quarta-feira, 23 de outubro de 2019

Review: Never Ending Game - Just Another Day (2019)


NEVER ENDING GAME - JUST ANOTHER DAY
(Triple B Records)

Acho que é seguro poder dizer que a Triple B Records é a principal editora de Hardcore no activo. Hoje em dia, a Triple B Records é o que a Bridge Nine Records foi nos 00's. Os lançamentos são mais que muitos e com uma regularidade assinalável. E se há algo que não se pode acusar a editora é de lançar sempre clones da mesma banda, ou cenas iguais.

Em relação ao disco em questão, este é o primeiro LP dos NEG, banda de Detroit nos Estados Unidos, cidade famosa pela violência, altos índices de criminalidade e pelo Robocop. Devo confessar que as primeiras cenas que ouvi dos NEG não me chamaram a atenção. O rótulo "Beatdown" tem o mesmo efeito em mim que os testemunhas de Jeová ou aqueles vendedores dos cartões de crédito nos shoppings. A minha reacção é fugir a sete pés ou fingir que estou a fazer algo importantíssimo no telémovel, normalmente uma chamada urgente. Mas o que é certo é que a banda até tem algum hype e se isso por vezes tem um efeito negativo em mim, desta vez até me deu vontade de dar uma chance a este disco.

Caso ainda não tenham reparado os 90's estão de volta e isso tem se vindo a notar nestas bandas "novas". Seja na utilização de "samples" de filmes, seja no som de tarola ou até no "estilo" da capa. 90's baby!!! Em termos de som, os NEG são uma banda "riff oriented", com mosh parts e breakdowns, mas daqueles mesmo a sério, com a guitarra em palm mute, pedal duplo, em que basta fechares os olhos para imaginares uma dezena de putos a tentar acertar no ninja invisível. Mas há que reconhecer que também não têm medo de ter versos rápidos e os refrõess com os gang vocals mais lentos. Mas agora que falo nisso, algo que estaria à espera neste disco eram mais gang vocals.

Para mim este disco tem 2 partes, até ao interlúdio N.E.G. Jams (faixa 5), as malhas parecem mais directas e incisivas, mas daí para a frente, sinto que tentaram acrescentar alguns "flavours" extra, tanto a nível de bateria como nas guitarras. O baixo é tímido, mas numa ou noutra parte sentimos a sua presença como que a relembrar que também existe e se quer mostrar um pouco.

No geral é um bom disco de uma banda que tem um pouco mais de "sumo" do que aquilo que inicialmente estava à espera. Atrevo-me a dizer que quanto mais ouço o disco, mais piada lhe acho.
7/10

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