segunda-feira, 1 de julho de 2013

Review: Terror + Devil In Me + SHAPE @ República da Música, Lisboa


Decidi comprar bilhete para o show no dia anterior, meio peer pressure meio curiosidade em vê-los de novo, após o grande concerto de 2011. É aquela história, a banda já anda nisto há uns anos valentes, depois de um período mais chato, e em que desliguei da banda, o Keepers of the Faith reavivou um bocado a chama. Este disco mais recente veio um bocado na mesma onde, mas não achei tanta piada, pelo que depois de ler as setlists dos concertos das últimas semanas, aquela mistura pelos já dez anos de carreira, com maior ênfase nas malhas antigas deu uma força ainda maior à vontade de lá ir checkar. Para além disso, Terror ao vivo é bom. É certinho, o Scott é um dos grandes frontmans do hardcore (com vogelism's e tudo) e esperava-se granda festival de stage dives.

Fui ter Alvalade pelas 18 e tal, sendo que era suposto ter chegado ainda mais cedo para ficar na converseta, mas aquele calor demoníaco dificultou a saída de casa a tempo e horas. O concerto só começava às 8 (supostamente), mas domingo à tarde sem nada para fazer pedia um refresco e conversa. Estava lá a malta da excursão do Porto, uns já meio tortos (um então...granda tala!), malta das Caldas e algum pessoal daqueles que só saem do buraco quando o rei faz anos. Mas tasse bem, ao menos saíram da toca. Viagens ao Pingo Doce para abastecer, comprar o jantar low cost da sandes de queijo e afins.

Entrei na sala já eram 9 e tal, estavam os SHAPE a começar a aquecer, com a sala muitíssimo bem composta. Parece que foi o último show com o Peter na banda, o que é pena, mas pela energia com que ele estava certamente aproveitou cada segundo. Pedir mais só se fosse música brasileira. Tocaram umas quantas malhas novas, que foram aqueles em que a malta mais comedida esteve. Certinhos como sempre, pena os inventores por detrás do som terem metido o volume das guitarras bem baixo quando comparadas com as do baixo. Foi para meter o Peter no centro das atenções.

Notou-se que havia ali muita malta que foi até Alvalade para ver Terror, malta que não é habitué dos concertos de hardcore. E digo-o novamente não para estar aqui a criticar o que quer que seja, apenas vi esse sentimento reforçado pelo facto de granda parte do pessoal ter ficado cá para trás, havendo um fosso entre o palco, o pit e o público, especialmente até Terror começar a tocar. Sim, até em Devil In Me isso se notou, o que, para mim que não acompanho a banda, causou alguma estranheza sendo que quando entrei na sala e vi tanta cara desconhecida pensei tratarem-se daquele público que só aparece quando eles tocam. O exército.

É de mim ou o som na República da Música tem-se vindo a deteriorar de dia para dia? Que raio, ainda sou do tempo em que não se ouviam ecos na voz a toda a hora, nem a definição de "bom som" era meter o volume no máximo...

Devil In Me deram um concerto sólido. Não acompanho a banda, mas comparando com o último concerto que vi deles a malta esteve mais sossegada, talvez pelos motivos anteriormente referidos. Tocaram umas malhas do disco novo que vai sair, uma delas que me ficou na cabeça.

Terror lá apareceram e era mais que óbvio que a expectativa na cara de muitos era grande. Provavelmente a primeira que vez os viam, e ver bacanos ainda antes do show começar todos malucos a tirarem fotos ao Scott e a pedirem a setlist era mesmo à miúdo que está ali a ver "ídolos".

Para não variar, Terror começou o concerto com a One With The Underdogs, só para a malta abrir a pestana. Claro que deu caos e começaram os stage dives em segundos. A banda tocou um set sólido, onde as três malhas do novo disco foram provavelmente as mais sossegadas. OK, a Live By The Code tinha uns quantos miúdos novos a cantar, certamente estudantes aplicados do dito código (piadinha). O Scott nem esteve muito activo nos pedidos ao público durante o show, se bem que não lhe demos muito azo a pedinchices já que os voos eram constantes, a pista estava bem congestionada...Medalha de ouro para Rui Janga aka Stage Diving Machine, que deve ter andado a tomar qualquer coisa que tava SEMPRE a trabalhar.

Com eles vinha um bacano black gigante (gigante do género imaginem o Martin mas com mais um palmo e duas vezes a largura...maciço!) que andava lá com uma tshirt de Bracewar. O Tofu bem me disse que ele tinha estado na banda, facto que o sempre fiel google confirmou. Tocou bateria aí e em Trash Talk. Foi o convidado para a Keep Your Mouth Shut. Engraçada como não mudam a fórmula, já da outra vez nesta malha acho que foi o Nick que saltou da bateria e a veio cantar (ou foi o Dan Seely, agora vocalista de King Nine? sei que chegaram os dois a cantar...), mas continua a resultar. É indiscutível que Terror dão grandes concertos, são uma máquina bem oleada fruto de tours ininterruptas ao longo de anos e anos. O set pecou por ter sido algo curto, pelo facto de não terem tocado nenhuma do Lowest of the Low (ainda pediram, mas o Scott disse que não iam tão atrás assim) e não terem tocado nenhum encore nem nada, talvez fruto da hora tardia, não sei. Pareceu apressado.

No final fui dar um check no merch e para meu espanto os Terror deixaram a loja em casa. Ou isso ou os alemães rapinaram tudo. Se da última vez podiam abrir uma loja só com merch, desta tinham três tshirts, duas delas horríveis, um hoodie e óculos de sol (lol). Nem cds nem discos, segundo o tipo do merch esgotados durante a tour. Pode parecer um apontamento meio consumista, mas para quem viu o estaminé que trouxeram da outra vez certamente reparou na escassez que ali pairava. Devil In Me tinha na boa o dobro ou o triplo de designs/variedade. Até 5 panels camuflados.

A malta ainda ficou ali até quase às 2h na conversa com o Machado (bom malho), o Tomek, a malta de Massamá e de Alvalade/SHAPE. Sempre aquele pormenor bem gostoso de se ir a concertos, especialmente quando são daqueles que te deixam a escorrer suor, de tshirt peganhenta e sorriso nos lábios.

1 comentário:

  1. Óptima review, Terror foi um grande concerto comecei a ir aos concertos de Hardcore a pouco menos de 1 ano e a cada concerto que vou cada vez gosto mais. Terror actualmente esta no meu top de bandas mais ouvidas na minha opinião Devil in Me deram um bom concerto foi a primeira vez que os vi ao vivo e gostei, Shape tem sempre algo de especial e Above the Hate também tem umas malhas porreiras para meter o pessoal a mexer...

    Quanto ao som na RdM esta a piorar bastante meter o som ao máximo não e a solução pelo menos para um concerto de hardcore agora para as outras festarolas já não sei.

    Próxima paragem: Lançamento do novo álbum de Backflip (Ouvir PxHxT pela primeira e ultima vez ao vivo, matar saudades de Grankapo e curtir muito ao som de Same Old Chords siga :P)

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