quinta-feira, 28 de fevereiro de 2013

Review: The Rival Mob - Mob Justice (2013)


Sou granda fanboy de The Rival Mob. Mais vale ser fanboy assumido de uma banda decente do ser daqueles gajos que parecem pertencer a street teams imaginárias de bandas horripilantes. Sou daqueles que se fosse rico era capaz de ter as merdas todas, as cores todas, as tshirts todas, mesmo do show off e poserismo máximo. Sem medos. Não sei se o DFJ ia curtir, catalogava-me logo como fake core ou alguma merda digna de merecer atenção em futuras malhas de No Tolerance. O gajo pareceu-me bem sério da vida, mas nunca se sabe e na volta até me mandava merdas à borla e eu lambia-lhe as botas (botas, não bolas!) na boa. Com um cv daqueles é fodido não ser fã.

Mas vá, eu tenho sempre granda tendência para me dispersar e em escrever grandas testamentos. A seguir vou escrever um Novo Novo Testamento. Acho que fundar uma nova religião é uma cena que cai sempre bem, e acho que certamente se acabariam os meus problemas financeiros (já podia comprar mais merdas de  Rival Mob! win win situation...). Ainda estou a estudar se é daqueles cultos em que a malta se liberta dos bens materiais e se mata no fim. Claro que eu, como entidade divina, sobreviveria ao suicídio para poder gozar dos bens recém adquiridos.

"Foda-se, anda lá com essa merda!" Pronto, tasse bem. Review faixa a faixa, em que analiso o impacto do som nas capacidades sensoriais da cobaia, na actuação do indivíduo em grupo e na sociedade, bem como eventuais efeitos secundários de tal acção. Tipo bula dos medicamentos, com direito a graduação do risco para a sociedade do acto de ouvir o lp. Infarmed/Direcção Geral de Saúde/OMS, esta merda é para vocês, se quiserem dar-me emprego enviem email.

O disco começa com um grito de guerra para o Homem-de-Neandertal. O André aí numa conversa diz que não é grande fã de intros, fora uma ou duas (lembro-me da referência a Breakdown...), mas tenho a certeza que ele há de ser fã desta. Vá, a sério, quem não é? Intro para meter tudo à mocada de uma assentada. "O baixo, o baixo!" Sabes como é que é. Perigo grave de vazamento de globos oculares e de saíres com marcas de pés nas costas e cabeça. Mete um saco com gelo logo de lado porque o resto do disco não promete calmaria...

Mob Justice! It's just fucking us! And we're all gonna bust! tan tan tan. A parte lenta representa um perigo grave de espezinhamento em caso de queda no pit. Atenção a potenciais individuos encostados às paredes laterais, certamente serão vitimas de boa fruta. Se quiserem moshar em casa tirem os móveis do caminho, e se tiverem aquelas paredes ranhosas de cartão mesmo à americano redneck metam um colchão porque arriscam-se a partir essa merda e a entrar pela casa do vizinho adentro.

It Must Be Nice... era a malha promocional (a seguir à tape promocional...) que a Rev meteu, que no final apanhavas uma beca de Judge e do documentário do edge. Letra do caralho, a dizer das boas aos pseudo thugs da cena. A música é certamente boa banda sonora para um valente beatdown nessa escória azeiteira. O final abranda um bocado, mas se a posologia for bem administrada, a meio da faixa já estarão bem exaustos.

A Boot Party é a minha malha favorita. Já era na tape, mas a vibe oi! do refrão conquista-me. Amor à primeira audição, sabes como é que é. PCs and Nazis get out of this place, or we might just party on your fucking face!

Eu sei, eu sei que está aqui malta de No Tolerance, mas o riff e o tempo da Life Or Death lembra-me TANTO NT, especialmente no início. Mosh parte fodida no final, podem trazer paus e pedras que é na boa. Se ainda não partiram nada, não têm hematomas nem dentes a menos, repetir a dose até tal facto.

Fake Big, Fuck Off, Fake Big, Fuck off! Chamar os bois pelos nomes? Check! Vedetas de uma cena underground chamadas ao corredor nº3 para limpar vomitado. Por esta altura já deves ofegar, seja em casa ou (se deus nosso senhor jesus cristo e o resto dos amigos quiserem) num futuro próximo em concerto. Malha para varrer a sala e limpar o lixo que por vezes se esconde nos cantos mais difíceis. Há que tirar sempre toda e qualquer sujidade acumulada.

Ter um disco onde tens a combinação perfeita do som que adoras com letras que vão tão ao encontro daquilo que pensas e como olhas a cena hardcore é só a melhor coisa. Quem tem seguido as instrucções já deve escorrer suor. Boa, metade já está, só faltam 50%. É bom, queimas calorias e tudo (atenção Axeman). Be somebody and think you're real fucking cool...from where I stand you're the fool.

A Friendly Freaks tem uns solos fodidos, com parte final para andar a pisar baratas e cabeças. Se o número de galos for inferior a quatro, mantenham-se junto ao palco por forma a mais malta vos conseguir saltar para cima. A Brutes of Force é uma malha fodida, em que te dizem que nem o teu iPhone nem o teu treino de MMA te vai salvar dos bruta montes pré-históricos que vêm aí para te aviar um enxerto de porrada. Se não podes lutar contra eles, podes sempre juntar-te a eles...

Por esta altura deves estar bem cansado. Inicialmente não disse para acautelares aí umas garrafinhas de água, mas ficas a saber. Fica para a segunda dose do medicamento. É sempre importante acautelar provisões. Homem prevenido vale por três.

Bom, mas a review já vai longa, os teus cortes profundos já devem estar a sangrar de forma perigosa e a cabeça deve latejar forte e feio. Aproveita agora que dos 21 minutos de disco só faltam cinco e três faixas. É o forcing final, o mosh final, ou o que lhe queiras chamar. Chama o INEM pelo sim pelo não, pelo menos para irem retirando os feridos em combate, ou então forma uma pilha com eles que ajuda nos dives.

Se sobreviveres, a tua única opção é voltares a ouvir este disco. "Ah, mas estou todo fodido!" Amanha-te! Analgésicos, gesso, compressas, linha e agulha, serão os teus melhores amigos. O último a sangrar perde, e este disco provoca um acesso de chapadaria a que dificilmente escaparás. Podes sempre tentar...mas sabes como é...People say the winter is coming...motherfucking Mob Justice that's what's coming!

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