segunda-feira, 25 de setembro de 2017

Review: For The Glory - Now And Forever Release Show @ Musicbox, Lisboa

Na sexta-feira passada o hardcore voltou ao Musicbox a propósito do lançamento do novo álbum dos For The Glory, o quinto da banda, e eu estive lá a levar com algum pessoal no lombo e a cair em cima de outros. Como preview ao disco e ao concerto publicámos uma pequena entrevista ao Congas que se não viram da primeira vez podem dissecar clicando aqui. Mas voltando para o tema desta post, bora lá voltar atrás no tempo uns dias...
 

O evento no Facebook dizia 21h e foi a contar com algum atraso que comecei a dirigir-me ao Musicbox, sendo que de caminho vou dar uma vista de olhos final e vejo um post a dizer que as portas abriam as 22, e o show começava 30 minutos depois. Claro que chegado ao local, depois de cumprimentar três ou quatro pessoas que já por ali andavam (na volta enganados como eu), fiquei ali a ver passar os minutos . Entretanto as portas lá abriram e vi os Luz na fila - já tinha companhia para a noite.

A primeira banda a tocar foram os Fear The Lord. Não conhecia mas havia muito rapaz e rapariga nova que parecia que estava lá para os ver, já kitados com merchandise a condizer. Não conhecia e não fiquei propriamente impressionado. Há ali mais valia técnica em alguns pormenores, mas aquele beatdown cansado da pancadaria não é a minha praia. "Bora caralho, matem-se todos" foi dito em todas as músicas várias vezes, pelo que devia fazer parte da letra. Aqueles gimmicks com a guitarra a fazer de metralhadora também não ajudaram, mas pronto, tal como disse não é a minha cena. Acabaram com a Roots de Sepultura...


Já com o Musicbox muito mais composto atuaram os Besta. Tinha visto esta banda uma vez com Risk It na República da Música, mas lembro-me que o som estava tão mau/alto que tive de bazar que já me estavam a sangrar os tímpanos. Desta vez a experiência foi bem mais fixe. É metal rápido para abanar o capacete (definição de um gajo que não está muito acerca de possíveis comparações). Vocalista com granda presença e energia. Os primeiros 15 minutos foram fixes, mas depois já comecei a achar repetitivo e ia olhando para o relógio...

Fumarada no palco, música do Terminator e os For The Glory entram em cena. Para começar em beleza: Survival of The Fittest. Fizeram bem em desviar os monitores do centro do palco, que a partir daí começou a chuva de corpos. Num set onde se passou por todo o percurso da banda, desde as velhinhas Drown In Blood e Fall In Disgrace (a fechar), até várias malhas do novo disco, que afinal era o foco deste dia. Numa festa que também celebrava os 14 anos da banda fez todo o sentido estas viagens para trás e para a frente na linha temporal da banda, sendo que mesmo nas novas músicas deu para ver que algumas delas já "colaram", como a When The Time Comes, que tem aquele refrão mesmo a pedir cantoria e é das músicas que mais gostei do disco.


Shout out obrigatório para o alemão super bêbado que estava na fila da frente a provar que não importa a idade (e ele já tinha alguma) quando o nível de álcool está em red line. O homem tava tão crazy que se gregou no meio do pit. Depois como se nada fosse manteve-se junto ao palco com os seus óculos de sol e boomerang (!!) a levar com malta em cima. Espero que o resto da noite tenha corrido melhor (a partir dali era sempre a descer...). É verdade que os For The Glory já têm 14 anos de vida, mas esta é capaz de ter sido uma novidade nos concertos da banda. Para mim foi. Mas nem vómito impede a festa e depois de uma limpeza rápida do piso, tipo jogo de basquetebol, o concerto recomeçou.

Acrescentar só um PSA para os (felizmente poucos) amigos do crowdkill. Isto de se ver vídeos no Youtube e ir para o pit replicar deve funcionar em alguns concertos, mas há outros em que essa idiotice não é tolerada. Resumindo, se foste um dos que sentiram o "toque" e depois encostaram à box já sabes o porquê de teres levado o tal toquezinho de chamada de atenção.



Mas como há que dar importância ao que realmente a tem, parece que o hardcore ainda dá sinais de vida em Lisboa. Mesmo sem muitas caras que habitualmente vejo nos concertos o Musicbox estava cheio. Novos e velhos ajudaram a fazer a festa num dia especial para os For The Glory. E se lá estiveram certamente trouxeram o disco para casa, pelo que se ainda não tinham tido a chance de o ouvir digitalmente agora já não há desculpa. Disco sólido de uma ponta à outra, onde a sonoridade dos FTG está bem presente, com uns toquezinhos diferentes aqui e ali que acho que o pessoal vai curtir.

A banda vai estar a tocar por todo o país e se todos os concertos forem sequer metade do bom que este foi são de presença obrigatória. 2017. For The Glory. Hardcore in your fucking face!


Estas e outras fotografias disponíveis neste link, cortesia do top dog Luís Luz.

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