quinta-feira, 11 de outubro de 2012

Review: For The Glory + SHAPE + Challenge + One Last Struggle @ República da Música


Estava bem expectante para este concerto. Não só se tinha um dos melhores cartazes do ano em Lisboa, como esperava ver um concerto de Challenge com bem mais público que os anteriores. Talvez ainda mais importante, esperava ver como seria o regresso de concertos hardcore à capital, depois de um Verão mais sossegado ou em que os shows existentes ficaram bastante aquém no que a público diz respeito.

Shape também não tocava à imenso tempo, depois de um período super activo em que tocavam quase de quinze em quinze dias, pelo que estava para ver se a receptividade do público à banda tinha esfriado ou se se mantinha. Por outro lado, ver os miúdos de One Last Struggle novamente, num "palco maior", já com mais tempo de maturação era algo que também me despertava interesse.

Bom, com tanta expectativa, lá parti rumo a Alvalade, já bem atrasado depois de ter combinado ir com o Daniel Pontes para levarmos as tralhas da Backwash e da Salad Days. Ainda esperávamos chegar bem a tempo, tendo em conta que os concertos raramente começam a horas. Não podíamos estar mais enganados. Apesar de ainda haver imensa malta cá fora, a maioria deles putos que nunca tinha visto na vida, mal entramos reparamos que o concertos de One Last Struggle não só já começou como passado um ou dois minutos já estão a tocar a cover de Have Heart. Sabendo eu que era a última faixa do set, e no meio de tanto atarefanço de arrumar as coisas, pouco ou nada vi, com pena minha.

Segundo feedback da própria banda, o set poderia ter corrido melhor, mas a malta ainda está bem verdinha, pelo que há tempo de maturação e não vale a pena estarem a pensar negativamente, até porque depois lá se ia o status do straight edge posi cenas. Pus a conversa em dia com o pessoal, alguns que já não via há bastante tempo e outros que reencontrei dos dias no Algarve. Comentámos o facto da sala estar não só bem composta, com IMENSA miudagem nova, como ainda havia mais malta na rua por entrar.


Passado um pouco começou o set de Challenge. Já referi anteriormente que gosto muito desta banda, e ver um concerto deles em Lisboa numa sala bem composta foi muitíssimo bom. Notou-se que a maioria da malta não conhecia a banda, sendo que ainda se abriu um fosso entre o palco e o público (especialmente tendo em conta o que a seguir viria), com excepção para algum pessoal das Caldas e outros malucos que andaram lá no side to side e no circle pit nas faixas mais rápidas. Deu para eu fazer um rasgão nos calções a dada altura, num dia que viria a marcar o fim do seu tempo de vida...Cover de Floorpunch com o Diogo de SYC a cantar, no momento alto do set. Espero pela próxima visita do Edgar e restante malta, já com os miudos a participar ainda mais!

Depois do intervalo, em que voltei à base, a por a conversa em dia e a vender umas coisitas, SHAPE subiram ao palco, já com a sala muito mais composta. Por essa altura poucos deviam ser os que não tinham entrado, e já estariam mais de 200 pessoas dentro da sala.


Parece que este interregno apenas serviu para aumentar a condição de SHAPE como uma das bandas que melhores concertos dão, bem como o seu público parece ter aumentado exponencialmente. Muito miúdo encostado ao palco, muito miúdo a cantar, muita animação, stage dives, tudo a suar. O set foi muito bom, com o André a cantar uma faixa e o Sam a cantar a cover de Inside Out, que foi um abuso do caralho! O pessoal estava todo maluco, até fiquei meio parvo, mas feliz ao mesmo tempo, com o que se estava a passar à frente dos meus olhos. O Calisto e o André com os seus dives acrobáticos, e ainda deu para eu fazer mais um rasgão nos calções. Aquele pé de ladrão que o Calisto tanto faz é um convite irrecusável, ahah. Se a sala fechada (e a impossibilidade de sair) já eram quentes, aquele calor humano já fazia a malta pingar suor por todo o lado. Que regresso!

Quando o concerto acabou estava estampado no rosto de todos o cansado, mas a seguir vinha For The Glory. E tendo em conta o que se passou a seguir, só o riff inicial serviu para recarregar a bateria da malta toda. Se o que se passou em SHAPE foi bom, quadripliquem o feeling e a percentagem de dives por minuto e tem uma ideia (por baixo) do que se passou em For The Glory.


Deve ter sido dos melhores concertos de For The Glory a que assisti. Que feeling brutal. Tudo a mexer, tudo a saltar do palco, e das grades, e do público, de todo o lado! O fim do mundo em cuecas como diz o meu amigo Miguel (que não foi, agora fode-te aí a ler isto, ahah!). A dada altura os meus calções já eram tudo menos isso, já andava de perna e boxer ao léu, mas safoda, valeu cada rasgão. É dificil traduzir por palavras o que aconteceu durante esse concerto, quem lá esteve certamente não o vai esquecer, quem não foi pode ver as fotos e os videos que porventura possam ir aparecendo. Que abuso, a sério. Que abuso!

Findado o concerto, acho que o sentimento geral foi de felicidade de que acabaram de experienciar um dos melhores concertos dos últimos tempos. Espero que muita da miudagem continue a aparecer nos concertos. Com entradas destas na cena hardcore acho que é obrigatório continuarem a aparecer! Sei que é foda, mas foi tão bom ter mais de 200 pessoas num concerto hardcore, não era fixe serem sempre assim?

Fotos por Valter Simões

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