domingo, 7 de outubro de 2012

Review: No Tolerance + Give @ Salamanca


Eish, nem sei como começar esta review, só dizer que deve ter sido a combinação mais stressada e em cima do joelho de sempre. Isto quando tudo estava acertadíssimo na tarde do dia anterior...adiante, segue a review que é grande para caralho, mas espero que curtam e que sirva para vos meter um pouco de inveja, ahah.

Eu e o Fábio já esperávamos este concerto à algum tempo. Estivemos a um dedo de marcar viagem para Barcelona para os ver, mas falhámos o timing da marcação e acabámos por nos resignar e deixar de acreditar que seria possível ver No Tolerance. Entretanto, surge a notícia que havia uma data em Salamanca, e que havia malta do Algarve a pensar ir. Óbvio que nos colámos logo. Assim, depois de uma conversa com o Nuno Mota começámos a acertar agulhas, e chegado o fim de semana anterior ao concerto (que seria na quarta-feira seguinte) estava tudo pronto. Eu com bilhete do expresso marcado para Faro e o Fábio com bilhete de avião do Porto para o Algarve (damn...mais barato Porto-Faro de avião que Lisboa-Faro de bus).

Chega terça-feira, lá sigo eu no autocarro da Rede Expressos, aquele que vai pela nacional e demora quatro horas a chegar. Valeu para ir adiantando a leitura do livro do André. Ainda só vou em São Francisco, e só dizer que me parti a rir no meio da viagem com o episódio no hostel...Bom, chego a Quarteira para pouco depois o Nuno chegar e me dar a triste notícia de que de momento só estávamos três disponíveis. Que bomba do caraças, já via a minha vida a andar para trás e o dinheiro da viagem para o lixo. Depois de tentar arranjar uns esquemas de última hora (nomeadamente melgar o Daniel Pontes), com direito a granda jantar com o Nuno e uma malta alemã e visita a Vilamoura à noite, fui para a caminha já resignado, com o regresso a Lisboa no dia seguinte na minha mente. Isto ainda sem saber se me trocariam o bilhete da viagem de regresso ou se ainda tinha de bancar um novo...

Acordámos cedo, o Nuno deixa-me em Faro e segue para a escola, eu lá consigo trocar o bilhete e já olhava para o relógio a contar o tempo para regressar a Lisboa. Chega o Fábio a Faro, que tinha vindo de avião, (e que veio meio à maluca, sem pensar muito bem onde é que ia andar durante dia e meio pois já vinha sabendo que dificilmente iriamos a Espanha, e os amigos onde ia ficar a dormir iam ao concerto). O Daniel lá combina encontrar-se connosco para conversarmos um bocado e, à última da hora, e quando digo última é mesmo última!, tipo...é meio-dia e eu tinha o bus ao meio-dia e quinze, e ele lá se decide a agarrar na trouxa e seguimos os três em direcção a Salamanca, já em contra-relógio para ver se chegamos ainda a tempo de não perder pitada do concerto. Escusádo será dizer o stress que vivi na noite anterior e na manhã desse dia...enfim, you're only young once, por isso siga lá.

A viagem fez-se bem, o Daniel foi o condutor de serviço (sempre!), ao som de granda AC/DC, Judas Priest e outras cenas mais calminhas. Ah, o puto Fábio foi a dormir a viagem INTEIRA. Claro que à noite tinha a pilha carregada...em baixo já desenvolvo, ahah. Chegámos bem a tempo de apanhar a banda espanhola de covers (de bandas espanholas) a terminar. Não me aqueceu nem arrefeceu...

A seguir começa Give a tocar. Conhecia dois ou três ep's, sendo que aquele rock psicadélico nunca me puxou muito. Mas foda-se, ao vivo, que abuso de banda. O puto guitarrista não só tocava nas horas como tinha os dance moves mais fodidos de sempre, que chefe. O som não é propriamente "dançável", mas o headbang foi geral.Toda a banda tinha grandas gadelhas, e aquele som psicadélico fez com que o Fábio os rotulásse logo de Flowercore, por piada. Ele ainda fez com que o Doug Free soltásse uma gargalhada no pós-show, quando foi ter com ele e lhes disse que eles tinham inventado esse novo género musical.

A seguir foi No Tolerance. Eu estava naquela: "Isto tem tudo para ser do caralho, sala pequena, minimamente bem composta..mas, são espanhóis! Será que se vão mexer?". Dá a intro, a malta tuga a varrer a sala de uma ponta à outra, com uns espanholitos a trabalhar bem, ahah. Afinal mexem-se! O DFJ de punho em riste a rosnar aquelas letras bem venenosas, com um olhar mesmo do "se te apanho fodo-te a boca toda" foi a cereja no topo do bolo de um set impecável, que no fim deixou muita malta não só a suar, como a pedir por mais. Ainda houve direito a uma cover de Side By Side cantada pelo mano de Violent Reaction/Sectarian Violence e cover de Confront, com a Our Fight 2012.

Despojos de guerra
O concerto acaba, ficamos na maior conversa boa onda com o Chris Corry (Mind Eraser, Prisoner Abuse, No Tolerance e produtor de mil cenas) a falar sobre discos, a Painkiller Records, tours e Portugal, enquanto comíamos um arrozinho de lentilhas e pimento bem fixe, e à pala. Antes ainda trocámos uns dedos de conversa com o vocalista de Give, sobre os discos que eles traziam e outras merdas, e ficámos a saber que não só esteve cá em 2005 com The First Step como aparecia no back print da minha longsleeve de Desperate Measures, ahah. O Fábio tinha a pilha toda (pudera) pelo que andava à uma e tal da manhã de bicicleta na rua já deserta, rua acima e rua abaixo. Falámos um pouco com a malta que organizou o show e ficámos a saber que o cachet para as bandas tocarem era de apenas 300€, o pacote com as duas!!! Foda-se, que burgesso o mano que lhes marcou a tour. Não que o show não tivésse sido fixe, mas só pensámos em como teria sido ainda melhor ter estes tipos a tocar em Portugal a um preço bem aceitável.

Eram já duas e tal quando seguímos para casa da Laura, onde iriamos pernoitar. Ainda estávamos com pica pelo que fomos dar um volta com ela pela cidade, meio deserta, até quase às 4 da manhã. Sem dúvida uma das cidades mais fixes, e uma daquelas onde irei regressar sem dúvida. Lindíssima, e só a vimos de madrugada durante hora e meia, e a pé.

O nosso novo buddy
A dormida correu bem, dormi com o Fábio e com um macaco gigante de peluche. Acho que não molestei ninguém. Dormi mesmo bem, acordando no dia seguinte para ir meter mais uma moeda no parquímetro (com a cara de sono mais anhada de sempre) e depois uma granda banhoca com pequeno almoço de tostas com geleia de morango que souberam pela vida. Almoçámos num shopping deserto à saída da cidade, num spot de kebabs. Aliás, das quatro refeições feitas quarta e quinta-feira, três foram o bom kebab! Lá regressámos, cansados mas felizes da vida. O Fábio novamente a dormir a viagem toda até Sevilha, onde parámos para pegar dois tugas que andavam meio perdidos que nos acompanharam nos kilómetros restantes.

Sem dúvida uma das combinações mais stressantes de sempre, mas no fim valeu bem a pena os kms, o dinheiro e o tempo dispendido.

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