segunda-feira, 17 de dezembro de 2012

Review: Porto Hardcore Benefit #1 @ Altar, Porto


Provavelmente este foi o melhor cartaz cá no Porto de 2012, juntando isso ao facto de ser Benefit: não dava mesmo para faltar.

Com dúvidas no hórario do concerto, a mulher querer andar a fazer compras mais boleia de familiares até ao Porto, fez com que eu e a mulher fossemos os primeiros a chegar a sala do concerto. Aproveitámos e fomos ao Pingo Doce comprar mantimentos para o antes e o depois dos concertos. Com o passar do tempo o pessoal foi chegando e trocaram-se dois dedos de conversa, enquanto o bar não abria. No meio da conversa acabei por perder a noção do tempo, por isso não faço a mínima ideia a que horas começou, mas penso que não atrasou muito.

Just Say No! foram os primeiros a tocar, ninguém estava à espera pois foi o concerto supresa da tarde/noite. A banda é composta pelo Fábio de São João da Madeira na voz (att, a zine dele já esgotou mas vão checkar a cena para se sentirem mal por não terem comprado) o Xicote na bateria, o Felix na guitarra e um outro rapaz que não conheço, no baixo. Tocaram 4 músicas se não estou em erro, bem rápidas e acabaram o show com uma cover de Time X, e assim foi o principio de uma banda que, com certeza, vai tocar muito por aí.

A seguir tocaram as bandas da 'casa', Cruel Mind e os Shitmouth, com sets rápidos como sempre e com uma adesão bem fixe do público. É bué bom ver estes projectos novos a ganhar força (Attn, acho que os
Shitmouth lançaram ou estão para lançar algo pela SUAP, dêem um check!)

De seguida tocaram os Birds que nunca tinha conseguido ver ao vivo (ATW, SB! - Ex-Bar Undergroud) e só posso dizer que é mesmo, mesmo bom! Hardcore mais 'negro' com grande instrumental (bem, o pessoal manda uma atitude a tocar que só visto) e com uma voz que encaixa mesmo no ponto, se bem que o cabo do micro se fodeu e passámos parte do concerto só a ouvir o instrumental... Mesmo assim, passaram o teste com distinção ahah! (check na demo que estes pequenos pardais acabaram de lançar. Vale mesmo a pena!).

Passadas duas semanas voltaram ao mesmo espaço os Challenge. Não há muito que dizer, mocada para ali, pontapés para acolá, nódoas negras (este sou eu a comer mesas com a testa), sing along e isso tudo. Acabaram o concerto com a cover de Black Flag pois foram obrigados pelo público a tocar (checkem o promo com 3 músicas que eles fizeram, custa 2€ e é bem bonito).

E então chega o momento que eu mais esperava, SHAPE! Começaram o concerto com a Rotten Inside o que fez com que a sala virásse uma selva com toda a gente a cantar/gritar a letra. De seguida tocaram outra música da qual não me lembro (deve ter sido da pancada na cabeça) mas sei que a 3ª ou 4ª foi a Life is Hard e deus me livre, que jarda de música! Repetiu-se o filme do início do concerto. Mesmo lindo. Mas o momento da noite estava guardado para quando tocaram a 92 de X-Acto, que inferno aqueles 2 minutos, toda a gente a cantar e dançar, que feeling brutal! Acabaram o concerto com uma cover de Have Heart que caiu que nem ginjas. Para mim Shape é uma das melhores banda do país, o Cabeças é um monstro em palco, as letras são soberbas e o pessoal é mesmo bacano!

Entretanto vim apanhar ar cá para fora e fiquei à conversa com o meu sempre fiel amigo Valente e o pessoal de Shape e acabámos por nem nos aperceber que DWC tinha começado, e entretanto acabado...falha minha, curtia ter visto os rapazes.

Agora vamos à parte menos boa... Este concerto teve provavelmente um dos melhores cartazes que por cá passou no último ano. Era Benefit, a um hórario fixe, numa sala que toda a gente conhece, um preço justo (6 bandas que acabaram por ser 7 = 5/6€). Havia jantar por 1€. E mesmo assim apareceram 30 e poucas pessoas. Acho mesmo ridículo, 3 bandas do Porto e 3 bandas de fora só trazerem 30 e poucas pessoas. O concerto foi bem publicitado e marcado com antecedência. É verdade que haviam outras coisas na cidade nesse dia (Fest Punk na Casa Viva e Valete no Hardclub), mas mesmo assim não há desculpa.

Tenho pena por quem marca os concertos e se esforça em fazer as merdas acontecer duma maneira fixe (quantos Benefits houve nos últimos tempos, no Porto?) e acaba por ficar a arder. Esta é uma das razões para deixar de marcar shows e quando isso acontecer, não vejo muito mais gente a querer marcar concertos, ou seja, acredito que em breve os concertos comecem a ser bem poucos. Esperemos que não...

Valeu pelas coisas que se conseguiu juntar para as pessoas sem abrigo (ah, também achei uma beca falta de respeito não ter lá estado alguém do grupo Coração na Rua, mas not my business...), pelo ambiente sempre bacano que esteve lá dentro e pelos bons concertos que as bandas deram. É bacano ires embora no comboio a ler uma zine e a pensar que alguém já vai ter uma refeição ou um cobertor para ajudar a proteger do frio.

Já agora, se passarem pelo jardim do Carregal (bem perto do Altar), olhem para a entrada de um dos prédios e irão encontrar um senhor de muletas que, se lhe derem uma sandes, pacote de bolachas ou apenas uma palavra, irão sentir que foram abençoados. Acreditem, sabe mesmo bem!

Até à próxima! E já sabem: menos facebook, mais concertos!

Review pelo Luís Silva, El Tractor de Paredes aka o homem que sai sempre com mazelas dos concertos.

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