terça-feira, 31 de julho de 2012

Mais Que Música: Filler (Minor Threat)

Que aconteceu a dar importância às letras das músicas? O hardcore não era sobre isso? Agora só se vê letras que não interessam à prima. Todas as segundas, fica aqui uma letra com significado que me tenha feito pensar no seu significado mais do que uma vez. Afinal de contas, o hardcore também é sobre isso mesmo: pensar.




What happened to you?
You're not the same
Something in your head
Made a violent change
It's in your head
Filler
You call it religion
You're full of shit
Was she really worth it?
She cost you your life
You'll never leave her side
She's gonna be your wife
You call it romance
You're full of shit
Your brain is clay
What's going on?
You picked up a bible
And now you're gone
You call it religion
You're full of shit
Filler

Eu sei, eu sei... a maioria do pessoal prefere a Straightedge ou a In My Eyes, mas eu, eu prefiro esta. Foi uma daquelas que fez sentido desde a primeira vez que a li. Não querendo voltar à lenga lenga do que é ser do hardcore e desse bla bla bla aborrecido, o que eu gosto de perguntar é até que ponto é que o hardcore evoluiu para uma (sub) cultura vazia e sobre nada? Hardcore para sorrir, com pouca mensagem, muito pessoal, muito sentimental e muito pouco ligado às razões que originaram o movimento. Evolução, oiço dizer? Bullshit. Hardcore é a agressão do som, a raiva por dentro, o não querer coadunar com as normas sociais que nos são impostas desde miúdos, o não ser igual a todos os outros e não fazer as mesmas coisas só porque sim. Ou era, como movimento. 

Mas adiante, esta letra diz tudo. Não só isso, é também a primeira do primeiro EP, fazendo com que o impacto triplique. Eu tenho alguma dificuldade em perceber como é que ainda há pessoas a deixarem-se levar pela religião, principalmente pessoas do hardcore, mas para além disso, tenho dificuldade em perceber quanta obsessão existe à volta de casar e ser feliz. Eu concordo que as pessoas casem e tudo o mais mas para aí mais de metade podia pelo menos pensar nisso antes de o fazer. Nos dias que correm casar é mais para ver na foto do que para ser feliz, e depois isso vê-se nos número de divórcios e famílias infelizes com miúdos infelizes. É triste. Se as pessoas "normais" não se rendessem à religião e fossem atrás de uma felicidade artificial, talvez o mundo tivesse algo mais positivo para lhes dar. 

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