quarta-feira, 19 de junho de 2013

Mais Que Música: Head In Check (Incendiary)

Que aconteceu a dar importância às letras das músicas? O hardcore não era sobre isso? Agora só se vê letras que não interessam à prima. Fica aqui uma letra que nos tenha feito pensar no seu significado mais do que uma vez. Afinal de contas, o hardcore também é sobre isso mesmo: pensar.

 © Matt Miller

Evil minds prey on bleeding hearts, 
they know their roll so they play the part. 
You can't control me, you are below me. 
Living like a weed, using others to keep growing. 
Destiny is a crutch in the arms of the weak. 
The blind lead the blind into a life of mediocrity.
I'm defecting from this cult of complacency. 
I'll be folding the hand that they're dealing me. 
Delusioned masses dragging crosses for transgressions
Searching for an ear to hear their confessions. 
Why glorify an empty soul? 
Why buy into the trap? 
Fuck the morals you front, fuck the business stunts. 
Nothing is promised, nothing is free. 
Take what's yours, steal what's theirs.
Forever choose this life of sin,
over kneeling down and giving in.

Meter dedos na ferida? Check! Lembro-me que aí há uns tempos valentes falou-se de religião na página do Facebook e surgiu logo granda burburinho. É fixe, meteu a malta a falar.

Tomando desde já a posição que não acredito na religião organizada, mete-me asco grande parte da "moral" e "bons costumes" que ela prega, as palavras pela qual se regem (ou diz reger) e do que os seus fiéis seguidores, mais ou menos fervorosos, retiram, agem e reproduzem. Velhos que do alto do seu trono dizem umas baboseiras de quando em vez, falam de acabar com os problemas do mundo quando não raras vezes é deles e das instituições que encabeçam que os problemas surgem? É preciso dar exemplos? Também me parece que não.

Ainda que compreenda que em momentos de desespero e aflição olhar para algo não palpável nem visível seja a cura de muitos, a fé em algo que lhes resolva os problemas e traga felicidade, prefiro acreditar que esse positivismo que procuramos, essa motivação, essa força extra é algo que pode surgir de nós, dos nossos familiares, dos nossos amigos. Não preciso que seja a acender velinhas em Fátima, a doar umas peças de ouro à paróquia ou a rezar cinquenta avé marias que, de forma mágica, tudo se evapore. Se compreendo? Sim, em parte. Se concordo? Não.

Se o hardcore é respeito pelos outros, e que esses outros podem pensar de outra forma? É. Mas qual é a cena de exprimirmos a nossa opinião quando vemos carneiros a seguir cegamente o rebanho, a acreditar em algo inventado para apelar às massas, para encher os bolsos e para bloquear o progresso com ideias retrógradas. Ya, já sei que há quem, através dela ou em nome dela faça coisas boas, mas querem mesmo que comece a tirar nabos da púcara e a falar de coisas más? Outra vez?

Podia-se aqui entrar na conversa da existência ou não de deus, de algo divino, e de quem acredita nisso. Poder podíamos, mas seria conversa para outro capítulo. Como diz aquela música de Cold World, "if there's a god in the sky, only he can judge me, so until my dying days, stay the fuck out of my face". Aproveitem a vida, vivam-na de acordo com a vossa maneira de ser e pensar.

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