segunda-feira, 15 de abril de 2013

Mais Que Música: Fifty-Two Pickup (Think I Care)

Que aconteceu a dar importância às letras das músicas? O hardcore não era sobre isso? Agora só se vê letras que não interessam à prima. Fica aqui uma letra com significado que nos tenha feito pensar no seu significado. Afinal de contas, o hardcore também é sobre isso mesmo: pensar.


Looks like life has dealt us another shitty hand
I'm going all in and do the best I can
It's starting to seem like there stacking the deck
It's all on the line with nothing left to bet
You can go through life without a clue
be content with what's given to you
Or you can throw it back in there face
Pick up the pieces and stay in the game
In this match the house will always win
Starting from nothing isn't the place to begin
They got the odds and can see through my bluff
My time at the table is all but up

Não obstante o nome da música aludir àquele infatil jogo de cartas do "apanha 52", ou lá como se chamava na tua escola, a analogia entre a vida e um jogo de cartas viciado é algo que, infelizmente, vai fazendo sentido. Aqui entra a necessidade de o saberes jogar, de lhe tomares os truques e o vícios para que consigas pelo menos equilibrar as probabilidades. Já que estamos nas figuras de estilo, e para pegar frases clichés que me inundam o facebook sempre embelezadas com imagens do nascer do sol, é aquela história do "se a vida te dá limões, faz limonada". Espero que esses "partilhadores" de discursos inspiracionais assim compreendam. Bom, mas eu também curto essa conversa da motivação pessoal, apenas gosto mais da minha berrada ao som de uma musiquinha rápida.

Eu quando andava no secundário era o gajo mais feliz da vida. Palhaçada com os amigos na escola, futeboladas, estudo "suficiente para", namorada, poucas responsabilidades...basicamente, mais do que pensar do que o futuro como adulto e as responsabilidades que estão ali quase a bater à porta. "Pá, vou continuar a estudar, sei o que quero, e logo se vê". Claro que o "logo se vê" rapidamente se viu...

As cartas foram saindo e algumas só me foram causando dissabores. Os gajos que mandam no país devem andar a meter fichas ao bolso porque têm jogado umas mãos muita manhosas e a bad streak não termina. O futuro dos pequenitos é afectado por este joguinho, e começas a ver que o mercado de trabalho está complicado e que o teu curso, e aquilo que andas ou andaste a fazer durante grande parte dos teus anos não te vai dar grandes frutos quando finalmente te vires livre deles. Mas o jogo não está terminado, e se as cartas que te vão saindo são más resta-te agarrar nas que tens e indo sacando umas coisas aqui e ali, mesmo que o pote seja pequeno e o esforço pareça inútil. Há de chegar a altura em que as cartas altas vão começar a sair. O teu esforço e o teu mérito têm de ser recompensado, e se o espaço onde te deslocas não é capaz de o fazer, resta-te cagar no jogo que te dão e ir para onde queiram jogar o teu.

Para quem não conhece Think I Care vá procurar pela banda, os discos são todos fixes por isso estão à vontade quanto ao que sacar. O Mongrel foi aquele que me cativou, mas se sacarem esse e o World Asylum não me venham cá dizer que não gostam que isso só pode ser sintoma de que algo de estranho se passa convosco. O Jason Clegg está agora à frente de Prisoner Abuse, se curtem aquele 80's bem crú para andar à mocada, get with it.

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