quinta-feira, 19 de julho de 2012

Review: A Thousand Words + Anchor @ Bar Novo da FLUL (Lisboa)


Mais um dia normal de trabalho e treino de Muay Thai às oito horas. Saí um pouco mais cedo para tomar banho pois tinha algo para fazer, algo que me iria quebrar a rotina, uma coisa que já não fazia há algum tempo e faço cada vez menos. Mas que desta vez decidi não deixar escapar. Com o passar dos anos torna-se complicado quebrar a rotina durante a semana, já sei que são os horários alterados, o dia a seguir com ar de zombie á lá Walking Dead e sem vontade de fazer seja o que for. Mas se o Muay Thai me faz bem ao corpo, já o que fui fazer fez-me bem á alma.

Cheguei um pouco tarde, fiquei na conversa cá fora e só entrei mesmo quando A Thousand Words ia começar a tocar. Sempre que tocam em Lisboa tento sempre ir ver estes algarvios do capeta. Têm todos um feeling brutal em cima do palco e as músicas são boas demais. Se são coladas a Rise And Fall? Um pouco, mas e o que interessa isso? Tem feeling e são deste pequeno cantinho da Europa e devemos apoiá-los. Acredito que se fossem da Europa central iam ter granda hype à volta deles. Um set list bastante bom, nada chato, até o achei meio curto o que é sinal que estava mesmo a gostar do concerto. É sempre bom ver o pessoal a mexer-se, a fazer sidewalk, sing-a-long, só faltaram os stage dives. Lancem mas é o vinil numa edição toda bonita para eu comprar.

A seguir subiram ao palco os Anchor, banda straightedge (e vegan penso eu) da Suécia. Não consegui perceber o que me faz lembrar o som deles, se Carry On, se Judge, se Mental ou se uma misturada de todas elas. Foi a segunda vez que os vi e se da primeira vez me chamaram muito a atenção, desta vez já não me disse muito. Não sei há quantos dias andavam na estrada mas se calhar isso fez-se notar. Realmente pareciam mais cansados e a voz já não estava muito boa, o que me fez ficar um pouco de pé atrás com o concerto mas também consigo compreender a prestação visto que andar em tour não é nada fácil. Comprei um EP deles da primeira vez que estiveram cá mas não conheço nenhuma música em especial sobre a qual possa falar. De qualquer maneira a sala estava ao rubro mas um pouco mais vazia do que em ATW, visto também já ser tarde e havia pessoal a ter que ir apanhar os últimos transportes disponíveis. Algumas pessoas a cantarem as letras, com punhos no ar e o X nas costas das mãos a fazerem-se notar o que, devo dizer, me deu um prazer enorme. Afinal o feeling ainda não se esqueceu e o straightedge parece estar a rebentar em força de novo. Vamos lá ver quantos são para ficar. Se estás a ler isto e és straightedge não leves a mal o que digo, prova-me o contrário apenas.

Para finalizar, foi uma boa noite, valeu o ter chegado ao trabalho na sexta-feira com uma cara de zombie enorme. Se fosse numa sala mais pequena se calhar o concerto tinha tido um feeling ainda maior mas foi óptimo o concerto estar muito bem composto para uma quinta-feira à noite e ainda ver caras conhecidas e pessoal mais velho. Tive pena de não ter visto a nova promessa do hardcore vegan straightedge nacional Inyanga. Mas continuo a perguntar, qual é a cena de porem nomes estranhos nestas bandas que aparecem de vez em quando? E porque é que algum do pessoal vegan-edge apenas pôe os pés nos concertos ou monta bancas quando tocam as bandas dos amigos?

Review por Leandro Afonso (http://leoxfury.tumblr.com)

2 comentários:

  1. concordo plenamente com as tuas perguntas finais no texto

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  2. Quero apenas esclarecer que Inyanga é uma banda Vegan e não straight edge (apesar de a maior parte dos elementos o serem). E quanto ao nome, creio que uma pequena pesquisa no google em relação ao nome e assistires ao concerto já teria mudado essas dúvidas que criaste.
    Em 1º Lugar Inyanga tem vários significados entre eles se distingue homem das árvores e shamman, ou seja, alguém que se dedica à cura através da força das plantas e conhecimento sobre a natureza.
    Em 2º Lugar a banda sempre que toca ao vivo faz questão de abordar vários assuntos por entre as musicas incluindo os temas das músicas que de maneira geral estão interligados com o nome e sobretudo o seu significado.

    Para concluir: Inyanga não é apenas um "nome estranho", para nós significa muito mais do que um nome mas sim uma forma como vegans e seres humanos de encarar o mundo à nossa volta, pois achamos que na natureza existe e sempre existiu a cura e a resposta aos nossos problemas não só civilizacionais como também espirituais.
    Espero que da próxima vez em vez de apenas escreveres o que te vem à mente respeites não só a banda mas como as pessoas que lêem isto e apures a verdade e o porquê das coisas, porque este tipo de escrita e conclusões apenas alimentam rumores que em nada favorecem a verdadeira mensagem que queremos passar. Obrigado!
    Artur/ Inyanga

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