quinta-feira, 27 de setembro de 2012

Cinco Às Quintas: Vítor Moura (Local Trap)

Esta é uma rubrica em que colocaremos à quinta-feira uma pequena entrevista rápida com cinco questões a uma banda. 



Os Local Trap são uma banda que surgiu há algum tempo em Gaia. Tocam um hardcore bem sujo, meio crust, na onda não sei bem do quê (já me falaram em Trap Them e Cursed) e têm dado concertos um pouco por todo o lado, já tendo aberto para Rise & Fall, For The Glory, Oathbreaker, Ritual e mil outras bandas, só para dar a ideia à malta que eles não andam aqui a dormir nem são aquela banda da página do Facebook e da sessão fotográfica pausada. Lembro-me de os ver, já há algum tempo atrás, na Amadora com Citizens Patrol. Pudera, cover de Negative Approach a fechar é mesmo aquele toque para eu não me esquecer.

Liderados pelo Vitor, chefe da editora/promotora SHUT UP AND PLAY, responsável não só por uma data de lançamentos fixes (bem como a ajuda na edição de tantos outros) como uma das pessoas que mais tem feito no norte do país no que diz respeito à marcação de concertos, aquele bicho que assusta muita gente. Seguem as questões.

Olá Vítor. Para começar, fala um pouco ao pessoal como é que surgiu a ideia de formar os Local Trap, aquele "como, quando e porquê" que nos ensinam em Português no secundário e que muito me ajuda nesta rubrica pesudo-jornalística, haha.

Ei meu! Bem, nós começamos a fazer barulho no Verão de 2010. Somos os quatro de Gaia e como toda gente sabe ou deveria saber, aqui não se aprende nada... Eu e o João já falavamos à uns anos em formar uma banda mas nunca houve a opurtunidade porque nem conhecíamos pessoal com os mesmos gostos que nós, nem tinhamos guito para investir em material. Depois de conhecermos o Filipe e o Ruizaço e aprofundarmos os nossos interesses e gostos comuns, começámos a ir a tudo que era concerto de punk e hardcore no Porto (principalmente na Casa Viva) e decidimos que tinhamos mesmo que formar uma banda, dar concertos e envolver-nos na cena.

Desde aí temos tentado tocar o máximo que podemos, em qualquer tipo de palco ou chão, gravámos uma demo e um split na nossa sala de ensaio e estamos agora a começar a gravar umas cenas novas para um EP. Não faço ideia quando ele estará pronto...

Sei que tocaram recentemente em Espanha, bem como no Milhões de Festa em Barcelos e no outro fest que houve lá pouco depois, o Rambóia (chegaram-me histórias que o nome foi extremamente apropriado aos acontecimentos pós-show...ahah). Fala-nos um pouco destas experiências, e de qual tem sido o feedback que têm recebido sempre que tocam.

Eu acho que uma banda que vive de imagem na internet, de merch e de partilhas no facebook não chega bem para ser uma banda. Acho que em quantos mais sítios tocarmos, independentemente das condições, e das bandas com quem tocamos, reforçamos mais essa ideia de sermos realmente uma banda. Apesar da corrente ser ao contrário...
Para nós tem sido altamente no geral, claro que há spots bem mais fixes que outros e concertos que correm melhor, outros pior, mas no geral tem sido fine e estamos agradecidos ao pessoal que nos tem ajudado a marcar concertos um pouco por todo lado. Também tenho ouvido falar dessas historias, mas até agora soam todas a algo bem mais exagerado do que realmente foi...

Até à data vocês já lançaram uma demo em cd, o split com Knives Out e o Boris lançou uma edição limitadíssima da vossa demo em cassete recentemente. O que é que é que podes adiantar quanto ao futuro dos Local Trap? Têm novos lançamentos em mente, concertos, ambições?

Estamos neste momento em fase de pré produção, queremos lançar um EP em breve. Assim como a demo e o split, o sonoro vai ser gravado por nós na nossa sala de ensaio. Não sei quando estará tudo pronto, mas talvez talvez no final do ano! Depois das malhas estarem prontas queremos tocar o máximo que podermos, e o mais longe de casa possivel.

Ahhh... e temos um elemento novo na banda! É um segundo guitarrista. Chama-se João e é de Viana. Tocou em Burning Man, Miyagi, All Against the World, Never backdown, União de Merda...bebe que nem um xino.

Como residente em Lisboa, e um tipo que não viaja assim tanto pelo país atrás de concertos, sempre que leio algo, ou vejo fotos de concertos no Porto (e arredores) vejo sempre bastante pessoal e a malta toda a curtir. Têm aparecido umas quantas bandas nos últimos tempos, bem como tem sido feito um esforço por parte de uma data de malta (tu incluído) em marcar concertos por esses lados. Fala-nos um pouco de como olhas esta situação, estando tu não só mais perto, como vivendo-a.

Por acaso os primeiros concertos que organizei (tirando uns househows em minha casa em Gaia) foram em Lisboa. Desde então que tenho organizado concertos com malta diferente e algum pessoal tem ajudado de diferentes formas, seja a fazer artworks, contactar bandas, distribuir flyers, colar cartazes, emprestar material (PA, amps, etc), fazer comida para as bandas, dar estadia às bandas, ficar à porta a cobrar as entradas, fotografar os concertos, etc...
Organizar um concerto DIY no punk ou no hardcore não é só organizar um concerto independente, é haver a cooperação e entreajuda, iniciativa e pró actividade por parte das pessoas envolvidas e quantas mais pessoas envolvidas, melhor os concertos correm, mais curtes. Não dá para ganhares guito com isto, mas se estás a fazer uma cena que gostas, com pessoal que curtes, com bandas que curtes acaba sempre por ser gratificante.

Para terminar, deixo esta última questão como tempo de antena em que estás livre para dizer de tua justiça. Podes pedir paz no mundo ou dizer mal das pessoas. Obrigado pelo teu tempo, e esperamos por novidades no futuro próximo.

Pá...obrigado a ti pela entrevista, obrigado a quem se der ao trabalho de a ler e parabéns tanto a ti como ao André pela vossa inciativa do "Nós contra Eles", bem como a toda a gente que contribui de forma positiva e construtiva para que a cena do punk hardcore não seja apenas uma passerelle ou uma fase superficial...

Já agora deêm uma espreita em LIFEDECEIVER, ouvi dizer que a formação está diferente e que estão aí uma série de malhas fodidas para sair, espreitem também NIHILISTIC BASTARD e CRUEL MIND.
Bem..e organizem mas é concertos caralho! Façam bandas, ajudem as bandas que curtem, principalmente as que estão a começar, "não comprem tudo feito", profanem mais a sociedade e principalmente divirtam-se...Vemo-nos pelos concertos.

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