sexta-feira, 22 de agosto de 2014

Review: Turnstile + Angel Du$t @ The Underworld, Londres


Antecipação e entusiasmo para este show: astronómicos!

Pela hora da abertura de portas a equipa concentrou-se em Camden (o show ia ser no Underworld como costume). Dez tugas mais convidados, aquilo à porta do Underworld bem que parecia a porta da Casa de Lafões ou do Culto.

Wrap de Falafel, passeio pelo canal, a rapaziada sabe estar e sem ver bandas nenhumas já tinha valido a pena. Com este hang out todo o que vimos de bandas de abertura foi zero. O nosso mindstate era: Turnstile e os meus amigos, não preciso de mais nada. E mentiria se vos dissesse que fiz o trabalho de casa quanto a essas bandas, portanto não sei o que perdi.

Nas mesas de merch vi discos dos Lion Of Judah que tocaram no Montijo (em 2006?). Uns dias antes estava à beira-mar em Southsea a falar com o Pimentel e a comentar exactamente que não sabia o que tinha acontecido a estes bacanos. Em conversa com o Brendan junto às mesas de merch ele contou-me que um guitarrista de Lion Of Judah é agora guitarrista de Turnstile. Cool.

Pouco depois de entrarmos Angel Du$t começou a tocar. Grande pinta, algumas malhas de Angel Du$t são bem catchy e mesmo sem conhecer bem as músicas e as letras tornou-se contagiante. Assim que começaram a tocar começou a rave cá em baixo, mas ainda longe do que viria a ser. Estava tudo impecável e bem tocado mas faltava ali movimento em cima do palco, especialmente por contraste com o movimento em frente ao palco. Os elementos da banda pareciam bem cansados – ao segundo dia de tour?? Veio a explicação de seguida: tinham viajado durante a noite e não tinham dormido, respect, afinal até estavam bem vivos vendo nessa perspectiva.

Às tantas começam a soar os acordes da Nervous Breakdown e a galera ficou louca na hora, o Emanuel saltou logo disparado (ai não) e foi o clássico empilhar em frente ao palco. A cover abanou um bocado mais a sala e partir daí viu-se mais movimento sobretudo nas faixas mais populares. A Stepping Stone ainda não saíu da minha cabeça desde então.

Fui pôr a conversa em dia com um amigo não português e a certa altura toda a gente se começa a movimentar rapidamente, como se tivesse tocado o alarme de incêndio e estivessem todos em pânico, mas em vez da saída de emergência iam na direcção do palco. Já ecoava o intro do Step 2 Rhythm e isso fazia corações bater mais rápido. Cheguei lá à frente mesmo a tempo dos primeiros acordes da Keep It Moving, altura em que a sala já abanava toda. Primeira música e já o Sérgio tinha a testa vincada, não se perde tempo. Concerto de Hardcore como mandam as regras olímpicas.

A nossa equipa competia nas várias modalidades do Stage Diving e o Tiago levou para casa medalha de ouro no Freestyle Acrobático com o seu encarpado invertido. Ainda fui nomeado para o Gravity Law Award num voo suave em sincronia perfeita com as líricas “I’m coming down” mas não subi ao pódio porque estava lá um anjo da Torre da Marinha a zelar pelo meu bem-estar . O Emanuel é o nosso rei do stage dive e apesar de os ingleses não deixarem o míudo saltar ele deve ter ganho o Troféu Assiduidade de novo.


Melhor onda que isto só se tocassem agora um cover de Bad Brains. Oh wait… YOU DON’ WANT ME ANYMOOORE – até me deu um aperto no peito – SAIL ON SAIL ON!

Algures no set o Brendan mandou aquele props aos míudos portugueses, enfim aquele protagonismo a que já estamos habituados. Anunciou ainda que vai sair em breve um novo álbum de Turnstile, ninguém fixou quando nem o nome, eu acho que era algo como “Never Stop Healing” mas pode não ser nada a ver.

Este foi um daqueles!

No fim do show tudo com negras, lábios rebentados, testas vincadas, corpo dorido no dia seguinte, mazelas em costelas a revelar-se 2 dias depois. Mas tinha tudo um sorriso do tamanho do Mundo cheio de felicidade. Já em casa até se trocavam mensagens sobre estarmos tão felizes, estão a sentir o nível emocional? Melhor show do ano até agora e daqueles que sempre lembraremos. Aquele feeling de estares a curtir bué, todagente à tua volta a curtir bué, mas o melhor de tudo é no meio da macacada cruzares o olhar com o sorriso dos teus amigos, aquele sorriso cúmplice em que dizemos “GRANDA ONDA”.

Afinal, secalhar aquilo da amizade e união no Hardcore que aprendemos em putos não era completamente cliché. Afinal ,secalhar o Hardcore é grande onda mesmo. Em Lisboa ou em Londres, não trocava isto por nada.

Review por Fábio Godinho.

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