sábado, 24 de novembro de 2012

Review: A Thousand Words + Lifedeceiver + Northern Blue + OLS @ IST, Lisboa


É preciso dizer que o Bruno é dos miúdos mais activos na cena? Creio que não. Um gajo está-se sempre a queixar que em Lisboa há poucos locais decentes e/ou acessíveis para fazer concertos, o que não deixa de ter uma ponta (grande) de verdade, mas depois há sempre aquele pessoal que põe os pés ao caminho e trata de tentar arranjar locais para concertos decentes, nem que seja a título experimental. O Bruno têm-lo feito. Aquele local "mítico" na Alameda (fizeram-se praí três shows, mas bastou toda a experiência do último para marcar lugar na história, ahah), o bar da AE da FLUL e agora o bar da AE do Técnico. Por acaso é bem jogado pelas associações de estudantes cederem os espaços para shows, só têm a ganhar, desde que não dêem para ganânciosas ou pra parvas. Bom, props para o Bruno e para os manos Luz, que acho que também andaram nas negociações (se não andaram azar, são boas pessoas na mesma).

Lá fui cedinho para a Alameda, naquela de levar as tralhas da Backwash e ajudar nas arrumações. Na entrada do edifício encontro o Bruno Palma e o Bruno Boavida, o Cabeças e mais malta de Lifedeceiver, troca-se aquela conversa de quem já não se vê há uns tempos, ri-se um bocado de certas personagens e situações da cena e fala-se da vida.

Vou lá abaixo ver o espaço, e está bué malta a jantar e a ver o Real a jogar com o Shitty. Malta da universidade entenda-se. Sim, o tal bar é um dos refeitórios do IST. É preciso dizer que o show se atrasou? Claro que não. Ficar um bocado na galhofa (e ao quentinho) com a malta até voltar cá a cima para ver as vistas, sendo que fiquei na conversa com o Cordeiro que entretanto apareceu. Volto, estão as bandas a trincar qualquer cena e lá se começa a arrumar a sala depois dos passa-moles que lá estavam a jantar terminarem. Os gajos estavam era a ver a bola, mas foda-se, foi tempo perdido no que certamente viria a ser uma maratona de World of Warcraft a noite dentro. Ya, a minha descrição preconceituosa sobre estudantes do Técnico é a de marrões agarrados aos jogos online. Algo me diz que não falho assim tanto...

Vá, bora lá ao que interessa que eu divago bué. Arrumar as mesas e as cadeiras e tudo, montar o estaminé (o palco já estava todo tratado que isso foi-se adiantando anteriormente) e siga a marinha! Começa a entrar pessoal, sendo que o Bruno falou que estiveram mais de 100 pessoas. A uma quarta feira à noite, é de louvar! One Last Struggle começaram a tocar passado uns minutos e notou-se uma evolução em relação ao primeiro concerto que vi deles. Cover de New Winds a fechar, mas a malta esteve sossegada, encostada à parede a abanar a cabeça. É darem-lhe mais, de pequenino é que se torce o pepino. Nunca percebi esse ditado...

A seguir tocaram Northern Blue. Não é muito a minha praia, não sei se por ser bem tocado ou simplesmente porque não é o meu tipo de som, mas acho que o pessoal curtiu. Estava (e estou) todo fodido das costas pelo que fiquei sentado atrás da banca, a trocar dois dedos de conversa com o Edgar, que estava a contar os minutos para partir em tour com a malta de A Thousand Words. A sério, já não bastava eu ter a posição mais merdosa a sentar, passar 4 horas de pé ou num banco manhoso tipo aqueles de bar, só com um pé, é mesmo para me estragar a cervical.

Fiquei cá atrás a ver Lifedeceiver, primeira vez que os vi com o Vitor a cantar (foda-se, primeira vez que estive com o Vítor depois de o "conhecer"!!, andávamos mesmo desencontrados...), e a banda está com power. Sei que é um som fodido de entrar para a malta do Hardcore, mas é fixe ver que estão ali milhentas influências no som que eles praticam. Começam a gravar o novo álbum este fim de semana.

Por fim os A Thousand Words despediram-se de Lisboa com um concerto em grande, que começou tarde para caralho é certo, mas que meteu a malta quase à uma da matina aos pinotes de um lado para o outro. Haja energia para dar isto e mais aí aos estrangeiros. Não vale a pena dizer que esta banda tem tudo para atingir outro patamar na cena hardcore. Sim, falo de editoras estrangeiras a pegar neles...pode ser que leiam isto no translator.

Opa, no final aproveitei para pegar uma Wake Up And Live #5 que a Joana tinha à venda. "Summer 2005" com entrevista a Champion e Justice, reviews aos shows de Justice, Mental e TFS? Ai não. Ainda haviam mais duas cópias, corram! A seguir houve tempo para ofertar ao Edgar t-shirt mítica (azeitola) daquelas da Rastilho circa 2005 com dois punhos a dizer "hard core", ahahah. Mesmo do espalhar magia na Europa e arranjar noiva. Ele ficou de cortar as mangas e dar uma de Augustus das Caldas da Rainha! (ATTN: ATW - Se isto acontecer tirem fotos!)

Óbvio que a malta ficou lá um bocado na conversa, aquele convívio necessário e saúdavel que tem de imperar. Mas já se fazia tarde, 1 e tal da manhã e no dia seguinte havia vinhaça para servir a ingleses e brasileiros! É porque não fazem a viagem de avião mais calminhos...Ainda trouxe uma sacada de discos cortesia do Boris, foi tipo Natal mais cedo, ainda fiquei cá a cuscar nisso até às tantas.

Resta-me desejar boa sorte ao pessoal dos A Thousand Words, ao Edgar e ao Valter, que a tour corra pelo melhor. Já lhes tinha dito mas fica para a posterioridade. Em relação ao show só dizer que foi bem bom, e que acho que é um local a explorar. Haja vontade dos gajos em manter aquilo como local de concertos.

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