quarta-feira, 25 de julho de 2012

Review: All American Rejects + Blink 182 @ Pavilhão Atlântico (Lisboa)


Aqui há uns meses saiu a notícia que Blink 182 vinha a Portugal. Fiquei bastante entusiasmado, sempre fui grande fã da banda desde os meus tempos de adolescente em que ouvia a Hypercore, programa de rádio do Xibanga em que a entrada era com a Don’t Leave Me, e estava com uma expectativa enorme para os ver, embora este concerto tenha chegado cá com mais de dez anos de atraso. Os mp3 do The Mark, Tom and Travis Show rodaram tantas vezes nos meus ouvidos que pensei mesmo que ia ter uma experiência brutal, para sempre memorável tal como é aquele CD ao vivo cheio das melhores músicas e com piadas de chorar a rir. Tal não aconteceu. 

Cheguei ao Parque das Nações por volta das sete e meia e ainda fui trincar qualquer coisa. Quando estava a entrar no Pavilhão Atlântico já All American Rejects tinham começado e até estavam a tocar aquele clássico deles chamado Swing Swing. Não sou fã da banda e o concerto deles também não me agradou minimamente. A sala estava um pouco vazia mas os que estavam até sabiam as letras e tocaram uma ou outra mais antiga que eu reconheci, tal como a Dirty Little Secret, mas como nunca liguei à banda e o vocalista tinha um aspecto a roçar o ridículo e umas atitudes que até causavam vergonha alheia, digamos que apanhei uma valente seca de trinta minutos. (c’mon, calças de pirata às riscas brancas e pretas e casaco de ganga com cintado ultra apertado? Eh pá…)

Meia hora ou quarenta minutos depois entram os Blink 182. Set list bastante direccionada para os dois últimos trabalhos (Neighborhoods, de 2011 e Blink182, de 2003) tocando apenas seis ou sete músicas mais antigas, o que de certeza fez com que os fãs mais antigos da banda tenham ficado bastante decepcionados, como eu fiquei. Abriram com a Feeling This e a Up All Night, ambos trabalhos destes dois últimos álbuns e tal era o meu ar de seca que um amigo me pergunta: “Não conheces nenhuma destas pois não? Eu também não”, ao que confirmei que não com a cabeça e espantado (ou não) por não ser único. Lá tocaram a The Rock Show e a What’s My Age Again e voltaram de novo aos trabalhos mais recentes, o que era uma quebra enorme no ritmo do concerto e fazia morrer um pouco toda a gente. Lá se ouviu o típico coro tipo futebol a gritar PORTUGAL pelo meio (a sério, ninguém mata esta gente labrega? São piores que os americanos) e o Tom a dizer que tinha sido o melhor público da tour ao que toda a gente ficou bué contente… sou o único nestes casos a achar que dizer isso é só demasiado rídiculo? Além de que se este era o melhor público da tour, então ou tocaram para salas vazias ou era tipo cinema, com tudo sentado, porque é muito difícil que tenha havido um público tão mauzinho e com tão pouca empatia. Dumpweed, Man Overboard e All The Small Things com mais uma catrefadas dessas músicas chatas deles e abandonaram a sala para o encore. Se calhar o encore foi das coisas que mais gostei, com o Travis a solo a tocar com o seu projecto de hip hop e substep, foram ali uns minutos pesadíssimos e com um espectáculo de luzes muito bom, qual disconight qual quê. Entretanto tocaram a Caroussel, Dammit e Family Reunion e o concerto acaba logo quando eu pensava que iam tocar mais clássicos, deixando uma frustração no ar por um lado compreensível devido aos dez anos de atraso para vir a Portugal e terem-se focado mais nos últimos trabalhos.

No geral achei que foi demais ter gasto €35 para ver Blink 182, devia ter ficado em casa e ia ao YouTube ver os concertos mais antigos e acho que tinha ficado mais contente. O som não estava o melhor, a bateria ridiculamente alta, a guitarra estava baixa, ou assim parecia devido à bateria e a voz do Mark mal se ouvia também. Às vezes era um martírio para perceber que música estavam a tocar. Por um lado rendeu por ter estado com amigos de longa data e ter ido a seguir para Telheiras pôr a conversa em dia com toda a gente, mas isso é uma outra história.

Review por Leandro Afonso (http://leoxfury.tumblr.com)

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