quinta-feira, 5 de março de 2015

Cinco Às Quintas: Harm Done

Às quinta-feiras, contem com uma pequena entrevista com cinco questões a uma banda. Ou a alguém fixe o suficiente para aparecer aqui.

Esta semana, e ao fim de mil anos, nova entrevista, desta feita com os franceses Harm Done. Fiquem com as respostas do vocalista, o Alexis.



Conta-nos como é que os Harm Done começaram. Sei que alguns de vocês já tocavam juntos em Raw Justice. Porquê começar uma cena nova?

Na verdade tudo começou por brincadeira. Durante a primeira tour de Raw Justice no verão de 2013 fomos dormir/chillar para casa de um gajo depois de um show na Belgica. Ele mostrou-nos alguns discos e falou-nos de uma banda de Powerviolence chamada Sex Prisoner que nenhum de nós na altura conhecia e ficamos logo excitados da maneira como aquilo soava fixe. Então umas semanas depois da tour acabar eu e mais uns amigos, incluindo o baixista de Raw Justice, estávamos a ouvir novamente aquele disco de Sex Prisoner e olhamos uns para os outros e dissemos “bora fazer uma banda nesta onda”. Ligamos a dois amigos e passado uma hora tínhamos o line up pronto para começar a ensaiar. Sim, eu e o baixista tocávamos em Raw Justice (digo tocávamos porque a banda vai acabar. Vamos tocar o último show em Junho). Acho que naquela altura os dois guitarristas de RJ foram morar para Paris que fica a 4 horas de distância da nossa cidade. Nós raramente ensaiávamos por isso tínhamos a vontade de começar uma banda nova que pudesse ensaiar todas as semanas e também ao mesmo tempo queríamos tocar algo mais pesado, mais metálico.

Fico triste com essas noticias sobre RJ. Isso quer dizer que agora os Harm Done são a tua banda principal? O que é que editaram até agora e como tem sido o feedback que têm recebido?

Ya, é triste em relação aos RJ mas todos temos outras bandas e a distancia também não ajuda. Os Harm Done agora vão ser a minha banda principal. Até agora editamos um EP ao qual tivemos uma resposta super positiva, o pessoal de toda a França, Europa e até América parece que gostam. As 500 copias do EP estão quase esgotadas e já estamos a pensar fazer uma repress. Neste momento estamos a trabalhar no primeiro LP que deve estar pronto antes do final do ano. Já temos dois terços das malhas. Por fim devemos gravar uma promo tape para a nossa tour com 3 malhas que depois vão estar no LP mais duas covers.


É bom ver que se mantêm ocupados. Fala-me das letras de Harm done. Sentes que há uma diferença entre escrever letras para HD do que para RJ?

Sim, desde o inicio em que estava ao mesmo tempo em Harm Done e RJ senti que era diferente. Para começar as malhas de Harm Done são mais curtas, por isso tenho que resumir o conteúdo em poucos versos. As letras de RJ eram na minha opinião mais “clássicas”. Falavam de problemas sócias, Straight Edge (mesmo sendo eu o único membro sxe na banda) e cenas assim. As letras em Harm Done são mais pessoais, mais introspectivas. A maioria das malhas fala sobre desilusões amorosas e corações partidos. Na realidade somos uma banda que está sempre a falar de amor! Acho que senti que podia falar dessas coisas mais facilmente que em RJ porque a música é mais violenta. Pode parecer estranho mas é o que senti. Temos uma malha sobre anti-especicismo e mais uma vez sou o único Vegan na banda, mas o resto do pessoal não se importa que fale sobre isso. O resto fala como lido com a vida no geral, todas as questões que faço a mim próprio todos os dias em busca de respostas. Mesmo que as letras falem sobre a minha vida tento sempre escreve-las de modo a que toda a gente se consiga identificar com eles quando as estão a ler.

Como descreves a tua cena local? Podes falar-nos um pouco mais sobre ela? A ideia que eu tenho é que a cena em França sempre foi um pouco diferente do resto dos sítios, o pessoal sempre me curtir mais as bandas mais pesadas e mais tough guy e também sempre me pareceu que a cena screamo/alternativa ou como lhe queiras chamar era muito grande aí.

Para começar o Youth Crew nunca foi, é ou irá ser um hype em França. O que é uma pena. Tens razão, a maioria dos “frenchies” parece estar preso ao mau metal/hardcore dos anos 90 (sendo a influência numero 1 os All Out War e um grande número de bandas beatdown merdosas. Há algumas bandas novas fixes aqui e ali como por exemplo em Paris. Sobre a cena emo/screamo/indie parece que temos uma cena boa desde os anos 90, mas nunca liguei muito assim por isso não posso falar sobre ela. Mas sim, para confirmar aquilo que te disse, notei uma grande diferença entre os shows de RJ e Harm Done. Parece que as pessoas gostam muito mais de Harm Done por ser mais pesado e ter aqueles breakdown ignorantes. Invejo a cena no UK, eles têm as melhores bandas e os melhores shows na Europa neste momento.


OK, para acabar conta-nos quais os planos que têm para os Harm Done e onde é que podemos encontrar os vossos discos. Esse tipo de coisas.

Vamos fazer uma Tour Europeia de 2 semanas em Maio e iremos tocar em França, Belgica, Alemanha e Suécia. Depois lá para o verão devemos entrar em estúdio para gravar o nosso primeiro LP com o gajo que gravou o último EP de Raw Justice. Já estamos a pensar na próxima tour Europeia e gostávamos e ir à Alemanha do leste e à Polónia, Espanha, Portugal, Itália também seria muito fixe. O próximo passo será uma na América em 2016 que é algo que sempre gostava de ter feito com RJ mas nunca chegou a acontecer. Queremos tocar o maior número de shows que conseguirmos. A maneira mais fácil de adquirir os lançamentos de Harm done é através da loja da Straight & Alert (straightandalert.com). Também podem comprar o nosso primeiro EP na loja da Revelation Records nos USA, bem como noutras distros fixes espalhadas pela Europa.

*Bonus playlist*
Blacklisted - When People Grow, People Go
Xibalba - Hasta La Muerte
True Colors - Rush Of Hope
Shrapnel - Frenzied State
Mindset - Leave No Doubt 

Entrevista feita por David Rosado, aka Crucial Dave.

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