quinta-feira, 18 de outubro de 2012

Review: Devil In Me + Reality Slap + Steal Your Crown @ Ritz, Lisboa


Mais uma vez, combinação em cima do joelho. Parece que resolver tudo em cima da hora e/ou chegar atraso é a minha nova sina. Nem era para ir ao concerto. Não que conhecer o Ritz não fosse por si um bom motivo para ir até à Rua da Glória, mas tinha umas coisas para fazer (não tão urgentes assim) e já estava a contar passar o resto da tarde a ver a NFL enquanto comia umas pipocas. Entretanto liga-me um amigo meio perdido em Lisboa, que ia ao show sozinho, e não sabia onde era, não sei quê...bom, dei uma de bom samaritano e vamos lá. "A carteira depois dá-me na cabeça..."

Chegamos já atrasados ao concerto, já tinha tocado Pura Repressão. Fiquei com pena, banda antiga que nunca tinha visto, nem que fosse para dar o visto na checklist do "já vi" deu. Muita malta à porta. Muito miúdo novo. Alguns já lhes tinha decorado a cara do concerto da semana passada, outros, bastou olhar para as t-shirts e parafernália para ver que certamente não os tinha visto nos concertos que frequento.

T-shirts cheias de gatafunhada e tripas, e outras daquelas tshirts buéda punks que se compram na Zara e na Pull & Bear de Guns N Roses e Ramones, orelhas de cão e cabelos às cores davam-me logo a dica que estava na presença de uma cena diferente da que estava habituado. Depois claro, a malta da pausa do costume, e outros ainda aprendizes. Era isso e haver miúdas bem underage a dar com um pau, algumas com menos roupa que muitas das que vejo à noite no Bairro Alto. Não quero estar aqui a dar uma de segregacionista ou de avôzinho conservador, mas não é algo a que esteja habituado nos concertos de hardcore. Signs of the times...

Não sou do tempo dos shows no Ritz, com pena minha. Um gajo viu os vídeos, e fica sempre a pensar como teria sido estar lá. Fica-nos o presente, e esperar o que o resto da tarde nos reservaria. A sala é muito fixe. Mais pequena que a República da Música, e mais "acolhedora". Uma zona de bar com janelas, um loungezito a seguir à entrada e um "primeiro andar" na zona do concerto, assim na onda do Santiago Alquimista ou da Caixa Económica, sendo que os corredores são bem mais estreitos que nesses dois sítios. Zonas de bar a dar com um pau (e reza a história que as bebidas eram bem caras, não checkei). Palco com a altura certa, sem ser muito grande, enfim, sala bem boa, nem quero é saber o preço do aluguer...

Encontro algum pessoal conhecido, aquela conversa da praxe, e lá subo a tempo de ver Steal Your Crown. Concerto animado com direito a OLC e a participações da Carina e do Domy, muita malta já na sala, muita malta a moshar, tudo animado. Engraçado que não vi muita malta da Margel Sul lá a curtir. Não sei, estava cá mais para trás, mas achei piada ao pessoal que mais vibrava com as streets da MS serem miudagem da linha de Cascais. Na volta vi mal...

Depois de mais algum tempo na conversa, veio a vez de Reality Slap. Agora com o João em Londres os shows de Reality Slap são mais escassos, pelo que é sempre uma boa ocasião aproveitar para os ver. Fui lá mais para a frente com o meu amiguinho Machado, e logo nos primeiros acordes foi pancadaria de meia noite, side to side, malta a voar, business as usual. A malta a vibrar mais nas faixas da demo num set que pecou por ser curtíssimo. Em conversa após o set, a cena soube mesmo a pouco, e faltou ali algum feeling extra na performance, que a malta que os acompanha costuma notar. Vim a saber dias depois que tinha havido um stress com o avião do João, e que as poucas (nenhumas?) horas de sono eram o principal culpado desse cansaço. Ainda assim, rendeu.

Hills Have Eyes tocaram pa caralho. Por "caralho" entenda-se tempo de mais, que acho a banda horrível. Não vi nada, fiquei no bar cá em baixo, mas depois de mil anos no soundcheck e outros mil a tocar, já estava a olhar para o relógio.

Depois de combinar formar três bandas em 15 minutos com o Machado e o Bruno das Caldas (lol), lá subimos as escadas para ver Devil In Me. Vim mesmo cá para cima, com vista priviligiada para o mar de gente que estava no Ritz. Mais de 400 pessoas? Check! Logo a abrir, uma intro de dubstep. "Que merda é esta?" pensava eu, enquanto os miudos punham os braços no ar e gritavam todos malucos. "Ok..." pensáva cá para mim. Epa, a banda dá um concerto do caralho, são (certamente) bons no que fazem e o público mais novo estava todo craize. A miúda que estava ao meu lado estava toda maluca, a debruçar-se do varandim e aos berros. A dada altura dá uma música que começa tudo a bater palminhas. Epa...intro de dubstep, palminhas e muito "oooooh", não é decididamente a minha chávena de chá. Mas a malta lá continuou toda maluca, houve tempo para um set em que tocaram os hits todos (digo eu que não acompanho a banda), mas o público sabia as músicas todas e não se cansou de as cantar.

Contas feitas, boa tarde no Ritz, fiquei a conhecer um espaço do caralho, vi uns concertos porreiros, umas personagens engraçadas, boa conversa com amigos, tudo nice. No entanto fiquei com um sabor amargo. Não sei se estou a ficar velho e não acompanho a evolução das coisas, mas faltou uma cena que para mim é importantíssima. Mais do que ter 400 miúdos numa sala aos pinotes, faltou algum feeling a meu ver. Muita coisa é dita, muita coisa é feita, muita coisa acontece que não está bem na linha do que eu entendo ser hardcore, ou que seja saudável para o hardcore. Mas isto é uma review, a conversa cansada de rezingão ficará para um texto que deve sair proximamente.

2 comentários:

  1. Se não é conversa zangada de resingão, faço ideia se fosse.

    PS: Condições do Ritz: 5€ o bilhete eles ficam com 1€, 10€ eles ficam com 2€.

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  2. boas...se n vistes ppl da ms a curtir é pq n sabes quem são...tavam la uns da old school pesada ..claro q se eles mosham ...alguem se aleija....de resto ainda bem q pomos toda a gente a vibrar...seja do norte ao sul ...este a oeste....a intenção é essa...sem fantochadas etc...so puro e real hc...quem sente sente ...n pudemos agradar a todos....e qt ao ppl da ms ...axo q n precisamos de andar a provar se temos ou não a MSHC a curtir em todos os concertos....mas q o nome é bem espalhado lá isso é....ja para n falar dos laços familiares , festas de familias e convivios que se geram entre esse ppl todo....isto para n falar ...de se a merda apertar ..... adiante....

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