domingo, 21 de outubro de 2012

Review: Brutality Will Prevail + Terror @ The Underworld (Londres)


Ver Terror de novo em Londres? Pela (provavelmente) quarta vez? No brainer. Se há banda que para mim dá um concerto de hardcore como manda a lei são estes gajos, e com a formação de luxo que têm hoje em dia nem dá hipótese de pensar duas vezes. Encontrei-me com o Rui e o André e o convidado especial Zevimetal (“a lenda!” dizia-me o André) pouco depois da abertura de portas, e a desculpa da falta de tampões para os ouvidos do Rui serviu-me para comprar uns belos scones e uma garrafa de água que viriam a revelar-se cruciais lá mais para o fim do concerto. Diz que bazei do supermercado sem pagar mas é mentira, eu meti lá o dinheiro certo, a máquina é que atrofiou e eu estava sem paciência para assistências ao cliente da treta. Foi de ter ouvido o Lowest of the Low umas horas antes só pode.

A abrir supostamente tínhamos 3 bandas inglesas, mas acabaram por ser só duas. Não sei o que se passou, sei que o tempo todo que estava reservado à primeira banda foi utilizado pelos Broken Teeth para sound check, e depois para nos fazerem esperar…A banda estava toda no backstage, sala super bem composta para os ver, e os gajos não só deixam passar 5 minutos depois da hora “oficial” de entrarem em palco (acreditem, aqui no UK isso é coisa rara, mesmo para os headliners), como depois ainda entram em palco cheios de pachorra, voltam a afinar instrumentos…atitude de estrelas meio desnecessária para uma banda de abertura que me deixou logo a querer cagar neles.

Mas yah, deram o seu concerto bem sólido, mas para mim é das bandas mais chatas (já era a terceira vez que os via por isso não estou a mandar para o ar). Para miúdos novos tocam tudo na batata e a coisa soa toda impecável, mas o som não tem absolutamente nada de novo, e ao fim de 3 músicas já soa tudo ao mesmo. E não estou a ser hater, as outras 4 pessoas que estavam comigo acharam o mesmo. Há uns tempos ouvi dizer que eram os Trapped Under Ice de Manchester, mas só se for porque o vocalista tem uns moves e cabelo parecidos ao do Justice, porque o som faz-me mais lembrar uns Cruel Hand (sebem que menos Metallica e mais NYHC e mosh parts à Bulldoze aqui e ali).

De seguida o pessoal decidiu ir assumir um wrap monstruoso no Wood Grill, mas eu como estava orientado de scones decidi ficar mais o Miguel, e foi uma escolha certa (pelo menos no que toca a música, porque no que toca a culinária aqueles wraps arrebentam). Os Brutality Will Prevail entraram em palco pouco depois e a diferença para os rapazes de Manchester foi óbvia. O Miguel tinha-me explicado que a banda já não tem ninguém dos membros originais excepto o vocalista, e que a sonoridade também já não tem muito a ver com o que eles tocavam no início, mas acho que isso só pode ser bom porque deram um concerto que me deixou muito surpreendido pela positiva.

Granda peso no instrumental, naquela onda mais hardcore negro arrastado e a puxar influências do sludge e do metal do sulista, mas muito bem tocado e sem se tornar chato de todo. Para isso também ajuda o vocalista ter uma voz muito bem desenvolvida e uma presença muito segura em palco, que me fez lembrar o George de Blacklisted em partes, e o público estar visivelmente muito participativo, com muito sing along e mais stage dives, o que para mim rende sempre mais do que só sessões de mosh de ginásio no pit, e dá outra pica ao concerto. Fiquei fã, pelo menos ao vivo (porque em disco nunca lhes liguei muito) quero ver esta banda mais vezes.

E depois entraram os Terror em palco e foi o fim do mundo do costume. Concerto sold out, e desta vez diria até que a sala estava com lotação acima da capacidade, porque eu lá na frente tive momentos que quase fui esmagado e nem conseguia respirar…mas nada que uma subida ao palco e um stage dive não resolva. O Vogel estava especialmente comunicativo nesta noite, mas também meio repetitivo. Acho que não preciso ouvir 3 vezes que “Terror is not a fucking rock band” nem que “há bandas de hardcore que não apoiam a cena e só os vemos em concertos quando são eles a tocar”. Mas diz as verdades, isso é certo, e é preciso alguém as dizer, tocar na ferida e chamar as coisas pelos nomes. Isso sim é hardcore (mesmo que de vez em quando meta o pé na poça como foi com Refused). Dispenso é o factor cassete em loop, mas é o Vogel por isso dou-lhe o desconto. “MORE STAGE DIVES!”

O set desta vez teve menos faixas antigas, o que a mim me deixa sempre triste, mas compreende-se porque a banda está prestes a lançar disco novo por isso tem que ir cortando…não tocaram nada do disco novo atenção, mas como passam cá a vida vão habituando o público de concerto para concerto. Ainda assim deu para ouvir a Life & Death (já disse que é das minhas letras favoritas de sempre?) e mais algumas do segundo disco que também me deixam maluco. E a Keepers of the Faith já é um hino, deu para mandar uns 3 dives só nessa música sem tocar no chão. Power.

E como não são uma banda de rock, não há cá encore para ninguém, foram 40 minutos sempre a esgalhar e adeus boa noite. Terror a mostrar que continuam a ser das bandas de topo, tão de topo que se calhar já era preciso uma sala ligeiramente maior para os acolher, e certamente haveria mais público para encher essa sala, mas o Underworld já é como que a segunda casa deles em Londres (DVD ao vivo gravado na sala) por isso duvido que isso alguma vez aconteça.

1 comentário:

  1. por acaso tenho curiosidade para saber o que faz o scott em relaçao á cena hc, sem ser tocar com terror e mandar o mesmo discurso cansado de sempre.

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