terça-feira, 31 de julho de 2012

Entrevista: Expire

Os Expire são uma banda de Milwaukee que conta já com três discos na bagagem, sendo o último um LP recentemente editado pela Bridge 9. Assim sendo, fiz algumas perguntas ao Zach Dear, guitarrista da banda, sobre o último registo, sobre como é andar em tour quase non-stop e sobre os grandes festivais de hardcore norte-americanos.


Olá Zach! Antes de mais, parabéns não só por terem assinado pela Bridge 9 como pelo novo disco, que é um digno sucessor do Suffer The Cycle, disco que gostei imenso. Como tem sido a recepção ao LP?

Hey, miúdo. Muito obrigado. Para já, tem superado tudo o que poderíamos esperar. Não só fizemos um disco  do qual estamos extremamente felizes e orgulhosos, como ver o pessoal a gostar tanto dele como nós é espectacular. Sinceramente, não podíamos esperar melhor recepção.

Vocês têm andado bastante em tour nos últimos tempos (nota para o leitor: se este documentário da tour que está no youtube não vos faz querer fazer uma banda e andar a tocar por aí, algo de errado se passa com vocês...). Como é que é para vocês manterem uma relação familiar e profissional forte enquanto andam a viajar?

Bom, as nossas famílias têm sido extremamente compreensivas e apoiam o que fazemos. Claro que isso coloca alguma tensão nas nossas relações pessoais, mas aqueles que não conseguiram acompanhar isto acabaram por bazar em algum ponto, pelo que acabam por não contar. No que toca ao trabalho, alguns de nós têm trabalhos porreiros, que nos dão alguma flexibilidade no calendário, outros vão fazendo alguns biscates para ganhar algum dinheiro entre tours.

Os Expire têm sido um nome habitual nos cartazes dos maiores festivais hardcore norte-americanos. Como é que é tocar para um público maior, o ambiente e a maluqueira do merch que geralmente os acompanha, especialmente comparado com shows em salas mais pequenas. E quais preferes? 

É sempre uma honra participar em festivais. O Rainfest e o Sound & Fury foram aqueles em que mais gostámos de tocar. Já este ano, o Breast Fest na Carolina do Norte e o Heartfest no Canadá também foram muito bons. É uma mentalidade completamente diferente de um concerto normal.
Há coisas que adoro, como ter a oportunidade de tocar para mais pessoal, pessoal que nunca teve oportunidade de te ver ou nunca sequer ouviu falar na tua banda, mas por outro lado os festivais dão à luz os “míudos dos festivais”. São aqueles míudos que estão batidos nos festivais todos os anos, mas que não vão aos concertos mais pequenas na sua cidade, não apoiam as bandas que lá passam em tour, e pior, não apoiam as bandas locais com potencial para fazerem tours e representarem o local de onde eles são.
Parece que ultimamente se dá mais importância aos festivais do que em organizar tours porreiras para as bandas. Gostava de ver um regresso ao tempo em que existiam apenas um par de festivais e era dado mais ênfase à existência de tours.

Tens alguma história de alguma tour que gostásses de partilhar? Adoro histórias de tours...

Ainda há pouco tempo tocámos num festival de rock no Canadá com Dream Theater, GWAR, Sublime, Terror e Naysayer, para dizer apenas alguns. Eu e o meu amigo TomDom de Naysayer andámos o dia inteiro pelo festival a fazer merda e a pedir trocos ao pessoal, na brincadeira, a ver no que é que dava. No fim do dia fomos contar, e fizémos 140 dólares! Modéstia à parte, nada mau para um dia de trabalho. De vez em quando parávamos para ir até à piscina, em que estava o pessoal de GWAR numa ponta com a família, e os Reel Big Fish a tocar os êxitos do Tony Hawk’s Pro Skater. Foi um dia muito bem passado.

Têm planeada alguma visita à Europa em breve? Ou a algum sítio fora dos Estados Unidos?

É engraçado, mal acabe de responder a esta entrevista tenho de dar a confirmação a uns planos porreiros que temos nesse sentido. Vamos estar pelo mundo inteiro nos próximos 6 meses, mantenham-se atentos!

Agora uma questão mais “séria”. Há algum motivo em especial para o Josh ter cortado o cabelo?  A minha reacção quando vi videos mais recentes vossos foi “Então? Mudaram de vocalista?”, haha.

É engraçado, não és a primeira pessoa que eu ouço dizer que pensou que tinhamos um vocalista novo, haha. Sinceramente, ele deve-se ter fartado do cabelo comprido. Eu já tive cabelo comprido, e chega a um ponto em que acordas neste calor húmido do Midwest e tens o cabelo colado à cara acabas por dizer basta. Eu acho que ele atingiu o ponto de ruptura.

Muito obrigado pelo teu tempo. Estás à vontade para mandar uns shout outs, recomendar bandas ou começar um beef. O que preferires.

Haha, não há cá beefs. Vão escutar Black Ice aqui de Iowa e Bent Life do Nebraska. Bandas bem fixes aqui do Midwest, e que brevemente vão dar muito que falar. Fora isso, estou aqui deitado na cama a ouvir Incubus e a pensar que preciso de me levantar para ir jogar basquetebol com o pessoal. Um shout out para todo o pessoal que faz bandas, marca concertos na sua cidade e escreve zines. Essas são as coisas que mantêm isto vivo. Muito obrigado pela entrevista!

1 comentário:

  1. boa onda, curto dos gajos, e só a referência a Black Ice e Bent Life já é Instant Win

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