domingo, 5 de agosto de 2012

Review: Vendetta + Ralph Macchio + Challenge + One Last Struggle @ Bar Novo da FLUL (Lisboa)


Miúdos novos a organizar concertos é sempre uma cena fixe.
Os Ralph Macchio e os Vendetta vinham até Portugal tocar o seu décimo show da tour, depois de passagens por vários países da Europa de Leste, tendo como ponto de partida o Fluff Fest.O dia já fazia prever uma casa sem muita gente, malta no Ressurection, malta de Lisboa a tocar no dia anterior em Barcelos, ou seja, parte do público "fiel" impossibilitado de poder comparecer. Mas se houve malta com tomates para orientar o concerto meio em cima da hora foram estes miúdos de One Last Struggle!

Fui ter com eles ainda antes do almoço, tinha dito que os ia ajudar a transportar as cenas para a sala e apoiar no que fosse necessário. Quando cheguei a cozinha parecia a de um restaurante: faziam-se sandes, o almoço e o jantar para as bandas. Atrasos à mistura, chegámos à sala ainda antes das três, montámos o "palco" e arrumámos as cenas todas. Três e meia apareceu a carrinha com os brasileiros (bem cansados, viagem directa de Barcelona para cá), descarregar material, montar as cenas, dar uns dedos de conversa. Hora prevista para o início do concerto (16h) praí três pessoas lá fora...a malta começa a fazer contas à vida.

Isto dos concertos nunca começarem a horas acaba por criar maus hábitos no público. Bem sei que é foda um gajo aparecer a horas e depois ficar uma/duas (três!) horas à espera que o concerto comece, mas quando se tem tudo pronto e não há público, acabam por ser eles a atrasar o show. Bom, ao menos deu para ainda vir a casa buscar um tapete (lição nº 1: levar tapetes para a bateria, ahaha) e garfos plásticos, e o Luz aproveitou para ir comprar mais águas.

No regresso já havia mais malta à porta. Já se viam semblantes menos carregados.
Já tinham chegado os Challenge, e aproveitei para vir cá para fora falar com o Edgar e o Fábio. Porra, granda valor que dou a esse míudo, de São João da Madeira para cá ver um show. A sério, se há malta que sente isto, este moço é um deles!

Já com cerca de trinta pessoas presentes (mais as das bandas), os One Last Struggle começaram a tocar. Segundo concerto da banda e primeira vez que os vi. É uma cena meio Have Heart, com partes youth crew e outras mais melódicas. Curti!
Os Challenge tentaram agitar um bocado a sala, mas nem as covers de Floorpunch nem de Ratos de Porão o conseguiram fazer. Aliás, acho que só mesmo nas covers da última banda a malta se agitou um bocado...

Os Ralph Macchio e os Vendetta deram bons concertos, agradecendo várias vezes tanto à organização, como falando da sua experiência com X-Acto, Day Of The Dead, e todos os amigos portugueses que os ajudaram e tem sido inspiração para eles. Por falar em X-Acto, para não variar, o momento alto da tarde foi mesmo a cover de Hope, em que (finalmente) a malta "pirou", com pile ons e tudo a cantar. Ainda houve lugar a covers de Nirvana, 7 Seconds, Gorilla Biscuits e Mouthpiece. Covers à parte (e foram bastantes), gostei bastante de Vendetta, bom som.

Show findado, ainda lá fiquei a jantar com a malta de Ralph Macchio, Vendetta, One Last Struggle e o Edgar de Challenge. Bom convívio, boas histórias da tour, boas risadas. Em conversa com o Edgar, mais uma vez falámos de algo que também sinto e que acho que já referi algumas vezes. Como ele diz, a cena em Lisboa é "estranha". Tens estes shows em que não só aparece pouca gente (por motivos diversos), mas em que o pessoal está meio apático, curte as músicas, até é capaz de as saber, mas fica ali parado a abanar a cabeça. Pa, e falo por mim quer dizer,  foram poucas as músicas em que descruzei os braços e fiz a coisa mexer, mas a malta às vezes está meio adormecida. É como ele me dizia, "às vezes tens shows nas Caldas em que basta eu dar um encontrão em dois miúdos e eles começam logo a moshar aí à maluca, aqui está tudo parado". Fica a dica.

Com trinta e tal pagantes, a rapaziada conseguiu pagar a sala e dar uma ajuda às bandas que vieram de fora. Pena ter estado pouco público, mas tenho a certeza que ninguém se arrependeu de nada, nem a organização, nem as bandas, nem o público presente. Mais uma vez, só dar os parabéns a quem se meteu nisto, é preciso ter tomates para fazer as coisas acontecer.

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