quarta-feira, 30 de outubro de 2013
Review: Biohazard + Arhythmia + For The Glory + No Clue @ Rep. da Música, Lisboa
Ora bem, parece que hoje vou ser eu a relatar os acontecimentos do dia 26 de
Outubro em Alvalade na República da Música. Combinei um jantarzinho com algum pessoal no espírito do convívio pré-concerto, que para mim é sempre indispensável. Então saí do trabalho, fui a casa preparar a marmita para o nosso jantar/piquenique carocho e fui ter com o Bruno e o Tiago, que estavam a trabalhar no duro na nova zine que vem aí - Mind Control.
Depois da colega de casa do Bruno apresentar-nos uma tese inteira sobre a Casa dos Segredos 3579, decidimos bazar para a República da Música (com a restante massa cinzenta que nos sobrava) e encontrar o resto do pessoal. No meio de sandes de queijo, frango, cervejinhas, fotos com flashes fulminantes
e um extenso bate-papo, lá entrámos antes de For the Glory começar. Azar o meu já tinha tocado No Clue, mas ainda consegui ter uns vislumbres do que se passava lá dentro.
No Clue é um grupo de jovens com muita força e a pica toda do mundo, o que me apraz bastante. Pode não ser o tipo de som que me deixe toda lóca como a garota da semana, mas espero que continuem a surgir mais como eles e que continuem a crescer. Então depois lá vieram os habitué For The Glory dar mais uma excelente prestação, com novas músicas do seu latest album a fazer parte da rotação (Lisbon Blues, 110 - Por favor façam mais músicas rápidas a quebrar como a 110). O Congas estava um bocadinho mais para lá do que para cá, mas nada que os parasse, sempre com força, sempre com uma mensagem.
E assim chegam os desconhecidos da noite, Arhytmia, que vieram apresentar-nos o seu metal Godsmackiano à la Machine Head proveniente da Itália. Houve quem curtisse e houve quem fizesse danças contemporâneas (como a minha pessoa) enquanto os demais faziam o 2 step spaghetti.
Finda esta actuação veio a banda da noite, os lendários Biohazard de Brooklyn, Nova Iorque, capazes de trazer muita gente para fora de casa. Aos primeiros acordes, a sala foi ao rubro e o chão estremeceu. Passaram por clássicos como: "What Makes Us Tick, "5 Blocks to the subway", "Punishment", "Shades of grey", "Urban discipline", "Down for life", "Black and White and Red All Over", and some more.
Era por todo o lado pessoal a moshar, a dar-lhe no sing-along, muitos a recordar
a adolescência, a roubar microfones...sempre com um sorriso na cara. Até houve direito a uma cover de Bad Religion (ao olhar para a setlist desta tour presumo que seja a "We're Only Gonna Die") que deixou muito boa gente malhuca. Também não poderia faltar o single do seu último álbum, a "Vengeance Is Mine" e um enconre com a "Love denied" que alguns perderam infelizmente, pois já estava na hora do metro (atrasos da praxe). Após o festival de pancadaria, stage dives e invasão de palco, as pessoas seguem para casa, para o bairro, e FTG e Biohazard rumam a Espanha para mais uma boa dose de concertos. Como já dizia o Ice Cube, I got to say It was a good day.
P.S: As melhoras para o Calisto, o lesado da noite que saiu de lá mais cedo com um dói-dói na testa.
P.S.S: Machado, compraste mesmo a T-shirt laranja?
Review por Márcia Santos, a substituta do Lou Koller quando SOIA toca em Portugal.
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domingo, 20 de outubro de 2013
Playlist da Semana #45
(Quase) Todas as semanas, a Playlist da Semana. Porque no partilhar é
que está o ganho. Esta semana mais uma vez com um convidado, novamente o Bruno Baptista (Mind Control Fanzine out soon!!). Desta vez armou-se em preguiçoso e não escreveu grande coisa, disse que tinha coisas da escola...
Arms Race - Demo 2013 - Melhor surpresa do show de Rival Mob. Já tinha ouvido as duas malhas do bandcamp três ou quatro dias antes. Colei. A segunda malha então...amo. Ao vivo foi ainda melhor. Aquele vocalista feião todo skin tinha alta presença e deram um concerto do caraças, não obstante terem sido a banda de abertura. Ainda falava hoje com o Miguel, e das bandas todas, aquela que mais desiludiu (sem desiludir) foi mesmo Violent Reaction, que até é banda que acompanho desde início. Daqui a uns tempos terei tapes disto na Backwash para venda (só para aquele heads up ciganão).
The Rival Mob - O show foi o maior abuso. O fim de semana também. Nem precisei de ir ouvir os discos de novo, bastou-me colar nos vídeos que surgiram nas internetes. Ver aqui e aqui. E viva o Sporting!
Cold World - Dedicated To Babies Who Came Feet First - Quantas vezes rodou este disco na ida e volta de Lisboa para Faro? Demasiadas. Aquelas (mil) partes roubadas a Metallica onde até a voz é igual? Ahaha. Claro que no regresso tivemos de meter um rádio a dar música ranhosa (Antena 3 com uma playlist feita pelo XEG...) a ver se acordávamos para a vida. Foi complicado, a dada altura perigoso, mas chegou tudo são e salvo. Ryanair, começa lá a voar de Lisboa depressa que a malta agradece.
Blind Justice - Mischief - Apesar do nome, não é propriamente rip off a Agnostic Front. Novo lançamento na Back 2 Back desta malta de New Jersey. É um bocado mais do mesmo do que se vai fazendo nos EUA, com mosh parts e partes rápidas intercaladas, às vezes a lembrar Rotting Out. A voz é fixe. Havia duas bandas com o mesmo nome, esta e uma de Indianapolis que cagou na disputa e passou a chamar-se Social Damage. A outra é mais fixe.
Agnostic Front - Victim In Pain - Os Agnostic Front vão surgir aí em Dezembro. Não tenho muita noção do que é que tocam hoje em dia, mas para banda "cota" que não lança nada há uns anos espero que façam como todas e vão vivendo dos êxitos do passado. Assim, espero que o set se foque nos clássicos e deixe de fora os dois últimos que não acrescentaram nada ao legado.
Take Offense - United States of Mind - O Pontes veio-me falar mal saíram os pre-orders que isto ia ser granda power, para mandarmos vir o LP a meias que isto ia pegar. Aproveitando o facto da Reaper se ter enganado a marcar os preços dos portes (oh que pena!) safámos isso bem barato. Musicalmente falando, deixou-me um bocado a desejar. A banda é boa, aquele hardcore com riffs do thrash metal, a lembrar Cruel Hand e Terror aqui e ali, mas o disco torna-se muito repetivivo e chato. Esperava mais e melhor. Na volta é por isso que a Reaper tem andado com códigos de desconto e não sei quê para o disco...saiu tiro ao lado.
Gramatik - Street Bangerz Vol.4 - Em repeat. Estudar a ouvir beats bem sólidos com braços do funk, pernas de jazz tronco de blues e cabeça de soul. Às vezes meto a discografia a correr e não me arrependo. Tem ali um EP do dubstep que faz um gajo levantar a sobrancelha, mas também não se pode comer todos os dias o mesmo. Zip Zop! O Clouds de Apollo Brown também dá um empurrãozinho ao estudo.
Guru - The Jazzmatazz Volume I e II - Para quem não sabe, era o tipo que destruía tudo com o DJ Premier em GangStarr. Aqui, já a solo decidiu mostrar as suas influências de uma forma mais crua e sacou de uma mão cheia de artistas de jazz como colaboração e lançou estes dois registos óptimos. Mais uma vez a cair bem como tudo para estudar. Brilhante!
Beastie Boys - Ill Comunication - Skatar e abanar a cabeça! Safoda se a vossa banda do hardcore preferida tem cover da Fight For Your Right, se quisesse ouvir isso ia aí a um bar qualquer ver uma banda do secundário de covers, este álbum é que bate!
Ancient Heads - Tudo - 9 sons. 1 ano de Hardcore. Canadá. Oiçam esta gravação na CIUT 89.5FM.
E ainda Altered Boys, Peace, Onyx, J Dilla, Profjam e algumas cenas de Jazz que o Tomás Quitério me manda para ver se eu aprendo qualquer coisita.
Arms Race - Demo 2013 - Melhor surpresa do show de Rival Mob. Já tinha ouvido as duas malhas do bandcamp três ou quatro dias antes. Colei. A segunda malha então...amo. Ao vivo foi ainda melhor. Aquele vocalista feião todo skin tinha alta presença e deram um concerto do caraças, não obstante terem sido a banda de abertura. Ainda falava hoje com o Miguel, e das bandas todas, aquela que mais desiludiu (sem desiludir) foi mesmo Violent Reaction, que até é banda que acompanho desde início. Daqui a uns tempos terei tapes disto na Backwash para venda (só para aquele heads up ciganão).
The Rival Mob - O show foi o maior abuso. O fim de semana também. Nem precisei de ir ouvir os discos de novo, bastou-me colar nos vídeos que surgiram nas internetes. Ver aqui e aqui. E viva o Sporting!
Cold World - Dedicated To Babies Who Came Feet First - Quantas vezes rodou este disco na ida e volta de Lisboa para Faro? Demasiadas. Aquelas (mil) partes roubadas a Metallica onde até a voz é igual? Ahaha. Claro que no regresso tivemos de meter um rádio a dar música ranhosa (Antena 3 com uma playlist feita pelo XEG...) a ver se acordávamos para a vida. Foi complicado, a dada altura perigoso, mas chegou tudo são e salvo. Ryanair, começa lá a voar de Lisboa depressa que a malta agradece.
Blind Justice - Mischief - Apesar do nome, não é propriamente rip off a Agnostic Front. Novo lançamento na Back 2 Back desta malta de New Jersey. É um bocado mais do mesmo do que se vai fazendo nos EUA, com mosh parts e partes rápidas intercaladas, às vezes a lembrar Rotting Out. A voz é fixe. Havia duas bandas com o mesmo nome, esta e uma de Indianapolis que cagou na disputa e passou a chamar-se Social Damage. A outra é mais fixe.
Agnostic Front - Victim In Pain - Os Agnostic Front vão surgir aí em Dezembro. Não tenho muita noção do que é que tocam hoje em dia, mas para banda "cota" que não lança nada há uns anos espero que façam como todas e vão vivendo dos êxitos do passado. Assim, espero que o set se foque nos clássicos e deixe de fora os dois últimos que não acrescentaram nada ao legado.
Take Offense - United States of Mind - O Pontes veio-me falar mal saíram os pre-orders que isto ia ser granda power, para mandarmos vir o LP a meias que isto ia pegar. Aproveitando o facto da Reaper se ter enganado a marcar os preços dos portes (oh que pena!) safámos isso bem barato. Musicalmente falando, deixou-me um bocado a desejar. A banda é boa, aquele hardcore com riffs do thrash metal, a lembrar Cruel Hand e Terror aqui e ali, mas o disco torna-se muito repetivivo e chato. Esperava mais e melhor. Na volta é por isso que a Reaper tem andado com códigos de desconto e não sei quê para o disco...saiu tiro ao lado.
Gramatik - Street Bangerz Vol.4 - Em repeat. Estudar a ouvir beats bem sólidos com braços do funk, pernas de jazz tronco de blues e cabeça de soul. Às vezes meto a discografia a correr e não me arrependo. Tem ali um EP do dubstep que faz um gajo levantar a sobrancelha, mas também não se pode comer todos os dias o mesmo. Zip Zop! O Clouds de Apollo Brown também dá um empurrãozinho ao estudo.
Guru - The Jazzmatazz Volume I e II - Para quem não sabe, era o tipo que destruía tudo com o DJ Premier em GangStarr. Aqui, já a solo decidiu mostrar as suas influências de uma forma mais crua e sacou de uma mão cheia de artistas de jazz como colaboração e lançou estes dois registos óptimos. Mais uma vez a cair bem como tudo para estudar. Brilhante!
Beastie Boys - Ill Comunication - Skatar e abanar a cabeça! Safoda se a vossa banda do hardcore preferida tem cover da Fight For Your Right, se quisesse ouvir isso ia aí a um bar qualquer ver uma banda do secundário de covers, este álbum é que bate!
Ancient Heads - Tudo - 9 sons. 1 ano de Hardcore. Canadá. Oiçam esta gravação na CIUT 89.5FM.
E ainda Altered Boys, Peace, Onyx, J Dilla, Profjam e algumas cenas de Jazz que o Tomás Quitério me manda para ver se eu aprendo qualquer coisita.
sexta-feira, 18 de outubro de 2013
Review: Your Demise + Betrayal + Coldburn @ Dynamo, Eindhoven
Se há uma coisa que a Holanda não tem (para além de comida de jeito e bom tempo) é muitos concertos de hardcore. Se os há, devo ter vindo numa má época. Acontece que o único concerto nas redondezas a ter evento desde o dia que cheguei, calhou exactamente um dia depois de o Tiago (o mê moço, não o Gil) ter chegado. Ou seja, melhor visita do mundo + companhia para ver Coldburn. Mega check!
Os bilhetes estavam comprados há quase um mês e ainda bem, porque esgotou. Esqueci-me de referir que apesar de o nosso entusiasmo se dever ao facto de irmos ver Coldburn, os cabeça de cartaz eram os Your Demise. Mas voltaremos a eles mais tarde.
Assim, no dia 9 de Outubro pusemo-nos a caminho de Eindhoven, uma viagem de hora e meia de comboio desde Roterdão. O tempo estava chocho, o que não é novidade, mas isso não nos impediu de aproveitar o tempo de espera até às 19h30 para conhecermos um bocadinho da cidade e comer umas patat. Apesar de a primeira impressão não ter sido muito boa, a cidade revelou-se bem engraçada, com um grande parque que incluia um watermolen bem ao género de postal. Para além disso, as pessoas eram simpáticas(!!) e o tempo ainda nos presenteou com uns raios de sol.
Chegada a hora, entrámos no Dynamo. Condições brutais, quem nos dera ter um espaço assim. Maquina de trocos, cacifos para deixar as mochilas durante o concertos, casas de banho limpinhas, um espaço muito design ahah. Parámos para ver o merch e ao saber que eramos portugueses, o tipo do merch de CB perguntou logo pelo Congas: “Do you know Ricardo? Everyone knows Ricardo” e convidou-nos para aparecer no final do show e falar com a banda. Um bacano!
A sala era muito fixe e parecia ter as melhores condições. Tudo micado, monitores com fartura, sistema de luzes de fazer inveja e palco baixinho como se gosta. O público parecia dressed to impress e bastante novinho, mas neste país é complicado deslindar – são todos super altos e imberbes – ou quando a têm é em grande quantidade e styled – o que torna as idades uma incógnita.
No entanto, pelos vistos, dá deus nozes a quem não tem dentes, e o som estava uma merda. O show de ColdBurn foi muito bom. Os gajos são brutais em palco, começaram com a Love Left Me com participação especial do amigo do merch e nem o buraco gigante no público fez com que abrandassem o ritmo. O som da voz estava sempre a falhar mas eles continuavam, acompanhados por uns tugas todos contentes. Passaram pela D.T.E e pela When The Sun Is Dreaming Quietly mas os holandeses só pareciam ligar nos momentos de breaks e com isso ganhei um nariz novo – ao menos foi logo no final da última música.
Betrayal foi uma surpresa, não conhecia. A representar L.A, o vocalista usava grillz e os restantes membros tinham todo o ar de truck drivers. Welcome to America! Houve sem dúvida uma maior adesão a este som mais “durão” que pedia singalongs nos refrões mais conhecidos e ao mesmo tempo pancadaria nos breaks constantes. Punk-hardcore tipicamente americano, sem trazer nada de novo mas apresentado sem falhas! Das 3 bandas da noite, esta tinha o vocalista mais experiente e seguro, o que garantiu um bom espectáculo.
Depois… último show de Your Demise. A banda mais esperada pela grande maioria da casa, esgotada com cerca de 200 pessoas. Retiramo-nos para o andar de cima de modo a apreciar a vista geral, já adivinhando de antemão o que a banda sem Noble tem para oferecer. Não sei o que dizer sobre o vocalista actual e acho que os restantes membros da banda, que se entreolhavam durante o show , contendo o riso, também não. Mas aposto que ele é fã de Limp Bizkit, e se não é disfarça bem – que moves!
O público, no entanto, estava ao rubro! E não posso deixar de elogiar o facto de terem posto a sala toda a cantar, puxando o público para stage dives, invasões de palco incluindo uma fotografia de grupo. Animação total, sem dúvida, só que… não é a minha cena, continuo sem conseguir compreender a “These Lights”. Das malhas antigas, apenas tocaram a “Burnt Tongues” do álbum “Ignorance Never Dies” e o gajo não tem pujança para aquilo. A malta que lhe roubou o microfone tinha mais projecção de voz que ele. Mas, de uma forma imparcial, aposto que foi um daqueles shows que os fãs da banda hão-de se lembrar sempre, cheio de animação e cantoria, mas mais numa onda de banda de pop-punk.
Pessoalmente, este Farewell Show de Your Demise já devia ter acontecido há muito muito tempo. I mean, ninguém os avisou que duram há “tempo djimais?”
Quando terminou, passámos na banquinha do merch, não nos esquecendo do convite feito no início da noite. A malta de Coldburn é altamente e entre conversas ainda se falou sobre idas a Portugal. Quiçá! Antes de sairmos para apanhar o comboio ainda deu para uma foto de grupo, que aqui vos deixo!
A sala era muito fixe e parecia ter as melhores condições. Tudo micado, monitores com fartura, sistema de luzes de fazer inveja e palco baixinho como se gosta. O público parecia dressed to impress e bastante novinho, mas neste país é complicado deslindar – são todos super altos e imberbes – ou quando a têm é em grande quantidade e styled – o que torna as idades uma incógnita.
No entanto, pelos vistos, dá deus nozes a quem não tem dentes, e o som estava uma merda. O show de ColdBurn foi muito bom. Os gajos são brutais em palco, começaram com a Love Left Me com participação especial do amigo do merch e nem o buraco gigante no público fez com que abrandassem o ritmo. O som da voz estava sempre a falhar mas eles continuavam, acompanhados por uns tugas todos contentes. Passaram pela D.T.E e pela When The Sun Is Dreaming Quietly mas os holandeses só pareciam ligar nos momentos de breaks e com isso ganhei um nariz novo – ao menos foi logo no final da última música.
Betrayal foi uma surpresa, não conhecia. A representar L.A, o vocalista usava grillz e os restantes membros tinham todo o ar de truck drivers. Welcome to America! Houve sem dúvida uma maior adesão a este som mais “durão” que pedia singalongs nos refrões mais conhecidos e ao mesmo tempo pancadaria nos breaks constantes. Punk-hardcore tipicamente americano, sem trazer nada de novo mas apresentado sem falhas! Das 3 bandas da noite, esta tinha o vocalista mais experiente e seguro, o que garantiu um bom espectáculo.
Depois… último show de Your Demise. A banda mais esperada pela grande maioria da casa, esgotada com cerca de 200 pessoas. Retiramo-nos para o andar de cima de modo a apreciar a vista geral, já adivinhando de antemão o que a banda sem Noble tem para oferecer. Não sei o que dizer sobre o vocalista actual e acho que os restantes membros da banda, que se entreolhavam durante o show , contendo o riso, também não. Mas aposto que ele é fã de Limp Bizkit, e se não é disfarça bem – que moves!
O público, no entanto, estava ao rubro! E não posso deixar de elogiar o facto de terem posto a sala toda a cantar, puxando o público para stage dives, invasões de palco incluindo uma fotografia de grupo. Animação total, sem dúvida, só que… não é a minha cena, continuo sem conseguir compreender a “These Lights”. Das malhas antigas, apenas tocaram a “Burnt Tongues” do álbum “Ignorance Never Dies” e o gajo não tem pujança para aquilo. A malta que lhe roubou o microfone tinha mais projecção de voz que ele. Mas, de uma forma imparcial, aposto que foi um daqueles shows que os fãs da banda hão-de se lembrar sempre, cheio de animação e cantoria, mas mais numa onda de banda de pop-punk.
Pessoalmente, este Farewell Show de Your Demise já devia ter acontecido há muito muito tempo. I mean, ninguém os avisou que duram há “tempo djimais?”
Quando terminou, passámos na banquinha do merch, não nos esquecendo do convite feito no início da noite. A malta de Coldburn é altamente e entre conversas ainda se falou sobre idas a Portugal. Quiçá! Antes de sairmos para apanhar o comboio ainda deu para uma foto de grupo, que aqui vos deixo!
Voltamos a Roterdão cansados e doridos, com a sensação que a viagem tinha valido a pena e dando um início aventureiro a uma excelente semana que se seguiu!
Review por Bárbara Sequeira.
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segunda-feira, 7 de outubro de 2013
Review: Challenge + Shitmouth + Awake + Just Say No! + Sore Eyes @ Parqe, Caldas da Rainha
Como terminar uma semana em que se trabalharam todos os dias, alguns deles das 9 às 20? Saindo Domingo às 2 da tarde do Estoril para ir mega rápido a casa, parar no Aldi para comprar umas coisas para roer e seguir para as Caldas! Afinal, o cartaz tinha SÓ a melhor amostra do sangue novo da cena nacional.
Batiam as 15h10 certas quando toquei à campainha do Bruno. O Ricardo Luz já lá estava e ia ser o condutor de serviço. O puto Bruno tava todo febril, a baterem 20 e muitos graus, nós de calção e tshirt e ele dentro do carro com uma sweat e um casaco, com o capuz enfiado. #YOLO
Chegámos eram quatro e tal, havia um cortejo qualquer
manhoso, só vimos o último carro alegórico, era uma cena qualquer da Pêra
Rocha. Deve ter havido festa rija, mas a nossa cena era outra e o local era 150
metros mais acima. No Parqe já estavam umas quantas caras conhecidas. O show
tinha atrasado um pedaço (o que até foi bom, deu para não perder nada) pelo que
ainda se ficou um bocado à conversa cá fora.
A primeira banda foram os Sore Eyes. Partilham membros com as bandas que depois tocaram mais
tarde. Powerviolence feito por (e para?) amantes do wrestling. Não é preciso cá
banners nem faixas quando tens posters do Rey Mysterio em casa. Booyaka!
A seguir iam tocar os jovens da “Costa Oeste”, Just Say No. Leiria, SJM,
Porto…Espanha, França, tudo. Dizer que estava excitado era dizer pouco. Alguma
confusão ali na intro, mas a partir daí tive o sorriso na cara do princípio ao
fim. Adoro. Hardcore como eu gosto. O Fábio tem pinta para vocalista, com
direito a cambalhotas e tudo. A rapaziada das Caldas andou para lá toda craize,
conseguiram partir uma parede. Literalmente. Ficou ali um buraco enorme na
parede falsa lateral. Engraçado que só desta vez reparei que tal parede, assim tão frágil, lá existia, ainda para mais tendo sobrevivido ao caos do concerto de FTG. Tocaram as malhas da demo, cover de Youth of Today e Time X, e ainda a Get Lost de Stop & Think em que o Fábio me passa o microfone para
a mão e me faz um corte no dedo. Tenho mãos sensíveis. Da próxima prometo que
canto em vez de ficar com cara de parvo a rir-me sozinho.
Os Awake foram a
terceira banda a tocar. Para os que se questionavam quanto à formação, de
momento a banda tem o Pinela na bateria, o Luis Luz na guitarra, o Foca no
baixo e o Luis Borges na voz. O Borges está com um registo vocal bem diferente
do que tinha em One Last Struggle, e eu gosto. Tinha ouvido (mal) as músicas no
bandcamp, mas a actuação ao vivo cativou-me bem mais a atenção. Malta que ouviu
muito Time-X. Sempre a esgalhar. Pequenas introduções às músicas que serviram para
apresentar a banda e os temas que ela trata, sem nunca se tornar moroso e
chato. Óptimo, boa surpresa. Mantenham-se atentos, demo tape a sair em breve
via Salad Days Records. Cover de Chain of Strenght eYouth of Today (slow down! tananana).
Destruction Eve
foram os seguintes, sendo que estive cá fora a conversar. É aquela coisa de
estares com pessoas que só vês com meses de intervalo. Falar na internet é
giro, falar pessoalmente é melhor. Desculpem lá isso. Tocaram a Motorbreath de
Metallica que é uma granda malha.
Shitmouth são os
Circle Jerks portugueses. Não houve muito público nesta tarde domingueira, mas
conseguiram meter toda a gente à chapada. Tocaram as músicas todas e umas
novas, cover de Misfits, de Black Flag e de Circle Jerks. Ouvi uns zumzuns
sobre um disco a ser preparado. Acho bem. Granda banda.
Para fechar os Challenge.
A prata da casa continua intocável. O Edgar estava com um discurso meio
corrosivo que certamente teria algum alvo, falando do final dos concertos
marcados pela Dirty Crown nas Caldas, ficando um esclarecimento “oficial” para
mais tarde. Musicalmente foi aquilo que diversas vezes descrevi como sendo
“Challenge nas Caldas”. Abriram
com Floorpunch, a seguir a Legends Never Die, Make You Pay, Leave Me Alone, I
Can’t Understand, etc. Os “clássicos”. Cover de SOIA a meio, como manda
a lei. Fecharam com a This Is Real, num pile on gigante. Claro que não é
preciso dizer que o exército caldense, vestido a rigor com a tshirt
identificadora, esteve lá sempre a cantar e a moshar.
Props para o Bruno que se esqueceu da febre e andou todo
maluco a tarde toda, ainda com direito a skate session antes do jantar…a esta
hora deve estar todo cheio de tremuras, com frio e a suar que nem um porco.
Pena não ter estado mais malta, mas isso não invalida o facto de ter sido grande
tarde, ter estado com amigos, ter curtido bons concertos e visto novas bandas
que prometem meter isto a mexer. Isso e saber que há mais duas ou três a sair do forno…um gajo tem um blog e nem tem acesso a
estas informações exclusivas em primeira mão…tá mal!
Abraço para o Edgar, o Ivo, o Amador e a malta toda das
Caldas que vai fazendo estas coisas acontecerem. Venha o próximo, seja ele
quando for. Como diz o outro, mantenham o espírito vivo.
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