Killing Frost. Killing Frost no Porto. Possibilidade de passar um fim de semana bem relax na invicta, matar saudades de uma francesinha, estar com amigos, ver um concerto porreiro...não dava para ficar sentado no sofá com a mantinha nas pernas.
Saí do trabalho adiantado. Ainda tentei ficar a fazer tempo...mas numa sexta-feira só apetece é sair dali o mais rapidamente possível. Fui até Massamá pegar a Márcia, e pouco depois o Pedro e o Hermano. Pormenores de logística trocaram-nos um pouco as voltas, e depois de uma passagem por Lisboa que se revelou infrutífera lá seguimos os quatro em direcção ao Porto auto-estrada acima. Sem chuva foi na paz, um pouco de neoveiro ali a meio na zona do pinhal de Leiria, no worries. DJ Márcia na cabine a controlar o autorádio com grandes êxitos do R&B dos anos 90 e baladas dos anos 80. DJ e cantora. Tudo em um.
Chegámos ao Porto pela meia-noite, muita perna à mostra pela rua numa noite fria que se farta. Ali não se brinca, se é pra sair, é pra ir com a melhor vestimenta. Jantámos qualquer coisita em casa da Leonor, a nossa anfitriã. Um pulo até cá fora ao 77 para roer algo e logo encontramos o André. Começa a chover vamos para casa curtir um som e meter todos a conversa em dia.
Já sábado, dia de nuvens carregadas, pegámos a francesinha obrigatória na hora de almoço e demos um giro enquanto a chuva não apareceu. Entretanto eram horas de concerto e seguimos para o local.
"Lotação limitada a 80 pessoas". O Miguel Silva já me tinha falado na sala e como esse número não seria aconselhado pelo Serviço Nacional de Saúde. A sala era pequena. Mas pequena mesmo. Uma cave com um ar de squat, mas com um ambiente algo acolhedor. Não para dormir ou assim. Só para ir lá dar o check e ir para um lugar menos húmido e mais quente. Mas punk é punk.
Já o referi anteriormente, mas ir para "fora" faz com que se encontre aquela rapaziada que raramente vemos, por isso é obrigatório por a conversa em dia. Há sempre vítimas desse momento de confraternização, e neste caso foram os Sore Eyes. Sei que deve ter sido bom porque estava tudo a comentar a performance após o término do set. Não sei se tinham o poster do Rey Mysterio ou a tshirt do Batista, mas nas Caldas já me tinham convencido.
A seguir tocou Just Say No, que também já tinha visto nas Caldas. Último concerto com esta formação, fruto de querer tocar hardcore numa cidade algo avessa a esse rótulo. Que se lixe. A banda é boa, deram menos pregos que nas Caldas e tocam aquele som que eu gosto. Espero que nunca saia repress da demo e que aquela "tour press" vire raridade. Que a nova formação dê novo impulso à banda e que o próximo passo seja logo um sete polegadas. Na Lockin' Out. O Fanboy #1 da LOR tinha logo ejaculação precoce, ahah.
Porque estávamos no Porto, a noite pedia mais punk. E mais punk só Shitmouth, aquela banda dos garotos que têm bom gosto musical e que puxaram o travão de mão nos anos 80 e por lá ficaram. Já andava para lá tudo maluco de escadote na mão a mandar dives. Aqui em baixo faz-se "pé de ladrão", mas lá gostam de subir aquele degrauzinho...Granda banda. Já têm músicas novas do disco que está para sair.
Para fechar Killing Frost. Aquela chapada na face desferida em grande parte do público presente no concerto em Alcochete poderia ter servido para agitar algumas alminhas a irem até ao Porto. Não que estivesse à espera que tal peregrinação acontecesse, como é óbvio, mas pelo menos teria respondido às interrogações de muitos a propósito das palavras proferidas nessa data.
Mas quem estava fez a festa. E fez granda festa. Faltou foi mais malta, mas os cerca de 50 que lá deviam estar não só preencheram o espaço como o fizeram mexer. A rapaziada nova lá a brincar com o escadote, o pessoal a moshar e a cantar. Faltaram foi dives das escadas! A banda tocou umas músicas novas do lp que foi gravado (e acabado?) no dia seguinte. Covers de Agnostic Front e de Negative Approach. Discurso corrosivo como se quer, música rápida como manda a lei. Adoro.
A noite ainda era uma criança e depois de aprendermos que "fato de treino e mola" são no-go na noite portuense andámos a girar pela cidade até que voltámos a casa, ao quentinho, aos documentários sobre droga no Nat Geo e a uma playlist mais adequada.
Domingo foi o relax total. Grande hamburguer no Tropical (grande mesmo!) e passeio num jardim muita fixe que deve ser não pareceu muito turístico. Guia local conhece os melhores spots. O sentimento geral foi aquele do "porque é que o fim de semana não dura mais dias??". Começava a fazer-se tarde e havia 300km para fazer. Ficaram as memórias. E já agora, viajem mais, saiam um bocadinho daquele show do mês com as caras e bandas do costume. Fica a dica.
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