantado. Ainda tentei ficar a fazer tempo...mas numa sexta-feira só apetece é sair dali o mais rapidamente possível. Fui até Massamá pegar a Márcia, e pouco depois o Pedro e o Hermano. Pormenores de logística trocaram-nos um pouco as voltas, e depois de uma passagem por Lisboa que se revelou infrutífera lá seguimos os quatro em direcção ao Porto auto-estrada acima. Sem chuva foi na paz, um pouco de neoveiro ali a meio na zona do pinhal de Leiria, no worries. DJ Márcia na cabine a controlar o autorádio com grandes êxitos do R&B dos anos 90 e baladas dos anos 80. DJ e cantora. Tudo em um.

Chegámos ao Porto pela meia-noite, muita perna à mostra pela rua numa noite fria que se farta. Ali não se brinca, se é pra sair, é pra ir com a melhor vestimenta. Jantámos qualquer coisita em casa da Leonor, a nossa anfitriã. Um pulo até cá fora ao 77 para roer algo e logo encontramos o André. Começa a chover vamos para casa curtir um som e meter todos a conversa em dia.

Já sábado, dia de nuvens carregadas, pegámos a francesinha obrigatória na hora de almoço e demos um giro enquanto a chuva não apareceu. Entretanto eram horas de concerto e seguimos para o local.

"Lotação limitada a 80 pessoas". O Miguel Silva já me tinha falado na sala e como esse número não seria aconselhado pelo Serviço Nacional de Saúde. A sala era pequena. Mas pequena mesmo. Uma cave com um ar de squat, mas com um ambiente algo acolhedor. Não para dormir ou assim. Só para ir lá dar o check e ir para um lugar menos húmido e mais quente. Mas punk é punk.

Já o referi anteriormente, mas ir para "fora" faz com que se encontre aquela rapaziada que raramente vemos, por isso é obrigatório por a conversa em dia. Há sempre vítimas desse momento de confraternização, e neste caso foram os Sore Eyes. Sei que deve ter sido bom porque estava tudo a comentar a performance após o término do set. Não sei se tinham o poster do Rey Mysterio ou a tshirt do Batista, mas nas Caldas já me tinham convencido.

A seguir tocou Just Say No, que também já tinha visto nas Caldas. Último concerto com esta formação, fruto de querer tocar hardcore numa cidade algo avessa a esse rótulo. Que se lixe. A banda é boa, deram menos pregos que nas Caldas e tocam aquele som que eu gosto. Espero que nunca saia repress da demo e que aquela "tour press" vire raridade. Que a nova formação dê novo impulso à banda e que o próximo passo seja logo um sete polegadas. Na Lockin' Out. O Fanboy #1 da LOR tinha logo ejaculação precoce, ahah.

Porque estávamos no Porto, a noite pedia mais punk. E mais punk só Shitmouth, aquela banda dos garotos que têm bom gosto musical e que puxaram o travão de mão nos anos 80 e por lá ficaram. Já andava para lá tudo maluco de escadote na mão a mandar dives. Aqui em baixo faz-se "pé de ladrão", mas lá gostam de subir aquele degrauzinho...Granda banda. Já têm músicas novas do disco que está para sair.

Para fechar Killing Frost. Aquela chapada na face desferida em grande parte do público presente no concerto em Alcochete poderia ter servido para agitar algumas alminhas a irem até ao Porto. Não que estivesse à espera que tal peregrinação acontecesse, como é óbvio, mas pelo menos teria respondido às interrogações de muitos a propósito das palavras proferidas nessa data.

Mas quem estava fez a festa. E fez granda festa. Faltou foi mais malta, mas os cerca de 50 que lá deviam estar não só preencheram o espaço como o fizeram mexer. A rapaziada nova lá a brincar com o escadote, o pessoal a moshar e a cantar. Faltaram foi dives das escadas! A banda tocou umas músicas novas do lp que foi gravado (e acabado?) no dia seguinte. Covers de Agnostic Front e de Negative Approach. Discurso corrosivo como se quer, música rápida como manda a lei. Adoro.

A noite ainda era uma criança e depois de aprendermos que "fato de treino e mola" são no-go na noite portuense andámos a girar pela cidade até que voltámos a casa, ao quentinho, aos documentários sobre droga no Nat Geo e a uma playlist mais adequada.

Domingo foi o relax total. Grande hamburguer no Tropical (grande mesmo!) e passeio num jardim muita fixe que deve ser não pareceu muito turístico. Guia local conhece os melhores spots. O sentimento geral foi aquele do "porque é que o fim de semana não dura mais dias??". Começava a fazer-se tarde e havia 300km para fazer. Ficaram as memórias. E já agora, viajem mais, saiam um bocadinho daquele show do mês com as caras e bandas do costume. Fica a dica.

segunda-feira, 13 de janeiro de 2014

Review: Tuga Straight Edge Day @ Parqe, Caldas da Rainha

Estamos vivos! Rastejámos do buraco para apanhar um bocado de chuva e frio, graças ao Bruno que foi a um concerto e decidiu escrever uma review. Um tipo porreiro.

Estou de férias!

Acabado de chegar de Lisboa depois de despachar o que tinha de ser despachado da faculdade, fui ter ao Parqe um bocado antes da hora do concerto, pois supostamente a malta de Awake tinha chegado tão cedo que ainda não lá estava ninguém.

Assim que lá cheguei vi que já tinha chegado malta e meti a conversa em dia com a malta das Caldas que não via já à algum tempo. Enquanto isso, começaram a surgir caras provenientes de todos os lugares e mais alguns. Algumas novas, outras que já sabem o que é que a casa gasta e sabem que não se pode perder um concerto nas Caldas. Segundo o Tofu estavam lá entre 50 a 60 pessoas. Se é verdade que já houve concertos nas Caldas com mais pessoas, também é verdade que as que lá estavam serviram bem para fazer a festa.

GAEA - aka GAEArreiro difunde através do hip hop uma mensagem preocupada e activa sobre veganismo e straight edge. Antes de meter o instrumental seguinte no Windows Media Player (classic!) dava sempre uma palavrinha ao público, quer para introduzir a próxima faixa, quer para alertar sobre as temáticas acima referidas. Bom flow, não sei porquê o volume de um dos beats estava bem mais baixo que todos os outros. Para quem não sabe, o GAEA é responsável pela Brave Distro e tem pra venda toneladas de cenas. Mandei vir umas quantas zines uma vez e não me desiludiu nada. Procurem!!

xVENENOx – Depois de cuspir umas linhas, o GAEA sentou-se na bateria para cuspir Veneno. Com veneno para dar e vender, todas as cantigas em português, a banda deu um concerto bem foda. Cover da Inferno de X-Acto. Todas as outras originais e tocadas como deve ser, rápido e cru. O Luz de Awake safou o baixo neste concerto e não deixou que o concerto piorasse um bocadinho que fosse. No final do concerto ameçaram com a Firestorm de Earth Crisis mas acabou por não acontecer – e com isto meia dúzia de risos no público. Arrastão em Lisboa promete correr com nazis e traficantes de droga - música mais genial de 2013.

Clean Break – Concerto da noite! Sigo com prazer a banda desde que esta começou (não é como se houvesse muito para seguir) e infelizmente nunca a tinha a visto ao vivo (não que tivessem havido muitas oportunidades para ver..). Anyway, se a banda toca pouco dá mais que razões para esperar para vê-los. Foda-se, começam-me o concerto com a Intro/Invasion de RJ? Epá.. Não há condições. As músicas da demo são boas que doem, mas sou suspeito para falar pois é exactamente o tipo de som que eu prefiro. Dois covers. Straight Edge de Minor Threat só para que a malta não se esquecesse da temática do concerto e Without Words de Stop and Think - o meu momento preferido da noite. Melhor cover, melhor banda. Entre músicas houve espaço para dicas que não podiam calhar melhor, como dizem os Better Than a Thousand:

Tomorrow's dream may never come and sure it's good to have some.
But instead of all this dreaming well why not just live today.


O passado foi de cona, o futuro ninguém adivinha. Não gostam tornem melhor ou saltem fora! 10/10

Awake – A banda de Hardcore com mais cabeça de Portugal actualmente, algo que claramente se reflecte nas músicas. A banda tem malta que realmente admiro, dos poucos que ainda se esforçam por se compreenderem e por compreenderem o que os rodeia. Dos poucos com quem sei que posso ter uma conversa decente. Dos poucos que sabem que a palavra HARDCORE está INDISSOCIAVELMENTE ligada à palavra PUNK. A minha faixa preferida continua a ser a nova, a das bicicletas bike punx go! Sempre a abrir. Só ganhava se falasse de skates, mas oh! ninguém é perfeito. Tocaram todas as músicas da demo e três covers: Slow Down de YOT (título curioso tendo em conta que antes disso tinham tocado a faixa mais a abrir de todo o reportório), a Best Times de Chain Of Strenght e a Focus on the Light de TRUE COLORS! (obrigado!). A malta pediu encore e presentearam-nos com a repetição dos covers de TC (com a formação toda trocada) e de COS. Pinela, devias começar um projecto como vocalista.

Foi isto. Estou farto de escrever. Um obrigado à Dirty Crown, cada vez melhor, ao Nando por me ter feito rir com a sua farta cabeleira loira, à quantidade de merch que estava disponível para compra – demos, zines, t-shirts, tóliclantes com mensagens importantes.

Para ter sido perfeito só faltava Just Say No ter tocado também, mas ao ter estado com o Fábio percebi a cena - ter um clube de fangirls ocupa mais tempo do eu alguma vez imaginaria!! Ahaha. E faltou também o Titi, o falso tropa. Ando eu a escrever-te reviews quando podias ter vindo e ter feito a tua. Não ficaria tão bom, mas que se lixe.

Review por Bruno Baptista.