segunda-feira, 22 de setembro de 2014

Review: European Hardcore Pool Party 2014


Depois de uma semana terrível no trabalho, com poucas horas de sono, stresses diversos e cansaço acumulado nada melhor que ir ter com amigos e arrancar na velhinha Renault Traffic para o que prometiam ser uns dias com muita música, dormir à gafanhoto, mergulhos e palhaçada.

Já tinha falado com o Filipe há umas semanas e estava portanto a par do interesse fora de portas que se estava a gerar com o festival, mas nada como acabei por verificar logo no primeiro dia. Mais malta estrangeira do que tugas? 20 nacionalidades diferentes como disse o Martijn no dia seguinte? Ai não!

Este ano o local do concerto mudou para o espaço do outro lado do pátio. Bem maior que no ano transacto, teve os seus prós e os seus contras. Se o ano passado estava à pinha e cá de fora só se viam vidros embaciados, este ano a sala era talvez três vezes maior, o que não ajudou a fazer boa figura para as bandas de abertura, quer no que diz respeito ao preenchimento do espaço quer ao nível do som, que nunca esteve super espectacular durante os dois dias. No entanto deu para que toda a gente lá coubesse, para para ninjas e os não ninjas, para os que ficam atrás a fazer videos no iPhone e para os que preferem pular do palco.

Linebacker - É complicado ser banda de abertura, e tocar para mais estrangeiros que tugas que provavelmente nunca tinha ouvido falar deles. Mas acredito que tenha dado para terem formado um boa opinião. Novo disco a caminho com tour a ser planeada também.

Bun Dem Out - Quem me conhece (ou quem vai lendo o que por aqui escrevo) já deve ter percebido os meus gostos musicais. Bun Dem Out não é banda que me encha as medidas musicalmente, mas deu para meter meia casa a libertar os demónios interiores (o Leo expulsou-os todos). Foi talvez das bandas mais prejudicadas pelo som meio fanhoso, o guitarrista ia mandando uns solos mas que nem se reparavam. O Hermano a dada altura chama-me à atenção de que se ouve melhor do lado direito do que do esquerdo, e foi lição que aprendi a partir de então.

Steal Your Crown - Se havia alguém a dormir na casa a partir daqui ficou tudo bem desperto. A sala abanou, e quer o público que os conhecia e estava lá à frente a cantar quer o exército estrangeiro que andava por lá com o crowd kill importado tiveram muito trabalhinho.

Knuckledust - A par de Nasty, os estreantes fortes do cartaz, e uma banda que não tenho por hábito ouvir mas onde a curiosidade era grande. Aproveitaram o embalo do concerto de Steal Your Crown e apanharam o público já bem quentinho, pelo que não desapontaram. Não sei dizer o que tocaram e não tocaram porque não acerca da discografia, mas houve para lá malta com fartura a cantarolar.

Depois de uma noite estranhamente bem dormida na bagageira da carrinha, havia que despertar, e nada melhor que ir até aos chuveiros da praia de Alcochete para me banhar. Óptimo ver os casais a passear os cãezinhos pela manhã e a depararem-se com malta jovem "algo" ressacada a ensaboar-se na rua.

Após um belo almoço cortesia da Márcia e do seu Campingaz, tempo de pegar uma piscina, por esta altura já bem composta. Ainda deu para ver o Chelsea em ecrã gigante e apanhar aquele bronze manhoso do céu nublado. Não se dá por ele, mas serviu para meter os bifes todos escaldados! Descobri ainda que não tenho futuro a saltar pra água, mas talvez tenha no wresling a saltar da corda, visto ter rebentado o sobrolho ao Pedro numa bomba ridiculamente calculada. Podia ter sido pior.

Já ao cair da noite, era altura de voltar aos concertos. Finalmente vi Clean Break. A sofrerem um pouco do mesmo do que aconteceu aos Linebacker na sexta-feira, coube-lhes a tarefa de abrirem a noite com o seu youth crew um bocado deslocado do resto do cartaz. Safoda. Eu gosto. E é sempre bom voltar a ver o Peter em cima do palco. Nova tour europeia em Novembro!

Não vi We Ride e Strenght Approach. Uma mistura de "não aprecio" com "está aqui tanta malta que raramente vejo, vou mas é socializar".

Não sou fã de beatdown, mas Nasty era um banda que mais curiosidade tinha em ver. As letras são boas, o hype é grande, o som é que não é a minha praia. Esperava caos na terra e os deuses lá em cima responderam às minhas preces. O clone do Ivan Drago era uma máquina na bateria e a banda ao vivo tem um presença brutal. Sem saltinhos coreografados, sem poses, sem merdas. Mesmo com o som meio fanhoso deu para perceber o porquê desta banda andar a meter meia Europa com o pito aos saltos. Rancan rancan rancancancan.

For The Glory e No Turning Back é tipo aquela receita que sabes que funciona sempre bem e que sabe sempre bem, e por isso fazes com regularidade. Óbvio que foram ambos uns concertos do caraças, com No Turning Back a fechar com chave de ouro. High fives and stage dives, business as usual, ou alguma dessas frases cliché. Ou então tipo a Coca-Cola, you can't beat the feeling. Porque dificilmente dá. Chuva lá fora, que entretanto resolve aparecer, a criar ali um clima meio tropical de chuva e calor, e metade do público sem tshirt a moshar e a saltar do palco, a cantar as letras agarrado ao microfone. Tudo maluco.

Como resumimos no final: maior e melhor. E para o ano só pode melhorar. 500 pessoas em Alcochete? Por aí. E faltou (muito) público nacional.

Na manhã seguinte acordámos para um espaço totalmente remodelado...concetração tunning no que há poucas horas era uma sala de concertos, com malta de toda a europa a conversar, a jogar badmington ou a mergulhar para a piscina. Imagino essa noite de desmontagens...

Há que salientar todo o esforço da malta que tornou isto possível. O Tiago, o Congas, o Filipe, o Martijn e toda a organização. Foi realmente memorável e creio que poderá ter sido aquele kickstart para tornar isto melhor e maior. Tenho a certeza que os muitos estrangeiros levaram as melhores recordações deste dois dias, e o passa palavra que daí virá vai ser super importante. Já vou contando os dias para a edição de 2015.

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